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A contração muscular depende da integridade do SNC, do nervo motor, da junção neuromuscular, dos mecanismos contráteis e do metabolismo energético. A deficiência de um desses sistemas pode levar ao estado de fadiga. A fadiga ocorre por trabalho ou exercício físico em exaustão e com isso o músculo fica incapaz de sustentar a força máxima de contração, mesmo na presença de estímulos. Ocorre sensação geral de cansaço acompanhado de decréscimo no desempenho muscular, além de incapacidade em manter uma produção de potência esperada. ✓ A fadiga tem como função proteger o músculo de lesões. A fadiga experimentada por um indivíduo durante o exercício físico resulta de uma interação complexa entre fatores centrais e periféricos. alterações metabólicas no próprio músculo e danos musculares. No início e durante os exercícios de longa duração, predomina a fadiga central, mas após o exercício entram em ação os fatores periféricos da fadiga, que envolvem alterações estruturais e metabólicas do músculo, como a depleção de glicogênio. A fadiga central também envolve alterações nas concentrações de neurotransmissores como a serotonina, dopamina e norepinefrina, provocadas por modificações metabólicas durante o exercício. O exercício aumenta a concentração de triptofano no cérebro, que predispõe a maior síntese e liberação de serotonina. Uma vez que a serotonina está relacionada com sono e relaxamento, o aumento do seu conteúdo pode provocar fadiga central, causando letargia e redução no recrutamento das unidades motoras. ✓ Redução na liberação ou síntese de ACh; ✓ Hiperatividade da enzima Acetilcolinesterase; ✓ Inibição da atividade da Colina-Acetiltransferase; ✓ Aumento do limiar de excitabilidade da membrana da fibra muscular; ✓ Presença de substância que competem cm ACh pelos receptores da membrana da fibra muscular; ✓ Efluxo de potássio do espaço intracelular da fibra (menor potencial de membrana). Depleção de fosfocreatina (PCr): a fadiga provocada por repetidas contrações musculares máximas coincide com o declínio dos estoques de fosfocreatina. FADIGA Central Periférica - Envolve o SN - Exercícios de longa duração - Associada a fatores psicológicos como diminuição da motivação, falta de atenção nas tarefas e percepção de esforço e dor aumentadas. - Ocorre na junção neuromuscular - Exercícios mais intensos de curta duração 17 Depleção de glicogênio muscular: No gráfico superior, no minuto 0, o músculo gastrocnêmio tem alta concentração de glicogênio. Após 3h de exercício (exercício moderado), essa concentração cai. Ao observar o gráfico inferior, é perceptível que, a medida que o tempo foi passando, mais intenso foi ficando o exercício para o indivíduo. O gráfico mostra o percentual total de glicogênio usado e o tipo de fibra muscular. Pensando na intensidade do exercício (% VO2máx), no exercício intenso (um pouco a frente dos 70), pode-se perceber que fibras rápidas e fibras lentas estão trabalhando juntas. Enquanto, em intensidades menores, as fibras lentas usam mais glicogênio e as fibras rápidas usam menos. Porém, à medida que vai aumentando a intensidade, aumenta também a participação das fibras brancas. Essas fibras são predominantemente glicolíticas e usam a glicose, produzindo CO2 e lactato (predominância anaeróbia e acidose em exercícios de alta intensidade). A participação de fibras oxidativas em caminhadas simples, é maior. Por outro lado, a participação de fibras glicolíticas em um indivíduo correndo é maior. Exercícios em que predominam a glicólise anaeróbia: São os exercícios de elevada intensidade (corrida contra o relógio, sprints, corrida de 100m), há uma alteração muito intensa no pH do músculo e no interstício. No gráfico é possível perceber que a recuperação completa ocorreu aproximadamente 30min depois do exercício praticado. É o estado prolongado de fadiga em atletas causado primariamente pelo excessivo treinamento e caracterizado pela falência da performance. Síndrome do Overtraining: é uma condição de fadiga resultando em baixa performance, frequentemente associados a sintomas físicos e psicológicos dos quais ocorre em consequência de um duro e forte treinamento no período competitivo. Para evitar que o atleta entre em overtraining no estado de aquisição e no estado de competição, vários mecanismos são utilizados (termoterapia, mecanoterapia, massoterapia, psicoterapia, etc.). A síndrome de overtraining pode ser revertida por: redução da intensidade do treinamento, privação do treinamento e melhora no padrão alimentar. Sintomas Simpáticos: ✓ Aumento da FC em repouso ✓ Aumento da PA ✓ Perda de apetite 18 ✓ Distúrbio do sono ✓ Instabilidade emocional ✓ Diminuição do peso corporal Sintomas Parassimpáticos: ✓ Fadiga precoce ✓ Diminuição da FC repouso ✓ Diminuição da PA ✓ Aumento da FC de recuperação após exercício É possível observar que, dias repetidos de treino, levam a mudanças no perfil de alguns hormônios. Esses hormônios estão associados à regulação imunológica, entre outros mecanismos do organismo. A testosterona, por exemplo, é importante na recuperação dos tecidos lesados. O cortisol tem fama de estar relacionado ao estresse, porém é o nosso comportamento que leva a um aumento não necessário desse hormônio. Ele inibe o sistema imunológico, então quanto maior a sua concentração, maior a inibição de algumas respostas imunológicas. O 1° gráfico está mostrando o percentual de mudança na concentração desses hormônios de acordo com os dias de treino do indivíduo. É possível observar que os níveis de testosterona foram reduzindo com o passar do tempo, enquanto os níveis de cortisol aumentaram. Essa relação é utilizada para definir se o organismo está catabolizando ou anabolizando. O aumento do cortisol (estresse) promove a degradação de substâncias (catabolismo), enquanto a testosterona favorece a construção/reparo dos tecidos (anabolismo). O 2° gráfico mostra que, o sujeito em overtraining tem um sistema imunológico pior do que aquele indivíduo que é sedentário. A queda no sistema imunológico de quem está em overtraining é maior e pode ser explicada pela elevação do cortisol. O destreinamento ocorre quando a pessoa treina e, posteriormente, para de fazer aquele exercício. Quando o treinamento físico cessa, os sistemas corporais reajustam-se em acordo com o estímulo fisiológico diminuído e muitas adaptações que foram induzidas pelo treinamento revertem-se em extensão variável. O destreinamento pode ocorrer em um grupo muscular, em um segmento corporal ou em todo o corpo. No destreinamento, o indivíduo reduz a necessidade de consumo de O2, o coração não é demandado como antes e o volume sistólico reduz. O débito cardíaco também reduz porque o indivíduo não tem necessidade de fluxo sanguíneo basal igual quando estava em treinamento. Com 3 semanas já reduz o que precisava e, após esse período, se mantém. Isso nos leva a pensar que o indivíduo não está gastando tanta energia. A FC vai compensar a redução do volume sanguíneo, fazendo uma compensação. Com o passar dos dias de destreinamento, as enzimas relacionadas ao metabolismo oxidativo reduzem a atividade e, potencialmente, as enzimas relacionadas ao metabolismo glicolítico aumentam a atividade. 19
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