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Brasília-DF. Gestão de Projetos em erGonomia e seGurança em sistemas ComPlexos Elaboração Diego Augusto de Jesus Pacheco Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I TEMÁTICA 1 ........................................................................................................................................... 9 CAPÍTULO 1 GESTÃO DE PROJETOS EM ERGONOMIA .................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 O GERENTE DE PROJETOS ...................................................................................................... 14 CAPÍTULO 3 FATORES CRÍTICOS NA GESTÃO DE PROJETOS ........................................................................ 20 UNIDADE II TEMÁTICA 2 ......................................................................................................................................... 25 CAPÍTULO 1 FORMANDO A EQUIPE DO PROJETO DE ERGONOMIA ............................................................ 25 UNIDADE III TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA .................................................................... 40 CAPÍTULO 1 GERENCIAMENTO ÁGIL DE PROJETOS ................................................................................... 40 CAPÍTULO 2 MÉTODOS E FERRAMENTAS PARA A GESTÃO DE PROJETOS ..................................................... 48 UNIDADE IV TEMÁTICA 4 – SISTEMAS COMPLEXOS E A ENGENHARIA DE RESILIÊNCIA ............................................... 55 CAPÍTULO 1 SISTEMAS COMPLEXOS NA ERGONOMIA ................................................................................ 55 CAPÍTULO 2 ANÁLISE COGNITIVA DE TAREFAS E A ENGENHARIA DE RESILIÊNCIA ......................................... 87 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 92 ANEXO ........................................................................................................................................... 96 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 6 Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Estamos vivendo em um contexto complexo, caracterizado pela instabilidade e pela mudança. Assim como nosso cotidiano se torna cada vez mais complexo, igualmente a gestão dos processos das nossas empresas, sejam elas indústrias ou serviços, se torna cada vez mais complexa. Nesse âmbito, as atividades que envolvem a Gestão de Projetos relacionados com as áreas de Ergonomia e Segurança precisam ter um olhar atento por parte dos envolvidos nas intervenções das empresas. Nesse sentido, nesse módulo do curso são apresentados e discutidos os principais temas envolvidos na gestão de sistemas complexos que se relacionam com a ergonomia e a segurança. Os temas apresentados nesse módulo são de suma importância para a atuação do profissional de ergonomia e segurança das empresas de hoje. Assim, nossa discussão inicia pela contextualização do tema gestão de projetos, e das competências necessárias para a gestão de projetos em ergonomia, passando por temas atuais como a agilidade em projetos e as ferramentas para conduzir a gestão de projetos. Em seguida, são apresentadas de forma detalhada as características e definições dos sistemas complexos e métodos de modelagem para efetuar a análise de incidentes ou acidentes ocorridos em ambientes complexos. Uma atenção especial é dada para o uso da modelagem de sistemas complexos segundo o Functional Resonance Analysis Method (FRAM). Ainda nessa linha, nesse módulo você aprenderá a mapear e mensurar os riscos envolvidos nas ações relacionadas à ergonomia e à segurança dentro das empresas. Nesse ponto, você vai compreender o impacto da complexidade na análise cognitiva de tarefas e na ocorrência dos erros humanos. Desde já lhe desejo uma boa jornada de aprendizagem. Objetivos » Apresentar os principais conceitos e ferramentas de gestão de projetos aplicados em ergonomia. » Apresentar os principais conceitos de sistemas complexos e suas aplicações na gestão de Segurança do Trabalho. » Habilitar o profissional a mapear os riscos e identificar as causas de incidentes ou acidentes na área de Segurança e/ou Ergonomia. 8 9 UNIDADE ITEMÁTICA 1 CAPÍTULO 1 Gestão de projetos em ergonomia A evolução da gestão de projetos Vamos iniciar nossa jornada falando um pouco do histórico da gestão de projetos, que é uma área de conhecimento bastante recente. Durante a história, a civilização humana trabalha e desenvolve projetos. Por exemplo, as pirâmides de Gizé, no Egito,são projetos desenvolvidos já há mais de 5.000 anos. Assim como o projeto Manhattan, desenvolvido nas décadas de 1930 e 1940 para a construção da bomba atômica utilizada na Segunda Guerra Mundial. Outros exemplos típicos de projetos que podemos citar são a muralha de China, os projetos de viagem ao espaço conduzidos pelas NASA etc. São inúmeros os exemplos de projetos comuns e mais próximos da nossa realidade, como: a construção de aviões, navios, o projeto da casa nova, o projeto de reforma no apartamento e até mesmo o nosso projeto de vida! A origem da gestão de projetos remete a Frederick Taylor (1856-1915) que foi o precursor da administração científica e começou seus estudos de tempos e métodos visando detalhar da melhor maneira a sequência das atividades dos operadores nas indústrias americanas. Taylor usou o raciocínio e a lógica científica para comprovar que toda e qualquer atividade pode ser melhorada ao se analisar as suas partes elementares. Sobretudo com o uso do cronômetro (ou seja, as pequenas atividades, aquelas representadas em segundos) e assim Taylor desenvolveu inicialmente seus estudos na indústria de aço americana. No período anterior aos estudos realizados por Taylor, a maneira usada de melhorar a produtividade era exigir dos trabalhadores mais horas de trabalho ou ainda mais esforço pessoal. Taylor cumpriu um lugar importante no contexto histórico da gestão de projetos, mas foi seu colega e sócio, Henry Gantt (1861-1919) quem estudou detalhadamente a ordem e o sequenciamento das operações no trabalho. Seus estudos 10 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 de gerenciamento de projetos foram aplicados na construção dos navios americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Seu trabalho é o precursor de muitas ferramentas modernas de gerência do projeto, tais como a WBS (Work Breakdown Structure) ou EAP (Estrutura Analítica do Projeto), recursos que avaliam o trabalho, e que serão vistas e aprendidas no nosso curso. Henry Gantt desenvolveu diagramas que usam barras de tarefas e marcos que representavam a sequência e a duração de tempo de todas as tarefas em um processo ou projeto (Figura 1). Os diagramas de Gantt na época se mostraram ser uma poderosa ferramenta analítica para gerentes que se mantiveram inalterados pelos próximos cem anos que se sucederam, ou seja, os dias de hoje. Reflita sobre a importância de termos uma correta definição da sequência de todas as tarefas em um projeto ergonômico, mensurando a duração de tempo total desse projeto. Tais ações são de fundamental importância. Assim, o gráfico de Gantt é uma ferramenta que você pode usar em seus projetos. Poucas alterações na lógica do diagrama de Gantt foram introduzidas até os anos de 1990, quando então foram adicionadas linhas de ligação às barras de tarefa (as linhas com setas da figura 1) que tem a função de descrever as dependências entre as tarefas de maneira mais precisa. Figura 1. Gráfico de Gantt. Fonte: elaborado pelo autor. Taylor e Gantt e outros estudiosos contribuíram para o desenvolvimento da gestão e do papel do gerente de projetos como sendo uma função distinta dentro dos negócios e que, portanto, requer estudo, método e disciplina. Nesse sentido, nas décadas seguintes à Segunda Guerra Mundial, as estratégias de marketing e a psicologia industrial 11 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I começaram a integrar os processos de gerenciamento dos negócios e a administração ou gestão das empresas. Na segunda metade do século XIX, houve um aumento significativo na complexidade dos novos negócios no mundo, surgindo, assim, os princípios da gerência de projetos. A Revolução Industrial alterou profundamente a estrutura econômica do mundo ocidental e teve como uma das suas principais consequências, o desenvolvimento do capitalismo industrial. As relações de produção foram modificadas, iniciando uma cadeia de transformações, que tornou cada vez mais rigorosa a tarefa de gerir as novas organizações. Surgiu nesse momento a necessidade de sistematizar e orientar a forma de administrar essas organizações. Os projetos, na maioria patrocinados pelo Estado, estimularam o crescimento da área de gerenciamento de projetos e foram decisivos para a criação de grupos que tentavam padronizar sua execução. Nos Estados Unidos da América, a primeira grande organização a praticar tais conceitos foi a Central Pacific Railroad, que começou suas atividades por volta de 1870, com a construção da estrada de ferro transcontinental. De repente, os gestores se depararam com a complexa tarefa de organizar as atividades de milhares de trabalhadores da área de produção e administrativa, assim como da montagem de quantidades não previstas de matéria-prima. Já em meados dos anos de 1960, a gestão de projetos foi então formalizada como uma ciência. No complexo mundo dos negócios as organizações começaram a enxergar o benefício do trabalho organizado em torno de projetos e a entender a necessidade crítica para comunicar e integrar o trabalho. Em 1969, no auge dos projetos espaciais da NASA, cinco profissionais de gestão de projetos da Philadelphia, Pensilvânia (EUA), se reuniram para discutir as melhores práticas de gestão de projetos e então Jim Snyder fundou o Project Management Institute (PMI). O PMI, atualmente, é a maior instituição internacional dedicada à disseminação do conhecimento e ao aprimoramento das atividades de gestão profissional de projetos. O gerenciamento de projetos começou a tomar sua forma moderna nas décadas seguintes. Os vários modelos de negócio que se desenvolveram nesse período compartilharam uma estrutura de suporte comum: projetos são liderados por um gerente, que reúne pessoas em um time e assegura a integração e comunicação de fluxos de trabalho, por meio de diferentes departamentos. As organizações sabem que precisam desse conhecimento para obter sucesso. O PMI estima que aproximadamente 25% do PIB mundial são aplicados em projetos e que cerca de 16,5 milhões de profissionais estão envolvidos diretamente com alguma metodologia de gerenciamento de projetos no mundo. Esse volume de projetos e as mudanças no cenário mundial geram a necessidade de resultados mais rápidos, com qualidade maior e custo menor. É nesse contexto que se 12 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 insere a visão moderna sobre gerenciamento de projetos, com distintas metodologias, cada qual com vantagens e desvantagens. Definição de gestão de projetos Vários autores abordam a gestão de projetos, com ligeiras variações de conceito. O PMI (Project Management Institute) define gestão de projetos como sendo o processo por meio do qual se aplicam conhecimentos, capacidades, instrumentos e técnicas às atividades do projeto de forma a satisfazer as necessidades e expectativas dos diversos stakeholders, que são indivíduos ativamente envolvidos no projeto, ou cujo resultado do processo poderá afetá-los positivamente ou negativamente. Gerenciamento de projetos segundo o PMBOK (2014) é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado por meio da aplicação e da integração dos seguintes processos de gerenciamento de projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento, controle e encerramento. Já a definição do PMBOK (2014) para um projeto em específico é: um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. Segundo o PMBOK (2014) a dimensão “temporário” significa que todos os projetos possuem um início e um final definidos. O final é alcançado quando os objetivos do projeto tiverem sido atingidos, quando se tornar claro que os objetivos do projeto não serão ou não poderão ser atingidos ou quando não existir mais a necessidade do projeto e ele for encerrado. Temporário não significa necessariamente de curta duração, porque muitos projetos duram vários anos. Em todos os casos, no entanto, a duração de um projeto é finita.Ou seja, projetos não são esforços contínuos, eles têm fim. Além disso, o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto. A maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto para erguer um monumento nacional criará um resultado que deve durar séculos. Os projetos também podem com frequência ter impactos sociais, econômicos e ambientais, intencionais ou não, com duração muito mais longa que a dos próprios projetos. Segundo o PMBOK (2014) a natureza temporária dos projetos pode também ser aplicada a outros aspectos do esforço. » A oportunidade ou janela do mercado geralmente é temporária: alguns projetos têm um prazo limitado durante o qual seu produto ou serviço deve ser gerado. 13 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I » A equipe do projeto, como uma unidade de trabalho, raramente sobrevive ao projeto: uma equipe criada com o único objetivo de realizar o projeto realizará esse projeto e, em seguida, será desfeita e seus membros serão realocados quando o projeto for concluído. Já a dimensão produto, serviço ou resultado exclusivo, segundo o PMBOK (2014) pode ser explicada da seguinte maneira: um projeto cria entregas exclusivas, que são produtos, serviços ou resultados. Os projetos podem criar: » um produto ou objeto produzido, quantificável e que pode ser um item final ou um item componente; » uma capacidade de realizar um serviço, como funções de negócios que dão suporte à produção ou à distribuição; » um resultado, como resultados finais ou documentos. Por exemplo, um projeto de pesquisa desenvolve um conhecimento que pode ser usado para determinar se uma tendência está presente ou não, ou se um novo processo irá beneficiar a sociedade. A singularidade é uma característica importante das entregas do projeto. Por exemplo, muitos milhares de prédios de escritórios foram construídos, mas cada prédio em particular é único, pois tem proprietário diferente, projeto diferente, local diferente, construtora diferente etc. A presença de elementos repetitivos não muda a singularidade fundamental do trabalho do projeto. Assim sendo, a gestão de projetos, pode ser aplicada como disciplina de manter os riscos de fracasso em um nível tão baixo quanto necessário durante o ciclo de vida do projeto, potenciando, ao mesmo tempo, as oportunidades de ocorrência de eventos favoráveis do projeto. O risco de fracasso, decorrente da ocorrência de ameaças, aumenta de acordo com a presença de incerteza do evento, e da sua probabilidade de ocorrência, durante todos os estágios do projeto. 14 CAPÍTULO 2 O gerente de projetos A gerência de projetos A gerência de projetos é frequentemente de responsabilidade de um indivíduo intitulado gerente de projeto. Idealmente, esse indivíduo raramente participa diretamente nas atividades que produzem o resultado final. Ao invés disso, o gerente de projeto faz a gestão e trabalha para manter o progresso e a interação mútua progressiva dos diversos participantes do empreendimento, de modo a reduzir o risco de fracasso do projeto, podendo arcar com qualquer ônus. O gerente de projetos Um gerente de projetos é um profissional no campo de gerência de projetos que tem a responsabilidade de planejar e controlar a execução de projetos em diversas áreas de atuação, como a ergonomia, construção civil, arquitetura e desenvolvimento de softwares, entre outras áreas. É o profissional responsável pela condução do projeto e deve contar com o respaldo de patrocinadores (sponsors) segundo a nomenclatura do PMI. Os patrocinadores são normalmente indivíduos que estão fora do projeto a ser executado, mas possuem interesses nos resultados desse projeto. O gerente e sua equipe de projetos planejam e coordenam o desenvolvimento do projeto colhendo métricas, suprindo necessidades, recrutando recursos adequados e mantendo o foco na meta de projeto, além de: » estar sempre alerta, mas não avesso a mudanças; » ser sensível a aspectos políticos: os interesses dos stakeholders nem sempre convergem; » agendar reuniões, acompanhar o treinamento, avaliar o desempenho de sua equipe e mantê-la motivada, resolvendo conflitos. Esse profissional raramente participa das atividades diretas do projeto que produzem os resultados. Sua função é gerenciar o progresso do empreendimento e por meio das variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito) verificar seus desvios. Dessa forma, seu objetivo geral é proporcionar que as falhas inerentes aos processos sejam minimizadas. Um gerente de projeto tem que determinar e executar as necessidades do cliente baseado nos seus próprios conhecimentos. A habilidade de adaptar-se aos diversos 15 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I procedimentos pode lhe proporcionar um melhor gerenciamento das variáveis e dessa forma uma maior satisfação do cliente. Em campo, um gerente de projeto bem sucedido deve ter a condição de poder imaginar o projeto inteiro do seu começo ao seu término e dessa forma assegurar que essa visão seja realizada. Abordagens sobre gestão de projetos Geralmente há dois tipos de abordagens comumente utilizadas no gerenciamento de projetos: tradicionais e ágeis. As abordagens do tipo “tradicional” identificam uma sequência de passos a serem completados. Essas abordagens contrastam com a abordagem conhecida como desenvolvimento ágil de software, em que o projeto é visto como um conjunto de pequenas tarefas, ao invés de um processo completo. O objetivo dessa abordagem é reduzir ao mínimo possível o custo de pessoal. Nas últimas décadas, emergiram uma série de abordagens na indústria em geral. Dentre essas abordagens se destacam a abordagem do PMBOK e os métodos ágeis. Esses, têm se tornado um padrão de fato em diversos tipos de empresas, tais como: de tecnologia, automotiva, serviços, varejo etc. Na abordagem tradicional, distinguem-se cinco grupos de processos, estágios ou etapas presentes no desenvolvimento de um projeto, que são: 1. iniciação; 2. planejamento; 3. execução; 4. monitoramento e controle; 5. encerramento. Nem todos os projetos vão seguir todos esses estágios, já que alguns podem ser encerrados antes do inicialmente esperado. Outros projetos ainda passarão pelos estágios 2, 3 e 4 múltiplas vezes. Tais etapas e as atividades que fazem parte de cada uma serão detalhadas nos próximos capítulos. O projeto visa satisfazer uma necessidade ou oportunidade, definida acima como a fase inicial ou iniciação na qual existem muitas áreas e pessoas envolvidas. Em geral sempre existe mais de uma solução ou alternativa para atender às mesmas necessidades. A técnica usada para definir a solução final passa pelo desenvolvimento de alternativas extremas. A primeira, de baixo custo, atende às necessidades mínimas para ser funcional. A segunda tenta atender a maior parte das exigências das diversas áreas envolvidas 16 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 no escopo, que resulta num projeto com custo muito maior e pouco competitivo. A partir de ambas as alternativas é desenvolvida uma solução intermediária entre elas, que atende a uma boa parte das exigências com um custo competitivo. Vários setores utilizam variações desses estágios. Por exemplo, na construção civil, os projetos tipicamente progridem de estágios como pré-planejamento para design conceitual, design esquemático, design de desenvolvimento, construção de desenhos (ou documentos de contrato) e administração de construção. Embora os nomes difiram de indústria para indústria, os estágios reais tipicamente seguem os passos comuns à resolução de problemas: definir o problema, balancear opções, escolher um caminho, implementar e avaliar. Para manter o controle sobre o projeto do início ao fim, um gerente de projetos utiliza várias técnicas, dentre as quais se destacam: » planejamento de projeto; » análise de valor agregado; » gerenciamento de riscos de projeto; » uso e atualização constante do cronograma; » melhoria dos processos durante a execução.Faça uma leitura atenta no projeto de ergonomia descrito no link a seguir, identificando as etapas e tarefas que pertencem a cada uma das 5 etapas básicas de um projeto (iniciação; planejamento; execução; monitoramento e controle; encerramento). Acesse o link: <http://www.ergonomianotrabalho.com.br/analise-ergonomica-toldos.pdf>. As variáveis envolvidas em projetos Alguns empreendimentos necessitam ser executados e entregues sob determinadas variáveis ou restrições. As variáveis principais também podem ser denominadas como tradicionais. O gerenciamento de projetos tenta adquirir controle sobre três variáveis: » tempo; » custo; » escopo. 17 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I A restrição do tempo influencia o prazo até o término do projeto. A restrição de custo informa o valor monetário incluído no orçamento disponível para o projeto. Já a restrição do escopo designa o que deve ser feito para produzir o resultado de fim do projeto. Essas três variáveis estão frequentemente competindo: o escopo aumentado significa tipicamente o tempo aumentado e o custo aumentado, uma restrição apertada de tempo poderia significar custos aumentados e o escopo reduzido, e um orçamento apertado poderia significar o tempo aumentado e o escopo reduzido. Na versão atual do PMBOK, a tríplice restrição foi eliminada, passando a existir restrições do projeto que são elas: » escopo, » qualidade, » cronograma, » orçamento, » recursos e » riscos. Portanto, qualquer alteração em um desses itens certamente causará restrições em um ou mais dos demais itens. Se você se interessou em conhecer mais um pouco sobre os processos e variáveis envolvidas em projetos, faça uma leitura atenta ao texto do blog MundoPM e assista ao vídeo sobre o tema: <http://blog.mundopm.com.br/2013/03/14/47-processos-do-pmbok-5/> Vídeo: <https://youtu.be/-F8LqoLLzVo>. Gestão de projetos nos dias de hoje Identificar as competências que as empresas precisam construir para ganhar e manter uma vantagem competitiva num mercado em constante mutação é uma tarefa difícil. Contudo, a capacidade de inovar produtos e processos e o uso da gestão do conhecimento parecem ser habilidades relevantes nesse cenário competitivo. Porter (1998) destacou que as empresas inovadoras são fundamentais ao desenvolvimento econômico das nações mais competitivas, devido à sua maior rentabilidade e devido à natureza dos empregos que geram e demandam maior qualificação, obtendo, em contrapartida, melhor remuneração. 18 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 É necessário destacar dentro desse contexto, o caso das pequenas empresas de tecnologia do Vale do Silício, que mantêm altas taxas de crescimento e rentabilidade, mantendo-se em patamares de crescimento superiores ao restante da economia norte-americana. Diversos outros autores que enfatizam a inteligência como o principal ativo das empresas no cenário competitivo pós-industrial podem ser vistos na literatura. Nesse cenário competitivo atual, a sobrevivência das empresas também depende da interação com o seu meio por meio do atendimento ideal ao seu cliente e do posicionamento adequado de mercado. Para isso, é necessário que as organizações estejam sempre buscando a inovação, seja em seus produtos, em seus processos ou em seus serviços. A inovação como elemento crucial de vantagem competitiva ocorre, por exemplo, por meio de lançamentos de novos produtos que garantem a captura de parcelas de mercado e a manutenção de clientes ávidos por novidades. Os efeitos comuns nesse caso são os retornos dos investimentos feitos às empresas. Alguns exemplos clássicos mostram que empresas conseguem vantagens significativas ao se dedicarem à inovação, como: o Citibank que foi pioneiro nos serviços por caixas eletrônicos, a Benetton por usar sofisticados sistemas de tecnologia de informação, entre outros (AVISON et al., 1996). No entanto, para que a inovação possa ser incorporada à própria cultura da organização, as etapas de inovação devem ser conduzidas como um processo capaz de ser gerido para que seja possível explorar a inovação nos seus aspectos técnicos e comerciais. E nesse caso, nos dias de hoje, os processos de inovação são conduzidos necessariamente por meio do gerenciamento de projetos e pelas suas etapas. Nesse caso, as definições para gerenciamento de projetos ganham relevância nas empresas. Segundo o PMI, a gestão de projetos requer aprimoramento da administração de nove áreas de conhecimento vinculadas aos processos gerenciais das organizações. Tais áreas se referem à integração dos diversos elementos-chave de um projeto e suas funções variam, sendo alguns essenciais e outros facilitadores. Logo, as áreas de conhecimento que devem ser aprimoradas na gestão de projetos nas organizações são: a integração, escopo, prazos, custos, recursos humanos, aquisições, qualidade, riscos e a comunicação do empreendimento. Segundo o PMBOK, (2008) a excelência nessas nove áreas permite atingir o sucesso no gerenciamento de projetos. E assim um projeto específico ou direcionado à inovação poderá ser considerado como: “aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender ou superar as necessidades e expectativas que os interessados (stakeholders) possuem no projeto”. 19 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I Em algum momento da sua trajetória profissional você já fez a seguinte indagação: a empresa onde atuo possui as melhores práticas de gestão de projetos? Saber perceber o nível de maturidade das práticas de gestão de projeto aplicadas pode gerar oportunidades de melhorias. 20 CAPÍTULO 3 Fatores críticos na gestão de projetos Avaliação da maturidade da gestão de projetos No âmbito da organização, o estudo de Kerzner (2006) proporciona uma investigação sobre a maturidade em gerenciamento de projetos considerando-se cinco fases de um ciclo de vida. Esse ciclo de vida classifica os estágios de avaliação da maturidade dos processos que envolvem a gestão de projetos nas organizações nas seguintes fases: embrionária; reconhecimento da alta administração; reconhecimento da média gerência; crescimento; e maturidade. A figura 2 ilustra o modelo. Figura 2. Estágios de avaliação da maturidade de projetos. Fonte: Kerzner, 2006. As principais características da fase embrionária se referem ao reconhecimento da importância do gerenciamento de projetos para a empresa. O reconhecimento da importância do gerenciamento de projetos pela alta administração pode ser percebido pelos seguintes pontos: » visibilidade em termos de suporte; » entendimento da disciplina de gerenciamento de projetos; » estabelecimento de patrocinador ou incentivador no nível executivo; » postura favorável na mudança da forma de fazer negócios. 21 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I As principais características da terceira fase se referem à gerência de linha. A fase de crescimento é caracterizada pelo desenvolvimento de uma metodologia de gerenciamento de projetos pela empresa e comprometimento com as atividades de planejamento. A última fase, a de maturidade, refere-se ao desenvolvimento de um sistema formal de controle gerencial que integre custos e prazos, além do desenvolvimento de um programa educacional com o intuito de aumentar as competências em gerenciamento de projetos na empresa. As competências em gerenciamento de projetos no âmbito da empresa também foram estudadas por Frame (1999), cujo modelo evidencia sete elementos: procedimentos claros e bem formulados; acesso à informação; recursos humanos e materiais com quantidade e qualidade suficiente; oportunidades para treinamento; visão clara dos objetivos da empresa; cultura para melhoria contínua; e institucionalização do gerenciamento de projetos. Pode-se chamar de bem-sucedido aquele projeto que foi desenvolvido dentro das expectativas de tempo, custo e qualidade, além de o cliente ter ficado satisfeito e o moral da equipe ter se mantido alto. Durante o ciclode vida de um projeto o gerente e seus assessores se envolvem com a confecção e execução de planos, com o gerenciamento de pessoas e com o gerenciamento da qualidade do produto e do serviço em desenvolvimento. O gerente do projeto, ou equivalente, é o principal responsável pelo projeto. Essa responsabilidade não deve ser repartida com nenhum outro profissional e o gerente do projeto deve ter a competência, habilidade para “tocar” projetos, experiência, treinamento e tempo disponível. Geralmente, esse item é considerado o mais importante, tendo os restantes o mesmo nível de importância, mas em um patamar inferior. Uma equipe competente, experiente, treinada e com tempo disponível dará ao gerente do projeto a segurança de que o projeto será desenvolvido dentro dos parâmetros da qualidade e ele não necessitará dedicar muito do seu precioso tempo à gerência do produto, mas sim, à gerência do trabalho. Particularmente em grandes projetos, esse aspecto é crucial, visto existir aqui uma maior necessidade de o gerente consumir o seu tempo com aspectos de gerência do trabalho (prazos, custos, compras, recebimento de material e problemas relacionados com pessoal). Um projeto necessita de planos, sem os quais ficará à deriva e, pelo mesmo motivo, deve existir um controle da execução. Parece óbvio, mas muitas empresas do Brasil nunca fizeram um único plano sequer. Além disso, o planejamento deve ser adequado às proporções do projeto. Para o desenvolvimento de um pequeno aplicativo baseado em uma planilha eletrônica, de duração menor que um mês e envolvendo uma 22 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 única pessoa executora e um único cliente, certamente um plano bem simplificado é suficiente. Já o desenvolvimento de um aplicativo complexo, sem similar no mercado e que envolva diversos clientes, necessitará de um planejamento e de um controle bastante sofisticados. Não se pode continuar um projeto para o qual não existe a possibilidade de se eliminar um item de alto risco. Alto risco significa a possibilidade de atrasos e aumento de custos inaceitáveis. Um dos fatores para o sucesso do projeto é a inexistência de itens de alto risco ou, caso existam, que sejam estabelecidas as contramedidas para anulá-los e que isso ocorra em prazos que não comprometam o projeto. Portanto, aqueles itens de alto risco e suas contramedidas exigem uma atenção muito especial. Finalmente, projetos diferentes necessitam de estratégias gerenciais diferentes. As estratégias gerenciais são muitas, tais como: “em projetos de alta tecnologia uma consultoria externa é bem-vinda” ou “em projetos nos quais o cliente não sabe explicitar claramente o que deseja, é muito conveniente uma forte interação com o cliente”. Considerando os projetos de ergonomia, você já participou ou conduziu? Reflita sobre: em que estágio da curva de maturidade se encontram as práticas de gestão de projetos nessa empresa que você pensou? O que precisa ou poderia ser melhorado para avançar na curva de maturidade? Fatores críticos de sucesso (FCS) em gestão de projetos Vários são os FCS que devem ser considerados na gestão de projetos. Diversos autores apontam uma relação de FCS que devem ser considerados na gestão de projetos. Dá-se o nome de fatores críticos de sucesso (FCS) a uma lista de itens que devem ser observados durante o planejamento e execução de um projeto para que o sucesso possa ser alcançado. Não existe uma unanimidade entre os autores na composição dessa lista, mas, por exemplo, os itens abaixo aparecem com muita frequência: » gerência competente; » equipe competente; » planejamento e controle adequados; » inexistência ou neutralização antecipada de itens de alto risco; » atenção especial às ferramentas gerenciais mais estratégicas. 23 TEMÁTICA 1 │ UNIDADE I Para Tidd et al. (1997) os fatores críticos de sucesso na gestão de projetos são os seguintes: » Missão do projeto: refere-se à definição clara dos objetivos no início do projeto e no claro entendimento desses objetivos por todos os membros do time de projeto. Enfatiza a visão que os interessados possam ter dos compromissos do projeto. » Suporte gerencial: se refere à autoridade e ao poder existentes na organização para gerenciar os recursos do projeto. Os interessados, considerando-se esse fator, estimulam o desenvolvimento de projetos e o uso da abordagem de gerenciamento de projetos, apoiando o time do projeto. » Planejamento: é o estabelecimento das atividades individuais do projeto. Como consequência, destaca-se a preparação para o gerenciamento de recursos coletivos (equipes) e materiais. » Comunicação com o cliente: é necessário informar periodicamente o cliente do projeto sobre o andamento e resultados parciais atingidos. » Administração de pessoal envolvido: atenção especial deve ser dada para a alocação, recrutamento, seleção e treinamento das necessidades de recursos humanos para o projeto. » Atenção especial às tarefas técnicas: o time deve possuir disponibilidade e competência para acompanhar as tarefas técnicas. E nesse fator é indicado avaliar o uso de inovações para os processos afetados. » Entrega final e aceite do projeto pelo cliente: refere-se ao estágio final do projeto e à “venda” dos resultados aos clientes e demais interessados. É imprescindível, portanto, um foco externo ao ambiente de projetos. » Monitoramento: é a capacidade de monitorar as etapas do projeto e dar feedbacks parciais sobre cada estágio e etapa. » Comunicações: é um fator crítico de sucesso que avança no conceito de monitorar e, sobretudo, ao gestor do projeto, é importante formar uma rede de transmissão da informação no âmbito do projeto dentro da organização. » Gerência conciliadora: é a capacidade de superar as inesperadas crises decorrentes do plano do projeto, conciliando as expectativas dos vários interessados. 24 UNIDADE I │ TEMÁTICA 1 Faça uma leitura atenta dos artigos a seguir que abordam casos de projetos e ergonomia e tente identificar quais FCS estão presentes em cada estudo. <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_209_244_26500.pdf>. <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_209_244_26794.pdf>. 25 UNIDADE IITEMÁTICA 2 CAPÍTULO 1 Formando a equipe do projeto de ergonomia No capítulo anterior, abordou-se uma visão geral sobre gestão de projetos. Agora iremos focar as questões sobre a formação da equipe do projeto de ergonomia e detalhar as etapas e as atividades que cada projeto deve possuir (iniciação, planejamento, execução, monitoramento/controle e encerramento). A formação da equipe de projeto de ergonomia A equipe de projeto é formada para atender a uma oportunidade. Essa oportunidade pode ser registrada em um documento padrão, conforme sugerido abaixo. Figura 3. Ficha de cadastro de oportunidade de projeto. Identificação do Cliente Empresa: Nome contato: Telefones: Endereço: Tipo de projeto (breve descrição do projeto) Responsável pelo atendimento ou venda do projeto Nome: Data: ____/____/_______ O contato foi: ( ) Telefônico ( ) Presencial 26 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 Agendamento da visita preliminar Data: ____/____/_______ Horário: Local: Com a equipe de projeto integrada, é possível atingir níveis de crescimento acima das metas, utilizando incentivo, comunicação adequada, respeito, e antes de qualquer ação, escolhendo de forma correta quem faz o que e quando, certificando ao longo do projeto se cada um sabe o que tem de fazer, sabe como fazer, se tem as condições adequadas para fazer e se quer ou gosta de fazer. Todos têm de pensar em como fazer seu papel melhor e de forma mais eficiente e com menos recursos. Pode-se afirmar que não existe uma grande equipe sem um grande líder. O líder é o grande harmonizador, que tem o dever de conduzir o seu time para vencer obstáculos, superar dificuldades e buscar resultados positivos. Entretanto, um dos maiores desafios do líder é garantir que os objetivos e metas sejamalcançados pela equipe. Em muitos projetos modernos são mobilizados recursos humanos e ferramentas, são distribuídas responsabilidades, mas nem todos sabem ao certo os objetivos e metas a serem alcançados. Às vezes, integrantes da equipe se perguntam: para que estamos trabalhando? Dentro do ambiente de gerenciamento é muito importante identificar os aspectos que envolvem a relação entre líder e liderados. Podemos afirmar que a equipe, normalmente, é o reflexo de sua liderança, assim como os filhos são reflexos de seus pais. O processo de formação da equipe se inicia com a indicação do líder, que a partir de algumas premissas irá escolher seu time. E a pergunta central é então: como escolher o time certo? Segundo o PMBOK, o líder deve observar na formação de sua equipe as características de cada indivíduo, procurando identificar suas disponibilidades, capacidades, experiências, interesses e custos envolvidos. Isso ajuda a levantar o perfil dos liderados e a certeza de que os recursos humanos mobilizados terminarão o projeto. Com o time certo, envolvido, capacitado, incentivado e treinado, com uma comunicação adequada, é possível atingir níveis de crescimento cada vez mais altos, podendo o time chegar acima das metas estabelecidas. Nesse sentido, é importante detalhar o papel e a função do líder. Perfil do líder Há lideres que se desesperam quando os obstáculos começam a aparecer. Há lideres que não têm sabedoria suficiente para compreender que as dificuldades fazem parte das 27 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II grandes conquistas. Um líder não precisa ser um super-herói, no entanto, ele precisa entender quando as coisas não estão bem ou não estão funcionando adequadamente e ter a humildade de solicitar ajuda. A palavra líder no dicionário da língua portuguesa quer dizer basicamente: um indivíduo que chefia, orienta, guia, conduz. Chesty Puller, considerado por muitos como “Mr. Marinha”, declarou uma vez que o corpo da marinha necessitava de homens que pudessem liderar e não comandar. Um comandante diz às pessoas o que fazer enquanto que um líder mostra o que fazer por meio do próprio exemplo. O líder precisa desenvolver suas habilidades interpessoais de tal forma, que os membros da sua equipe aumentem a cada dia a cooperação e ajudem a reduzir os problemas da organização. Vejamos algumas qualidades necessárias em um líder que estão presentes na maioria dos estudos de liderança: » Persistência e iniciativa: um líder não desiste tão facilmente. Ele não abandona e foge diante do primeiro sinal de problema e nem para diante dos obstáculos. Caminha com entusiasmo, tem uma atitude positiva, é dedicado e tem coragem. Não espera alcançar o alvo de maneira fácil, como se apenas pudesse deslizar, escorrer pelo monte ou navegar em águas tranquilas. » Estável: o líder vive sob pressão e sabe viver assim. Pressões que vem de todos os lados, de todos os tipos de pessoas, pressão positiva e negativa. As pressões comuns da vida sempre cairão sobre o líder: pressões financeiras, familiares, enfermidades prolongadas etc. A estabilidade é uma das qualidades fundamentais na vida de um líder e ela existe quando o líder acredita e se mantém firme na sabedoria e no controle da situação. A confiança é a chave da estabilidade. » Capacidade organizacional: o líder consegue unir as pessoas em sua equipe. Sabe que, trabalhando juntos, se forem unidos e organizados, os objetivos serão alcançados. A organização pessoal é algo que se pode aprender. Vejamos algumas características que poderão ajudar o líder a se organizar no sentido de atingir os resultados: › o líder precisa ter uma visão realista de sua própria capacidade; › o líder precisa ter capacidade de realizar o que quiser obedecendo à ordem de importância; › o líder precisa ter o bom senso para planejar o tempo e flexibilidade para os imprevistos; 28 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 › o líder precisa definir seu trabalho em termos específicos, dividindo-o em unidades funcionais e realizáveis; › o líder precisa preencher os cargos mais importantes com membros mais treinados e capacitados; › o líder precisa examinar cada membro, para certificar se estão conseguindo realizar suas tarefas. » Líder crítico e criativo: as duas qualidades estão colocadas lado a lado, por estarem relacionadas entre si, ainda que algumas pessoas tenham apenas uma delas. A mente crítica, é capaz de inovar e apresentar novas ideias. Já a mente criativa tem de fazer duas coisas: ter um bom senso para escolher a melhor entre as dez novas ideias que lhe fervilham a mente, e implementá-la imediatamente. Se a mente julgadora for dominante, o líder será alguém estável, pensador, metódico e produtivo. Se o traço criativo sobressai, o líder usará seu faro para tomada de decisões. » Líder integrador: o líder precisa conhecer cada membro da sua equipe, seus sonhos, metas, aspirações, hobbies, um pouco da história de vida de cada um. A integração facilita a comunicação, cria relacionamentos e cumplicidade. Cumplicidade é ter metas em comum. O bom líder sabe que cada pessoa tem seu tempo, seu ritmo. Ele precisa aceitar as diferenças, evitar o julgamento e criar um ambiente de confiança. Formação do time de projeto de ergonomia Algumas regras para a melhor formação do time de projetos estão presentes na literatura, tais como: » Estabelecer com clareza a missão de atuação da empresa: a equipe do projeto tem que conhecer o rumo a seguir e os objetivos da empresa. Antes de qualquer ação, o líder tem que dividir com seu time os objetivos e a missão maior da empresa. » Estabelecer com clareza a visão da empresa: os melhores resultados em projetos são obtidos por meio da sinergia entre os membros da equipe. Um ambiente de projeto, onde existe um espírito de competição entre as equipes, a visão se torna difusa, e é difícil a compreensão do caminho a seguir. » Definir os planos e processos: os planos devem ser colocados em prática, pois cada atividade a ser desenvolvida necessita de pessoas 29 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II diferentes, combinações variadas de habilidades e comportamentos. Os planos devem ser decompostos de forma que seja possível gerenciar o processo de identificação e uso total das competências de cada membro da equipe. » Harmonizar e inter-relacionar a equipe: será fundamental harmonizar e inter-relacionar o trabalho de cada equipe de forma a viabilizar o cumprimento do plano. O conhecimento de cada membro da equipe, seus sonhos, metas, aspirações, hobbies e histórias de vida, são fundamentais. A integração também facilita a comunicação, cria relacionamentos e cumplicidade. » Definir as habilidades de cada membro: é necessário definir o perfil comportamental necessário para o cumprimento de cada processo. Defina os comportamentos desejados e não desejados, visando estabelecer as demandas comportamentais. O bom líder sabe que cada pessoa tem seu tempo, seu ritmo e cabe a ele definir qual processo e tarefa são realmente adequados para cada membro. » Exercer uma comunicação eficaz: a coisa mais importante na comunicação é ouvir o que não está sendo dito, segundo diz Peter F. Drucker “Comunicação eficaz acontece quando a mensagem enviada é recebida e entendida conforme pretendia o emissor”. Para isso os membros da equipe deverão desenvolver suas habilidades de comunicação de forma a ouvir atentamente, pensar objetivamente, discutir abertamente, desenvolver sensibilidade e responder rapidamente às necessidades em evidência. » Mantenha a satisfação do time: não é somente a remuneração que atrai e retém os talentos, mas sim a capacidade de desafiar, criar oportunidades e o sentimento de causa que formam grandes equipes. Conhecer os valores de cada membro é de vital importância para construir um ambiente de trabalho e de relações pessoais que propiciem a satisfação profissional. Não basta realizar promoções internas, o líder deve traçar um plano de gerenciamento de talentos e criarplanos de sucessão, de forma que os membros da equipe estejam preparados para novas responsabilidades. » A síntese do líder: o líder é o maior exemplo e suas condutas são o reflexo de outras, ele é o grande maestro ou o terrorista do ambiente. Desenvolva sua equipe, aprimore suas habilidades e do seu time. Trabalhe buscando sempre os resultados, mas nunca se esqueça do respeito, espírito de união 30 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 e a cooperação entre todos. Indique o caminho, estimule-os a vencer obstáculos, a superar tormentas e celebrar as conquistas. Ciclo de vida de um projeto Os processos de gerenciamento de projetos são apresentados como elementos distintos, com interfaces bem definidas. No entanto, na prática eles se sobrepõem e interagem de maneiras não totalmente detalhadas aqui. Os profissionais mais experientes de gerenciamento de projetos reconhecem que existe mais de uma maneira de gerenciar um projeto. As especificações de um projeto são definidas como objetivos que precisam ser realizados com base na complexidade, no risco, no tamanho, no prazo, na experiência da equipe do projeto, no acesso aos recursos, na quantidade de informações históricas, na maturidade da organização em gerenciamento de projetos e no setor e na área de aplicação. Os grupos de processos necessários e seus processos constituintes são orientações para a aplicação do conhecimento e das habilidades de gerenciamento de projetos adequados durante o projeto. Além disso, a aplicação dos processos de gerenciamento de projetos a um projeto é iterativa e muitos processos são repetidos e revisados durante o projeto. O gerente de projetos e a equipe do projeto são responsáveis pela determinação de que processos dos grupos de processos serão empregados e por quem, além do grau de rigor que será aplicado à execução desses processos para alcançar o objetivo desejado do projeto. Um conceito subjacente para a interação entre os processos de gerenciamento de projetos é o ciclo PDCA (plan-do-check-act – planejar-fazer-verificar-agir). Esse ciclo é ligado por resultados – o resultado de uma parte do ciclo se torna a entrada para outra parte. Veja a figura abaixo: Figura 4. PDCA. Fonte: PMBOK, 2014. 31 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II A natureza integradora dos grupos de processos em projetos é mais complexa que o ciclo PDCA básico, conforme a figura abaixo apresenta. Figura 5. Grupos de processos em projetos Fonte: PMBOK, 2014. No entanto, o ciclo aprimorado pode ser aplicado aos inter-relacionamentos dentro dos grupos de processos e entre eles. O grupo de processos de planejamento corresponde ao componente “planejar” do ciclo PDCA. O grupo de processos de execução corresponde ao componente “fazer” e o grupo de processos de monitoramento e controle corresponde aos componentes “verificar e agir”. Além disso, como o gerenciamento de um projeto é um esforço finito, o grupo de processos de iniciação inicia esses ciclos e o grupo de processos de encerramento os finaliza. A natureza integradora do gerenciamento de projetos exige a interação do grupo de processos de monitoramento e controle com todos os aspectos dos outros grupos de processos. Fase: iniciação O iniciador do projeto procede à elaboração do Termo de Abertura do Projeto, registrando as seguintes informações: 1. Identificação do Projeto. 2. Visão Geral. 3. Vinculação aos Objetivos Estratégicos. 4. Objetivo Geral. 5. Principal resultado que se deseja atingir com o projeto: principais produtos ou serviços entregues ao final do projeto. 32 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 6. Justificativas: indicação do problema ou oportunidade que motiva a proposição do projeto, estabelecendo uma contextualização da situação. 7. Importância ou relevância do projeto: principais impactos para a organização, caso o projeto não seja executado. 8. Equipe: identificar o gerente de projeto e o desenvolvedor de cada tarefa. Figura 6. Termo de Abertura de Projeto. Empresa/Órgão/Setor/Programa: (nome do cliente; órgão, setor da empresa responsável pelo projeto; programa da empresa que o projeto está inserido) Nome do projeto: Elaborado por: (nome e função) Versão: _._ Aprovado por: Assinatura: Data de aprovação:___/___/_____ Justificativa do projeto (citar a razão pela qual o projeto é necessário, os objetivos estratégicos associados, e os benefícios que o projeto trará) Objetivo(s) do projeto (descrever o(s) objetivo(s) do projeto, ou seja, o que se quer alcançar com os resultados do projeto, e relacioná-lo(s) com o(s) objetivo(s) estratégico(s) da empresa) Descrição do produto do projeto (citar e descrever as entregas do projeto) Premissas (hipóteses) e restrições para o projeto Premissas (hipóteses) Restrições (listar as hipóteses que devem ser assumidas pela equipe de planejamento, conhecidas até o presente momento) (listar as restrições impostas ao gerenciamento do projeto, principalmente as referentes a custo, prazo e condução do projeto) Macrofases, prazos e custo Macrofase Data limite Custo 33 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II Custo total Principais envolvidos Designação de gerente Gerente do projeto (nome e função) Limites de autoridade Seja detalhista ao preencher os campos do Termo de Abertura de Projeto. Fase: planejamento Define a maturidade do entendimento do escopo e o desenvolvimento do Plano do Projeto – PP. Nessa fase busca-se o refinamento dos objetivos do projeto e detalhamento do melhor caminho para alcançá-los. Um planejamento bem desenvolvido e administrado com habilidade constitui fator determinante para o sucesso do projeto. A criação de um Plano de Projeto envolve algumas etapas preliminares e gradativas que demandam um maior tempo do gerente e da equipe do projeto, assim resultando em um menor tempo gasto na solução de desvios e conflitos nas fases de execução, monitoramento/controle e encerramento do projeto. É muito importante compreender o conceito de plano de gerenciamento. Esses planos são criados para quase todas as áreas de conhecimento de projetos. Ao criar um plano de gerenciamento, você deve se perguntar: como irei definir, planejar, gerenciar e controlar o escopo (ou cronograma, custo, qualidade etc.) do projeto? Em outras palavras, você pensa antecipadamente e documenta como precisa planejar o projeto em questão com base nas necessidades, além de como gerenciar e controlar o projeto. Esse esforço de pensar antecipadamente em todo o projeto deve abranger todos os aspectos do processo de gerenciamento de projetos. Por exemplo, é necessário pensar em como serão identificados os riscos do projeto, também é preciso pensar nas pessoas envolvidas no projeto e como você irá gerenciá-las. Um plano de gerenciamento é, necessariamente, exclusivo para cada projeto a fim de satisfazer suas necessidades específicas. 34 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 O processo de planejamento possui os seguintes objetivos: 1. Determinar como você fará a parte de planejamento de todos os planos de gerenciamento. 2. Criar o escopo do projeto. 3. Determinar o que comprar. 4. Ratificar a equipe do projeto e definir todos os papéis e responsabilidades. 5. Criar Estrutura Analítica do Projeto (EAP). 6. Criar lista de atividades. 7. Estimar as necessidades de recursos. 8. Estimar o tempo e o custo. 9. Desenvolver o cronograma. 10. Obter a aprovação do Plano de Gerenciamento de Projeto. 11. Realizar reunião de início do projeto. O gerente e a equipe do projeto geram o Plano do Projeto, onde as seguintes informações ficam registradas: Identificação do projeto Parte inicial do projeto onde constam: nome do projeto, área solicitante, patrocinador, gerente e o cliente do projeto. Escopo do produto Define o trabalho necessário para fazer o produto. O escopo do produto delimita as características e funções que o produto final deve possuir. Em geral, ele é solicitado pelo cliente ou desenvolvido em conjunto com ele e registrado em um documento de requisitos do produto. Associa as característicastécnicas e operacionais, bem como as funcionalidades necessárias e suficientes para a construção do produto ou serviço a ser entregue. Finalizando, o escopo do produto responde a pergunta “Qual é o resultado final desejado?” Estrutura Analítica do Projeto (EAP) A Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é uma ferramenta utilizada por gerentes de projetos para auxiliá-los na visualização gráfica de todo o trabalho envolvido na 35 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II execução do projeto, ou seja, o escopo do projeto. Assim, atividades não constantes da EAP são consideradas fora do escopo. A quebra do projeto em elementos menores, que podem ser mais bem visualizados e entendidos, facilita os processos de planejamento, execução e controle. Com a EAP o gerente consegue visualizar mais facilmente o que tem sido feito no projeto e quais os próximos passos a serem seguidos. Além disso, ela ajuda os envolvidos no projeto a fazer estimativas, alocar pessoal adequado, acompanhar a evolução e mostrar a extensão do trabalho necessário para atingir os objetivos planejados. Por meio dessa ferramenta, uma atividade complexa é subdividida em várias tarefas menores e em tantos níveis quanto necessário/desejado para se criar tarefas facilmente mensuráveis e gerenciáveis. Fases de execução, monitoramento e controle A fase de execução, monitoramento e controle envolve a coordenação das pessoas e dos recursos, além da integração e realização das atividades do projeto de acordo com o Plano Geral do Projeto. Nesse momento, a equipe do projeto e os recursos devem estar disponíveis para a execução das atividades planejadas na fase anterior. Nessa fase é gasta a maior parte do orçamento previsto. Havendo variações de execução, o que é normal, poderá ser necessário replanejamento em determinados momentos. Essas variações podem afetar a duração das atividades, a disponibilidade dos recursos e acarretar riscos não esperados. A fase de monitoramento e controle serve para observar o andamento do projeto, de forma que problemas porventura existentes sejam identificados no momento adequado e adotadas ações corretivas, quando necessário, para controlar a execução do projeto. Tem como principal benefício acompanhar o desempenho do projeto, passando esse a ser observado e medido regularmente para identificar variações em relação ao Plano do Projeto. A execução, monitoramento e controle possui os seguintes objetivos: » executar o Plano do Projeto; » desenvolvimento da equipe; » distribuição das informações; » obtenção das propostas; » seleção dos fornecedores; » seleção de contratos; » controle integrado de alterações; 36 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 » verificar escopo e possíveis alterações; » controlar o cronograma; » controlar os custos; » relatar o desempenho do projeto; » controlar o monitoramento dos riscos; » administrar aquisições, dentre outros. Fase: encerramento Constitui a última fase da metodologia de gerenciamento de projetos, que é iniciada quando os objetivos específicos do projeto foram alcançados e o cliente aceitou todos os produtos e serviços gerados, ou quando ocorrer algum evento que determine o seu cancelamento sem a entrega de todos os produtos ou serviços. O encerramento do projeto envolve os seguintes aspectos: » confirmar se o trabalho está em conformidade com os requisitos; » terminar o encerramento das aquisições; » obter aceitação formal do produto; » terminar os relatórios finais de desempenho; » indexar e arquivar os registros; » atualizar a base de conhecimento de lições aprendidas; » entregar o produto terminado; » liberar os recursos. O processo de encerramento do ciclo de vida do projeto envolve a documentação dos resultados finais e a sua avaliação, observando-se os aspectos positivos e negativos evidenciados durante a sua execução. Todos os documentos criados no projeto finalizado e as “melhores práticas” documentadas servirão de referência para projetos futuros. Partes interessadas no projeto Partes interessadas no projeto são pessoas e organizações ativamente envolvidas no projeto ou cujos interesses podem ser afetados como resultado da execução ou do término do projeto. Eles podem também exercer influência sobre os objetivos e resultados do 37 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II projeto. A equipe de gerenciamento de projetos precisa identificar as partes interessadas, determinar suas necessidades e expectativas e, na medida do possível, gerenciar sua influência em relação aos requisitos para garantir um projeto bem-sucedido. A figura abaixo ilustra a relação entre as partes interessadas e a equipe do projeto. Figura 7. Relação entre as partes interessadas do projeto Fonte: PMBOK, 2014. As partes interessadas possuem diversos níveis de responsabilidade e de autoridade quando participam de um projeto que podem mudar durante o ciclo de vida do projeto. Sua responsabilidade e autoridade variam desde contribuições eventuais em estudos e “grupos focados” até o patrocínio total do projeto, que inclui o fornecimento de apoio financeiro e político. As partes interessadas que ignoram essa responsabilidade podem ter um impacto prejudicial nos objetivos do projeto. Da mesma forma, os gerentes de projetos que ignoram as partes interessadas podem esperar um impacto prejudicial nos resultados do projeto. Às vezes, a identificação das partes interessadas pode ser difícil. Por exemplo, algumas pessoas poderiam argumentar que um trabalhador da linha de montagem cujo emprego no futuro depende do resultado do projeto de design de um novo produto é uma parte interessada. Se uma importante parte interessada não for identificada, poderá haver grandes problemas para um projeto. Por exemplo, o reconhecimento tardio de que o departamento jurídico era uma parte interessada significativa em um projeto de atualização de software para a passagem do ano 2000 fez com que muitas tarefas de documentação adicionais fossem adicionadas aos requisitos do projeto. As partes interessadas podem ter uma influência positiva ou negativa em um projeto. Partes interessadas positivas são as que normalmente se beneficiariam de um resultado 38 UNIDADE II │ TEMÁTICA 2 bem-sucedido do projeto, enquanto partes interessadas negativas são as que enxergam resultados negativos a partir do sucesso do projeto. Por exemplo, líderes de negócios de uma comunidade que se beneficiará de um projeto de expansão industrial podem ser partes interessadas positivas porque enxergam benefícios econômicos para a comunidade a partir do sucesso do projeto. Por outro lado, grupos ambientais poderiam ser partes interessadas negativas se considerarem que o projeto prejudica o meio ambiente. No caso das partes interessadas positivas, seus interesses serão atendidos da melhor forma possível se ajudarem o projeto a ter sucesso, por exemplo, ajudando o projeto a obter as permissões necessárias para prosseguir. Os interesses das partes interessadas negativas seriam atendidos de melhor forma se impedissem o progresso do projeto exigindo análises ambientais mais abrangentes. As partes interessadas negativas são frequentemente negligenciadas pela equipe do projeto, que corre o risco de não conseguir levar seus projetos a um final bem-sucedido. As principais partes interessadas em todos os projetos incluem: » Gerente de projetos. A pessoa responsável pelo gerenciamento do projeto. » Cliente/usuário. A pessoa ou organização que utilizará o produto do projeto. Podem existir várias camadas de clientes. Por exemplo, os clientes de um novo produto farmacêutico podem incluir os médicos que o receitam, os pacientes que o utilizam e as empresas de saúde que pagam por ele. Em algumas áreas de aplicação os termos cliente e usuário são sinônimos, enquanto em outras, cliente se refere à entidade que adquire o produto do projeto e usuários são os que utilizarão diretamente o produto do projeto. » Organização executora. A empresa cujos funcionários estão mais diretamenteenvolvidos na execução do trabalho do projeto. » Membros da equipe do projeto. O grupo que está executando o trabalho do projeto. » Equipe de gerenciamento de projetos. Os membros da equipe do projeto que estão diretamente envolvidos nas atividades de gerenciamento de projetos. » Patrocinador. A pessoa ou o grupo que fornece os recursos financeiros para o projeto. » Influenciadores. Pessoas ou grupos que não estão diretamente relacionados à aquisição ou ao uso do produto do projeto, mas que, devido 39 TEMÁTICA 2 │ UNIDADE II à posição de uma pessoa na organização do cliente ou na organização executora, podem influenciar, positiva ou negativamente, no andamento do projeto. Além dessas principais partes interessadas, existem vários nomes categorias diferentes de partes interessadas no projeto, inclusive internas e externas, proprietários e investidores, fornecedores e contratadas, membros da equipe e suas famílias, agências governamentais e meios de comunicação, cidadãos comuns, grupos temporários ou permanentes de pressão e a sociedade em geral. Nomear ou agrupar as partes interessadas ajuda principalmente a identificar quais pessoas e organizações se consideram partes interessadas. As funções e responsabilidades das partes interessadas podem se sobrepor, como no caso em que uma firma de engenharia financia uma fábrica que está projetando. 40 UNIDADE III TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA CAPÍTULO 1 Gerenciamento ágil de projetos (GAP) Shenhar e Dvir (2014) apresentam as principais diferenças entre as abordagens ágil e clássica da gestão de projetos: Quadro 1. Abordagens ágil e clássica da gestão de projetos. # Clássica Ágil Metas do projeto Enfoque na finalização do projeto no tempo, custo e requisitos de qualidade. Enfoque nos resultados do negócio, atingir múltiplos critérios de sucesso. Plano do projeto Uma coleção de atividades executadas como planejado para atender à restrição tripla (tempo, custo e qualidade). Uma organização e o processo para atingir as metas esperadas e os resultados para o negócio. Planejamento Realizado uma vez no início do projeto. Realizado no início e reavaliado sempre que necessário. Abordagem gerencial Rígida, com foco no plano inicial. Flexível, variável, adaptável. Trabalho/execução Previsível, mensurável, linear, simples. Imprevisível, não mensurável, não linear, complexo. Influência organizacional Mínima, imparcial a partir do kick-off do projeto. Afeta o projeto ao longo de sua execução. Controle do projeto Identificar desvios do plano inicial e corrigir o trabalho para seguir o plano. Identificar mudanças no ambiente e ajustar o plano adequadamente. Aplicação da metodologia Aplicação genérica e igualitária em todos os projetos. Adaptação do processo, dependendo do tipo do projeto. Estilo de gerenciamento Um modelo atende a todos os tipos de projetos. Abordagem adaptativa, um único modelo não atende a todos os tipos de projetos. Fonte: Adaptado de Shenhar e Dvir, 2014. Para Highsmith (2009) GAP é um conjunto de princípios, valores e práticas que auxiliam a equipe de projetos a entregar produtos ou serviços de valor em um ambiente de projetos desafiador. Para Amaral et al. (2011, p. 21) o GAP “é uma abordagem fundamentada em um conjunto de princípios, cujo objetivo é tornar o processo de gerenciamento de projetos mais simples, flexível e iterativo, de forma a obter melhores resultados em desempenho 41 TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA │ UNIDADE III (tempo, custo e qualidade), menor esforço em gerenciamento e maiores níveis de inovação e agregação de valor ao cliente.” Highsmith (2009) sugere seis princípios que deveriam ser usados na GAP conforme a figura a seguir. Figura 8. Princípios para gestão de projetos ágeis. Fonte: Highsmith, 2009. Princípio 1 - Entregar valor ao cliente: esse princípio está relacionado à equipe que deseja entregar valor ao cliente de forma colaborativa por meio do envolvimento da equipe do projeto e seus consumidores. Ou seja, focar na inovação e adaptabilidade em vez de eficiência e otimização e concentrar-se em entregas em vez de cumprimentos de atividades. Princípio 2 – Realizar entregas iterativas baseadas em: iteração, características, espaço de tempo e incrementais. » Iteração: é necessária a construção de versões parciais do produto. Essa versão é construída por entregas curtas e prontas para serem testadas pelo cliente (iterações). » Características: significa que a equipe necessita explicitar as características do produto final do projeto ou ao menos uma representação final. » Espaço de tempo e incrementais: estão relacionados aos curtos períodos de execução durante as iterações e à expansão dessas versões. 42 UNIDADE III │ TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA Princípio 3 - Buscar excelência técnica: relacionado à evolução do aprendizado da equipe buscando excelência no desenvolvimento de produtos inovadores buscando maiores chances de sobrevivência no mercado. Princípio 4 - Encorajar a exploração: está relacionado ao gerenciamento de projeto em si. Nesse caso, é uma das funções do gerente encorajar a experimentação e o aprendizado por meios dos sucessos e fracassos ajudando os membros da equipe a compreender e melhorar a visão do projeto a ser seguida, criando um ambiente propício às inovações. Princípio 5 - Formar equipes adaptativas: é uma das principais responsabilidades do gerente de projeto que busca balancear a liberdade à responsabilidade, flexibilidade à estrutura. O gerente precisa adequar sua equipe a alcançar a visão do projeto planejado, atendendo ao escopo do projeto. Princípio 6 - Simplificar: reduzir tarefas burocráticas para simplificar o processo aumenta a interação entre as pessoas, criando um ambiente de inovação. Nessa mesma linha de análise, Amaral et al. (2011, p. 21) resume os vários princípios existentes, caracterizando o GAP em oito princípios: 1. Aplicar técnicas simples e visuais de gerenciamento (simplicidade). 2. Flexibilidade do processo para absorver mudanças no projeto. 3. Buscar a excelência técnica. 4. Agregar valor para o cliente e para a equipe do projeto. 5. Utilizar o conceito de iterações e entregas parciais. 6. Promover a autogestão e a auto-organização. 7. Encorajar a inovação e a criatividade. 8. Promover a interação e comunicação entre os membros da equipe de projeto. Boehm e Turner (2004) citam os seguintes princípios do GAP: » deve ser iterativo; » proporcionar entregas iterativas; » ter auto-organização; » ter abordagem emergente de processos, onde procedimentos e processos evoluem durante o projeto em vez de serem predeterminados no início. 43 TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA │ UNIDADE III Outros aspectos que contribuem para o sucesso da GPA em Ergonomia são o que a literatura chama de fatores críticos de sucesso (FCS). Os FCS são os elementos requeridos para criar um ambiente onde projetos são gerenciados consistentemente com excelência em sua ordem de relevância. Pinto e Slevin (1988) sugerem os seguintes FCS: Quadro 2. Fatores críticos de sucesso da GAP em Ergonomia. Fatores críticos de sucesso Descrição Definição clara da missão do projeto Definição clara de objetivos no início do projeto. Apoio da alta administração da empresa Comprometimento da alta administração em prover os recurso e poder ou autoridade necessários para o sucesso do projeto. Cronograma detalhado do projeto Especificação detalhada de todos os passos necessários para implementação do projeto. Cliente consultor Comunicação e habilidade em ouvir todas as partes envolvidas no projeto. Pessoal Recrutamento, seleção e treinamento dos recursos necessários para formar a equipe do projeto. Aspectos técnicos Disponibilidade da tecnologia, habilidades e conhecimento necessários para a realização das atividades técnicas requeridas. Resolução de problemas Habilidade em lidar com situações inesperadase desvios do plano. Monitoramento e feedback Capacidade de fornecer feedback em todos os estágios do projeto. Comunicação Criação de uma rede de contatos e fornecimento de informações a todos os atores-chave no âmbito do projeto. Aceite final do cliente Ação de “vender” e potencializar os resultados finais do projeto aos usuários finais. Fonte: adaptado de Pinto e Slevin, 1988. Outra interessante pesquisa sobre os FCS no GAP foi realizada por Almeida, Conforto e Silva (2012). Os autores revisaram estudos do mundo inteiro em GAP e sintetizaram os FCS nas seguintes categorias: Quadro 3. Fatores críticos de sucesso em projetos. Fatores críticos de sucesso – categoria organização Fatores críticos de sucesso – categoria processo » Estrutura Organizacional. » Cultura Organizacional. » Empreendedorismo. » Aprendizado Organizacional. » Ambiente de trabalho que estimule métodos ágeis. » Métodos ágeis bem aceitos. » Recompensa apropriada para métodos ágeis. » Ênfase em velocidade. » Comprometimento do time em tempo integral. » Times multifuncionais. » Competição por Recursos. » Apoio executivo forte. » Tomada de decisão descentralizada. » Capacidade de reconfiguração. » Automatização do processo. » Modularidade do processo. » Dados integrados e de fácil acesso. » Formalização do processo. » Processos em paralelo. » Integração externa. » Sistemas de suporte (CAD; CAE; ERP). » Envolvimento do cliente. » Envolvimento dos fornecedores. 44 UNIDADE III │ TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA Fatores críticos de sucesso – categoria time de projeto Fatores críticos de sucesso – categoria produto e projeto » Autogestão. » Empowerment. » Liderança. » Dedicação. » Conhecimento sobre métodos ágeis. » Experiência e expertise. » Tamanho. » Localização. » Plano de sucessão dos produtos. » Criticidade do projeto. » Clareza dos objetivos. » Complexidade do projeto. » Grau de inovação do projeto. Fonte: Almeida; Conforto; Silva, 2012. É importante que nos projetos em que você atuar, você considere os FCS relacionados. Use o check list abaixo como ponto de partida e o adapte ao seu contexto criando o seu próprio check list. O importante é ter uma lista de verificação para usar antes de iniciar o projeto de ergonomia. Por isso, use o check list abaixo no início dos projetos de ergonomia que você atuar e identifique fatores que podem afetar negativamente o andamento do projeto. Se possível tente eliminá-los antes de iniciar o projeto. Quadro 4. Check list de verificação. Check list de verificação dos projetos de ergonomia Fatores O quanto esse fator pode interferir no sucesso do projeto? Use a seguinte escala: (1) Muito pouco (2) Pouco (3) Neutro (4) Um pouco (5) Muito Definição clara da missão do projeto. (1) (2) (3) (4) (5) Apoio da alta administração da empresa. (1) (2) (3) (4) (5) Cronograma detalhado do projeto. (1) (2) (3) (4) (5) Cliente consultor. (1) (2) (3) (4) (5) Pessoal. (1) (2) (3) (4) (5) Aspectos técnicos. (1) (2) (3) (4) (5) Resolução de problemas. (1) (2) (3) (4) (5) Monitoramento e feedback. (1) (2) (3) (4) (5) Comunicação. (1) (2) (3) (4) (5) Aceite final do cliente. (1) (2) (3) (4) (5) Estrutura organizacional. (1) (2) (3) (4) (5) Cultura organizacional. (1) (2) (3) (4) (5) Empreendedorismo. (1) (2) (3) (4) (5) Aprendizado organizacional. (1) (2) (3) (4) (5) Ambiente de trabalho que estimule métodos ágeis. (1) (2) (3) (4) (5) 45 TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA │ UNIDADE III Métodos ágeis bem aceitos. (1) (2) (3) (4) (5) Recompensa apropriada para métodos ágeis. (1) (2) (3) (4) (5) Ênfase em velocidade. (1) (2) (3) (4) (5) Comprometimento do time em tempo integral. (1) (2) (3) (4) (5) Times multifuncionais. (1) (2) (3) (4) (5) Competição por recursos. (1) (2) (3) (4) (5) Apoio executivo forte. (1) (2) (3) (4) (5) Tomada de decisão descentralizada. (1) (2) (3) (4) (5) Autogestão. (1) (2) (3) (4) (5) Empowerment. (1) (2) (3) (4) (5) Liderança. (1) (2) (3) (4) (5) Dedicação. (1) (2) (3) (4) (5) Conhecimento sobre métodos ágeis. (1) (2) (3) (4) (5) Experiência e expertise. (1) (2) (3) (4) (5) Tamanho. (1) (2) (3) (4) (5) Localização. (1) (2) (3) (4) (5) Capacidade de reconfiguração. (1) (2) (3) (4) (5) Automatização do processo. (1) (2) (3) (4) (5) Modularidade do processo. (1) (2) (3) (4) (5) Dados integrados e de fácil acesso. (1) (2) (3) (4) (5) Formalização do processo. (1) (2) (3) (4) (5) Processos em paralelo. (1) (2) (3) (4) (5) Integração externa. (1) (2) (3) (4) (5) Sistemas de suporte (CAD; CAE; ERP). (1) (2) (3) (4) (5) Envolvimento do cliente . (1) (2) (3) (4) (5) Envolvimento dos fornecedores . (1) (2) (3) (4) (5) Plano de sucessão dos produtos. (1) (2) (3) (4) (5) Criticidade do projeto. (1) (2) (3) (4) (5) Clareza dos objetivos. (1) (2) (3) (4) (5) Complexidade do projeto. (1) (2) (3) (4) (5) Grau de inovação do projeto. (1) (2) (3) (4) (5) Fonte: adaptado de Almeida; Conforto; Silva, 2012. A partir das suas experiências profissionais em projetos, identifique um projeto (de pequeno, médio ou grande porte) que teve algum tipo de insucesso em alguma das etapas. Feito isso, identifique no quadro 4 os fatores relacionados que causaram esse insucesso que você identificou. Considere sempre nos seus projetos de ergonomia os FCS relacionados no check list do quadro 4. Amplie e adapte a lista de FCS conforme sua necessidade e contexto de atuação. 46 UNIDADE III │ TEMÁTICA 3 - AGILIDADE EM PROJETOS DE ERGONOMIA Como mensurar o sucesso de um projeto ágil de ergonomia? Para a maioria dos autores, prazo, custo e escopo são indicadores necessários e suficientes para medir o sucesso em um GAP. Já Kerzner (2002) sugere: » Fatores primários: indicadores de cumprimento de prazo, custo e de qualidade pré-estabelecidos com o cliente. » Fatores secundários: quando o cliente aceita formalmente a entrega final do projeto. Podemos ainda adicionar, conforme Pinto e Slevin (1988), a validade técnica, a validade organizacional e eficácia organizacional para avaliar o sucesso do projeto. Essas dimensões podem ser medidas com os seguintes fatores: » Prazo: avalia se o projeto atendeu o prazo previsto. » Custo: avalia se o projeto respeitou o orçamento aprovado. » Desempenho: avalia se o escopo solicitado foi entregue, se o produto do projeto é tecnicamente correto e se tem o desempenho pretendido inicialmente. » Uso: avalia se o produto do projeto está sendo utilizado pelo cliente. » Satisfação: avalia se o cliente está satisfeito com o produto do projeto. » Eficácia: avalia se o projeto beneficiou diretamente os usuários aumentando sua eficiência e eficácia. Após concluído e encerrado o projeto, algumas reflexões são necessárias para gerar aprendizado e a cultura de melhoria contínua e de aprendizagem em projetos ergonômicos. Use o check list abaixo como ponto de partida e o adapte ao seu contexto, criando o seu próprio check list. O importante é ter uma lista de verificação final após o projeto estar concluído e entregue ao cliente ou usuário. Quadro 5. Check list para aplicar após o encerramento do projeto. Check list para aplicar após o encerramento do projeto O projeto de ergonomia atendeu ao prazo previsto? Se sim, parabéns. Se não, quais foram as lições aprendidas? O projeto
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