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HAM V Duda Campos • Toda a vivência hospitalar vem acompanhada de medo da morte e do desconhecido, tornando-a marcante para o paciente • A comunicação entre o médico e seu paciente pode influenciar a adesão ao tratamento e a satisfação com a relação estabelecida • Quando acontece algo que ameaça a continuidade da vida ou que afete negativamente o futuro, o médico deve comunicar essa má notícia para o paciente e sua família – se essa comunicação não for efetiva, há um prejuízo na relação terapêutica • A comunicação adequada é considerada um método fundamental para o cuidado integral e humanizado porque, por meio dela, é possível reconhecer e acolher, de forma empática, as necessidades do paciente e de seus familiares Deve-se: • Abarcar o que o paciente precisa saber • Ser realizada de maneira apropriada • Assegurar que a informação foi entendida • Preocupar com a reação da pessoa e com a retenção da informação Comunicação efetiva: • Começar com uma preparação inicial • Ter em mente o que sabe da doença e de possibilidades de cuidado • Encontrar um espaço reservado e calmo para que essa conversa ocorra • Identificar quem o paciente quer que esteja presente • Apresentar-se e saber até onde ele e sua família entendem o que está acontecendo • Falar de forma franca e com compaixão • Tocar as pessoas • Lidar com o silêncio e as lágrimas, se ocorrerem • Ter um plano de metas • Revisar a compreensão do que foi falado • Manter-se à disposição para futuras dúvidas ou novas conversas Momentos críticos ou delicados • Toda comunicação com a família deve ser pensada antes de ser realizada • Evitar informações desnecessárias, como termos técnicos COMUNICANDO OS PACIENTES SOBRE SITUAÇÕES ESPECIAIS Pontos a considerar: Hábito • Comunicação técnica, objetiva e prática • Hábito dos médicos • Reconhecer em que momento isso é necessário ou não Comunicação empática • Percepção da dor, tristeza, sofrimento, angústia, etc COMUNICAÇÃO VERBAL Tem que ser clara: • Evitar termos técnicos • Linguagem adequada para escolaridade • Levar em conta o conhecimento da família Específica Comunicação de más notícias HAM V Duda Campos • Informações na medida certa – nem muitas informações nem poucas demais • Dosar a quantidade de informação • Se preparar para o objetivo da conversa Não punitiva • Evitar sermões, raivas, censura e sarcasmos • Evitar julgamentos COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL O ambiente da conversa: • Deve ser seguro • Acolhedor • Não conversar no meio de outras pessoas • Ambiente silencioso, que proporcione privacidade CINESIA (LINGUAGEM CORPORAL) • Gestos • Expressões faciais • Gestos corporais – demonstrar uma postura de que está prestando atenção, que você se importa – por exemplo, não cruzar os braços e se inclinar para trás, isso demonstra • Devemos controlar as expressões não-verbais • Exemplo: “O médico falou que sim, mas fez uma cara de quem não gostou” PAROXÊMICA: • Distância da outra pessoa • Uso do espaço interpessoal – nem tão perto nem tão longe • Muito perto – pode configurar um assédio ou deixar a pessoa acanhada • Muito longe – a pessoa acha que o médico não está dando valor à situação TACÊSIA – ESTUDO DO TOQUE NA OUTRA PESSOA • Toque – depende do contexto, não exagerar nos toques • Não ficar o tempo inteiro pegando na mão, isso pode ficar destoante • Força – se apertar demais ou leve • O ideal é apertar levemente na mão ou no ombro, dizendo que sente muito, mostrar que está ali • A frequência do toque pode demonstrar nervosismo PARALINGUAGEM • Maneira como falamos • Entonação da voz – demonstra como estamos dispostos, a atenção dada naquele momento • É importante não só o que vamos falar, mas como falar Reconhecendo situações que necessitam de cuidados • Ficar atento ao que está acontecendo em volta • Se a situação é delicada, se o ambiente está propício para aquela conversa Reconhecendo pessoas que necessitam de atenção • Ficar atento a pessoas que podem responder de forma agressiva – pacientes inquietos – às vezes é necessário pedir alguém para ficar na sala também COMUNICANDO MÁS NOTÍCIAS Protocolo SPIKES para más notícias S • Setting up – preparando-se para o encontro • Apesar da notícia ser ruim, é importante manter a calma • Ler o prontuário do paciente, me inteirar dos exames • Se inteirar da situação para se preparar para a conversa • Fazer um breve resumo mental • Preocupação com o ambiente – procurar um lugar calmo e que permita que a conversa seja particupar • Pode ser que a pessoa que você vai dar a informação, passe mal – importante a pessoa estar com acompanhante • Escutar com atenção o que o paciente diz e mostrar atenção e carinho P • Perception – percebendo a pessoa • Buscar o que o paciente já sabe sobre o problema • Ver a capacidade de compreensão da pessoa, nível de escolaridade • Fazer perguntas abertas I • Invitation – convidando para o diálogo • Identificar até que ponto o paciente quer ser informado ou se prefere que um familiar tome as HAM V Duda Campos decisões por ele, se ele não quer saber de detalhes • Ver quem está disponível para ouvir a informação • Normalmente a pessoa que está mais comunicativa é a que está mais disponível pa;ra ouvir K • Knowledge – transmitindo as informações • Introdução – dizer “não trago boas notícias” • Não enrolar e introduzir muito • Dizer que não traz boas notícias já tira um “peso” de passar uma notícia ruim • Usar frases curtas e linguagem acessível • Evitar discursos longos • Ficar atento às perguntas que vão surgindo • Confirme se a informação está sendo entendida • Tente passar um plano ou alternativa • Dosar as informações de acordo com as reações que a família está tendo • Evitar termos como “não há mais nada que possamos fazer” – sempre deve existir um plano! E • Emoticons – expressando as emoções • Aguarde a resposta emocional • Dê tempo ao paciente, ele pode chorar, ficar em silêncio, em choque • Respeite o tempo do paciente • Mostre empatia a esta resposta • O médico pode demonstrar emoções, isso demonstra humanidade e empatia • Com a reação emocional da pessoa, evitar ficar explicando, isso pode piorar mais ainda o estado da pessoa – é melhor respeitar e demonstrar empatia S • Strategy and summary – resumindo e organizando estratégias • Resumir, garantir que entendeu • O ato de resumir esclarece e tira dúvidas • Apontar o plano a ser seguido • Importante deixar claro para o paciente que ele não será abandonado, que existe um plano ou tratamento, curativo ou não • “vocês entenderam o que aconteceu?” • “vocês têm alguma dúvida?” • Dar os próximos passos – plano funerário, documentos – porque com a notícia, a família fica atônita, sem saber o que fazer
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