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Anemia de Doença Crônica


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Pedro Acquaviva Patologia Clínica e Anatomia Patológica 1
Anemia de Doença Crônica (ADC)
Introdução
➔ Segunda causa mais frequente de anemia
➔ É uma anemia que surge como efeito
colateral de uma doença crônica (por volta
de 6 meses ou mais de duração - Cancer, TB)
➔ Para ser considerada uma ADC, essa doença
crônica deve ser de caráter inflamatório
Fisiopatologia
1. Eritrocaterese: ↓ sobrevida das hemácias
➔ Processo inflamatório promove a liberação
de uma grande quantidade de citocinas
➔ Ativação de macrófagos esplênicos
(principalmente pelos IF-gama)
➔ Destruição precoce de hemácias novas no
baço
➔ Diminuição do tempo de vida das hemácias
(80-90 dias)
➔ Semelhança com a anemia hemolítica
➔ A febre e as toxinas podem potencializar
esse processo
2. Problemas relacionados a Eritropoetina
➔ Liberação de TNF. IL-1 e IFN-gama
reduzem a responsividade da medula à EPO,
afetando a produção de hemácias
➔ Liberação de IL-1 e IL-6 inibem a produção
da EPO nos rins
➔ Nos casos ADC onde a prevalência desse
mecanismo, o número de reticulócitos pode
permanecer normal, já que a resposta
inadequada da medula não permitirá o
aumento da produção de hemácias
3. Problemas no metabolismo do ferro
➔ Hepcidina: Proteína que se liga à
ferroportina nos eritrócitos, inibindo a
saída do ferro para o plasma e controlando a
concentração de ferro no interior dessas
células. Inibe a absorção de ferro no
intestino e mobiliza os reservatórios no
fígado
● Liberação de IL-6 provoca a estimulação
da síntese hepática excessiva de hepcidina
● Bloqueio da saída de ferro para a corrente
sanguínea nos eritrócitos
● Ferritina muito alta, mas ferro plasmático
baixo
● Falta de aporte de ferro para a
eritropoiese, mesmo sem haver a carência
desse elemento no organismo
● “Fazer comida com o armário de alimentos
trancado”
➔ Lactoferrina: Molécula produzida por
neutrófilos que faz o transporte de ferro e
compete com a transferrina. Possui uma
afinidade excessiva com o ferro,
dificultando a liberação desse elemento
para os tecidos
● Essa proteína não transfere ferro para o
eritroblasto
● Liberação de IL-1 aumenta a síntese de
lactoferrina
Diagnóstico
➔ Muitas diferenças laboratoriais tendo em
vista a diferença dos mecanismos atuantes e
prevalentes
➔ Hemograma:
● Hemoglobina normal (9 a 12 g/dl)
● Hematócrito de 25 a 40%
● Normocítica / Normocrômica: 70%
(eritrocaterese)
● Hipocrômica: 50% (metabolismo do ferro)
● Microcítica: 30% (metabolismo do ferro)
● Reticulócito normal (Problemas com a
Epo) ou pouco aumentado (eritrocaterese)
● RDW geralmente normal
➔ Ferro sérico: diminuído (<50 ug/dL)
(metabolismo do ferro)
➔ Ferritina: Normal ou Aumentada
➔ Ferro medular: Normal ou Aumentado
➔ Hepcidina: Alta (metabolismo do ferro)
➔ Dosagem de IL-6: Aumentado (Apenas
complemento)
Tratamento
➔ Primeiramente é necessário o tratamento da
doença de base (principal)
➔ Posteriormente:
➔ Administração de Eritropoetina (EPO)
➔ Administração de ferro oral
➔ Transfusão de concentrado de hemácias em
casos de pacientes neoplásicos ou idosos

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