Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Glasser e Circovirose Situações que afetam a sanidade do suíno e da granja, e faz com que aumente a pressão de infecção, de forma que os animais sofram e demonstrem doenças Doença de Glasser Etiologia: Haemophylus parasuis, doença infecciosa, septicêmica, que cursa com polisserusite fibrinosa, e leva a perdas econômicas por mortalidade e por refugagem. Conforme a serosa afetada varia o sinal clínico. Bactéria gram negativa, com 15 sorotipos, e ainda alguns deles não são sorotipaveis, é de difícil isolamento, sendo que no cultivo eles fazem plaqueamento junto do Staphylococcus e o Haemophylus cresce ao redor/sobre a colônia de Staphylo. Existe uma variação de virulência, e mais de um sorotipo o rebanho e no mesmo animal. Epidemiologia de distribuição mundial, no Brasil também ocorre, e é mais isolada no inverno (não é sazonal), pode ocorrer em qualquer época do ano. É o primeiro agente a colonizar o SRS. Afeta suínos de 2 a 4 meses (5 a 8 semanas / desmame). Taxa de mortalidade varia muito, mas pode atingir até 50%. Pode apresentar refugagem. Antigamente a doença era esporádica, demandava o estresse do desmame. Atualmente com os novos sistemas de criação, de alta densidade, a doença ocorre sem estresse. Agora acaba alterando a morbidade e mortalidade (índices aumentam) Patogenia: infecção por aerossóis, contato focinho focinho, bactéria replica, e ela tem tropismo por todas as serosas, por isso causa polisserusite, sendo serosa da cavidade abdominal, peritônio, superfícies articulares, SNC e pleura de cavidade tor5acica, se disseminando por todo o organismo. Conforme o stress do suíno, a patogenicidade da bactéria, e a resposta inflamatória, vai influir sobre a manifestação clínica ou não da doença. Sinais clínicos: aparecimento súbito de anorexia, febre de 40 graus e apatia. Depois, pode ter sintoma maior ou menor. Se for todas as serosas pode ter polisserusite, fica com abdômen abaulado, com grande quantidade de fibrina também em cavidade torácica. Se for em articulação pode ter poliartrite, claudicação, artrite, dor e aumento de volume. Se for acometida a meninge, o animal manifesta tremor, incoordenação, decúbito. Pulmão acometido pode apresentar tosse, dispneia e cianose. Forma clássica de polisserusite: animal com exsudação fibrinosa em todas as serosas, suínos jovens e geralmente associado ao estresse. Na forma septicêmica tem morte súbita, hemorragia renal, podendo ou não ter polisserusite na morte súbita. Na forma pulmonar pode ter pneumonia, isolamento de Haemophylus parasuis. Bactéria entra no suíno, gera reação inflamatória, e onde tiver uma reação maior o animal pode te poliartrite, polisserusite, meningite ou pulmonar. O animal pode morrer ou cronificar, seja na forma de aderência de serosas ou artrite crônica. Diagnostico: pelo tripé da patologia, cultivo e sinal clínico. Vai eutanasiar e abrir mais de um animal para observar as lesões, fazendo imuno-histoquímica ou imunohibridização. Cultivo é difícil, preconiza PCR e sorologia por ELISA (para tentar avaliar onde é o maior pico de infecção, avaliar os rebanhos livres). Tratamento: via água ou parenteral, se forem poucos faz parenteral, se forem muitos faz via água. Vacina não é obrigatória, podendo usar vacina autógena e comercial (boas, mesmo que tenha mais de um sorotipo no rebanho), geralmente é difícil conter a doença no rebanho. Esquema de duas doses nos leitões, 3 e 5 semanas. Circovírus Doença infecciosa, disseminada, forma clínica mais conhecida é a síndrome multissistêmica do definhamento. Tende a chamar de circovirose suína. São virus pequenos envelopados, circulares, sendo a variante PCV2 como sendo a forma patogênica. Do PCV2 tem 96% de semelhança entre as variantes. Tem 4 proteínas, sendo que a 1 é responsável pela replicação viral, a 2 estrutural e a 3 que induz a apoptose. Tem 5 genótipos, de “a” até “e”, sendo que o A e o B tem distribuição mundial Depois de 2000 teve predominância da variante PCV2b. Epidemiologia: de distribuição mundial, em todo o tipo de criação, e é multifatorial, dependendo de condição para que ele conseguisse se reproduzir, dependendo de fatores ambientais e infecciosos. Transmissão horizontal ou vertical, horizontal por contato oronasal e até 13 dias é eliminado nas fezes e até 209 dias no pós parto. A mãe pode passar pela placenta, pelo sêmen e na amamentação, pelo leite. Por fômites é possível transmitir de uma granja para outra, por serem resistentes. Patogenia: infecta oronasal, o virus com tropismo por tecido linfoide, principalmente em macrófagos e monócitos, do que linfócitos. Ele aumenta o número de macrófagos (não se sabe se é aumento no recrutamento ou se vive mais tempo, além da diminuição dos linfócitos). Quando tem resposta granulomatosa, os macrófagos vem em grande número, e formam células gigantes, com pouco macrófago no tecido. Toda essa dinâmica diminui a resposta inflamatória e causa imunossupressão dos animais, não apresenta de forma correta os antígenos, e não tem mais formação de anticorpo. Com isso se exacerba as outras doenças, como Actinobacillus pleuropneumoniae. Glasser e Circovirose Formas clínicas: síndrome multissistêmica do definhamento, nefro cutânea, reprodutiva, formas respiratória, digestiva e neurológica. A maioria dos animais tem somente a forma subclínica da doença, mais difícil de diagnosticar, e a evolução da doença para quadro clínico depende de um cofator. Depende de doenças intercorrentes, fatores ambientais, fatores virais, além da fatores individuais, como a genética do indivíduo. Efeito leitegada: a imunidade materna responde e protege os animais da doença, tanto é que só visualiza a doença nos animais ao sair da creche, quando a imunidade colostral do leitão vai decaindo. Efeito individual: imunológico, genético e cromossômico está envolvido no animal pra que ele desenvolva a circovirose. Circovirose sistêmica vai acontecer na creche, crescimento e terminação, com morbidade de 4 a 30% (ocasionalmente de 5 a 60%) e a mortalidade varia de 4 a 20%. Sinais comuns: emagrecimento rápido e progressivo, apatia, anorexia, palidez/icterícia, pelos arrepiados, atraso no crescimento, piora na conversão alimentar, diminuição na taxa de crescimento e juntos eles podem ter diarreia e tosse. Um sinal clássico é o aumento dos linfonodos inguinais – vê bastante na forma aguda. Úlcera gástrica pode ser observada na regiao do quadrilátero esofágico, que é a regiao aglandular. Síndrome nefrocutânea: além da anorexia e emagrecimento, anda prostrado, relutância ao movimento, andar rígido e lesões de pele. Aparece mais em crescimento e terminação, morbidade de 1%, letalidade maior nos mais velhos. 100% em porcos com mais de 3 meses de idade, contra 50% dos porcos mais jovens afetados. Porcos graves e gravemente afetados morrem poucos dias depois do início dos sinais. Os que sobrevivem iniciam a recuperação após 10 dias. Lesão mais visível entre as pernas/coxas e no ventre. Rim pálido com diminutos pontos vermelhos (lesão glomerular – lesão puntiforme) ou pálido com pontos brancos (célula inflamatória, tecido fibroso, cálcio). Síndrome reprodutiva: virus atravessa a barreira transplacentária, pode ter morte embrionária, reabsorção e retorno a estro cíclico, pseudo gestação e ninhadas pequenas (entre 1 e 35 dias de gestação), mumificação, aborto, natimorto, nascidos fracos, partos atrasados (acima de 35 e 70 dias). Infecção do feto por transplacentária, sêmen contaminado, colostro. No feto vê lesão no miocárdio, miocardite linfocítica com ou sem fibrose. Possível que os anticorpos maternos controlem a infecção já que não tem doença clínica nas porca\s nem nos leitões. Forma pulmonar e entérica o animal não definha, tem animal com tosse, dificuldade respiratória e perda de peso, tendo que diferenciar de outras doenças do complexo de doençasrespiratórias, sem aumento de linfonodos. Pulmão com edema, pneumonia difusa, viral, não colabado. Mas pode também se apresentar na forma intersticial, necrose bronquiolar, com áreas de consolidação e áreas de pneumonia intersticial. Bem como na forma entérica apresentando diarreia seja ela catarral e enterite granulomatosa. Não tem lesão histológica em linfonodo e baço. As lesões entéricas com lesão em íleo proliferativa, espessa com deposição de fibrina Sinais nervosos: quadro de encefalite e tremor congênito. Hemorragias cerebelares. Diagnostico: detecção do agente por IHQ, PCR e hibridização in situ, patologia pela macro e microscopia, associando aos sinais clínicos. Na forma aguda, com lesão macroscópica é mais fácil. Já a forma subclínica é mais difícil – observar que tem vários lotes bons e depois repara que baixam os índices, as taxas de crescimento. Tratamento: não tem o que tratar, por ser viral, mas controla através de vacina (nas porcas 2 doses antes da cobertura e a 2ª com 15 dias antes da cobertura) e nos leitões duas doses (21 dias e 15 dias após, ideal com 31 e 46 dias) ou 1 dose (ideal no desmame ou 30 dias). Assim mantem os níveis de anticorpos dos leitões altos, além de controlar e deixar o manejo adequado.
Compartilhar