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D O E N Ç A S R E N A I S E E X A M E S C O M P L E M E N T A R E S E X A M E S C O M P L E M E N T A R E S 1. Ureia e creatinina 2. Dosagem de eletrólitos 3. Taxa de filtração glomerular 4. SDMA 5. Relação proteína:creatinina 6. Hemograma 7. Sumário de urina (urinálise) 8. Hemograma Ureia e creatinina • Principais biomarcadores da função renal. ➔ Ureia A amônia é um produto tóxico do metabolismo do nitrogênio que deve ser removido de nosso corpo. O ciclo da ureia ou o ciclo do ornithine convertem a amônia adicional na ureia nas mitocôndria de pilhas de fígado. A ureia segue para o sangue, é filtrada pelos rins e excretada pela na urina. Portanto se o filtro renal não está funcionando direito, ele perde essa capacidade de colocar ureia para fora, levando o animal a desenvolver uremia (grande quantidade de ureia no sangue), já que a mesma não foi eliminada. ➔ Creatinina A creatinina é uma substância presente no sangue que é produzida pelos músculos (a partir da quebra da musculatura) e também deve ser eliminada pelos rins. Portanto se há quantidade elevadas de creatinina no sangue pode significar que os rins não estão conseguindo eliminar a creatinina e, por isso, está sendo acumulada no sangue. • Podemos dizer que a creatinina é um melhor marcador que a ureia, pois a última pode sofrer alterações de muito outros fatores, como o consumo alto de proteína por exemplo – paciente com jejum inadequada antes do exame pode elevar níveis de ureia no sangue e não significa problema nos rins. Obs.: a ureia e creatina produzidas são eliminadas junto com água. Dosagem de eletrólitos O rim é um órgão que também recebe muitos eletrólitos. Essas substâncias chega no glomérulo e devem ser reabsorvidas. Logo se essas substâncias são encontras na urina indica falha na filtração renal (o rim deixou passar). Obs.: Se tiver muito no sangue, também sinaliza falha. TFG (Taxa de filtração glomerular) É a medida da depuração de uma substância que é filtrada livremente pelos glomérulos e não sofre reabsorção ou secreção tubular, por isso é comumente usada como a medida padrão da avaliação da função renal. • Mililitros de filtrado glomerular formado por minutos por quilo de peso corporal. Basicamente o exame mostra o quanto do volume sanguíneo que chegou no rim, ele conseguiu filtrar e transformar em urina. • De 20 a 30% de todo meu sangue circulante entra pelo glomérulo. • Essa entrada é diretamente relacionada ao SRAA. Ativação do SRRA -> aumento da PA e vasoconstricção periférica -> menos sangue chega no glomérulo -> produção menor de urina (perde menos água). Ainda é avaliado a taxa de albumina já que se a taxa de filtração glomerular estiver alterada, ele se tornara incapaz de reter a passagem de proteínas. Obs.: Cachorros podem liberar um pouco de albumina na urina, gatos não devem liberar nada. SDMA • Dimetilarginina simétrica (SDMA) O SDMA é um biomarcador sanguíneo do estado dos rins que já acusa o problema em sua fase inicial. O tradicional teste de creatinina detecta alterações quando aproximadamente 75% da função renal já foi perdida. Este flagra a doença quando existe uma perda de cerca de 40% da função renal, podendo chegar à marca de apenas 25%. Isso pode representar o diagnóstico dos prejuízos aos rins com até dois anos de antecedência, se compararmos com os métodos mais tradicionais. • Pode ser dosada em caninos e felinos. • Material: 1,0 mL de soro ou plasma EDTA. Relação proteína:creatinina A relação de proteína/creatinina (RPC) na urina é um teste indicado para avaliação de lesão aos glomérulos quando ainda não há evidências clínicas ou até mesmo laboratoriais de patologia no sistema urinário, já que creatinina e a ureia somente se elevam quando 75% ou mais dos néfrons foram lesados, enquanto a RPC aumenta a partir de 25% de comprometimento ao tecido renal. Portanto, este teste pode ser utilizado como indicativo de lesão aos rins em casos iniciais, o que melhora o prognóstico do paciente. • Essa relação é obtida dividindo-se a concentração de proteína pela de creatinina. Moléculas de proteína são significativamente grandes para ultrapassar os glomérulos, no entanto moléculas de creatinina são bem menores, passam facilmente e são liberadas em grande quantidade na urina. Fisiologicamente é esperado que a creatinina esteja elevada na urina, mas a proteína não. Quando a quantidade de proteínas na urina encontra-se persistentemente elevada, esta condição sugere lesão glomerular. Assim, quanto mais proteína há na urina, maior a RPC urinária e maior o indício de gravidade na lesão aos glomérulos. • O objetivo dessa avaliação é obter, aproximadamente, a magnitude de eliminação de proteína pela urina, detectando assim a gravidade das lesões renais, a resposta ao tratamento ou a progressão do doença. Nota: Para realizar este exame, não é necessária nenhuma preparação especial ao paciente, nem mesmo jejum. O volume ideal de amostra para avaliação é maior do que 6 ml, obtido por sonda ou cistocentese. As amostras coletadas por micção espontânea podem sofrer interferência pela presença de proteínas externas no recipiente por exemplo. Um cuidado importante é o processamento realizado o mais rapidamente possível. Teste IDEXX - Biomarcador renal mais preciso e precoce Urinálise A urinálise é um grupo de exames químicos e microscópicos. Detecta produtos normais e anormais do metabolismo, células, fragmentos de células e bactérias na urina. Alterações da composição da urina podem indicar problemas metabólicos ou problemas renais. Muitos distúrbios afetam a composição da urina, principalmente aumentando a quantidade de substâncias, como proteínas, glicose ou bilirrubina, e células, como leucócitos e hemácias. Concentrações aumentadas de componentes que não são encontrados normalmente em quantidade significativa na urina podem ocorrer porque: 1. A quantidade no sangue está aumentada, e os rins estão eliminando o excesso. 2. A função renal está comprometida por uma doença. 3. Há uma infecção urinária, no caso de bactérias e leucócitos em excesso na urina. A urinálise inclui três fases: 1. Exame visual, que avalia a cor, transparência e densidade da urina Densidade: quantidade de soluto perante quantidade de solvente – se o rim está retendo água demais, a urina fica menos fluída (densidade aumenta). 2. Exame químico, que avalia 10 componentes da urina que podem estar alterados; 3. Exame microscópico, que identifica e determina a quantidade e o tipo de células, bactérias, cristais e outros componentes que podem ocorrer na urina. As duas primeiras fases podem ser feitas no consultório médico. A terceira é feita no laboratório. FORMAS DE COLETAR A URINA: 1. Cistocentese 2. Sonda uretral https://labtestsonline.org.br/glossary/metabolism https://labtestsonline.org.br/glossary/bacterium https://labtestsonline.org.br/understanding/conditions/kidney D I A G N Ó S T I C O C O M P L E M E N T A R Substâncias para serem avaliadas ou outros exames que podem ajudar a diagnosticar a doença renal. 1. Eritropoetina 2. Vitamina D 3. USG e raio x 4. PA 5. Hidratação 6. Mucosas Eritropoetina e vitamina D A primeira é sintetizada pelo rim e a segunda é ativada nele, portanto a alta ou baixa dessas substâncias no organismo podem indicar alterações renais. Ultrassonografia • Serve para avaliar principalmente a proporção córtex:medula ou processo obstrutivo nas vias urinárias. Raio x Importante ferramenta diagnostica para visualizar pontos de contraste,ou na identificação de urólitos. PA Não aferimos a pressão arterial com frequência na veterinária, pois nossa epidemiologia não tem muitas doenças relacionados a PA de forma intrínseca. Mas em casos de suspeita de doenças cardiovasculares e renais, ela é sim um bom parâmetro de relação. RESUMO: FUNÇÕES E ALTERAÇÕES DE CONCENTRAÇÕES D O E N Ç A S R E N A I S • Injúria renal aguda (IRA) • Insuficiência renal aguda (IRA) • Doença renal crônica (DRC) • Insuficiência renal crônica (IRC) Injúria renal aguda • Lesões que não levam a alteração da função. É perda súbita da capacidade de seus rins filtrarem resíduos, sais e líquidos do sangue. Quando isso acontece, os resíduos podem chegam a níveis perigosos e afetar a composição química do nosso sangue, que pode ficar fora de equilíbrio. • Todos os dias cometemos injurias renais, porém clinicamente é chamado de injuria os processos mais intensos, como intoxicações ou um gato com síndrome de pandora que não urina devido a uma demanda aumentada da função renal. • Injúria é o estado anterior da insuficiência. • Na injúria, o equilíbrio osmótico não é completamente perdido. Doença renal crônica A DRC se caracteriza quando o paciente por algum motivo já perdeu 75% da sua função renal, porém os 25% dos néfrons existentes ainda conseguem compensar a perda e manter o paciente em equilíbrio osmótico, e sintetizar importantes substâncias. Por isso, paciente com DRC podem ter exames sem alterações. Devido à interdependência dos componentes vasculares e tubulares do néfron, o ponto final da lesão irreversível glomerular ou tubular é o mesmo. As alterações variam de atrofia grave e substituição por tecido conjuntivo fibroso à hipertrofia acentuada. Insuficiência renal aguda • Quando altera a função Queda abrupta na função renal. É causada por uma agressão isquêmica ou tóxica aos rins, resultando em danos às células metabolicamente ativas do epitélio dos túbulos proximais e dos ramos ascendentes da alça de Henle, danificando o equilíbrio entre soluto e solvente. Na IRA, a perda desse rim é tão agressiva que não é possível manter o equilíbrio osmótico. Princípios gerais: • Tempo de evoluçã0 (lesão -> sintomas) menor que uma semana. • Ocorre azotemia causada por lesão de parênquima renal • Lesões renais potencialmente reversíveis ainda estão presentes. • Não há tempo para desenvolvimento de adaptação funcional • Existe possibilidade de haver recuperação da função renal, já que pode haver néfrons funcionais Causas: A IRA pode ser causadas por doenças pré, pós, ou renal em si. Pré - renal: • Doenças que tem manifestações no sistema renal, mas não necessariamente tem etiologia nele. • Diminuição da perfusão renal sem injúria celular direta. • Causas comuns: insuficiência cardíaca, perda de fluidos (diarreia), diuréticos, choque séptico, anestesia (levanto hipotensão) - qualquer quadro que leve a hipovolemia, fazendo com que chegue menos sangue no rim -> reduzindo perfusão (etiologia pré renal). Doenças renais intrínsecas: • Doença túbulo-intersticial com inflamação e edema • Injúria isquêmica do túbulo • Injúria tóxica do túbulo • Glomerulonefrite Qualquer quadro infeccioso, inflamatória (que seja só no rim) que leve a inflamação ou edema (ex: pielonefrite, glomerulonefrite, injurias isquêmica, injurias toxicas – ex: envenenamento por veneno ofídico . São elas: • Enfermidade tubulares agudas (necrose tubular aguda): É uma das causas e manifestações da Insuficiência renal aguda em sua forma renal (responsável pela grande maioria dos casos 70 a 90%). Trata-se de uma condição médica que envolve a morte de células tubulares que formam os túbulos, as quais transportam a urina para os ureteres enquanto reabsorvem 99% da água (e concentrando os sais e derivados metabólicos). Existem duas formas de NTA: Isquêmica (50%): ocorre quando as células tubulares entram em hipoxia – onde se manifesta por hipovolemia com hipoperfusão renal; pode acontecer devido a processos neoplásicos por exemplo. Tóxica (35%): ocorre quando as células tubulares são expostas à substâncias tóxicas – causada por antibióticos, antifúngicos, antivirais, anti- inflamatórios não hormonais, contrastes radiológicos, pigmentos, peçonhas de animais e metais pesados. • Nefrite intersticial (inflamação nos néfrons) – 10% Principalmente de cunho infeccioso (ex: leptospirose, leishmaniose, PIF, erliquiose). • Glomerulonefrite ou pielonefrite aguda – 5% Inflamação dos glomérulos. Essa doença compromete as funções dos glomérulos impedindo que eles realizem corretamente a filtragem do sangue. Lesão letal: onde boa parte dos néfrons é destruída e a função do rim fica prejudicada. Lesão subletal: prejudica o rim, mas não altera sua função. Em ambas as lesões, devemos ‘’oferecer’’ uma fase de manutenção para o rim, para que os outros néfrons que não tenham sido danificados, consigam se recuperar e tentar manter a função do rim. Depois dessa fase de manutenção, o rim pode entrar na fase de recuperação, podendo se recuperar totalmente, ou levar o paciente a uma insuficiência renal crônica. Ou, se a pausa da fase de manutenção passou e esta não foi o suficiente, o motivo da lesão vai permanecer e o rim vai morrer. Entre a recuperação completa e insuficiência renal crônica temos a doença renal crônica, já que antes do paciente ficar insuficiente, ele ficará doente. Pós renal: • Acontece dentro do sistema urinário, ou seja, após o rim. • Injúria obstrutivo dos túbulos renais • Obstrução do fluxo de ambos os rins • Obstrução uretral ou ruptura do trato urinário • Deve ser descartado rápido: a reversibilidade depende da duração da obstrução https://pt.wikipedia.org/wiki/Insufici%C3%AAncia_renal_aguda https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=T%C3%BAbulos&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Urina https://pt.wikipedia.org/wiki/Ureter https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipoxia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipovolemia https://pt.wikipedia.org/wiki/Antibi%C3%B3tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Metal_pesado Qualquer coisa que aconteça pós rim e prejudique sua função são causas pós renais que podem levar a uma IRA. • Quadros mais comuns: Processos obstrutivos (síndrome de pandora) – os urólitos levam a uma falta de escoação da urina, e o rim fica ‘’afogado'' como se a torneira estivesse trancada gerando um quadro de hidronefrose (acúmulo de liquido no parênquima renal). Isso vai fazer com que a pressão do rim aumente, ele trabalha mais e morre. Fatores de risco: • Doença renal preexistente • Condições associadas com azotemia pré-real – paciente com doenças sistêmicas que levam a desidratação (ex: doenças endócrinas) • Paciente idosos – naturalmente, os néfrons dos animais morrem ao longo do tempo Principais achados clínicos: • Crise urêmica: Onde tudo aquilo que deveria ser liberado na urina está no sangue. Essa crise não é uma regra, e só acontece já com paciente em lesão fatal (ex: paciente oligúrico ou anúrico). Quando o paciente está sem liberar a urina ou sem produzi-la, tudo que devia ser descartado da urina está no sangue = crise urêmica. Muitas vezes não dá tempo de o paciente desenvolver crise urêmica e a maioria dos animais com IRA não desenvolvem a crise urêmica clássica, isso acontece principalmente em casos de lesão agressiva (ex: veneno de cobra). • Poliúria e polidipsia Paciente com IRA podem apresentar poliúria e polidipsia se já tiverem uma outra patologia existente. Ex.: um animais com IC e hipertensão pode terpoliuria, e polidipsia para compensar a poliúria; Esse casos não são muito comuns, mas podem acontecer. • Sintomas gastrintestinais como anorexia, êmese, diarreia, hematoquezia É clássica um paciente com IRA desenvolver quadros gastroentéricos muito agressivos – ex: o uso de inflamatórios que inibem a prostaglandina afetam tanto os rins (diminuem sua perfusão) quanto a produção do muco estomacal (deixando- o desprotegido). • Sinais neurológicos como tremores, convulsões, coma. Devido a intoxicação por ureia no organismo. • Hálito urêmico, necrose de língua, úlceras gengivais Todos devido ao acúmulo de ureia no sangue que é um composto tóxico e cáustico. A necrose de ponta de língua acontece porque a ureia em contato com o leito vascular leva a necrose em pontas (locais com micro vascularização). • Taquipneia: devido a hemodinâmica alterada – tanto a taquipneia quanto uma taquicardia podem ser vistas num estágio clínico mais agudo pois estão ligados a dor e alterações no sistema cardiovascular. A taquicardia também ocorre devido ao acumulo de potássio no organismo (que deveria ser eliminado na urina) e o potássio é elemento que participa da contração muscular, se o potássio aumenta, consequentemente as contrações também (incluindo a do coração) -> taquicardia. Diagnóstico laboratorial • Perfil bioquímico (creatinina sérica, ureia, cálcio/fosforo, potássio, glicose, transaminases hepáticas). Urinálise: • Análise do sedimento urinário (cilindros hialino e granulosos) • Densidade menor 1025 A densidade urinária pode diminuir (urina mais diluída) em casos de paciente com alteração da pressão renal, poliuria e polidipsia. • Enzimas intratubulares (indicadores precoces de lesão tubular) – não são muito solicitadas. Avaliação laboratorial • Hemograma e PT Não devemos esperar encontrar anemia no hemograma de um paciente com IRA pois não dá tempo de a baixa de eritropoietina influenciar na queda. Mas um eritograma com valores aumentados e uma proteína total aumentada (animal desidratada) encontramos. • Sorologia para lepto • Pressão arterial • Ultrassom abdominal • Rx tórax/abdome • Biópsia renal Biopsia geralmente não da tempo, mas é bom para identificar em que região ocorreu a etiologia da doença. Avaliação do fluxo urinário A IRA pode ser oligúrica ou não oligúrica: • Oligúria: fluxo urinário < 0.27-0.5 mL/kg/h • Anúria: fluxo urinário < 0.1 ml/kg/h • Não oligúrica: > 0.27-05 ml/kg/h (pode ser poliúrica) Essa avaliação é feita com o paciente internado e através da taxa de filtração glomerular. Princípios gerais do tratamento Os objetivos são os mesmos independentemente da causa do problema • O principal é fazer meu paciente voltar a urinar Em casos de pacientes poliúricos, o tratamento principal é hidratar o paciente, e reposição de eletrólitos. • Tentar impedir ou minimizar novas agressões • Restaurar e manter a perfusão renal • Parar, se possível, o uso de drogas potencialmente nefrotóxicas • Estimular a diurese, assim que o paciente estiver hidratado. • Corrigir as alterações hidroeletrolíticas e do balanço acidobásico (fluidoterapia) Instituir terapia de suporte para: • Controlar a gastroenterite urêmica • Controlar os vômitos Independe de causa renal ou não, todo paciente com êmese e diarreia tem perda de potássio significativa. • Combater as possível infecções • Prover suporte nutricional REVERTER A OLIGÚRIA/ANÚRIA Primeiro passo é a reidratação – avaliar se meu paciente está ou não desidratado. Para estimular a diurese, podemos utilizar fluidoterápicos (diuréticos) osmóticos, já que o rim funciona a partir do potencial osmótico do sangue – para as células reconhecerem a alta concentração de soluto no organismo. • Glicose 10% • Manitol (20%): 0,25 a 0,5 g/kg PV NÃO REPETIR SE NÃO OCORRER DIURESE APÓS A DOSE INICIAL • Furosemida + dopamina (juntos) • Dopamina: 2 a 5 mg/kg em Glicose 5% • Furosemida: 2 a 4 mg/kg IV Tratamento • Tratamento dos distúrbios eletrolíticos: Paciente com hipercalemia (acima de 8 mEq/l) faz bicarbonato de sódio na fluido (0,5 a 1 mEq/kg). • Correção da acidose: bicarbonato também • Controle de vômito: Cimetidina, ranitidina ou famotidina; Metoclopramida, Ondasetrona, Clorpromazina. Tem que administrar fármacos anti eméticos que atuam no centro do vomito (ex: vonal, serenia) • Gluconato de CA a 10% - 1 mL/kg Pacientes anúricos ou oligúricos aumentam sua concentração de fosforo na circulação; aumento de fosforo = diminuição de cálcio, por isso o Gluconato. • Diálise peritoneal ou hemodiálise • Evitar dieta proteica (ração terapêutica) para não aumentar as concentrações de ureia. • Dor: cloridrato de tramadol –> 0.5 – 1 mg/kg VO/IV/SC, BID/TID (NÃO USAR ANTIINFLAMATÓRIO, E SIM OPIOIDES) Prognóstico • Depende essencialmente da gravidade das lesões renais • O prognóstico varia de favorável a bom para os pacientes que conseguem sobreviver à fase crítica e recuperam a funcionalidade renal. Insuficiência renal crônica • Doença de parênquima renal com comprometimento da função renal – de desenvolvimento prolongado. • Potencial para repara das lesões já foi exaurido • Os néfrons sobreviventes já sofreram as adaptações para compensar as perdas ocorridas • A função renal intrínseca não irá mudar a não ser para pior A IRC é caracterizada por deterioração insidiosa (lenta) e progressiva da função renal, que leva à poliúria seguida por azotemia e eventualmente, uremia. • A taxa de progressão da lesão renal é muito variável • Os primeiros sintomas podem não ser percebidos e a precipitação de uma crise urêmica pode dar a falsa impressão de um processo agudo • O paciente com insuficiência renal cronica não consegue sintetizar as substâncias naturalmente. • No estágio final da IRC (incapacidade de manutenção em homeostase) o paciente pode agudizar (lesão renal aguda). O paciente doente renal crônico tem 25% do seus néfrons que conseguem dar conta do trabalho, mas se esses 25% não conseguirem -> insuficiência renal crônica. Causas possíveis • A causa primária pode ser uma glomerulonefrite ou doença inflamatória túbulo-intersticial. • Geralmente a causa é multifatorial e não pode ser determinada quando a IRC é detectada. É possível termos pacientes doentes renais crônicos bem de saúde, já que os néfrons restantes estão conseguindo trabalhar. Por isso só é considerado IRC quando aparece sintomatologia clínica. • O paciente apresenta poliúria devido a incapacidade da retenção de água • O organismo identifica muito soluto e por isso aumenta a eliminação de solvente para tentar eliminar esse soluto em excesso. • Apresenta pielonefrite (inflamação dos túbulos) -> incapacidade de absorção de água • Glomerulonefrite (infamação do glomérulo) -> passagem de macromoléculas. F I S I O P A T O L O G I A Se o rim do paciente está doente, os compostos nitrogenados não são filtrados para virar urina, se acumulam no organismo e geram diversas sintomatologias características do paciente insuficiente renal crônica. Paciente com êmese e anorexia vai ficar desidratado, a desidratação pode levar a um aumento da pressão arterial devido à ação de um hormônio chamado vasopressina. Altas concentrações de vasopressina também podem causar constrição dos vasos sanguíneos -> aumento da pressão arterial. Todo esse fatores estarão relacionados contribuindo para uma piora do rim. • Aumento da pressão arterial = sobrecarga da função renal. • ↓ perfusão renal = menos sangue para manter os néfrons funcionando.
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