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Boletim de Acórdãos Publicados_Fevereiro_2020

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N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 1 
 
n. 24 
DJE de 
Fevereiro 
2020 
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 2 
 
TESES E FUNDA ME NTO S 
BO LETIM DE A CÓ RDÃO S PUBL ICA DOS 
Este Boletim contém resumos de decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal. 
Elaborado a partir de acórdãos publicados no mês de referência, e cujo julgamento tenha sido noticiado 
no Informativo STF, o periódico traz os principais fundamentos e conclusões dos julgados. 
A fidelidade deste trabalho ao conteúdo efetivo das decisões, embora seja uma das metas almejadas, 
apenas poderá ser aferida pela leitura integral do inteiro teor publicado no Diário da Justiça Eletrônico. 
 
SUMÁRIO 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTES PÚBLICOS ............................................................................... 5 
CARGOS PÚBLICOS 
NEPOTISMO 
AGENTES PÚBLICOS ............................................................................... 5 
SERVIDORES PÚBLICOS 
TRANSFERÊNCIA EX OFFICIO – REPERCUSSÃO GERAL 
AGENTES PÚBLICOS ............................................................................... 7 
SISTEMA REMUNERATÓRIO 
GRATIFICAÇÃO NATALINA E TERÇO DE FÉRIAS 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ....................................................... 7 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
ATO NORMATIVO 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................... 9 
UNIÃO 
BENS DA UNIÃO 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ................................................................. 9 
PODER JUDICIÁRIO 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 10 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
MINISTÉRIO PÚBLICO – REPERCUSSÃO GERAL 
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 3 
DIREITO ELEITORAL 
PROPAGANDA POLÍTICA ....................................................................... 12 
PROPAGANDA ELEITORAL 
TELEMARKETING 
DIREITO INTERNACIONAL 
DIREITO PENAL INTERNACIONAL ............................................................ 14 
COOPERAÇÃO JURÍDICA EM MATÉRIA PENAL 
EXPULSÃO 
DIREITO PENAL INTERNACIONAL ............................................................ 14 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL 
EXTRADIÇÃO 
DIREITO PENAL 
PENA ............................................................................................... 16 
APLICAÇÃO DA PENA 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS
 .................................................................................................. 17 
MANDADO DE SEGURANÇA 
PROCEDIMENTO 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROCESSO EM GERAL .......................................................................... 18 
INQUÉRITO POLICIAL 
DEFESA TÉCNICA 
PROCESSO EM GERAL .......................................................................... 19 
COMPETÊNCIA 
JUSTIÇA ESTADUAL 
PROCESSO EM GERAL .......................................................................... 19 
PROVA 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
NULIDADES E RECURSOS EM GERAL ....................................................... 20 
RECURSOS EM GERAL 
HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO 
 
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 4 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
TRIBUTOS.......................................................................................... 21 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS/IMPOSTOS 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) / IMPOSTO DE 
RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS (IRPJ) – REPERCUSSÃO GERAL 
 
 
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 5 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
AGENTES PÚBLICOS 
CARGOS PÚBLICOS 
NEPOTISMO 
A nomeação de parentes de autoridades 
públicas em cargos políticos não configura 
nepotismo, ressalvadas as circunstâncias em 
que a nomeação se mostra atentatória aos 
princípios norteadores da atividade do 
administrador público1. 
 Essa prática não se enquadra nas 
hipóteses elencadas no Enunciado 132 
da Súmula Vinculante. Excetuam-se os 
casos de inequívoca falta de 
razoabilidade, por manifesta ausência de 
qualificação técnica ou idoneidade 
moral. 
Ademais, a reclamação não é a via 
processual adequada ao exame 
casuístico da qualificação técnica dos 
agentes para o desempenho eficiente 
dos cargos para os quais foram 
nomeados nem da existência de indício 
de fraude à lei ou de nepotismo 
cruzado.3. 
 
1 Rcl 23.131 AgR, rel. min. Luiz Fux 1ª T; RE 
579.951, rel. min. Ricardo Lewandowski, P; e Rcl 6.650 
MC AgR, rel. min. Ellen Gracie, P. 
2 Enunciado 13 da Súmula Vinculante: “A 
nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em 
linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro 
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de 
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo 
de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício 
de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de 
função gratificada na administração pública direta e 
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal.” 
3 Rcl 23.131 AgR, rel. min. Luiz Fux, 1ª T. 
4 Lei 9.536/1997: “Art. 1º A transferência ex 
officio a que se refere o parágrafo único do art. 49 da 
Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, será efetivada, 
entre instituições vinculadas a qualquer sistema de 
ensino, em qualquer época do ano e independente da 
existência de vaga, quando se tratar de servidor 
Rcl 29.033 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 
DJE de 5-2-2020. 
(Informativo 952, Primeira Turma) 
___________________________________ 
AGENTES PÚBLICOS 
SERVIDORES PÚBLICOS 
TRANSFERÊNCIA EX OFFICIO – REPERCUSSÃO 
GERAL 
É constitucional a previsão legal que 
assegure, na hipótese de transferência ex 
officio de servidor, a matrícula em 
instituição pública, se inexistir instituição 
congênere à de origem (art. 1º da Lei 
9.536/19974). 
A transferência ex officio de servidor 
público não pode privá-lo do direito à 
educação. Assim, na hipótese, não há 
violação ao direito à igualdade de 
condições para o acesso à escola (CF, art. 
206, I5), ao direito à educação (CF, art. 
2086) nem aos princípios da 
Administração Pública (CF, art. 37, 
caput7). 
público federal civil ou militar estudante, ou seu 
dependente estudante, se requerida em razão de 
comprovada remoção ou transferência de ofício, que 
acarrete mudança de domicílio para o município onde 
se situe a instituição recebedora, ou para localidade 
mais próxima desta.” 
5 CF/1988: “Art. 206. O ensino será ministrado com 
base nos seguintes princípios: I – igualdade de 
condições para o acesso e permanência na escola;” 
6 CF/1988: “Art. 208. O dever do Estado com a 
educação será efetivado mediante a garantia de: I – 
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, 
assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os 
que a ele não tiverem acesso na idade própria; (...) IV 
– atendimento em creche e pré-escola, às crianças até 
5 (cinco) anos de idade;” 
7 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência 
e, também, ao seguinte:” 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=12734280
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?numero=579951&classe=RE
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?numero=579951&classe=RE
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=563349
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=563349
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=12734280
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751915279
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo952.htm#S%C3%BAmula%20Vinculante%2013%20e%20nomea%C3%A7%C3%A3o%20de%20parente%20de%20vice-prefeito%20para%20cargo%20de%20secret%C3%A1rio%20municipalN. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 6 
No julgamento da ADI 3.3248, o 
Plenário do Supremo Tribunal Federal 
(STF), examinando esses mesmos 
artigos, julgou, por unanimidade, 
parcialmente procedente a ação direta 
“para, sem redução de texto do art. 1º da 
Lei 9.536, de 11 de dezembro de 1997, 
assentar-lhe a inconstitucionalidade, no 
que se lhe empreste o alcance de 
permitir a mudança, nele disciplinada, 
de instituição particular para pública, 
encerrando a cláusula ‘entre instituição 
vinculada a qualquer sistema de ensino’ 
a observância da natureza privada ou 
pública daquela de origem, viabilizada a 
matrícula na congênere”. Ainda de 
acordo com o voto condutor da maioria, 
“dar-se-á a matrícula, segundo o art. 1º 
da Lei 9.536/1997, em instituição 
privada, se assim o for a de origem, e em 
pública, caso o servidor ou dependente 
for egresso de instituição pública”. 
Nesse precedente não houve 
deliberação acerca da extensão da tese 
nele fixada aos casos de transferência ex 
officio para cidades em que não 
houvesse instituições de ensino 
congêneres. Houve, por ocasião dos 
debates do julgamento, apenas algumas 
indicações de ministros a fim de que tal 
controvérsia fosse deixada para os 
processos subjetivos. 
O entendimento firmado pelo STF no 
julgamento da ADI 3.324 não deve ser 
aplicado à hipótese de transferência ex 
officio de servidor, se inexistir instituição 
congênere à de origem. Há duas razões 
para isso. 
A primeira decorre da parte 
dispositiva do precedente. Muito 
embora não haja, nas razões dos votos 
que julgaram a ação direta, menção 
expressa à hipótese vertente, o acórdão, 
 
8 ADI 3.324, rel. min. Marco Aurélio, P. 
9 MARINONI, Luiz Guilherme et al. Curso de Direito 
em seu dispositivo, adotou a técnica da 
declaração parcial de nulidade sem 
redução de texto. Por meio dessa 
modalidade de decisão, o Tribunal 
preserva o texto impugnado, mas afasta 
uma interpretação tida por incompatível 
com a Constituição. 
Noutras palavras, haja vista que as 
normas jurídicas têm vários sentidos, a 
técnica da declaração parcial de 
nulidade sem redução de texto permite 
ao intérprete afastar o sentido tido por 
inconstitucional, preservando a norma 
para as demais situações9. 
Em virtude dessa técnica decisória, o 
direito invocado nos termos do art. 1º da 
Lei 9.536/1997 é inconstitucional apenas 
em relação à interpretação que se lhe 
empreste o alcance de permitir a 
mudança, nele disciplinada, de 
instituição particular para pública, 
encerrando a cláusula “entre instituição 
vinculada a qualquer sistema de ensino” 
a observância da natureza privada ou 
pública daquela de origem, viabilizada a 
matrícula na congênere. Ou seja, com 
exceção da interpretação julgada 
inconstitucional pelo Tribunal, o art. 1º 
da Lei 9.536/1997 continua válido. 
A segunda razão consiste no fato de 
que o juízo de proporcionalidade feito na 
ADI 3.324, em que se optou por exigir a 
congeneridade, não pode ter aplicação 
para a hipótese de inexistência de 
instituição congênere. Trata-se de 
situação distinta. 
Exigir que a transferência ocorra 
entre instituições de ensino congêneres 
praticamente inviabilizaria o direito à 
educação não apenas dos servidores, 
mas de seus dependentes. Essa solução, 
além de ir de encontro à disciplina feita 
Constitucional. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 1220. 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=363361
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 7 
pelo legislador, exclui, por completo, o 
gozo de um direito fundamental. De 
fato, impedir a matrícula do servidor ou 
de seus dependentes em caso de 
transferência ex officio, quando inexistir 
instituição congênere no município, 
possivelmente implicaria o trancamento 
do curso ou sua desistência. Assim, 
permitir a matrícula, ante a inviabilidade 
de um dos direitos em confronto, não se 
afigura desproporcional. 
Seria ainda plausível argumentar, na 
linha do que prevaleceu no julgamento 
da ação direta, que a garantia de 
igualdade de acesso não poderia ceder 
ante eventual interesse da 
Administração na transferência de seus 
servidores, ou ante o direito que eles ou 
seus familiares teriam na continuidade 
de seus planos de ensino. Na situação 
limite em que não é possível ao servidor 
exercer o seu direito à educação, tanto o 
direito à educação invocado pelo Estado 
quanto o solicitado pelo servidor têm o 
mesmo conteúdo, razão pela qual, dada 
a ausência de outras opções fáticas, 
deve a jurisdição constitucional guardar 
deferência em relação à opção 
normativa realizada pelo legislador. 
RE 601.580, rel. min. Edson Fachin, DJE de 
20-2-2020, repercussão geral, Tema 57. 
(Informativo 916, Plenário) 
___________________________________ 
AGENTES PÚBLICOS 
SISTEMA REMUNERATÓRIO 
GRATIFICAÇÃO NATALINA E TERÇO DE FÉRIAS 
A concessão de gratificação natalina e terço 
de férias a detentor de mandato eletivo está 
condicionada à existência de lei 
infraconstitucional autorizativa. 
 
10 RE 650.898, red. p/ o ac. min. Roberto Barroso, 
P, repercussão geral, Tema 484. 
Inexiste mandamento constitucional 
que impeça os agentes públicos 
ocupantes de cargos eletivos de 
integrarem regimes que prevejam o 
pagamento de terço constitucional de 
férias e de décimo terceiro salário. 
Portanto, a definição sobre a adequação 
de percepção dessas verbas está inserida 
no espaço de liberdade de conformação 
do legislador infraconstitucional.10. 
Rcl 32.483 AgR, rel. min. Roberto Barroso, 
DJE de 5-2-2020. 
(Informativo 950, Primeira Turma) 
___________________________________ 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
ATO NORMATIVO 
A União não tem responsabilidade por 
eventuais prejuízos causados à indústria 
nacional pela redução da alíquota do 
Imposto sobre Importação. 
A responsabilidade civil do Estado 
pela edição de atos normativos é, em 
regra, inexistente. Sua aplicabilidade é 
absolutamente restrita. Na hipótese em 
que ato normativo de caráter genérico, 
abstrato e impessoal cause prejuízos, 
deve ser afastada a obrigação 
indenizatória estatal11. 
Cabe destacar que o Imposto sobre 
Importação tem função 
predominantemente extrafiscal, a atuar 
como valioso instrumento de política 
econômica. É legítima a alteração, para 
mais ou para menos, das suas alíquotas, 
por ato do Executivo, com o objetivo de 
ajustá-las aos objetivos da política 
cambial e do comércio exterior, no 
exercício regular da competência 
tributária constitucional da União, 
11 Trecho do voto do min. Alexandre de Moraes. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752042629
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2691334&numeroProcesso=601580&classeProcesso=RE&numeroTema=57
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo916.htm#Transfer%C3%AAncia%20de%20of%C3%ADcio:%20inexist%C3%AAncia%20de%20universidade%20cong%C3%AAnere%20%C3%A0%20da%20origem%20e%20garantia%20de%20matr%C3%ADcula
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=13413775
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4115555&numeroProcesso=650898&classeProcesso=RE&numeroTema=484
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751915333
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo950.htm#Previs%C3%A3o%20legislativa%20e%20percep%C3%A7%C3%A3o%20de%20verbas%20remunerat%C3%B3rias
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 8 
atendidas as condições e os limites 
estabelecidos na lei (Lei 3.244/195712) e 
na Constituição Federal13. 
Dessa forma, somente surge a 
responsabilidade quando há promessa 
firme do Estado de manutenção de 
determinada política, causadora, por 
isso, de expectativas sólidas. O princípio 
da confiança legítima baseia-se no 
critério das esperanças fundadas em 
promessas firmes feitas pelo Estado, as 
quais devem ser respeitadas, mesmo 
que ainda não constituam direito 
subjetivoou adquirido. Caso não o 
sejam, as consequências, anormais e 
especiais, de sua abrupta frustração 
devem ser reparadas. 
Na hipótese de simples alteração da 
política de comércio exterior promovida 
pelo Poder Executivo que, dentro do 
fenômeno denominado “globalização”, 
resulte em levantamento de barreiras 
alfandegárias no Brasil, não há afronta 
ao princípio da boa-fé nem quebra de 
confiança a legitimar a indenização por 
eventuais prejuízos suportados pelas 
empresas. 
ARE 1.175.599 AgR, rel. min. Rosa Weber, 
DJE de 3-2-2020. 
(Informativo 963, Primeira Turma) 
___________________________________ 
 
 
 
 
 
12 Lei 3.244/1957: “Art. 3º Poderá ser alterada 
dentro dos limites máximo e mínimo do respectivo 
capítulo, a alíquota relativa a produto: a) cujo nível 
tarifário venha a se revelar insuficiente ou excessivo 
ao adequado cumprimento dos objetivos da tarifa; b) 
cuja produção interna for de interesse fundamental 
estimular; c) que haja obtido registro de similar; d) de 
país que dificultar a exportação brasileira para seu 
mercado, ouvido previamente o Ministério das 
Relações Exteriores; e) de país que desvalorizar sua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
moeda ou conceder subsídio à exportação, de forma a 
frustrar os objetivos da tarifa. § 1º Nas hipóteses dos 
itens "a", "b" e "c" a alteração da alíquota, em cada 
caso, não poderá ultrapassar, para mais ou para 
menos, a 30% (trinta por cento) ad valorem. § 2º Na 
ocorrência de dumping, a alíquota poderá ser elevada 
até o limite capaz de neutralizá-lo.” 
13 RE 225.655, rel. min. Ilmar Galão, 1ª T; e RE 
224.285, rel. min. Maurício Corrêa, P. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751802047
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo963.htm#Redu%C3%A7%C3%A3o%20de%20al%C3%ADquota%20de%20Imposto%20de%20Importa%C3%A7%C3%A3o%20e%20dever%20de%20indenizar%20%E2%80%93%202
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=251376
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=250785
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=250785
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 9 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO 
UNIÃO 
BENS DA UNIÃO 
É constitucional a imposição legal do repasse 
da parcela dos royalties recebidos pelos 
Estados a todos os Municípios integrantes 
do seu território, independentemente da 
localização dos recursos minerais 
explorados14. 
Os royalties são receitas originárias da 
União, tendo em vista a propriedade 
federal dos recursos minerais15. O Poder 
Constituinte optou por denominar os 
royalties como participação no resultado 
e compensação financeira e determinou 
a transferência desse montante aos 
Estados e Municípios sem restringir a 
compensação financeira aos entes 
federados diretamente afetados pela 
atividade de exploração16. 
Assim, a natureza jurídica dos 
royalties é de receita transferida não 
 
14 Lei 7.990/1989: “Art. 9º Os Estados transferirão 
aos Municípios 25% (vinte e cinco por cento) da 
parcela da compensação financeira que lhes é 
atribuída pelos arts. 2º, § 1º, 6º, § 3º e 7º desta Lei, 
mediante observância dos mesmos critérios de 
distribuição de recursos, estabelecidos em 
decorrência do disposto no art. 158, inciso IV e 
respectivo parágrafo único da Constituição, e dos 
mesmos prazos fixados para a entrega desses 
recursos, contados a partir do recebimento da 
compensação.” 
15 CF/1988: “Art. 20. São bens da União: (...) IX – os 
recursos minerais, inclusive os do subsolo;” 
16 CF/1988: “Art. 20. (...) § 1º É assegurada, nos 
termos da lei, à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios a participação no resultado da 
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos 
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de 
outros recursos minerais no respectivo território, 
plataforma continental, mar territorial ou zona 
econômica exclusiva, ou compensação financeira por 
essa exploração.” 
17 RE 228.800, rel. min. Sepúlveda Pertence, 1ª T. 
 
tributária de cunho originário emanada 
da exploração econômica do patrimônio 
público. Não se caracteriza como tributo 
ou indenização17. 
ADI 4.846, rel. min. Edson Fachin, DJE de 18-
2-2020. 
(Informativo 955, Plenário) 
___________________________________ 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
PODER JUDICIÁRIO 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Procurador dispõe de legitimidade para 
interpor recurso extraordinário contra 
acórdão de tribunal de justiça proferido em 
representação de inconstitucionalidade em 
defesa de lei ou ato normativo estadual ou 
municipal. 
A legitimidade para propor ação 
direta de inconstitucionalidade pertence 
àqueles mencionados no art. 10318 da 
Constituição Federal (CF) ou, conforme o 
caso, nas Constituições estaduais.19 
18 CF/1988: “Art. 103. Podem propor a ação direta 
de inconstitucionalidade e a ação declaratória de 
constitucionalidade: I – o Presidente da República; II – 
a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos 
Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou 
da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V – o 
Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o 
Procurador-Geral da República; VII – o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – 
partido político com representação no Congresso 
Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de 
classe de âmbito nacional.” 
19 Excerto dos debates ocorridos no presente 
julgamento: “O senhor ministro Ricardo Lewandowski 
– A questão é interessante realmente. Entendo que a 
decisão primeira é política – de entrar ou não –, 
porque isso compromete, enfim, a própria Câmara, o 
município. É uma decisão muito séria, e somente a 
Câmara, ou o presidente, por seus órgãos 
administrativos, no caso a Mesa, poderia tomá-la. 
Agora, estou sensibilizado pelo argumento de Vossa 
Excelência de que os atos sequenciais não têm 
natureza política, mas técnica. A senhora ministra 
Cármen Lúcia (presidente) – Nem pode. Imagina um 
governador que seja engenheiro propor embargos 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=252741
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752018044
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo955.htm#Explora%C3%A7%C3%A3o%20de%20recursos%20naturais%20n%C3%A3o%20renov%C3%A1veis%20e%20repasse%20de%20%E2%80%9Croyaties%E2%80%9D%20a%20munic%C3%ADpios
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 10 
Porém, no momento do recurso, 
quem recorre é o advogado, nunca a 
parte, haja vista que a matéria discutida 
é apenas jurídica. Muitas vezes, os 
legitimados, como o presidente da 
Câmara e o governador, nem têm o 
conhecimento para isso. 
Nesse sentido, os recursos em ação 
direta de inconstitucionalidade podem 
até ser assinados pelo legitimado e pelo 
procurador, mas é essencial a presença 
do advogado em razão do seu direito de 
exercer a advocacia no sentido recursal. 
Ressalte-se que, em regra, é incabível 
o uso do recurso extraordinário contra a 
decisão proferida por tribunal de justiça 
quando a ação direta de 
inconstitucionalidade tenha sido 
proposta em âmbito estadual tendo por 
parâmetro a Constituição estadual. 
Entretanto, ressalva-se a possibilidade 
do uso do recurso extraordinário quando 
a norma da Constituição estadual tida 
por violada for norma de reprodução 
obrigatória contida na Constituição 
Federal. 
RE 1.126.828 AgR, red. p/ o acórdão min. 
Cármen Lúcia, DJE de 21-2-2020. 
(Informativo 965, 2ª Turma) 
___________________________________ 
 
 
declaratórios de uma decisão proferida em ação direta 
de inconstitucionalidade. O senhor ministro Ricardo 
Lewandowski – É, dentro do prazo, tempestivamente. 
Eu diria que, uma vez tomada a decisão política, os 
atos subsequentes de natureza técnica têm que ser 
tomados, ou empreendidos, pelo corpo técnico de 
procuradores, ou advogados, etc. A senhora ministra 
Cármen Lúcia (presidente) – Advogadoé quem 
recorre.” 
20 CF/1988: “Art. 196. A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco de doença 
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação.” 
21 CF/1988: “Art. 129. São funções institucionais 
do Ministério Público: (...) III – promover o inquérito 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
MINISTÉRIO PÚBLICO – REPERCUSSÃO GERAL 
O Ministério Público possui legitimidade 
para ajuizar ação civil pública com objetivo 
de compelir entes federados a entregarem 
medicamentos a portadores de certas 
doenças. 
A saúde é direito de todos e dever do 
Estado, conforme previsto no art. 196 da 
Constituição Federal (CF)20. Ademais, 
compete ao Ministério Público, no 
âmbito das suas funções institucionais, 
promover o inquérito e a ação civil 
pública para a proteção de interesses 
difusos e coletivos, a teor do art. 129, III, 
da CF21. 
“O art. 197 da CF22, ao tratar de ações 
e serviços de saúde, expressamente os 
qualifica como ‘de relevância pública’, 
em manifesto paralelo com a atribuição 
elencada no art. 129, II23, expressando a 
natural vocação do Ministério Público 
para a fiscalização dos serviços de saúde 
pública. 
O legislador infraconstitucional, 
regulamentando as atribuições 
funcionais do Ministério Público, bem 
como versando sobre as hipóteses de 
cabimento da ação civil pública, seguiu a 
civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de 
outros interesses difusos e coletivos;” 
22 CF/1988: “Art. 197. São de relevância pública as 
ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público 
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, 
fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita 
diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado.” 
23 CF/1988: “Art. 129. São funções institucionais 
do Ministério Público: (...) II – zelar pelo efetivo 
respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados nesta 
Constituição, promovendo as medidas necessárias a 
sua garantia;” 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752054184
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo965.htm#Legitimidade%20de%20procuradores%20para%20interposi%C3%A7%C3%A3o%20de%20recurso%20em%20ADI
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 11 
mesma linha, tratando dessas 
competências de forma exemplificativa, 
jungindo a atuação do órgão a quaisquer 
situações que envolvam um interesse 
social de relevância transcendente ao 
interesse concreto de indivíduos ou 
segmentos econômicos específicos. 
Por tudo isso, não (...) parece possível 
excluir da órbita de atribuições do 
Ministério Público a possibilidade de 
ajuizamento de ação civil pública que 
objetiva a proteção do direito 
fundamental à saúde, uma vez que o 
papel de defensor da sociedade e da 
cidadania compreende precisamente a 
atuação em prol de garantias 
fundamentais. 
 (...) [J]á é possível vislumbrar a ampla 
legitimidade do Ministério Público para 
atuar em prol do direito da população ao 
fornecimento de medicamentos 
indispensáveis à tutela da saúde. Na 
realidade, o Ministério Público é parte 
especialmente legitimada para atuar 
nessa seara, por expressa opção do 
legislador constituinte (...), e, em muitos 
aspectos, com a melhor capacidade 
institucional para atuar no tema da 
judicialização, no papel de interface 
entre o sistema de justiça e a população 
necessitada, sem prejuízo da atuação de 
outros órgãos e entidades da sociedade 
civil igualmente capacitados. 
Portanto, a legitimidade do Ministério 
Público para o ajuizamento de ações 
civis públicas (...) vai ao encontro de uma 
necessidade (...): a coletivização dos 
instrumentos de tutela do direito à 
saúde, como forma de atenuar as 
distorções e ineficiências geradas pela 
judicialização em escala de demandas 
pelo fornecimento de medicamentos.”24 
 
24 Fundamentos extraídos do voto do ministro 
Alexandre de Moraes. 
RE 605.533, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 
12-2-2020, repercussão geral, Tema 262. 
(Informativo 911, Plenário) 
___________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751969399
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=262&numeroTemaFinal=262&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao=
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo911.htm#Legitimidade%20do%20Minist%C3%A9rio%20P%C3%BAblico:%20a%C3%A7%C3%A3o%20civil%20p%C3%BAblica%20e%20medicamentos
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 12 
DIREITO ELEITORAL 
PROPAGANDA POLÍTICA 
PROPAGANDA ELEITORAL 
TELEMARKETING 
É constitucional o dispositivo de resolução 
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que 
proíbe a realização de propaganda eleitoral 
via telemarketing. (Resolução 23.404/2014 
do TSE, art. 25, §2º25) 
Essa norma, além de concretizar o 
conteúdo material do Código Eleitoral, 
que determina a preservação do sossego 
público26, limita o alcance da 
propaganda política à esfera de 
intimidade do eleitor27. Isso porque o 
uso de aparelhos telefônicos destina-se, 
em regra, aos ambientes profissionais ou 
residenciais do cidadão, espaços 
protegidos contra intervenções 
arbitrárias que não tenham conotação 
de proteção a direitos de feição coletiva. 
O TSE, ao editar resoluções 
normativas, busca conferir ao processo 
eleitoral segurança, eficiência e 
transparência, para garantir a paridade 
de armas entre os candidatos e revelar a 
“verdade eleitoral” decorrente da 
soberania popular manifestada nas 
urnas. 
 
25 Resolução 23.404/2014 do TSE: “Art. 25. As 
mensagens eletrônicas enviadas por candidato, 
partido ou coligação, por qualquer meio, deverão 
dispor de mecanismo que permita seu 
descadastramento pelo destinatário, obrigado o 
remetente a providenciá-lo no prazo de 48 horas (Lei 
9.504/1997, art. 57-G, caput). (...) § 2º É vedada a 
realização de propaganda via telemarketing, em 
qualquer horário (Constituição Federal, art. 5º, X e XI, 
e Código Eleitoral, art. 243, VI).” 
26 Código Eleitoral/1965: “Art. 243. Não será 
tolerada propaganda: (…) VI – que perturbe o sossego 
público, com algazarra ou abusos de instrumentos 
sonoros ou sinais acústicos.” 
27 CF/1988: “Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, 
O processo eleitoral exige uma 
atuação rápida e eficaz da Justiça 
Eleitoral por meio de resoluções. Essa 
exigência se acentua, ainda mais, diante 
da profunda influência que as novas 
tecnologias comunicacionais têm 
operado no campo político-eleitoral. 
As adaptações legislativas são 
arrastadas pelo advento de novas 
tecnologias. A preocupação do legislador 
em relação às propagandas eleitorais 
pelos meios de comunicação de massa 
deve-se ao fato de que a detenção dos 
instrumentos e meios de comunicação 
sempre significou o poder de exercer 
influência no processo político-
decisório, criando, assim, a necessidade 
de um rígido controle nesse setor pela 
legislação eleitoral. 
Assim, a ausência de previsão legal 
quanto à promoção de campanhas 
eleitorais por meio das novas 
tecnologias comunicacionais não 
significa a permissão para seu uso 
indiscriminado e irrestrito. É nesse 
silêncio normativo que a atuação da 
Justiça Eleitoral por meio de resoluções 
ganha maior importância, ao exigir dos 
partidos políticos e dos candidatos a 
observância aos princípios e diretrizes 
traçados pela legislação eleitoral em 
vigor28. 
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentesno País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: (…) X – são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado 
o direito a indenização pelo dano material ou moral 
decorrente de sua violação; XI – a casa é asilo 
inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” 
28 ADI 5.104 MC, rel. min. Luís Roberto Barroso, P; 
ADI 2.269, rel. min. Eros Grau, P; e ADI 2.267, rel. min. 
Maurício Corrêa, P. 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=7088758
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=375365
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=375363
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 13 
Ademais, embora a garantia de 
liberdade de expressão e de 
pensamento possua posição 
preferencial em relação aos conflitos 
com outros direitos fundamentais, uma 
interpretação demasiado elástica de seu 
âmbito de proteção acabaria por 
transformá-la em um direito absoluto, 
em detrimento de outras liberdades 
também constitucionalmente 
asseguradas. 
Nesse contexto, é importante 
destacar que a vedação à censura (CF, 
art. 220, § 2º29) proíbe o controle prévio, 
exercido por autoridade administrativa, 
da veiculação de determinado conteúdo. 
No entanto, é permitido que a lei lhe 
estabeleça, excepcionalmente, e nos 
parâmetros do Estado Democrático de 
Direito, limites e restrições, que tenham 
por fundamento a proteção e a 
promoção de direitos e bem jurídicos 
constitucionalmente assegurados, desde 
que observados os critérios da 
proporcionalidade e da preservação do 
núcleo essencial dos direitos. 
Assim, a proibição de propaganda 
política por meio de telemarketing não 
configura censura por autoridade 
pública, por não dizer respeito ao 
controle prévio do conteúdo ou da 
matéria a ser veiculada. Trata-se, 
apenas, da restrição ao uso de 
determinado meio de comunicação na 
propaganda eleitoral, não havendo que 
se falar, portanto, em violação ao direito 
à informação ou à livre manifestação do 
pensamento. 
ADI 5.122, rel. min. Edson Fachin, DJE de 20-
2-2020. 
(Informativo 900, Plenário) 
___________________________________ 
 
29 CF/1988: “Art. 220. A manifestação do 
pensamento, a criação, a expressão e a informação, 
sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
qualquer restrição, observado o disposto nesta 
Constituição. (...) § 2º É vedada toda e qualquer 
censura de natureza política, ideológica e artística.” 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752042985
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo900.htm#Propaganda%20eleitoral%20e%20telemarketing%20-%202
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 14 
DIREITO INTERNACIONAL 
DIREITO PENAL INTERNACIONAL 
COOPERAÇÃO JURÍDICA EM MATÉRIA PENAL 
EXPULSÃO 
A superveniência de causa potencialmente 
excludente de expulsabilidade impõe o 
reexame do ato administrativo expulsório 
pela autoridade competente. 
A atual Lei de Imigração (Lei 
13.445/2017) não autoriza a expulsão do 
estrangeiro que comprove a existência 
de filho brasileiro sob sua guarda ou 
dependência econômica ou socioafetiva 
ou de pessoa brasileira sob sua tutela30. 
Ademais, a redação da Lei de 
Imigração não impõe nenhuma 
“condicionante cronológica do 
nascimento dos filhos havidos no País, 
bastando a existência de descendente 
brasileiro que esteja sob a guarda ou 
dependência econômica ou socioafetiva 
do estrangeiro para impedir a 
expulsão”31. A norma busca proteger o 
interesse da criança. O melhor interesse 
do menor deve ser o vetor constitucional 
nessa matéria, e não o interesse da mãe 
ou o do pai. 
Assim, a existência de acordo de 
alimentos superveniente à edição do ato 
administrativo expulsório indica uma 
forte plausibilidade jurídica quanto à 
existência de vínculo de dependência 
 
30 Lei 13.445/2017: “Art. 55. Não se procederá à 
expulsão quando: (...) II – o expulsando: a) tiver filho 
brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência 
econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira 
sob sua tutela; b) tiver cônjuge ou companheiro 
residente no Brasil, sem discriminação alguma, 
reconhecido judicial ou legalmente; c) tiver ingressado 
no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo 
desde então no País; d) for pessoa com mais de 70 
(setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) 
anos, considerados a gravidade e o fundamento da 
expulsão;” 
econômica entre o estrangeiro e seu 
descendente aqui no Brasil. 
Portanto, o Ministro da Justiça deve 
proceder à revisão do ato 
administrativo, com base nas novas 
provas apresentadas pela defesa e nos 
termos da Lei 13.445/2017, ficando 
suspensos os efeitos do ato expulsório 
até ulterior deliberação do referido 
órgão do Poder Executivo. 
HC 150.343, red. p/ o ac. min. Roberto 
Barroso, DJE de 12-2-2020. 
HC 148.558, red. p/ o ac. min. Roberto 
Barroso, DJE de 17-2-2020. 
(Informativo 961, Primeira Turma) 
___________________________________ 
DIREITO PENAL INTERNACIONAL 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA 
PENAL 
EXTRADIÇÃO 
É incabível a extradição passiva pela suposta 
prática do delito previsto no art. 6º da Lei 
13.260/201632 antes de 16-3-2016.33 
A legislação brasileira que dá 
cumprimento ao comando 
constitucional, tipificando o crime de 
terrorismo, somente veio a lume em 16 
de março de 2016, com a publicação da 
Lei 13.260, daquele ano. 
Se, ao tempo da prática das condutas 
imputadas, não havia tipificação na 
31 Trecho do voto do min. Marco Aurélio. 
32 Lei 13.260/2016: “Art. 6º Receber, prover, 
oferecer, obter, guardar, manter em depósito, 
solicitar, investir, de qualquer modo, direta ou 
indiretamente, recursos, ativos, bens, direitos, valores 
ou serviços de qualquer natureza, para o 
planejamento, a preparação ou a execução dos crimes 
previstos nesta Lei: Pena – reclusão, de quinze a trinta 
anos.” 
33 PPE 732 QO, rel. min. Celso de Mello, 2ª T; Ext 
953, rel. min. Celso de Mello, P. 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=751970787
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=752001969
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo961.htm#Expuls%C3%A3o%20de%20paciente%20que%20tem%20filho%20sob%20a%20sua%20guarda%20e%20depend%C3%AAncia%20econ%C3%B4mica%20%E2%80%93%203
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7645112
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=362711
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=362711
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 15 
legislação penal comum, incide o óbice 
da irretroatividade da lei penal brasileira. 
Por conseguinte, não está preenchido 
o requisito de dupla tipicidade, previsto 
no art. 82, II, da Lei 13.445/201734. 
O enquadramento das condutas 
supostamente terroristas nos arts. 1635 e 
1736 da Lei de Segurança Nacional (Lei 
7.170/1983) não autoriza a extradição. 
No que se refere à definição dos 
crimes políticos, o Supremo Tribunal 
Federal tem albergado a doutrina 
subjetiva, entendendo necessário o dolo 
específico – especial fim de agir, 
consubstanciado no desiderato político 
– para que se aperfeiçoe a infração 
política. 
Conquanto o texto constitucional não 
distinga as duas categorias (crimes 
contra segurança nacional e crimes 
políticos), elas acabaram por se 
equivaler em sede infraconstitucional, 
pois a Lei de Segurança Nacional 
absorveu os crimes políticos. 
Admitida essa vertente 
hermenêutica, tem-se a incidência da 
vedação constitucional à extradição por 
crime político. 
Em razão disso, os crimes políticos 
foram incorporados aoordenamento 
infraconstitucional com status de crime 
contra a segurança nacional. 
 
34 Lei 13.455/2017: “Art. 82. Não se concederá a 
extradição quando: (...) II – o fato que motivar o 
pedido não for considerado crime no Brasil ou no 
Estado requerente;” 
35 Lei 7.170/1983: “Art. 16. Integrar ou manter 
associação, partido, comitê, entidade de classe ou 
grupamento que tenha por objetivo a mudança do 
regime vigente ou do Estado de Direito, por meios 
violentos ou com o emprego de grave ameaça. Pena: 
reclusão, de 1 a 5 anos.” 
36 Lei 7.170/1983: “Art. 17. Tentar mudar, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o 
Assim, na hipótese de condutas 
supostamente terroristas, a assimilação 
aos tipos previstos na lei de segurança 
nacional traria a questão do tratamento 
peculiar aos crimes políticos, situação 
em que, sem as condicionantes da Corte 
para delitos políticos com violência, 
estaria caracterizada hipótese vedada 
pela Constituição Federal.37 
Descabe a concessão de extradição quando 
há a possibilidade de submeter-se o 
extraditando a juízo ou tribunal de exceção. 
A recente Lei de Migração (Lei 
13.445/2017) veda a concessão de 
extradição quando o extraditando tiver 
de responder, no Estado requerente, 
perante tribunal ou juízo de exceção.38 
Para além da simples caracterização 
de crime político ou tribunal de exceção, 
esta Corte já esmiuçou o alcance da 
dicção “tribunal de exceção” a fim de ver 
um alcance maior, qual seja, o de 
assegurar um julgamento justo com a 
garantia do due processo of law. 
Nesse sentido, a instabilidade política 
e até mesmo as demissões de juízes, 
bem como as prisões de opositores ao 
governo do Estado requerente podem 
ser consideradas fatos notórios. Em tais 
circunstâncias, há no mínimo uma 
justificada dúvida quanto às garantias de 
que o extraditando será efetivamente 
submetido a um tribunal independente e 
imparcial, num quadro de normalidade 
regime vigente ou o Estado de Direito. Pena: reclusão, 
de 3 a 15 anos. Parágrafo único. Se do fato resulta 
lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a 
metade; se resulta morte, aumenta-se até o dobro.” 
37 CF/1988: “Art. 5º: (...) LII – não será concedida 
a extradição de estrangeiro por crime político ou de 
opinião.” 
38 Lei 13.445/2017: “Art. 82: (...) VIII – o 
extraditando tiver de responder, no Estado 
requerente, perante tribunal ou juízo de exceção;” 
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 16 
institucional, a salvo de instabilidades e 
pressões exógenas e endógenas. 
Diante de tais instabilidades na vida 
política do Estado requerente, a solução 
que se apresenta, num juízo de proteção 
das liberdades individuais, é pelo 
indeferimento da extradição, visto que 
não se pode vislumbrar com certeza a 
garantia de julgamento isento de acordo 
com as franquias constitucionais. 
Ext 1.578, rel. min. Edson Fachin, DJE de 20-
2-2020. 
(Informativo 946, 2ª Turma) 
___________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 Lei 8.072/1990: “Art. 9º As penas fixadas no art. 
6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, 
§ 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 
214 e sua combinação com o art. 223, caput e 
parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas 
de metade, respeitado o limite superior de trinta anos 
de reclusão, estando a vítima em qualquer das 
hipóteses referidas no art. 224 também do Código 
Penal.” 
40 CP/1940: “Art. 224. Presume-se a violência, se a 
DIREITO PENAL 
PENA 
APLICAÇÃO DA PENA 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA 
A causa de aumento prevista no art. 9º da 
Lei 8.072/199039 (Lei dos Crimes Hediondos) 
foi tacitamente revogada. 
Essa causa de aumento de pena faz 
referência ao art. 224 do Código Penal 
(CP)40, que foi revogado pelo art. 7º da 
Lei 12.015/200941. Suprimida a regra de 
referência, resulta inaplicável a 
majoração da pena. 
Ademais, em decorrência do princípio 
da retroatividade da lei penal mais 
benigna, deve-se decotar da reprimenda 
o referido aumento de pena na hipótese 
de o crime ter sido cometido antes da 
edição da Lei 12.015/200942. 
HC 100.181, red. p/ o ac. min. Alexandre de 
Moraes, DJE de 11-2-2020. 
(Informativo 947, Plenário) 
___________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
vítima: a) não é maior de catorze anos; b) é alienada 
ou débil mental, e o agente conhecia esta 
circunstância; c) não pode, por qualquer outra causa, 
oferecer resistência.” (Artigo e alíneas revogados pela 
Lei 12.015, de 2009) 
41 Lei 12.015/2009: “Art. 7º Revogam-se os arts. 
214, 216, 223, 224 e 232 do Decreto-Lei 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 – Código Penal, e a Lei 2.252, de 1º 
de julho de 1954.” 
42 HC 111.246, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T; e HC 
129.215, rel. min. Dias Toffoli, 2ª T. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752043150
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo946.htm#Extradi%C3%A7%C3%A3o%20e%20quadro%20de%20instabilidade%20do%20Estado%20requerente
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751959427
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo947.htm#Crime%20sexual%20contra%20vulner%C3%A1vel%20e%20retroatividade%20da%20lei%20mais%20ben%C3%A9fica
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=3505236
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=10362944
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=10362944
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 17 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE 
IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
MANDADO DE SEGURANÇA 
PROCEDIMENTO 
É desnecessária a remessa dos autos ao 
órgão ministerial, nos termos do art. 12 da 
Lei 12.016/200943, quando se tratar de 
controvérsia iterativa acerca da qual o 
plenário já tenha firmado jurisprudência. 
Assim prevê o art. 52, parágrafo 
único, do Regimento Interno do 
Supremo Tribunal Federal (RISTF)44. 
Logo, nessa hipótese, não há falar-se 
em nulidade de acórdão proferido pelo 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 
sede de mandado de segurança, sem a 
oitiva do Ministério Público, na forma do 
art. 12 da Lei 12.016/2009. 
O mandado de segurança não é a medida 
judicial cabível para se impugnar a decisão 
do relator que, no STJ, nega seguimento a 
agravo interno, interposto, por sua vez, para 
combater decisão denegatória de 
reclamação. 
Não se admite a impetração de 
mandado de segurança contra ato 
jurisdicional, salvo nos casos de flagrante 
ilegalidade ou teratologia da decisão 
questionada. 
Na hipótese, o art. 6º da Resolução 
12/2009 do STJ45 determina que as 
decisões do relator proferidas nas 
reclamações destinadas a dirimir 
 
43 Lei 12.016/2009: “Art. 12. Findo o prazo a que 
se refere o inciso I do caput do art. 7º desta Lei, o juiz 
ouvirá o representante do Ministério Público, que 
opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) 
dias. Parágrafo único. Com ou sem o parecer do 
Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, 
para a decisão, a qual deverá ser necessariamente 
proferida em 30 (trinta) dias.” 
divergência entre acórdão prolatado por 
turma recursal estadual e jurisprudência 
do STJ são irrecorríveis. 
Cabe esclarecer que referida espécie 
de “reclamação” não se subsumia às 
hipóteses estritamente constitucionais 
de cabimento de reclamação, nem 
estava regulamentada pela Lei 
8.038/1990. Tratava-se, portanto, de 
instrumento processual anômalo, criado 
e regulamentado pelo STJ, na esteira de 
precedente desta Corte Suprema46, para 
solucionar temporariamente 
contrariedade ínsita ao sistema dos 
juizados especiais estaduais, que não 
possuíam meio de controle do 
cumprimento das decisões proferidas 
pelo órgão uniformizador da 
jurisprudência federal. 
Por essa razão, toda a 
regulamentação do cabimento e do 
processamento dessa espécie de 
“reclamação” esgotava-se noconteúdo 
da Resolução 12, de 14 de dezembro de 
2009. 
Diante disso e de toda a especialidade 
e especificidades desse instrumento 
normativo, que, inclusive, já não mais 
existe no ordenamento jurídico, resta de 
todo inviável apontar-se ilegalidades 
manifestas ou teratologia com força 
suficiente para admitir seu controle 
excepcional por meio de mandado de 
segurança. 
Por fim, ressalte-se ser incabível a 
análise sobre a constitucionalidade de 
dispositivos legais, pois a via estreita do 
44 RISTF: “Art. 52. O Procurador-Geral terá vista 
dos autos: (...) Parágrafo único. Salvo na ação penal 
originária ou nos inquéritos, poderá o Relator 
dispensar a vista ao Procurador-Geral quando houver 
urgência, ou quando sobre a matéria versada no 
processo já houver o Plenário firmado jurisprudência.” 
45 Resolução 12/2009 do STJ: “Art. 6º As decisões 
proferidas pelo relator são irrecorríveis.” (revogada) 
46 RE 571.572 ED, rel. min. Ellen Gracie, P. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=606378
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 18 
mandado de segurança não permite a 
apreciação de lei em tese.47 e 48 
RMS 32.482, rel. min. Teori Zavascki, DJE de 
21-2-2020. 
(Informativo 912, 2ª Turma) 
___________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 Enunciado 266 da Súmula do STF: “Não cabe 
mandado de segurança contra lei em tese.” 
48 MS 34.432 AgR, rel. min. Luiz Fux, P. 
49 Lei 8.906/1994 : “Art. 7º (...) XXI – assistir a seus 
clientes investigados durante a apuração de infrações, 
sob pena de nulidade absoluta do respectivo 
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, 
de todos os elementos investigatórios e probatórios 
dele decorrentes ou derivados, direta ou 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PROCESSO EM GERAL 
INQUÉRITO POLICIAL 
DEFESA TÉCNICA 
Não é necessária a intimação prévia da 
defesa técnica do investigado para a tomada 
de depoimentos orais na fase de inquérito 
policial. 
As alterações promovidas pela Lei 
13.245/2016 no art. 7º, XXI49, da Lei 
8.906/1994 (Estatuto da Ordem dos 
Advogados do Brasil) representam 
reforço das prerrogativas da defesa 
técnica no curso do inquérito policial, 
sem comprometer, de modo algum, o 
caráter inquisitório da fase investigativa 
preliminar. 
Por se tratar de procedimento 
informativo de natureza inquisitorial 
destinado precipuamente à formação da 
opinio delicti do órgão acusatório, o 
inquérito comporta a regular mitigação 
das garantias do acusatório e da ampla 
defesa. 
Com efeito, tal proceder justifica-se 
pelo fato de os elementos indiciários não 
se prestarem, por si sós, ao juízo penal 
condenatório (Código de Processo Penal 
(CPP), art. 15550). Esse resultado 
processual pode ser alcançado com 
fundamento em provas diversas, 
dispensando-se, inclusive, a produção de 
procedimento investigatório51. 
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da 
respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos;” 
50 CPP/1941: “Art. 155. O juiz formará sua 
convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua 
decisão exclusivamente nos elementos informativos 
colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas.” 
51 Inq 3.387 AgR, rel. min. Dias Toffoli, 2ª T. 
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342436342&ext=.pdf
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo912.htm#Mandado%20de%20seguran%C3%A7a%20e%20oitiva%20do%20Minist%C3%A9rio%20P%C3%BAblico%20-%202
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=12617404
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=10350303
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 19 
A medida defensiva elencada no art. 
7º, XXI, da Lei 8.906/1994 não conferiu 
ao advogado o direito subjetivo de 
intimação prévia e tempestiva do 
calendário de inquirições a ser definido 
pela autoridade judicial, mas, em seu 
restrito limite semântico, apenas 
contemplou o auxílio técnico a 
investigado no que tange aos 
depoimentos orais. 
Logo, a determinação legislativa não 
imprime à autoridade policial a 
incumbência de trazer a defesa técnica 
para o seio da investigação criminal, 
tampouco lhe impõe a obrigatoriedade 
de participação nas apurações. A norma 
busca afastar óbices à assistência do 
advogado ao investigado na coleta de 
depoimentos quando patente e 
expresso tal interesse, que pode ser 
evidentemente concretizado com a 
apresentação de razões e quesitos. 
Pet 7.612, rel. min. Edson Fachin, DJE de 20-
2-2020. 
(Informativo 933, Segunda Turma) 
___________________________________ 
PROCESSO EM GERAL 
COMPETÊNCIA 
JUSTIÇA ESTADUAL 
Compete à Justiça estadual julgar homicídio 
supostamente praticado por policial 
rodoviário federal após desavença no 
trânsito ocorrida no seu deslocamento de 
casa para o trabalho. 
A suposta prática de homicídio, 
desvinculada da condição funcional de 
policial rodoviário federal, não faz incidir 
a competência da Justiça Federal, a qual, 
nos termos do art. 109, IV, da 
 
52 CF/1988: “Art. 109. Aos juízes federais compete 
processar e julgar: (...) IV – os crimes políticos e as 
infrações penais praticadas em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades 
Constituição Federal52, pressupõe o 
cometimento de delito em detrimento 
de bens, serviços ou interesse da União. 
A mera condição de servidor público 
federal não basta, por si só, para atrair a 
competência da Justiça Federal. O 
interesse da União há de sobressair das 
funções institucionais, não da pessoa do 
paciente. 
HC 157.012, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 
27-2-2020. 
(Informativo 963, Primeira Turma) 
___________________________________ 
PROCESSO EM GERAL 
PROVA 
COLABORAÇÃO PREMIADA 
Ainda que remetidos a outros órgãos do 
Poder Judiciário para as apurações dos fatos 
declarados, remanesce competência ao 
juízo homologador do acordo de 
colaboração premiada a deliberação acerca 
de pretensões que envolvem o 
compartilhamento de termos de 
depoimento prestados pelo colaborador. 
O envio de termos de depoimento 
para utilização por esferas judiciais 
diversas não suprime a competência do 
Supremo Tribunal Federal (STF) para se 
pronunciar acerca de pleitos 
relacionados a acordos de colaboração 
homologados no âmbito da Corte. 
Com efeito, transpassado 
positivamente o crivo judicial acerca da 
regularidade, da legalidade e da 
voluntariedade do acordo de 
colaboração premiada, incumbe ao juízo 
responsável pela homologação do 
negócio jurídico o gerenciamento dos 
elementos que subsidiam o termo de 
autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça 
Militar e da Justiça Eleitoral;” 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752042346
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo933.htm#Defesa%20t%C3%A9cnica%20e%20oitivas%20%E2%80%93%202
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752074714
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo963.htm#Homic%C3%ADdio%20qualificado%20e%20policial%20rodovi%C3%A1rio%20federal%20-%202
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 20 
acordo, com a adoção de providências – 
sejam atuais ou supervenientes – 
necessárias a tornar plausível o 
processamento judicial das informações 
nele contidas. 
A posterior remessa de cópia do 
aludido termo de depoimento ao juízo 
competente à apuração dos fatos ali 
relatados não detém o condão de retirar 
do STF o controle sobre a sua utilização 
em procedimentos jurisdicionais 
diversos, mormente porque, como é 
cediço, tais encaminhamentos não se 
prestam à fixação de competência53. 
Pet 7.065 AgR, rel. min. Edson Fachin, DJE de 
20-2-2020. 
(Informativo 922, Segunda Turma) 
___________________________________ 
NULIDADES E RECURSOS EM GERAL 
RECURSOS EM GERAL 
HABEAS CORPUS E SEU PROCESSOSe a discussão acerca da correta fixação da 
competência e da transnacionalidade 
delitiva exige exame aprofundado de 
elementos fáticos, a solução da controvérsia 
é incabível em sede de habeas corpus. 
A ação de habeas corpus é remédio 
processual inadequado, se ajuizada com 
o objetivo de: a) promover a análise 
aprofundada da prova penal; b) efetuar 
o reexame do conjunto probatório 
regularmente produzido; c) provocar 
reapreciação da matéria de fato; e d) 
proceder à revalorização dos elementos 
indicatórios e/ou coligidos no 
procedimento penal54. 
O habeas corpus não comporta fase 
probatória. Os elementos de convicção 
devem ser revelados com a impetração, 
 
53 Pet 6.986 AgR, red. p/ o ac. min. Dias Toffoli, 2ª 
T. 
 
54 HC 92.887, rel. min. Celso de Mello, 2ª T. 
por meio dos documentos anexados 
pelo impetrante ou das informações 
prestadas pela autoridade apontada 
como coatora. A inexistência de 
demonstração inequívoca dos fatos 
alegados obstaculiza a concessão da 
ordem, mormente quando das demais 
peças dos autos não surge a respectiva 
procedência55. 
Ademais, “é de competência da 
Justiça Federal [julgar] o crime de 
lavagem quando este for transnacional 
em decorrência da previsão do art. 109 
da Constituição Federal e da existência 
de tratados internacionais, como é o 
caso das Convenções de Viena, de 
Palermo e das Nações Unidas contra a 
Corrupção. Nesses casos, será suficiente 
para firmar a transnacionalidade da 
lavagem, ainda que o crime antecedente 
seja interno”56. 
Portanto, a determinação da 
existência de transnacionalidade dos 
delitos imputados é fator fundamental 
para fixação da competência 
jurisdicional. Todavia, no caso em tela, a 
compreensão sobre a 
transnacionalidade do delito de lavagem 
de capitais implica aprofundamento dos 
elementos fáticos relacionados às 
imputações, incabível em sede de 
habeas corpus. 
HC 151.881 AgR, rel. min. Rosa Weber, DJE 
de 12-2-2020. 
 (Informativo 959, Primeira Turma) 
___________________________________ 
 
 
 
 
55 HC 68.223, rel. min. Marco Aurélio, 2ª T. 
56 BALTAZAR JR, José Paulo. Crimes Federais. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 579. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=752042292
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo922.htm#Colabora%C3%A7%C3%A3o%20premiada%20e%20termo%20de%20compartilhamento
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=15065976
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3230027
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751970215
http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo959.htm#Prescri%C3%A7%C3%A3o%20de%20delito%20e%20fixa%C3%A7%C3%A3o%20de%20compet%C3%AAncia%20%E2%80%93%202
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=70815
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 21 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
TRIBUTOS 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS/IMPOSTOS 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO 
LÍQUIDO (CSLL) / IMPOSTO DE RENDA DAS 
PESSOAS JURÍDICAS (IRPJ) – REPERCUSSÃO 
GERAL 
É constitucional a limitação do direito de 
compensação de prejuízos fiscais do 
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e 
da base de cálculo negativa da Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido - CSLL (Lei 
8.981/1995, arts. 42 e 5857; e Lei 9.065/1995 
arts. 15 e 1658). 
A possibilidade de compensação de 
prejuízos fiscais apurados em exercícios 
anteriores não constitui direito 
adquirido do contribuinte. Caracteriza-
se como um benefício fiscal, e sua 
ausência não importa ofensa a nenhum 
princípio constitucional regente do 
Sistema Tributário Nacional. 
Assim, a depender das diretrizes da 
política fiscal do Estado/Governo, 
podem ser alterados os limites 
quantitativos (percentual da trava) e 
 
57 Lei 8.981/1995: "Art. 42. A partir de 1º de 
janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, 
o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões 
previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de 
Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por 
cento. (…) Art. 58. Para efeito de determinação da 
base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o 
lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por 
compensação da base de cálculo negativa, apurada 
em períodos-base anteriores em, no máximo, trinta 
por cento." 
58 Lei 9.065/1995: "Art. 15. O prejuízo fiscal 
apurado a partir do encerramento do ano-calendário 
de 1995, poderá ser compensado, cumulativamente 
com os prejuízos fiscais apurados até 31 de dezembro 
de 1994, com o lucro líquido ajustado pelas adições e 
exclusões previstas na legislação do imposto de renda, 
observado o limite máximo, para a compensação, de 
trinta por cento do referido lucro líquido ajustado. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo somente se 
aplica às pessoas jurídicas que mantiverem os livros e 
documentos, exigidos pela legislação fiscal, 
temporais (prazo para abatimento nos 
anos seguintes) da dedução fiscal do IRPJ 
e modificada a base de cálculo negativa 
da CSLL59. 
Ademais, não se pode alegar que a 
legislação ordinária possibilitou a 
taxação de renda ou lucro fictícios a 
atingir o patrimônio/capital da empresa, 
ao argumento de que, na ordem fática, 
seriam registrados prejuízos decorrentes 
das atividades desenvolvidas pela 
pessoa jurídica contribuinte do IRPJ e da 
CSLL. 
As Leis 8.981/1995 e 9.065/1995 
“exprimem técnica fiscal de 
compensação integral dos prejuízos 
fiscais registrados em determinado ano-
base, sem divisa temporal (pro futuro), 
mas limitada a 30% a cada período, até 
que haja o esgotamento do resultado 
negativo, respeitando-se, por um lado, 
os princípios da isonomia, da capacidade 
contributiva, e do outro, retirando-lhe o 
caráter confiscatório, já que a fórmula 
legal não implica a perda do direito à 
compensação de prejuízos, mas mera 
transferência, indefinida, para períodos 
posteriores"60. 
comprobatórios do montante do prejuízo fiscal 
utilizado para a compensação. Art. 16. A base de 
cálculo da contribuição social sobre o lucro, quando 
negativa, apurada a partir do encerramento do ano-
calendário de 1995, poderá ser compensada, 
cumulativamente com a base de cálculo negativa 
apurada até 31 de dezembro de 1994, com o resultado 
do período de apuração ajustado pelas adições e 
exclusões previstas na legislação da referida 
contribuição social, determinado em anos-calendário 
subsequentes, observado o limite máximo de redução 
de trinta por cento, previsto no art. 58 da Lei 8.981, de 
1995. Parágrafo único. O disposto neste artigo 
somente se aplica às pessoas jurídicas que 
mantiverem os livros e documentos, exigidos pela 
legislação fiscal, comprobatórios da base de cálculo 
negativa utilizada para a compensação." 
59 RE 244.293 AgR, red. p/ o ac. min. Dias Toffoli, 
1ª T. 
60 FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Da 
compensação de prejuízos fiscais ou da trava de 30%. 
Revista Fórum de Direito Tributário – RFDT. Belo 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=630111
N. 24 FEVEREIRO DE 2020 
 
 
 22 
Por fim, cabe destacar que o 
mecanismo de compensação de 
prejuízos é um sistema de normas que 
objetiva auxiliar o empreendedorismo. 
No entanto, em um País que adota um 
sistema de livre concorrência, não há a 
obrigatoriedade da previsão de 
compensação de prejuízos. Não há 
tampouco uma cláusula pétrea que 
garanta a sobrevivência de empresas 
ineficientes, que não conseguiram, por 
qualquer que seja o motivo, sobreviver 
ao mercado. 
RE 591.340, red. p/ o ac. min. Alexandre de 
Moraes, DJE de 3-2-2020, repercussão geral, 
Tema 117. 
(Informativo 945, Plenário) 
___________________________________ 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
SECRETARIA DE DOCUMENTAÇÃO 
COORDENADORIA DE DIVULGAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA 
(CDJU) 
cdju@stf.jus.br 
 
 
Horizonte, ano 10, n. 60, nov./dez. 2012. 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751897755
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2633289&numeroProcesso=591340&classeProcesso=RE&numeroTema=117http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo945.htm#Limita%C3%A7%C3%A3o%20de%20compensa%C3%A7%C3%A3o%20de%20preju%C3%ADzos%20fiscais%20%E2%80%93%202
http://www.stf.jus.br/
mailto:cdju@stf.jus.br

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