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TRAUMA UROGENITAL ➢ Observar prioridades no atendimento inicial ao politraumatizado: História clínica Condições hemodinâmicas ▪ Obedecer ATLS - ABCDE do trauma Exame físico Avaliação de Especialidades Presença de hematúria ➢ Classificação: Penetrante(Aberto): Arma de Fogo ou Arma Branca ▪ Solução de continuidade com o meio externo (sangue ou urina) Não Penetrante(Fechado): Contusão (90%) TRAUMA RENAL PENETRANTE Raramente é encontrado isoladamente ▪ Se um tiro entrou anteriormente, pode ter pego também a vesícula, o fígado, cabeça do pâncreas, etc. O rim é retroperitoneal, então, antes de chegar nele, é provável que tenha passado por outras estruturas. Avaliação pré-op não é adequada -> urgência!! Não foi superficial, então precisamos abrir imediatamente. Tratamento: Exploração Cirúrgica (Visa identificar Lesões associadas e tratá-las) o E quando explorar o retro-peritônio? (Manobra de Kocher) Perigo! Quase sempre acaba em nefrectomia Quando explorar o retro-peritônio: Evidência de lesão renal Hematoma retroperitonial pulsátil ou em expansão (sangramento ativo) Evidência de lesão de via excretora (extravasamento de urina no retroperitônio) Grande hematoma retro-peritonial associado a instabilidade clínica s/ causa identificável na cavidade peritonial Sempre que explorar o retroperitônio, é mandatório realizar uma urografia intra-operatória (UGE) -> avaliar rim contra-lateral. Pode ser que o paciente tenha o outro rim atrófico ou não tenha o outro rim. Avaliar também se há extravasamento de contraste -> atingiu a via excretora. Tratamento Se houver lesão renal • Depende dos achados da UGE e intra-operatórios. o TIPOS DE TRATAMENTO CONSERVADOR: • Não abrir o retro-peritonio e fechar a cavidade: • Atb, repouso, sintomáticos, ex. lab. seriados. Deambular só quando cessar a hematúria macroscópica. EXPLORAÇÃO RENAL: • Abrir o retro-peritônio e identificar a lesão renal, optando por: ▪ Suturar as lesões, ▪ Nefrectomia parcial ▪ Nefrectomia total TRAUMA RENAL NAO PENETRANTE o Representa 90% das lesões renais o Rim é bem protegido (afetado 10% dos Traumas Fechados) o Em crianças a proteção é menor (menor musculatura e tecido adiposo) o Rins patológicos maior chance de lesão Etiopatogenia o Contusão do rim com arcabouço ósseo o Desaceleração súbita (vasos podem se romper – ruptura da íntima arterial: pode formar coágulo -> trombose -> isquemia) o Lesão Vascular (+ comum Trombose Art. Renal) o Lesão renal por espículas ósseas Classificacao o Grau I: Contusão Renal (Hemat. Sub-capsular) o Grau II: Laceração do cortex (Hemat. Peri-renal) sem comunicação com as vias excretoras o Grau III: Laceração do cortex+medular (Grande hematoma), também sem comunicação com as vias excretoras o Grau IV: Laceração da via excretora (extravasa urina) ou dano arterial o Grau V: Trombose da artéria renal ou fragmentação • Dificilmente será encontrada sangue dentro da cavidade, pois o retroperitônio “segura” esse extravasamento. Diagnostico Achados que indiquem trauma renal devem ser investigados: o Hematúria macroscópica: 80% dos pctes (obs.: Não é proporcional a gravidade do trauma) o Dor lombar o Equimose lombar – Sinal de Grey Turner o Massa palpável (em condições normal, o rim não é palpável. Em traumas, pode ser que consiga palpar o hematoma) o Outros Exames Complemantares 1. Tomografia Computadorizada - Exame de escolha o Parte mais clara: onde está “bom” - capta contraste o Em cinza: hematoma subcapsular – Grau I (conduta expectante) o Grau II ou III – Grande hematoma perirrenal (conduta expectante) o Não é constraste pois não extravasou contraste o Grau IV – Extravasamento de contraste e grande hematoma perirrenal (rafia da lesão) o Grau V - “Explosão renal” (cd: nefrectomia) o Grau V - Trombose da artéria renal 2. Urografia Excretora é a 2ª opção - Extravasamento de contraste, exclusão renal, etc... 3. USG/Doppler: Integridade de parênquima, coleções e fluxo sanguíneo (Doppler) 4. Arteriografia: Nos casos de dúvida (trombo-se ou ruptura arterial) Trauma Renal Fechado Exames de imagem desnecessários ; Excessão à múltiplas lesões associadas ; Observação l Tratamento o OBJETIVO: ▪ Prevenir complicações ▪ Restaurar a função renal ▪ Diminuir a morbidade o INDICAÇÕES PARA TTO CIRÚRGICO Estável Trauma Renal GrauI IV e V Trauma Renal Grau II e III S/ Lesões associadas Grau IV e V Trauma renal Grau II e III Havendo lesões associadas "Laparotomia Exploradora" TC abdominal e pélvica Observação Laparotomia Exp. c/ exploração renal Observação Exploração renal ▪ Pacientes instáveis ▪ Traumas grau IV e V ▪ Lesões de outros órgãos associados ▪ Ferimento penetrante ▪ Complicações do tto conservador o TIPOS DE TRATAMENTO ▪ LESÕES I, II, III: Conservador (Atb, repouso, sintomáticos, ex. lab.) deambular só quando cessar a hematúria macroscópica ▪ LESÕES IV e V: Exploração Renal (Sutura das lesões, nefrectomia parcial, nefrectomia total) TRAUMA URETERAL o Raro (1% dos traumas externos penetrantes) o Causas: ▪ Trauma fechado / penetrante 20% ▪ Iatrogênico 80% (Procedimento médico - urológico ; ginecológico ; vascular ; ortopédico ; cirurgias proctológicas e da parede abdominal) ▪ Obs.: O ureter pélvico é o mais acometido Quadro Clinico o Secções, perfurações ou necrose do ureter por desvacularização: extravasamento de urina ▪ Urina pode ficar parada, formando um urinoma (com posterior hidronefrose e/ou infecção) ▪ Ou vazar, formando uma fístula pela incisão. Se for uma incisão retroperitoneal, formará uma fístula cutânea. Se for incisão vaginal, formará uma fístula vaginal. ▪ Se o ureter sofreu uma ligadura, a urina não irá sair, formando uma hidronefrose sintomática (dor), que pode levar a perda da função renal e/ou necrose do ureter. Classificacao o Grau I – Contusão ou Hematoma sem vascularização o Grau II – Laceração < 50% de transecção o Grau III – Laceração > 50% de transecção o Grau IV – Laceração completa com desvascularização o Grau V – Laceração completa com desvascularização > 2 cm Vascularização do ureter: ▪ Terço superior - ramos da a. renal ▪ Terço médio – ramos da a. gonadal ▪ Terço inferior – ramos da a. vesical Desvascularização -> necrose Diagnostico 1. Pielografia ascendente / retrógrada – padrão ouro o Utiliza-se um cistoscópio -> permite a visualização da bexiga e uretra. o Com soro, distende o canal da uretra, para melhor visualização. o Há também um canal de trabalho, onde pode-se passar tesoura e outros instrumentos para realizar procedimentos. Uso de contraste. 2. USG: Hidronefrose e qualidade dos rins 3. TC e UGE: Pontos de extravasamento ou estenose 4. Abordagem cirúrgica ou endoscópica Tratamento o Pequenas perfurações: Cateter duplo J o Lesões mais extensas, fístulas, necrose e fibrose vão depender do local da lesão. Correção Cirúrgica: ▪ Ureter superior: ❖ Uretero-ureterostomia término terminal; ▪ Perda extensa de ureter: ❖ Auto transplante ❖ Transposição de alça intestinal ; ▪ Ureter Médio : ❖ Uretero-ureterostomia término-terminal; ❖ Trans uretero-uretero anastomose ▪ Ureter inferior: ❖ Reimplante ureteral Extra-vesical: Lich Gregoire Intra-vesical: Politano, Psoas Hitch ou Boari Okerblad ❖ Transureteroanastomose se houver urinoma com infecçãoIMPORTANTE: o Remover tecido inviável o Anastomose s/ tensão o Fio absorvível o Derivação(splint ou duplo J) o Drenagem peri-anastomose TRAUMA DE BEXIGA Causas o Trauma Abdominal Fechado (86%) o Ferimentos abdominais Perfurantes (arma branca, arma de fogo) o Migrações internas (próteses, DIU) o Iatrogênicas (procedimentos médicos: ex.: cesárea, histerectomia, etc.) Classificacao o Contusão ▪ Trauma na parede da bexiga – sem extravasamento o Ruptura extra-peritoneal (55%) ▪ Fraturas de bacia ▪ Fragmento ósseo da pelve atinge a bexiga ▪ Iatrogênica ▪ Raio x mostrando fratura dos ossos da pelve, podendo estar associada com lesão de bexiga o Ruptura Intra-peritoneal (38%) ▪ Trauma em hipogástrio com bexiga repleta ▪ Ex.: um trauma de carro que aperta a bexiga e a bexiga explode, mandando con- teúdo urinário para a cavidade peritoneal ▪ Iatrogênica o Mista (intra e extraperitoneal – 5-8%) O desenhado em azul é o peritônio. Ele mostra que a bexiga esta abaixo do peritônio. Diagnostico o Tríade: ▪ Dor supra púbica ou perineal ▪ Dificuldade para urinar ▪ Hematúria macroscópica o Exame físico: ▪ Equimose em hipogástrio/períneo ▪ Sangue no meato uretral ▪ Sinais de fratura (principalmente de bacia) ▪ Irritação peritoneal (urina cai dentro do peritôneo, causando irritação) o Exames complementares: ▪ Cistografia – exame de escolha Uso de contraste na bexiga ou meato uretral (mais seguro) Tratamento o Pequenas perfurações – Sonda Vesical (7-14 dias) ▪ Sonda pode ter 2 ou 3 vias. Se tem sangramento, é preferível usar de 3 vias. o Grandes lesões – Correções Cirúrgicas É necessário deixar uma sonda no pós operatório, para que ela possa descansar. TRAUMA DE URETRA Etiologia o Pode ocorrer por outras etiologias, mas o mais comum de ocorrer, especialmente dentro do hospital é o iatrogênico na hora de passar a sonda vesical. A sondagem vesical deve ser feita com cuidado. o Trauma de uretra é principalmente no homem porque a uretra da mulher é mais curta, então é mais rara de ocorrer. Anatomia o Uretra peniana o Uretra bulbo-membranosa o Uretra prostática (bem protegida pela próstata) o Bexiga o O trauma é mais comum na região do períneo (região mais proximal da uretra bulbo- membranosa) o A uretra peniana pode ser lesada, por exemplo, quando há uma lesão peniana durante o coito sexual, mordida de animal o Muito associada a fratura de bacia ou a queda a cavaleiro (quando o individuo cai montado numa tábua, guardirreio..) TRAUMAS DA URETRA MEMBRANOSA Causas o Fraturas dos ossos pélvicos o Disjunção da sínfise púbica ▪ Musculatura do diafragma pélvico pode distender e cortar a uretra -> efeito Guilhotina. Se fizer RX e o púbis estiver com disjunção, pensar no Efeito Guilhotina. o Ferimentos penetrantes o Manipulação uretral Quadro clinico o Ureterorragia Sempre que for passar sonda e estiver com ureterorragia, não passar!! Injentar contraste para avaliar lesão na uretra e bexiga. o Lesão parcial (<50% de ressecção): diurese presente o Lesão completa: diurese ausente – pode fazer bexigoma ou transbordamento da urina o Toque: próstata elevada – sangue desloca a próstata ▪ Se houver lesão uretral, pode haver um hematoma, fazendo com que a próstata fique elevada Exame complementar: o Uretrocistografia retrógrada miccional ▪ Você injeta contraste no pênis e joga para “trás” ▪ Faz-se ao sentido contrário ao fluxo normal da urina ▪ Depois que você encheu a bexiga, você pede pro indivíduo urinar o Lesão parcial, pois ainda chega contraste na bexiga Classificacao o Tipo I – Lesão parcial (< 50% de transsecção) o Tipo II – Lesão completa (100% de transsecção, sem lesão do diafragma urogenital) o Tipo III – Transseção total com lesão do diafragma urogenital. Tratamento o Tipo I – Sonda Vesical de Demora por 7 dias o Tipo II e III: ▪ 1ª opção: realinhamento imediato ▪ 2ª opção: não consegue realinhar na hora (se precisou seguir o abcde e o tto urológico não era a prioridade) • Cistostomia e correção da posterior estenose em 3 meses: • Estenose pequena – uretrotomia endoscópica • Estenose grande – anastomose termino terminal Trauma de Uretra Bulbar Causas o Trauma fechado perineal “queda à cavaleiro” (queda em superfície rígida) o Manipulação uretral Classificacao o Ruptura Parcial o Ruptura Completa Quadro Clinico o Uretrorragia o Hematoma: peniano, perineal ou escrotal o Dor em hipogástrio e/ou períneo o Diurese presente (ruptura parcial) ou ausente (ruptura total) o Próstata não desloca Diagnostico o Uretrocistografia Tratamento o Lesões menores – Sonda Vesical de Demora por 7 dias o Lesões maiores ▪ 1ª opção: realinhamento imediato ▪ 2ª opção: cistostomia + correção estenose 2º tempo TRAUMA SUPERFICIAL DO PENIS E ESCROTO o Ferimentos pequenos: limpeza + sutura o Avulsão de pele: reaproximação dos bordos ou enxerto/retalho FRATURA DE PENIS o Ruptura da túnica albugínea – precisa haver ereção o 20% dos casos: acometimento uretral Quadro ClÍnico o Detumescência; o Estalido; o Hematoma com desvio peniano; o Dor Diagnóstico o Clínico o Imagem: USG, RNM Tratamento o Cirúrgico Complicações o Impotência sexual secundária a fibrose da albugínea o Tortuosidade do pênis – Doença de Peyronie Amputação do Pênis o Parcial ou Completa o Anastomose o Amputação TRAUMATISMO TESTICULAR o Feridas penetrantes: FAF e FAB o TTO: Exploração Cirúrgica ▪ Test. Viável: desbridamento + sutura ▪ Test. Inviável: orquiectomia o Trauma fechado: o Grande maioria o Diagnóstico: USG o Tipos de lesões: o Contusão – tratar com sintomáticos o Lesões menores: hematocele – retirar coágulos e realizar hemostasia o Ruptura testicular: dor, hematoma, aumento do volume testicular - exploração cirúrgica: ▪ Test. Viável: desbridamento + sutura ▪ Test. Inviável: orquiectomia
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