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SÍNDROME NEFRÓTICA Síndrome nefrótica é uma lesão glomerular de natureza primária ou secundaria alterando a permeabilidade da membrana basal glomerular. Altera a barreira da membrana, ela fica “furada”, altera a permeabilidade para mais e a pessoa começa a perder proteína, o que define é a proteinúria, perda de proteína na urina. ↳ Várias formas deixam a membrana lesada, pode perder a barreira de carga elétrica, barreira mecânica ou ambas. Enquanto síndrome, é o conjunto de sinais, sintomas e achados laboratoriais que ocorrem quando há o aumento patológica e exagerado da permeabilidade dos glomérulos as proteínas, levando a proteinúria maciça. Não necessariamente vai ter poliúria, mas não tem oligúria (redução do débito urinário). O paciente pode reclamar de fraqueza, mas em um caso mais crônico, ele pode apresentar edemas pela perda de albumina. Por definição, tem a síndrome quem está perdendo 3 a 3,5g/24horas (em adultos) ou 50mg/kg/24h (em crianças). Hipoalbuminemia (no sangue) (menos que 2,5g) esse paciente vai ter edema generalizado, ele incha e incha muito, é uma das marcas clínicas. E muito importante, esse paciente pode vir com hiperlipidemia (colesterol alto no sangue). O paciente está perdendo albumina, também está perdendo lipídios. ↳ O fígado é responsável pelo metabolismo dos lipídios e formação da albumina, o corpo sente a redução da pressão oncótica e o corpo quer aumentar essa pressão e ai o corpo vira p fígado e fala que precisa aumentar a pressão oncótica e isso ativa uma serie de vias metabólicas para aumentar o metabolismo proteico mas isso acaba aumentando a produção de lipoproteínas, aumenta muito as vezes, então é um mecanismo indireto, na tentativa de aumentar a albumina, ele aumenta os lipídios o que pode causar aterosclerose. Entender o edema é muito importante. Existem dois mecanismos de edema nessa síndrome. Os dois podem acontecer no paciente, mas geralmente predomina um ou outro. O mecanismo do Underfiiling: ↳ O paciente ta perdendo albumina pq a membrana glomérulo capilar ta esburacada por uma lesão, ele ta perdendo albumina, ele tem pouca albumina o que reduz a pressão oncótica intravascular, se ele perde essa pressão, a tendência da água é sair para o extravascular que é o 3° espaço, o interstício e aí a pessoa incha. Só que essa perda de água tem uma consequência muito séria, reduz o volume intravascular, então o sangue está perdendo volume, existe uma redução do volume circulante efetivo, chega menos sangue para o rim, reduz o volume de sangue chegando para o rim e o rim percebe essa redução no volume e aí o que o rim faz para corrigir isso? Ele ativa o sistema renina angiotensina aldosterona. Ao ativa o SRAA, vai reter sódio e água porque ele queria corrigir o volume intravascular só que essa água retira não vai conseguir ficar dentro do vaso porque estamos diante de um vaso que não tem pressão oncótica então é mais água que vai inchar então vira um ciclo vicioso. O Underfilling ↳ vai predominar no paciente em que ocorre uma perda muito rápida de albumina, porque existe pressão oncótica no intra e extravascular. Na hora que o intravascular perde albumina rápido não dá para equilibrar e a água sai. Se é uma doença em menor quantidade, mas em tempo mais arrastado, dá tempo de ir equilibrando, pois, o extravascular manda albumina para o intravascular. Quando a coisa é mais devagar, acontece mais a teoria de overfilling. Uma doença que causa a retenção primária de sódio no rim (retenção patológica) → dessa forma, a água é retida também e essa agua vai causar um aumento de p hidrostática → aumento da p hidrostática associada a uma queda de albumina → então há extravasamento do liquido, formando edema. Esses dois mecanismos podem acontecer no mesmo paciente Se chega pouco sangue, como não há redução da urina? O rim vai controlando isso pelo controle da artéria aferente Possíveis causas, podem ser secundárias: • Diabetes mellitus, amilodose, vasculite, hepatite b, HIV, linfoma, tumores sólidos, esquistossomose, Se for causa primária: • Lesão mínima (deficiência nos podócitos), glomeruloesclerose, nefropatia membranosa, membranoproliferatica Quadro clínico: ↳ Edema generalizado (anasarca), mais na face, periorbital, pode fazer derrame pleural (acúmulo entre os líquidos da pleura), ascite é barriga d’água, dispneia, congestão pulmonar. Esse paciente pode queixar de urina espumosa (presença de proteína) ↳ mais raramente: diminuição do volume urinário quando ele já está num nível avançado da doença. Geralmente não tem aumento da pressão arterial, mas pode acontecer. Outras coisas que podem acontecer é doença arteriosclerótica devido ao LDL alto, propensão a trombose devido a perda de fatores de anticoagulação (antitrombina III). Outro tipo de proteína são as imunoglobulinas, o que pode tornar propensão a infecções Exames complementares: Albumina serica (menos q 2,5) Proteinúria Ldl alto Função renal (ureia e creatinina): geralmente normal ou padrão pré renal Ureia e creatinina são o nosso lixo industrial, nós temos um metabolismo e nada é de graça, não existe produção que não deixe lixo. Os subprodutos do nosso metabolismo precisam ser eliminadas e a ureia e creatinina são escórias nitrogenadas e usamos elas pq se esses valores sobem é porque o rim não está filtrando, só que esse raciocínio é bem limitado pois outros fatores podem influenciar, mas se o rim n está filtrando direito ureia e creatinina sobem, só que numa síndrome nefrótica pura, no início não existe nenhuma redução da filtração glomerular, muito pelo contrário, a membrana esta furada, passa mais coisa, então numa síndrome enquanto não há um acometimento na baixa de filtração não esperamos uma redução de ureia e creatinina No sumario de urina, é aquele potinho, e não dá a quantidade de proteínas em gramas, dá a quantidade em cruzes, não diz em gramas. Outra coisa que podemos esperar são os cilindros hialinos e granulosos ↳ A proteína de Tamm Horsfal tem propriedades adesivas, ela é grudenta e coisas que passam pelo túbulo (por dentro) vão de grudando e acumulando e isso vai sair em forma de cilindro na urina ↳ o excesso de proteína vai ficar aderida nessa proteína de Tamm Horsfal (grudenta) e vai sair na urina Como exemplo, a nefropatia diabética Não é a causa mais comum, mas é muito comum de Nefropatia Diabetes é muito problemática porque excesso de açúcar no sangue é toxica e hiperglicemia crônica pode desencadear um processo inflamatório. Pode levar a microangiopatia nos vasos do rim. É prevenível, porque resulta da hiperglicemia crônica, acontece em média 5 a 10 anos após o diagnostico A perda de albumina pode levar a um ponto de síndrome nefrótica, mas esse paciente também pode evoluir para a doença renal crônica, um paciente que já chegou com diminuição de taxa de filtração glomerular, diminuição do débito urinário, elevações significativas da ureia e creatinina A hiperglicemia causa reação inflamatória, o excesso de açúcar leva a uma reação inflamatória e essa reação lesa os vasos do rim, ao lesar esses vasos, fazendo microangiopatia, essa lesão vascular renal pode lesar a barreira de filtração, ocorrendo alteração na permeabilidade na membrana glomérulo capilar.