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CONDUTAS DE PRIMEIROS SOCORROS NAS VÍTIMAS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências da Saúde Departamento de Enfermagem Clínica Profa. Dra. Leila de Cassia Tavares da Fonseca Debora Rodrigues Lopes Dhandhara Chiang Braga Barroso Viana Isabelle Gomes Nunes Dias Lucas Elias Silva Renata Rocha Barros INTOXICAÇÃO “ A intoxicação é o conjunto de sinais e sintomas que surgem pela exposição a substâncias químicas tóxicas para o organismo. 3 TIPOS DE INTOXICAÇÃO 4 Intoxicações Acidentais Intoxicações Endógenas Intoxicações Intencionais Intoxicações Exógenas INTOXICAÇÃO EXÓGENA TIPOS DE INTOXICAÇÃO 5 INTOXIÇÃO EXÓGENA - Substância intoxicante que está presente no ambiente, capaz de contaminar através da ingestão, contato com a pele ou inalação pelo ar. Ex. Ingestão de medicamentos em excesso, uso de drogas ilícitas, picada de animais venenosos, consumo de álcool em excesso, plantas tóxicas, inalação de produtos químicos, etc. INTOXICAÇÃO ENDÓGENA - Causada pelo acúmulo de substâncias maléficas que o próprio organismo produz. Ex. produção de ureia, entre outros. INTOXICAÇÃO EXÓGENA AS INTOXICAÇÕES PODEM SER 6 As intoxicação também podem ser Aguda: quando causa sinais e sintomas após um único contato com a substância. • Os sinais e sintomas clínico – laboratoriais são bem conhecidos, o diagnóstico é claro e o tratamento definido. INTOXICAÇÃO EXÓGENA Crônica: quando seus sinais são sentidos após acúmulo da substância no organismo, consumidos por muito tempo. • Quadros clínicos indefinidos e muitas vezes irreversíveis. Dificuldade na associação causa/efeito, principalmente quando há exposição a múltiplos produtos. Inúmeras patologias, que atingem vários órgãos e sistemas (problemas imunológicos, hematológicos, hepáticos, neurológicos, malformações congênitas e tumores.) 7 O manejo adequado de um paciente com suspeita de intoxicação depende do agente envolvido e da sua toxicidade, assim como do tempo decorrido entre a exposição e o atendimento. 8 Maiores proporções: medicamentos (41,1%;), drogas de abuso (11,0%;), produtos de uso domiciliar (5,8%;), raticidas (5,1%;) e agrotóxicos de uso agrícola (4,8 %;). Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde |Ministério da Saúde em Set. 2019 No período de 2007 a 2018, houve 990.900 notificações de intoxicações exógenas. PERSPECTIVA EPIDEMIÓLOGICA INTOXICAÇÃO EXÓGENA AGENTES TÓXICOS VIAS DE INTOXICAÇÃO 10 • Ingerido: Medicamentos são os tipos mais frequentes no brasil, substâncias químicas industriais, raticidas, agrotóxicos, plantas; • Inalado: Gases como monóxido de carbono, acetona, agrotóxico(brometo de metila), amônia, gás de cozinha (GLP), queima de matérias como o plástico e metais; • Absorvido: Substâncias que penetram na pele ou mucosa, inseticidas, agrotóxicos; • Injetado: Toxinas de animais, como aranha, cobra, escorpião ou drogas injetadas em seringa, como cocaína, anfetaminas, e heroína. INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTOXICACAÇÃO POR MONÓXIDO DE CARBONO 11 • A intoxicação por monóxido de carbono é uma das intoxicações fatais mais comuns, ocorrendo por inalação. • O monóxido de carbono é incolor e inodoro, resultante da combustão incompleta de hidrocarbonetos. • Intoxicações mais comuns são incêndio na residência, automóveis vedados, aquecedores à gás, aquecedores de água quente, fornos, fogões à lenha ou carvão e aquecedores à querosene. • Liga-se fortemente à hemoglobina,(proteína que transporta O2 no sangue para os tecidos), competindo com o oxigênio e provocando hipóxia, podendo ocasionar lesão cerebral e morte. INTOXICAÇÃO EXÓGENA 13 13 INTOXICAÇÃO EXÓGENAINTOXICAÇÃO EXÓGENA 14 ANIMAIS PEÇONHETOS 15 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Os animais peçonhentos possuem um aparelho para inocular o veneno. As glândulas de veneno ou peçonha desses animais ligam-se com dentes ocos, ferrões ou aguilhões. Ex: Serpentes, escorpiões, aranhas. • Os animais venenosos produzem veneno. Porém, não possuem estruturas para inoculação, como dentes e ferrões. Ex: Sapos, lagartas. PLANTAS TÓXICAS 16 INTOXICAÇÃO EXÓGENA Plantas tóxicas • “comigo ninguém pode” • Mamona • Pinhão paraguaio • Coroa de cristo MEDICAMENTOS – ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDES (AINEs) 17 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • A intoxicação pela maioria destes medicamentos produzem usualmente alterações gastrointestinais leves; • Uma toxicidade maior pode ser esperada após overdose com algumas substâncias como: fenilbutazona, ácido mefenâmico e piroxican. • Exemplos: Ácido acetilsalicíco, Ácido Mefenâmico, Celecoxib, diclofenato, fenilbutazona, ibuprofeno, caproxeno, entre outros. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 18 INTOXICAÇÃO EXÓGENA Intoxicação leve: • As intoxicações agudas por AINEs são frequentes, porém casos graves são raros; • O uso crônico e/ou inadequado pode trazer maiores prejuízos tais como: alterações gastrintestinais, renais e cardiovasculares; • Ocasionalmente podem apresentar sonolência, dor de cabeça e desorientação; Intoxicação aguda: • Ocorre geralmente com doses tóxicas de fenilbutazona, ácido mefenâmico, piroxicam, ibuprofeno, ou com o uso de doses muito altas de qualquer um dos AINEs; • Pode ocorrer hemorragia, disfunção hepática, convulsões, coma e alterações cardiovasculares. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 19 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Antidepressivos Sintomas: Sonolência, alteração de comportamento; respiratória fraca; dificuldade de fala e movimento, pulso lento, mucosa hipocorada e seca, pupilas reagindo lentamente a luz. • Anfetamina Sintomas: Distúrbios digestivos (náusea, dor abdominal e diarreia), sudorese, hipertermia, rubor facial e taquipneia. Distúrbios cardiovasculares, como palpitações, taquicardia, hipertensão arterial e arritmias. As manifestações neurológicas compreendem cefaleia, tontura, nistagmo (movimentos oculares anormais), tremores, rigidez muscular, convulsões e coma. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 20 INTOXICAÇÃO EXÓGENA Drogas (cocaína, heroína) Sintomas: • Cocaína - Bloqueio de dopamina, adrenalina e noradrenalina no SNC e no SNP, levando a agitação psicomotora e estimulação dos receptores alfa, beta1 e beta2 adrenérgicos e com isto, taquicardia, vasoconstrição e consequente hipertensão arterial, alucinações, psicose, hipertermia. • Heroína: Intoxicação leve a moderada: Náuseas, vômitos, ansiedade, euforia, sonolência, bradicardia. Intoxicação grave: depressão respiratória. Se não tratado, este quadro poderá evoluir para coma profundo, bradipneia até apneia e óbito. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 21 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Brometo de metila (inseticida) Sintomas: Irritação cutânea com formação de vesículas, irritação ocular, do trato respiratório e pulmonar. Mal-estar, cefaléia, náuseas, vômitos, pertubações visuais, diplopia, nistagno. Broncoespasmo, edema pulmonar, IR, coma. • Clorofenóis (agrotóxicos) Sintomas: Fraqueza, mal-estar, vômitos, dificuldades respiratórias, bradicardia, hipertermia, sudorese,, enfraquecimento muscular, paralisia. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 22 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Alucinógenos (LSD, Ectasy e maconha) Sintomas: Alteração de comportamento, alucinações, taquicardia, náuseas, suor intenso, desidratação, convulsões e coma. • Álcool, sedativos, tranquilizantes Sintomas: Sonolência, alteração de comportamento; depressão respiratória; dificuldade de fala e movimento, pulso lento, mucosa hipocorada e seca, pupilas reagindo lentamente a luz. AVALIAÇÃO INICIAL EXAME FÍSICO 23 INTOXICAÇÃO EXÓGENA Exame físico: achados cutâneos, temperatura, anormalidades neurológicas e respiratórias, achados do aparelho digestório, alterações da pupila, consciência e cardiovasculares; HISTÓRIA DA EXPOSIÇÃO 25 INTOXICAÇÃO EXÓGENA ➢ 5WS VIAS DE EXPOSIÇÃO 26 INTOXICAÇÃO EXÓGENA DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO 27 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Descontaminação: cutânea, respiratória, ocular e gastrintestinal; MEDIDAS DE DESCONTAMINAÇÃO DESCONTAMINAÇÃO DO TGI 29 INTOXICAÇÃO EXÓGENA •Lavagem gástrica (LG) • Carvão ativado (CA) OUTRAS MEDIDAS 30 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • Lavagem intestinal • Antídotos • Alcalinização urinária • Hemodiálise ou hemoperfusão SÍNDROMES TÓXICAS 32 AS PRINCIPAIS SÍNDROMES TÓXICAS UTILIZADAS PARA O DIAGNÓSTICO DA INTOXICAÇÃO AGUDA SÃO:, SÍNDOROME SEDATIVO-HIPNÓTICA, OPIOIDE, COLINÉRGICA, ANTICOLINÉRGICA, ADRENÉRGICA, SEROTONINÉRGICA. SÍNDROME SEDATIVO-HIPNÓTICA 33 Benzodiazepínicos – Diazepam, clonazepam, midazolam etc. Barbitúricos – fenobarbital, primidona Álcool etílico INTOXICAÇÃO EXÓGENA SÍNDROME SEDATIVO-HIPNÓTICA 34 INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ❑ Aumento da atividade do receptor GABA; ❑ Aumento do influxo de Cloro; ❑ Redução da despolarização; ❑ Depressão do SNC SÍNDROME POR OPIÓIDE 35 DROGAS ENVOLVIDAS: FENTANIL, HEROÍNA, TRAMADOL, MORFINA, CODEÍNA, LOPERAMIDA, ENTRE OUTROS. OCORRE: • Estimulação de receptores opioides; • Efluxo de potássio; • Bloqueio de canais de cálcio ANTÍDOTO: NALOXONA. INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRIMEIRAS MEDIDAS 36 ✓ GERAL: LG, CA, manutenção de funções vitais, principalmente função respiratória. ✓ ESPECÍFICO: BZD – Flumazenil; dose tóxica: 15 a 20x a terapêutica; ✓ OPIÓIDE – NALOXONE; ✓ BARBITÚRICO – Alcalinização Urinária. INTOXICAÇÃO EXÓGENA SÍNDROME COLINÉRGICA 37 INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ❑ Manifestam alterações do estado mental, fraqueza muscular e atividade secretória excessiva. ❑ A síndrome pode ser dos subtipos nicotínico, muscarínico ou central. SÍNDROME COLINÉRGICA 38 SISTEMA RESPIRATÓRIO Hipersecreção brônquica, rinorréia, broncoespasmo, dispnéia, cianose. TRATO GASTRINTESTINAL Náuseas, vômitos, diarreia, tenesmo, dor, e cólicas abdominais, incontinência fecal. GLL. EXÓCRINAS Sialorréia, sudorese, lacrimejamento SISTEMA CARDIOVASCULAR Bradicardia, hipotensão OLHOS Miose, visão turva, hiperemia, conjuntival SINTOMAS DOS EFEITOS MUSCARÍNICOS: INTOXICAÇÃO EXÓGENA SINTOMAS DOS EFEITOS NICOTÍNICOS 39 MÚSCULO ESQUELÉTICO: Fasciculações e fraqueza muscular, câimbras, paralisia, tremores; SISTEMA CADIOVASCULAR: Taquicardia, hipertensão, palidez ANTÍDOTO: PRALIDOXIMA SÍNDROME COLINÉRGICA INTOXICAÇÃO EXÓGENA 40 TRATAMENTO GERAL: LG, CA, manutenção de funções vitais. ESPECÍFICO: • Atropina : 1 a 2MG EV, repetindo em 3 a 10min até atropinizar. • Crianças: 0,01 a 0,05MG/KG/DOSE • Após iniciar dose manutenção: 1 a 4MG/H *Reavaliar a cada 30 minutos SÍNDROME COLINÉRGICA INTOXICAÇÃO EXÓGENA RECOMENDAÇÕES 41 • Na admissão de pacientes com SUSPEITA DE EXPOSIÇÃO A ORGANOFOSFORADOS, utiliza a escala de PERADENIYA (EP) para categorizar a gravidade da intoxicação. • Não induzir ao vômito em paciente intoxicado com inibidores de colinesterase; • Não é recomendado o uso rotineiro de carvão ativado para intoxicação por agrotóxicos. SÍNDROME COLINÉRGICA INTOXICAÇÃO EXÓGENA SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA 42 INTOXICAÇÃO EXÓGENA SÍNDROME CLÍNICA RESULTANTE DO ANTAGONISMO DA ACETILCOLINA NOS RECEPTORES MUSCARÍNICOS. SINAIS E SINTOMAS CENTRAIS ANTICOLINÉRGICOS: incluem alteração mental ou de consciência, desorientação, discurso incoerente, delírio, alucinações, agitação, comportamento violento, sonolência, coma, depressão respiratória central e raramente convulsões. SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA 43 INTOXICAÇÃO EXÓGENA A SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA PERIFÉRICA: hipertemia, midríase, membranas e mucosas secas, pele vermelha, quente e seca, vasodilatação periférica, taquicardia, diminuição da motilidade intestinal e retenção urinária. ANTÍDOTO: FISOSTIGMINA SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA 44 INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRINCIPAIS AGENTES QUÍMICOS • Anti-histamínicos • Drogas antiparkinsonianas • Agentes antiespasmódicos • Alcalóides belladonna • Antidepressivos cíclicos • Clicloplégicos oftalmológicos • Fenotiazínicos • Plantas contendo alcalóides • Anticolinérgicos SÍNDROME ANTICOLINÉRGICA 45 INTOXICAÇÃO EXÓGENA TRATAMENTO • LG, CA, manutenção das funções vitais • Tratar convulsões com Diazepam • Tratar arritmias se ocorrerem, bicarbonato de sódio, sulfato de magnésio. SÍNDROME SIMPATICOMIMÉTRICA – FORMA ADRENÉRGICA 46 INTOXICAÇÃO EXÓGENA ❑ Caracterizada por abuso de substâncias psicoativas. ❑ É um quadro de emergência ou de urgência que leva a excitação do SNC. ❑ As substâncias causadoras da síndrome mimetizam as aminas biogênicas (Adrenalina, serotonina e dopamina). SÍNDROME SIMPATICOMIMÉTRICA – FORMA ADRENÉRGICA 47 INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS • Taquicardia • Hipertensão • Hipertermia • Diaforese • Hiperreflexia • Midríase e palidez • Podendo evoluir com distorções percentuais, convulsões, alterações paranoides do pensamento e baixa consciência. SÍNDROME SIMPATICOMIMÉTRICA – FORMA ADRENÉRGICA 48 INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRIORIDADES NO ATENDIMENTO A prioridade inicial é assegurar vias aéreas, manter ventilação e a oxigenação, manter acesso endovenoso calibroso. • Hidratação; suporte cardiovascular • Não utilizar anti-hipertensivo de longa duração e beta bloqueadores • Administrar nitroglicerina e/ou nitroprussiato. SÍNDROME SIMPATICOMIMÉTRICA – FORMA ADRENÉRGICA 49 INTOXICAÇÃO EXÓGENA TRATAMENTO • LG, CA, manutenção de funções vitais, • Tratar convulsões com BZD, • Tratar hipertensão e arritmias se ocorrerem. • Não usar betabloqueadores Complicações: IAM, AVE, insuficiência renal, arritmias fatais e insuficiência hepática. SÍNDROME SEROTONINÉRGICA 50 INTOXICAÇÃO EXÓGENA • É uma condição potencialmente fatal que resulta do aumento da atividade serotoninérgica do SNC que normalmente está relacionada a fármacos. • Os sintomas podem incluir mudanças no estado mental, hipertermia e hiperatividade autonômica e neuromuscular. • O diagnóstico é clínico. O tratamento é de suporte. ** Pode ocorrer o uso de fármacos terapêuticos, auto envenenamento ou, mais comumente, interações não intencionais de fármacos quando 2 fármacos serotoninérgicos são usados. SÍNDROME SEROTONINÉRGICA 51 INTOXICAÇÃO EXÓGENA CLASSES DE MEDICAMENTOS • Antidepressivos (inibidores de monoamina oxidase, inibidores da recaptação de serotonina e norodrenalina, antidepressivos tricíclicos). • Estimulantes do SNC • Alucinógenos • Ervas • Opioides ** A síndrome serotoninérgica se manifesta em até 24h, e a maioria ocorre nas 6 horas após a alteração da dose ou início de um fármaco. SÍNDROME SEROTONINÉRGICA 52 INTOXICAÇÃO EXÓGENA TRATAMENTO • LG, CA, manutenção de funções vitais • BZD para convulsões. • Cipro-heptadina. PRIMEIROS SOCORROS CONDUTA GERAL 54 1. Assegurar o uso de EPI 2. Garantir a segurança da cena e método ACENA 3. Realizar avaliação primária ▫ Responsividade ▫ Vias aéreas ▫ Ventilação ▫ Circulação ▫ Estado neurológico ACENA A- Arredores, Armas, Artefatos, Aparência da vítima C- Conflitos e crise na rede social E- Expectativa (receptividade) do paciente e da rede social à Equipe de atendimento N- Nível de consciência e sofrimento A- Álcool e drogas, Agressividade, Autoagressão INTOXICAÇÃO EXÓGENA CONDUTA GERAL 55 4. Realizar segunda avaliação (SAMPLA) 5. Investigar: ▫ Disponibilidade de substâncias tóxicas ▫ Locais e atividades desenvolvidas pelo paciente ▫ Quantidade ingerida 6. Realizar exame físico detalhado 7. Seguir protocolo específico para o agente intoxicante 8. Realizar descontaminação, se indicado S Sinais Vitais A Alergias M Medicações P Passado médico L Líquidos e alimentos A Ambiente INTOXICAÇÃO EXÓGENA CONDUTA GERAL 56 9. Atenção especial para possíveis situações ▫ Crise convulsiva ▫ Depressão do centro respiratório ▫ Taquicardia ou braquicardia ▫ Hipotermia e hipertermia ▫ Parada cardiorrespiratória 10. Realizar contato com a regulação médica INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTOXICAÇÃO POR DROGAS DE ABUSO 57 1. Avaliar a segurança da cena e método ACENA 2. Considerar ▫ Se agitado mas consciente e colaborativo ▫ Se agitado, desorientado ou agressivo ▫ Se inconsciente, em choque ou parada cardiorrespiratória 3. Realizarsegunda avaliação 4. Não provocar vômito 5. Manter paciente com cabeça elevada 6. Estar preparado para PCR INTOXICAÇÃO EXÓGENA INTOXICAÇÃO POR ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA 58 1. Avaliar ambiente, sujeitos e segurança (método ACENA) 2. Aproximar-se cuidadosamente do paciente 3. Realizar a avaliação primária 4. Realizar avaliação secundária 5. Não havendo trauma, manter paciente em posição de recuperação 6. Manter paciente aquecido INTOXICAÇÃO EXÓGENA Inalação de fumaça e intoxicação por monóxido de carbono 59 1. Avaliar a segurança da cena 2. Afastar o paciente do agente causador 3. Realizar avaliação primária e secundária 4. Contatar a regulação médica e considerar apoio do corpo de bombeiros 5. Manter permeabilidade da via aérea 6. Atenção para possíveis queimaduras ou crises convulsivas INTOXICAÇÃO EXÓGENA EXPOSIÇÃO A SOLVENTES 60 ▪ Exemplos de solventes: Gasolina, querosene, acetona, removedor de esmalte, loló, entre outros 1. Avaliar segurança da cena 2. Considerar apoio do corpo de bombeiros 3. Realizar avaliação primária e secundária 4. Não provocar vômito 5. Manter paciente com cabeça elevada 6. Estar preparado para PCR INTOXICAÇÃO EXÓGENA EXPOSIÇÃO A CORROSIVOS 61 Ácidos fortes: fluorídrico, sulfúrico, fosfórico Bases: hidróxido de cálcio, sódio e potássio Voláteis: amônia, cloro, flúor 1. Avaliar segurança da cena 2. Considerar apoio do corpo de bombeiros 3. Realizar avaliação primária e secundária 4. Adotar conduta específica INTOXICAÇÃO EXÓGENA EXPOSIÇÃO A CORROSIVOS 62 CONDUTAS ESPECÍFICAS NESSES CASOS: Conduta específica Na ingestão Não provocar vômito, não administrar nada por via oral, não realizar lavagem gástrica, não realizar tentativa de neutralizar o corrosivo Não voláteis Remover roupas contaminadas Remover excesso com pano seco Lavar abundantemente o local No contato Voláteis Remover para local aberto Remover roupa contaminada Lavar abundantemente o local Realizar nebulização com SF INTOXICAÇÃO EXÓGENA RESUMO DAS CONDUTAS RESUMO DAS CONDUTAS GERAIS 64 Resumo das condutas 1. Avaliar e priorizar a segurança no atendimento 2. Iniciar a avaliação primária 3. Identificar o agente tóxico 4. Afastar a vítima da substância 5. Conduta em caso de intoxicação por ingestão 6. Conduta em caso de intoxicação por inalação 7. Conduta em caso de intoxicação por contato 8. Realizar avaliação secundária Ingestão Inalação Contato Não provocar vômito Remover a vítima para local arejado Retirar as partes atingidas da roupa Não sugerir ingestão de outros produtos Oxigenar a vítima Lavar o local com água corrente Prevenir choque INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRIMEIROS SOCORROS 65 Suspeitas ✓ Vômito ✓ Salivação excessiva ✓ Sonolência e desorientação ✓ Dificuldade para respirar ✓ Desmaio ✓ Convulsão ✓ Cheiro característico ✓ Medicações ou produtos próximos Medidas ✓ Identificar o produto e quantidade ✓ Não oferecer líquidos ✓ Não provocar vômito sem orientação ✓ Levar ao serviço médico mais próximo juntamente com o produto suspeito. INTOXICAÇÃO EXÓGENA PRIMEIROS SOCORROS 1. Para quem ligar? ▫ SAMU ➢ 192 ▫ CEATOX (Centro de Assistência Toxicológica) ➢ (83) 3216-7007 ➢ 0800 722-6001 66 INTOXICAÇÃO EXÓGENA 67Portaria GM/MS N°104 DE 25 DE JANEIRO DE 2011 Portaria GM/ MS N° 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 REFERÊNCIAS HERNANDEZ, Edna Maria Miello et al. Manual de toxicologia clínica: orientações para assistência e vigilância das intoxicações agudas. In: Manual de toxicologia clínica: orientações para assistência e vigilância das intoxicações agudas. 2017. p. 475-475. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de suportes básicos de vida. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Protocolo de suporte básico de vida / Corpo de Bombeiros Militar. – Goiânia : - 2020. 140 p. : il. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência de Vigilância Sanitária-Anvisa. Disque-intoxicação, 2020. https://www.gov.br/anvisa/pt- br/assuntos/agrotoxicos/disque- intoxicacao#:~:text=O%20Disque%2DIntoxica%C3%A7%C3%A3o%2C%20criado%20pela,e%20Assist%C3%AAncia%20Toxi col%C3%B3gica%20(Renaciat). Acesso em: 03. 06.21. STONE, C. Keith; HUMPHERIES, Roger L. CURRENT: Medicina de Emergência (Lange)-. AMGH Editora, 2012. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Pediatria para famílias. Intoxicações exógenas. Departamento cientifico de segurança da criança e do adolescente. https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/prevencao-de-acidentes/intoxicacoes- exogenas/.Acesso em: 03.06.21. SCHVARTSMAN, Cláudio; SCHVARTSMAN, Samuel. Intoxicações exógenas agudas. Jornal de Pediatria, v. 75, n. 2, p. 244-250, 1999. Velasco, I. T. Medicina de emergência: abordagem prática. 14ed.: Editora Manole, 2020. https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/agrotoxicos/disque-intoxicacao:~:text=O%20Disque%2DIntoxica%C3%A7%C3%A3o%2C%20criado%20pela,e%20Assist%C3%AAncia%20Toxicol%C3%B3gica%20(Renaciat) CONDUTAS DE PRIMEIROS SOCORROS NAS VÍTIMAS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências da Saúde Departamento de Enfermagem Clínica Profa. Dra. Leila de Cassia Tavares da Fonseca lopesdeb21@gmail.com dhandharachiang@hotmail.com Iisabelle-nunes@hotmail.com lucas.silva@academico.ufpb.br rrb@academico.ufpb.br
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