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ISSN 2176-1396 PSICOMOTRICIDADE E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS ÚLTIMOS 5 ANOS Maria Teresa Martins Fávero 1 - UEM Grupo de Trabalho – Educação na infância Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo A psicomotricidade tem um importante papel no desenvolvimento de funções cognitivas e na apropriação simbólica. A literatura aponta que o perfil psicomotor está normalmente afetado em crianças com Dificuldades de Aprendizagem. Apesar do progresso dos estudos no sentido de destacar a importância da psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo na aprendizagem da leitura, da escrita e na formação da inteligência, tradicionalmente, a escola tem dado pouca importância à atividade motora das crianças. Partindo desta premissa, este estudo teve por objetivo revisar a literatura, nos últimos cinco anos, sobre a relação entre Psicomotricidade e Dificuldades de Aprendizagem (DA) na população de 6 a 12 anos. A busca de dados foi realizada em duas bases de dados (ERIC e PUBMED), na lista de referências dos artigos e por contato com autores. Foram incluídos na revisão os estudos originais que investigaram a relação entre psicomotricidade e DA nas áreas acadêmicas de matemática, leitura e escrita, publicados entre 2010 e 2015, e que incluíram indivíduos com até 12 anos de idade, sem necessidades especiais. A busca de dados rendeu 550 títulos potencialmente relevantes; destes 10 estudos atenderam os critérios de inclusão e foram revisados. Grande parte dos estudos demonstrou relações entre psicomotricidade e DA. Os resultados apontam que os aspectos da psicomotricidade que mais se relacionam com as DA são à percepção visual, coordenação motora fina, coordenação motora grossa e integração viso motora. Outro fator relevante indicado em todos os trabalhos é a necessidade de estudos de intervenção que permitam a avaliação dos resultados e o planejamento de estratégias a serem adotadas no ambiente escolar. Palavras-chave: Psicomotricidade. Dificuldades de Aprendizagem. Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. 1 Discente do Curso de Doutoramento em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicopedagogia, Aprendizagem e Cultura – GEPAC/UEM, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Educação – PPE/UEM. Professora de Educação Física Infantil do Curso de Educação Física da UNESPAR/FAFIPA. Coordenadora do Curso de Educação Física da UNESPAR/FAFIPA. E-mail:leomate@uol.com.br mailto:leomate@uol.com.br 9017 Introdução O importante papel da motricidade no desenvolvimento de funções cognitivas foi apontado primeiramente por Piaget (1952). O autor considera a ação psicomotora uma precursora do pensamento representativo e do desenvolvimento cognitivo. Nessa perspectiva a criança deve agir sobre o meio através de atividades motoras, visuais, táteis e auditivas. A formação de conceitos psicomotores (pré-simbólicos) não acontece pela padronização das ações, mas sim: pela experiência, complexidade, diversidade e variabilidade de ações (PIAGET, 1977). Apesar do progresso dos estudos no sentido de destacar a importância da psicomotricidade no desenvolvimento cognitivo, na aprendizagem da leitura e da escrita e na formação da inteligência, tradicionalmente, a escola tem dado pouca importância à atividade motora das crianças. No estudo sobre Dificuldades de Aprendizagem a literatura destaca dois principais perfis. O primeiro, cujo enfoque é mais clínico, está relacionado a problemas em habilidades acadêmicas, manifestado principalmente sob a forma de dificuldades de linguagem e aritmética (discalculia, disgrafia, dislexia). No segundo perfil, os principais problemas dizem respeito a aspectos não verbais. Crianças inábeis, com dificuldades na aquisição de movimento motor complexo, baixa coordenação, falta de equilíbrio e controle postural, diminuição do tônus muscular e pouca coordenação motora fina. (BONIFACCI, 2004). Do ponto de vista cognitivo, este grupo é descrito como tendo dificuldades aritméticas, problemas em componentes motores da escrita e em resolver problemas que envolva aspectos espaciais (ROURKE, 1987), resultando em possíveis dificuldades linguísticas no domínio produtivo. Diferentes definições vêm sendo utilizadas para nomear este perfil, tais como falta de jeito, dificuldade psicomotora, dispraxia, inaptidão, disfunção cerebral mínima e TDC (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação). Pesquisas nacionais e internacionais mostram uma relação clara entre Dificuldades de Aprendizagem e desempenho psicomotor, um relacionamento que se torna mais forte quando a Dificuldade de Aprendizagem é acompanhada por um transtorno do desenvolvimento ou comorbidade (DEWEY; WILSON; CRAWFORD; KAPLAN, 2000; FAWCETT; NICOLSON, 1995; KAPLAN; DEWEY; CRAWFORD; WILSON, 2001 ; FÁVERO; CALSA, 2003; PIEK; DYCK; FRANCIS; CONWELL, 2007; CAPELLINI, et 9018 al, 2010; MEDINA-PAPST; MARQUES, 2010; FIN; BARRETO, 2010; SILVA; BELTRAME, 2011; PINHO, 2013) Compreender as relações entre Psicomotricidade e Dificuldades de Aprendizagem é um fator relevante para se pensar a utilização da psicomotricidade na construção do conhecimento simbólico, deixando de lado a dissociação corpo-mente, e a fragmentação do desenvolvimento da criança em cognitivo, lingüístico e motor. Uma revisão sobre Psicomotricidade e Dificuldades de Aprendizagem permitirá uma melhor compreensão sobre o assunto, além de indicar lacunas na literatura que apontem o sentido para novas pesquisas. Com base nessas premissas, o presente artigo tem como objetivo revisar a literatura, nos últimos cinco anos, sobre as relações entre Psicomotricidade e Dificuldades de Aprendizagem em Escrita em crianças. Metodologia Estratégia de busca A Estratégia de busca para a identificação dos artigos relevantes para esta revisão foi feita por meio de busca em duas bases de dados eletrônicas: MEDLINE/Pubmed, e ERIC. A busca de artigos se limitou ao período de 2010 a 2015, levando em consideração artigos publicados em inglês. Foram utilizados descritores caracterizando componentes da DA (Learning Disorders, Learning Disabilities, Difficulties, Handwriting, Scholastic Skills e Development Disorders) em combinação com o descritor Psicomotricidade (Psychomotor Performance, Visual Perception, Motor Skills, Visual Motor Coordination, Psychomotor Performance, Sensory Motor Learning, Psychomotor Skills, Perceptual Motor Learning, Coordination, Perceptual Motor, Motor Development, Perceptual Motor Learning, Perceptual Development e Perceptual Motor Coordination) e da população estudada (Child, children, students, Young Children e Elementary School Children), As buscas de estudos foram realizadas com descritores em língua inglesa. Foram realizadas combinações entre os descritores mediante a utilização dos operadores booleanos “AND” e “OR”. Optou-se por não incluir teses, dissertações e monografias, visto que a realização de uma busca sistemática das mesmas seria inviável logisticamente. Todos os processos de seleção de artigos foram realizados por pares e, caso houvesse discordância entre os avaliadores sobre os critérios de inclusão e exclusão, era então feita uma discussão específica sobre o artigo em questão até um consenso final. Uma análise 9019 inicial foi realizada com base nos títulos dos manuscritos; em seguida, outra avaliação foi realizada nos resumos de todos os artigos que preenchiam os critérios de inclusão ou que não permitiam haver certeza de que deveriam ser excluídos. Após análise dos resumos, todos os artigos selecionados foram obtidos na íntegra e posteriormente examinados de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Também foi realizada uma busca manual em listas de referências dos artigos selecionados.Critérios de inclusão e exclusão Foram considerados os seguintes critérios de inclusão: (i) artigos originais publicados em periódicos peer-reviewed com objetivo de verificar as relações entre DA e aspectos da Psicomotricidade; (ii) estudos publicados entre julho de 2010 e julho de 2015 e (iii) amostras com indivíduos de idade igual ou inferior a 12 anos, ou com média de idade nessa faixa etária. Estudos de intervenção, transversais e longitudinais foram considerados na referida revisão. Foram considerados os seguintes critérios de exclusão: (i) relacionar transtornos e deficiências sensoriais com psicomotricidade e (ii) não ter como desfecho as relações entre Dificuldades de Aprendizagem e aspectos da Psicomotricidade. Extração dos dados Para os estudos incluídos na presente revisão, os seguintes dados foram extraídos: país e local do estudo, objetivo do estudo, tipo e tamanho da amostra, idade dos participantes e os principais resultados. Os artigos foram organizados em ordem cronológica considerando o ano de publicação do estudo (TABELA 1). Resultados A Figura 1 apresenta o fluxograma descrevendo o processo de busca e seleção dos estudos. Foram identificados 550 artigos relevantes para esta revisão. Após a análise dos títulos, 74 estudos foram selecionados para leitura dos resumos. A leitura dos resumos resultou numa seleção de 19 trabalhos considerados relevantes e selecionados para leitura do texto na íntegra. Destes, 9 estudos (47,3%) foram excluídos por não apresentaram associações entre dificuldades de aprendizagem e psicomotricidade como desfecho, privilegiando aspectos como memória visual, perfil cognitivo, aprendizagem motora, etc. 9020 Portanto, a busca eletrônica gerou onze (10) estudos relevantes para essa revisão sistemática. Figura 1: Fluxograma de busca e seleção dos estudos na presente revisão Fonte: Elaborado pela autora, 2015 550 referências encontradas MEDLINE/Pubmed – 247 ERIC– 303 ERIC – 723 LILACS - 4 476 referências excluídas 74 referências selecionadas para a leitura dos resumos 19 referências selecionadas para a leitura dos textos completos 55 referências excluídas 9 referências excluídas por não apresentaram associações entre DA em escrita e psicomotricidade como desfecho 10 estudos foram selecionados 9021 Quadro 1: Estudos incluídos na revisão sistemática sobre a relação entre Dificuldades de Aprendizagem (DA) e Psicomotricidade. Título/Autor (es) Ano Objetivo Amostra; Idade Principais achados Educational Gymnastics: The Effectiveness of Montessori Practical Life Activities in Developing Fine Motor Skills in Kindergartners (Punum Bhatiaa, Alan Davisb & Ellen Shamas- Brandtc) 2015 Analisar o efeito da prática baseada na Ginástica educacional (Montessori) sobre o desenvolvimento motor fino de crianças pequenas . 100 crianças (50 do GC e 50 no GE) entre 4 e 5 anos de idade. Sobre a relação entre desenvolvimento motor e cognitivo, os resultados apontam a necessidade de uma abordagem equilibrada para a primeira infância e sustentam a importância da atividade física e do desenvolvimento motor fino em conjunto com habilidades cognitivas Effects of a Sport Stacking Intervention on Second-Grade Students (Yuhua Li, Diane Coleman, Mary Ransdell, Lyndsie Coleman, Carol Irwin) 2014 Examinar os efeitos de uma intervenção (esporte de empilhamento) sobre a coordenação olho-mão, tempo de reação e habilidades de escrita manual 83 crianças com média de idade de 7.65 (± 0,55 anos). 41 no CG e 42 no GE. Os resultados não foram conclusivos. No entanto, houve uma tendência para melhorias significativas no grupo experimental sobre o grupo de controle. Foram observadas melhorias na habilidade de escrita e no comportamento em sala de aula. A longitudinal study on gross motor development in children with learning disorders (Marieke Westendorp, Esther Hartman, Suzanne Houwen, Joanne Smith, Chris Visscher, Mombarg,) 2014 Traçar a trajetória de desenvolvimento de habilidades motoras em crianças com Dificuldades de Aprendizagem e comparar os resultados com crianças com desenvolvimento típico 56 crianças com DA e 253 com desenvolvimento típico. A faixa etária das crianças foi 7-11 anos (idade média de 9,5 anos As comparações entre os grupos mostraram que as crianças com DA pontuaram mais baixo do que as crianças com desenvolvimento típico em todas as idades, exceto aos sete anos. O estudo enfatiza a importância de fornecer intervenções para crianças com DA para ajudá-las a desenvolver e manter níveis adequados de proficiência motora grossa. As habilidades motoras e habilidades cognitivas estão relacionadas, a detecção precoce de problemas de habilidade motora é recomendada e pode ser útil na identificação de problemas com desempenho escolar tardio. Associations Between Low-Income Children's Fine Motor Skills in Preschool and Academic Performance in Second Grade (Laura Dinehart e Louis Manfra) 2013 Examinar as habilidades motoras finas de crianças da pré escola economicamente desfavorecidas e prever o desempenho acadêmico na segunda série. 3234 crianças. matriculadas em 2004 e , em 2007. A Idade média das crianças foi de 62,5 meses no momento da avaliação pré- escolar. Há crescente evidência de que as habilidades motoras finas têm um efeito significativo sobre a realização acadêmica mais tarde. Os resultados sugerem que as habilidades motoras finas, e as habilidades de escrita motora fina, devem ser incluídas no currículo de educação precoce. No geral, o estudo sugere que as habilidades motoras finas, a escrita motora devem ser consideradas um indicador valioso de prontidão escolar. Além de aumentar a literatura que mostra uma ligação entre as primeiras habilidades motoras finas e realização acadêmica mais tarde, o presente estudo estabelece as bases para futuras pesquisas para explorar como a Aprendizagem Motora pode contribuir coma realização acadêmicas nas séries posteriores. Identifying Subtypes Among Children With Developmental Coordination Disorder and Mathematical Learning Disabilities, Using Model-Based Clustering (Stefanie Pieters, Herbert Roeyers, Yves Rosseel, Hilde Van Waelvelde e Annemie Desoete) 2013 Investigar as habilidades de leitura e escrita de crianças com MLD, com DCD, e com DCD e MLD e em crianças com desenvolvimento típico. Quatro grupos de crianças com idade entre 7 e 12 anos. 73 crianças com MLD, 102 crianças com DCD, 99 crianças com comorbidade MLD e DCD e 136 crianças com desenvolvimento tipico, sem problemas matemáticos ou a motor. Nossa pesquisa sugere comorbidade significativa entre dificuldades motoras e (especialmente) semânticas e dificuldades matemáticas, mas isso não significa que todas as crianças com dificuldades motoras devem ter dificuldades matemáticas, ou vice-versa. É importante que educadores e clínicos verifiquem se há problemas adicionais (leitura, ortografia, habilidades motoras, habilidades de integração visual-motor, e escrita) em crianças que demonstram qualquer tipo de dificuldade. Behind mathematical learning disabilities: What about visual perception and motor skills? (Stefanie Pieters, Annemie Desoete, Herbert Roeyers, Ruth Vanderswalmen, Hilde Van Waelvelde) 2012a Investigar se crianças com Dificuldades de Aprendizagem Matemáticas tem problemas nos domínios da percepção visual, habilidades motoras E integração visual-motora, em comparação com crianças controle. Quatro grupos de crianças com idade entre 7 e 9 anos participaram deste estudo: 39 crianças com MLD e 106 controles com desenvolvimento típico pertencentes a três grupos de controle de três idades diferentes.Crianças com MLD apresentam realizações significativamente piores na percepção visual, coordenação motora e Integração visual-motora em comparação com seus pares da mesma idade. Foram encontrados atrasos de desenvolvimento leve (para a percepção visual, visual-motora Integração e de coordenação motora), bem como uma grave atraso no desenvolvimento (para habilidades motoras) em crianças com MLD. 9022 Mathematical problems in children with developmental coordination disorder (Stefanie Pieters, Annemie Desoete, Hilde Van Waelvelde, Ruth Vanderswalmen, Herbert Roeyers) 2012b Investigar se (a) crianças com TDC são heterogêneas ou apresentam As diferenças individuais, além das Diferenças existentes entre os grupos. Quarenta e três crianças de 9 anos de idade com TDC participaram deste estudo Os resultados revelaram que as crianças com TDC são um grupo bastante heterogêneo quanto à sua competência matemática. Problemas com a matemática podem ocorrer em algumas, mas não em todas as crianças com TDC. No entanto, a maioria das crianças com TDC tem problemas matemáticos. The relationship between gross motor skills and academic achievement in children with learning disabilities (Marieke Westendorp, Esther Hartman, Suzanne Houwen, Joanne Smith, Chris Visscher) 2011 Investigar em Crianças com Dificuldades de Aprendizagem Específicas se as relações entre os diferentes subgrupos de habilidades motoras e os diferentes domínios de desempenho acadêmico (ou seja, leitura, ortografia e matemática) poderia ser estabelecida. 104 crianças com DA e 104 crianças com desenvolvimento típico. Idade média de 10,1 anos Assim como crianças com DA são um grupo heterogêneo no desempenho acadêmico (ou seja,diferentes níveis de desempenho em leitura, escrita e matemática), eles mostram também uma variedade de desempenho motor; Os resultados sobre a relação entre habilidades motoras e desempenho escolar em crianças com DA mostrou uma clara relação entre as habilidades de leitura e locomotoras: quanto maior a defasagem de aprendizagem na leitura tanto mais pobre é o desempenho locomotor. Crianças com idade escolar primária com DA apresentam um desempenho pior do que crianças com desenvolvimento típico em habilidades motoras grossas. Correlações significativas foram obtidas entre leitura e habilidades locomotoras, ortografia e habilidades locomotoras, e gênero e habilidades locomotoras. Associations Between Academic and Motor Performance in a Heterogeneous Sample of Children With Learning Disabilities (Pieter Jelle Vuijk, Esther Hartman, Remo Mombarg, Erik Scherder e Chris Visscher) 2011 Investigar se as relações entre o desempenho do motor e Dificuldades de Aprendizagem Específicas com ou sem desenvolvimento de comorbidades. 137 crianças com DA. Faixa etária de 7 a 12 anos (média de idade = 10,7 anos) Crianças com DA tem mais problemas com destreza manual, 52,6% apresentaram habilidades motoras abaixo da média, e 38,0% apresentaram problemas motores definitivos. A correlação dos testes de leitura, ortografia e realizações matemáticas com as pontuações MABC, renderam efeitos significativos para a ortografia e matemática. A subescala de destreza manual produziu uma correlação significativa com a ortografia, a subescala de habilidades com bola com a leitura, e a subescala de equilíbrio com a matemática. As associações entre o desempenho motor e DAs específicas relatados em pesquisas anteriores de grupos de estudo mais homogêneos também foram evidentes em nossa amostra heterogênea. Este achado sugere que, pelo menos em partes isso explica as altas comorbidades em crianças com problemas de movimento. Reading and writing performances of children 7–8 years of age with developmental coordination disorder in Taiwan (Hsiang-Chun Cheng, Jenn-Yeu Chen, Chia- Liang Tsai, Miau-Lin Shen e Rong-Ju Cherng 2011 Analisar o desempenho de leitura e escrita de crianças com TDC (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação) 37 crianças com Dificuldades Motoras e 93 crianças com Desenvolvimento Típico. Crianças com Dificuldades Motoras tinha em média 7,8 anos (± 0,6 anos) e crianças com Desenvolvimento Típico tinham em média 8.0 anos (± 0,7 anos). As crianças com Dificuldades Motoras tiveram escores significativamente mais baixos na composição escrita do que as crianças com desenvolvimento típico. O desempenho de escrita é mais pobres nas crianças com Dificuldades motoras do que nas crianças com desenvolvimento típico Não encontramos nenhuma diferença no desempenho de leitura entre crianças com dificuldades motoras e com desenvolvimento típico. O DCD tende a ser associado com as dificuldades de escrita em Inglês e Chinês. Fonte: Elaborado pela autora, 2015 9023 Discussão A tabela 1 descreve as principais características e os resultados dos estudos revisados. Foram encontrados dez estudos, seis na Europa (WESTENDORP et al, 2014 PIETERS et al, 2013; PIETERS et al, 2012a; PIETERS et al, 2012b; WESTENDORP et al, 2011 e VUJIK et al, 2011); três nos Estados Unidos (BHATIA; DAVIS; SHAMAS-BRANDT, 2015; YUHUA LI et al 2014; DINEHART; MANFRA, 2013) e um em Taiwan (CHENG et al, 2011). A maioria dos estudos (WESTENDORP et al, 2014; PIETERS et al, 2013; PIETERS et al, 2012a; PIETERS et al, 2012b; WESTENDORP et al, 2011 e VUJIK et al, 2011), mesmo os excluídos da leitura final por não apresentarem desfechos envolvendo DA e Psicomotricidade, foram realizados em países europeus, talvez em função da importância atribuída ao aspecto psicomotor na educação desses países. Os estudos tiveram suas amostras formadas por crianças entre 6 e 12 anos de idade. Isso se justifica em função de ser a idade ideal para se estimular ou intervir no desenvolvimento psicomotor. De acordo com Bueno (1998) o desenvolvimento psicomotor acontece num processo conjunto em todos os aspectos (motor, intelectual, emocional e expressivo), sendo mais expressivo em duas fases: primeira infância (0 a 3 anos) e Segunda infância (4 a 7 anos), estando completo em termos maturacionais por volta dos 8 anos de idade. Para a avaliação do desenvolvimento psicomotor a maioria dos estudos (60%) utilizou o Movement Assessment Battery for Children (MABC). A Bateria de Avaliação de Movimento para Crianças é composta por dois testes distintos e complementares. Um é constituído de uma bateria de testes motores (MABC Teste) e o outro é um questionário na forma de uma lista de checagem (MABC Checklist) aplicado para detectar dificuldades motoras em crianças de 4 a 16 anos. Relações entre Psicomotricidade e Dificuldades de Aprendizagem Todos os estudos analisados concordam em afirmar que é aceito que as crianças com Dificuldade de Aprendizagem têm menor desempenho para habilidades motoras em relação a crianças de Desenvolvimento Típico (BHATIA; DAVIS; SHAMAS-BRANDT, 2015; YUHUA LI et al 2014; DINEHART; MANFRA, 2013; WESTENDORP et al, 2014; mailto:yuhuali@memphis.edu mailto:yuhuali@memphis.edu mailto:yuhuali@memphis.edu 9024 PIETERS et al, 2013; PIETERS et al, 2012a; PIETERS et al, 2012b; WESTENDORP et al, 2011 e VUJIK et al, 2011; CHENG et al, 2011). A pesquisa realizada por Bhatia, Davis e Shamas-Brandt (2015) destaca duas vertentes atuais de pesquisa em apoio ao desenvolvimento da primeira infância com interesse no desenvolvimento motor fino e na relação entre o desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo e desempenho escolar. A primeira vertente se destaca apresentando estudos longitudinaisque mostram que as habilidades motoras finas no jardim de infância são preditivos de desempenho acadêmico subsequente na alfabetização e matemática. A segunda vertente de investigação, por meio da utilização de imagens cerebrais sugere que a maioria das atividades que desenvolvem ou exigem habilidades cognitivas também envolvem o uso de habilidades motoras finas, e embora funções motoras e cognitivas finas sejam processadas em diferentes partes do cérebro, estas funções são desenvolvidas de forma coordenada e são ativadas em conjunto ao executar uma ampla gama de tarefas. Analisando os estudos desenvolvidos por ambas as vertentes, bem como os resultados da Ginástica Educacional, proposta pelo Método Montessori os autores enfatizam e recomendam a interação recíproca dos aspectos cognitivos e motores. As conclusões defendem uma abordagem equilibrada para a educação infantil que mantém a importância da atividade física e do desenvolvimento motor fino em conjunto com o desenvolvimentos das habilidades cognitivas (BHATIA; DAVIS; SHAMAS-BRANDT, 2015). Ainda investigando esta linha de pesquisa, o estudo desenvolvido por Dinehart e Manfra (2013) indica que as habilidades motoras finas são preditores significativos de conquista acadêmica mais tarde, corroborando com os achados de Bhatia, Davis e Shamas- Brandt (2015) e de outros autores (GRISSMER et al, 2010;. LUO; JOSE; HUNTSINGER; PIGOTT, de 2007). As Habilidades motoras finas podem ser definidas como movimentos dos pequenos músculos (aqueles dos dedos). Investigadores que examinam a capacidade motora fina têm historicamente utilizado vários termos para defini-la, como por exemplo, integração visual- motora ou habilidade perceptivo-motor, refletindo o fato de que o desempenho motor bem sucedido requer uma boa percepção visual e habilidade motora, bem como a integração dos dois (DINEHART; MANFRA, 2013). Os resultados encontrados por Dinehart e Manfra (2013) afirmam que as crianças com habilidade grafomotoras mais fortes na pré-escola apresentaram melhor desempenho 9025 acadêmico na segunda série, isto porque elas já tinham formado ou eram mais propensas a formar modelos internos de símbolos que fornecem a base para as disciplinas acadêmicas. Embora as habilidades motoras de manipulação sejam essenciais para a execução de força e controle adequado da braço, mão e dedos, para a realização da escrita, as tarefas grafomotoras devem ser consideradas um conjunto de vários processos cognitivos e neuromotores. As atividades motoras da pré-escola devem incluir tarefas de destreza manual, como dobrar o papel, construir com blocos, pintar, etc. apesar de estas atividades muitas vezes serem vistas como não-acadêmicas. No entanto, o estudo conclui que dada a sua associação significativa com a realização de matemática, as tarefas de manipulação motora podem ser uma janela para as primeiras experiências infantis nas habilidades de compreensão espacial. A conclusão de que Crianças com idade escolar primária com DA apresentam um desempenho pior do que crianças com desenvolvimento típico em habilidades motoras grossas, habilidades motoras finas e habilidades de controle de objetos foi apresentada em vários estudos (WESTENDORP et al, 2014; WESTENDORP et al, 2011; VUJIK et al, 2011; CHENG et al, 2011; CHANG & YU, 2009). O estudo de Pieters et al (2013) Investigou as habilidades de leitura e escrita de crianças em combinação com Dificuldades Matemáticas, com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) e com Dificuldades Matemáticas e de Coordenação concomitantemente. O “Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação” (TDC) fo i formalizado na terceira edição do DSM e revisado na quarta edição e quinta edição (DSM-IV e DSM-V), nominado anteriormente como: distúrbio perceptual motor, síndrome da criança desajeitada, apraxia do desenvolvimento, dispraxia do desenvolvimento, e dificuldades psicomotora, o TDC compreende variadas dificuldades que afetam a capacidade do indivíduo em aprender e realizar habilidades motoras coordenadas. Visser (2003) analisou vários estudos realizados com crianças com TDC e concluiu que, apesar dos resultados diversos , existe um subtipo comum, caracterizado por problemas sensório-motoras generalizados. Este subtipo geralmente apresenta um prejuízo global em todos os domínios motores relacionados medidos, e comorbidade com dificuldades de aprendizagem. Adotando esta linha de pesquisa, o estudo de Pieters et al (2013) concluiu que há uma significativa comorbidade entre dificuldades motoras e dificuldades matemáticas. Porem, os autores ressaltam que isso não significa que todas as crianças com dificuldades motoras devem ter dificuldades matemáticas, ou vice-versa. 9026 Em estudos anteriores (PIETERS et al, 2012a; PIETERS et al, 2012b) já haviam descrito que crianças com Dificuldades de Aprendizagem Matemática (DAM) têm significativamente mais problemas de percepção visual, de integração viso-motora e coordenação motora em comparação a crianças com desenvolvimento típico. Os dados destes estudos revelam que crianças com TDC são um grupo bastante heterogêneo quanto à aprendizagem da matemática. Portanto, problemas com a matemática podem ocorrer em algumas, mas não em todas as crianças com TDC. No entanto, a maioria das crianças com TDC tem problemas matemáticos. Os autores enfatizam que a co-morbidade se apresenta mais como uma regra do que como uma exceção e isso sugere que uma avaliação diagnóstica multidisciplinar deve também incluir uma avaliação matemática e psicomotora. As crianças que têm grandes problemas em habilidades acadêmicas são crianças com Dificuldades de Aprendizagem (DA). Estas crianças têm déficits em um ou mais domínios de desempenho acadêmico, tais como distúrbios de leitura, distúrbios matemáticos, e / ou distúrbios de expressão escrita (American Psychiatric Association, 2000). De acordo com a literatura as habilidades de coordenação motora grossa é a base para a aprendizagem de habilidades academicas (SON; MEISELS, 2006; VIHOLAINEN et al, 2006). Nesse sentido, Westendorp et al, (2011) consideraram importante investigar as relações específicas entre os diferentes subconjuntos de habilidades motoras grossa (ou seja, habilidades motoras e habilidades de controle de objeto) e os diferentes domínios da desempenho acadêmico (ou seja, leitura, ortografia e matemática) em crianças com DA em vez de uma relação geral entre DA e desempenho do motor. Os resultados mostraram que o grupo de crianças com DA, comparado ao grupo de crianças sem DA, obteve pontuações significativamente mais baixas (refletindo a menor performance) em ambos os subtestes (teste de habilidade motora grossa, subdividido em habilidades locomotoras (correr, galopar, saltar, pular) e habilidades de controle de objeto (agarrar com as duas mãos, apanhar, chutar, jogar) em comparação com o grupo controle, com tamanhos de efeito sendo de moderado a grande. Correlações significativas foram obtidas entre ortografia e habilidades locomotoras (WESTENDORP et al, 2011) Após demonstrar que crianças em idade escolar primária com DA tem habilidades motoras inferiores em comparação com seus pares com desenvolvimento típico (WESTENDORP et al, 2011; WESTENDORP et al, 2013) , Westendorp et al, (2014) averiguaram o desenvolvimento motor grosso de crianças com DA durante os anos do ensino fundamental, buscando centrar-se na trajetória de desenvolvimento das habilidades motoras 9027 grossas (habilidades locomotoras e habilidades com a bola). Partiram do pressuposto que crianças com DA apresentavam um desempenho inferior na habilidade motora grossa em relação a crianças com desenvolvimento típico, e que esta diferença entre os grupos poderia tornar-se maior com a idade. O estudo foi conclusivo ao afirmar que crianças com DA desenvolvem suas habilidades com a bola no finaldo período de ensino fundamental em comparação com seus pares com desenvolvimento típico. No entanto, no final do período de ensino fundamental, ainda há uma lacuna entre os dois grupos de crianças de pelo menos três anos. O estudo conduzido por Vujik et al (2011) investigou o desenvolvimento psicomotor nas DA quando esta vem acompanhada de uma comorbidade. Os resultados indicaram que ortografia e matemática apresentaram relações significativas com as pontuações obtidas pelas crianças no Movement Assessment Battery for Children (MABC-2) (HENDERSON; SUGDEN, 2007). Os resultados mostraram ainda associações entre o desempenho psicomotor e DAs específicas em uma amostra heterogênea. Este achado sugere que, pelo menos em parte, uma teoria que explique as altas comorbidades em crianças com problemas de movimento realmente exista, ou seja, a associação entre o TDAH, a dislexia e os distúrbios psicomotores deve ser melhor investigada. Na verdade, os testes do Movement Assessment Battery for Children (MABC -2) revelaram que a proporção de crianças com problemas motores na educação especial é significativamente mais elevada do que a encontrada na população normal. O estudo realizado em Tawain (CHENG et al , 2011) objetivou analisar o desempenho da leitura e escrita de crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e compará-los com as crianças de desenvolvimento típico. Os autores observaram que o desempenho da escrita se mostrou mais pobre nas crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação do que nas crianças com desenvolvimento típico. O fraco desempenho da escrita das crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação pode ser atribuído à sua dificuldade motora. A pesquisa realizada por Yuhua Li e colaboradores (2014) foi o único estudo de intervenção encontrado pela presente revisão. O objetivo foi verificar o efeito de uma Intervenção de 14 semanas com estudantes da segunda série sobre a qualidade e velocidade da escrita. Os resultados não foram conclusivos, apenas indicaram que o grupo experimental demonstrou uma maior melhoria na velocidade de escrita do que o controle no pós- teste, mantendo a formação da letra correta igualmente bem entre os dois grupos. mailto:yuhuali@memphis.edu 9028 Os autores dos estudos indicados nesta revisão são unânimes em concluir sobre a necessidade de estudos intervencionais. Como afirma Westendorp et al (2013), estudos que investiguem os efeitos positivos da intervenções psicomotoras sobre o funcionamento cognitivo são limitados. Além dos autores citados nesta revisão, outros pesquisadores são unânimes em apontar a necessidade de estudos de intervenção controlados para determinar os efeitos do desenvolvimento de habilidade motora fina intencional sobre o desempenho motor e desempenho acadêmico subsequente (BROWN, 2010; GRISSMER et al., 2010; RULE; STEWART, 2002). Pesquisas futuras devem decidir se as crianças que foram identificadas precocemente, como estando em risco de desenvolver dificuldades de aprendizagem poderiam se beneficiar de uma intervenção motora pontual e segmentada (VUJIK et al, 2011). Limitações do estudo O trabalho aqui apresentado possui algumas limitações que devem ser destacadas. A busca eletrônica foi limitada aos estudos publicados entre 2010 e 2015, havendo uma possibilidade de que alguns estudos relevantes tenham sido publicados anteriormente a essa período e não tenham sido incluídos na presente revisão. A busca de estudos também foi limitada à literatura peer-reviewed, não sendo incluídos dados não- publicados, teses, dissertações e posicionamentos de instituições. Adicionalmente, os principais estudos originais estão publicados na literatura peer-reviewed. Portanto, acredita-se que os principais estudos que analisaram a associação entre Dificuldades de Aprendizagem e Dificuldades Psicomotoras publicados entre 2010 e 2015, estão sumarizados nessa revisão Considerações Finais A presente revisão fornece suporte para uma associação entre Dificuldades de Aprendizagem e Dificuldades Psicomotoras. Contudo, os problemas psicomotores não podem ser apontados como a causa para tais dificuldades. As Dificuldades de Aprendizagem são multifatoriais, portanto, as dificuldades psicomotoras são apenas uma das características da criança com DA. A literatura sobre a relação entre Dificuldades de Aprendizagem e Psicomotricidade em crianças é composta basicamente por estudos transversais. É aceito que existe uma relação entre a capacidade motora e desenvolvimento cognitivo. A pesquisa mostrou que capacidades https://translate.googleusercontent.com/translate_f#15 https://translate.googleusercontent.com/translate_f#15 https://translate.googleusercontent.com/translate_f#16 9029 motoras bem desenvolvidas podem facilitar funcionamento cognitivo infantil e mais especificamente suas habilidades acadêmicas em leitura, linguagem e matemática. Em relação aos achados, é importante destacar que as habilidades motoras finas (sejam elas grafomotoras ou de conteúdo não acadêmico) realizadas na pré escola são preditores significativos de desempenho acadêmico mais tarde (BHATIA; DAVIS; SHAMAS- BRANDT, 2015; DINEHART; MANFRA, 2013; GRISSMER et al, 2010). Essas habilidades ou tarefas são consideradas resultado de um conjunto de processos cognitivos e neuromotores que incluem a percepção visual-espacial, a discriminação viso espacial, a recuperação visual, e a discriminação de orientação. Os estudos evidenciaram que crianças com Dificuldades de Aprendizagem Matemática têm baixa percepção visual, baixa coordenação motora e de integração viso motora (PIETERS et al, 2013, PIETERS et al, 2012a, PIETERS et al, 2012b). Além destes aspectos, crianças com TDC são caracterizadas por déficits na percepção visual. Os déficits na percepção visual podem afetar sua capacidade de perceber a forma, o tamanho e a orientação do objeto. Portanto, eles podem ter dificuldades em aprender letras impressas e palavras. Tomados em conjunto, os resultados discutidos mostram um relação clara entre DA e desempenho motor, um relacionamento que se torna mais forte quando a DA é acompanhada por um transtorno do desenvolvimento/comorbidade. Por fim, os estudos concluem que as habilidades motoras e habilidades cognitivas estão relacionadas e a detecção precoce de problemas de habilidade motora é recomendado e pode ser útil na identificação de problemas com o desempenho escolar posterior. As evidências da associação entre os fatores analisados reforçam que a promoção de Intervenções pode ser benéfica para a população em questão. Apesar destas conclusões, o conhecimento de que intervir sobre as Dificuldades de Aprendizagem em Escrita pode parecer mais complexo do que geralmente se aborda na literatura é um fato incontestável. REFERÊNCIAS AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2002. BHATIA, Punum; Davis, Alan; SHAMAS-BRANDT, Ellen. Educational Gymnastics: The Effectiveness of Montessori Practical Life Activities in Developing Fine Motor Skills in Kindergartners, Early Education and Development, 26:4, 594-607, 2015. 9030 BONIFACCI, Paola. Children with low motor ability have lower visual-motor integration ability but unaffected perceptual skills. Human Movement Science, 23, 157–168, 2004. BROWN, Carol. G. Improving fine motor skills in young children: An intervention study. 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