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Dor - parte 2

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1 
AV2 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
 
20/05/2021 
Continuação... 
Anestésicos locais são drogas para uso na dor, em 
alguns casos até na clínica da dor. 
Na pratica, o maior uso clinico de anestésicos locais é 
para procedimentos invasivos, pequenos 
procedimentos cirúrgicos feitos. 
Os nociceptores são terminações nervosas livres que 
ficam na pele e em todos os tecidos, exceto no tecido 
nervoso. Quando são ativados a informação dolorosa 
chega ate a medula pelo neurônio C o Aʆ. 
Os anestésicos locais, diferentes dos opioides que se 
ligam aos receptores acoplados a proteína G, atua na 
membrana do neurônio que ele estiver em contato. 
O anestésico local é uma droga que é usada 
predominante através da infiltração no local onde se 
quer anestesiar. Faz inibição por contato, entra em 
contato com o neurônio e impede que ele possa 
conduzir a informação dolorosa. 
Lidocaína em dripping I.V. tem efeito no miocárdio 
como antiarrítmico. 
Em termos de neurônio o mais sensível é a fibra C, 
fibra Aʆ, Aβ, Aα 
Infiltrativa: bloqueio a condução elétrica nas fibras, 
não saindo dali a informação dolorosa. 
Bloqueio: Injeto na região envolta de um plexo ou de 
um gânglio, assim será feito o bloqueio, porque 
aquela grande feixe nervoso que passa ali não vai 
mais conduzir o impulso elétrico. 
Paleoespinotalâmico – dor lenta 
Neoespinotalâmico – dor rápida 
Todas as vezes que o anestésico local for absorvido, 
ele deixa de atuar como anestésico local, “vai passear 
na corrente sanguínea”. 
Se é injetado anestésico local em uma região bem 
próxima onde for feita a lesão, haverá anestesia da 
região. 
Anestesia é diferente de analgésico. Analgésico é 
aquilo que tira a dor, é contra a dor. Quando eu tenho 
 
 
“anestesia” há bloqueio de toda a atividade 
perceptiva de dor e tato. 
Sentidos 
Somestesico – percebido em toda parte do corpo: 
tato e dor 
Sentidos especiais 
A função do anestésico local é impedir que a corrente 
elétrica seja conduzida. 
A condução elétrica numa célula nervosa ocorre da 
seguinte maneira: 
O neurônio de primeira ordem recebe um 
estímulo que vai em cima dos nociceptores. 
Os nociceptores geram um potencial elétrico 
que percorre o neurônio na forma de impulso. 
O impulso faz com que o neurônio libere 
neutransmissor inibitório para inibir o 
neurônio inibitório da dor. Assim, o estímulo 
da dor consegue passar liberando os 
neurotransmissores excitatórios (glutamato, 
substância P), fazendo com que ocorra a 
percepção dolorosa. 
O local de ação do anestésico local é a membrana do 
neurônio. O que ocorre na membrana quando o 
anestésico não está presente e há estimulação do 
neurônio? Série de eventos que promove a abertura 
de canais de sódio voltagem dependente. Quando 
tem alteração da voltagem o canal de sódio abre, 
sódio entra, levando a entrada de carga positiva para 
a célula, tendo voltagem positiva comparada ao meio 
externo. Canais de potássio abre, potássio sai e a 
célula repolariza. Esses dois eventos ocorrendo de 
maneira abrupta geram o PA. Essa é a maneira que o 
neurônio conduz o impulso nervoso. Essa condução 
começa no dendrito indo para o axônio. 
1: Canais de sódio em repouso 
2: Corrente de sódio aumentada, a célula despolariza 
3: Canal de potássio aberto, célula repolariza 
4: Volta ao potencial de repouso pela bomba de sódio 
ATPase, restabelecendo o potencial. 
Dor 
 
2 
AV2 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
História 
- 1846: Éter é mais pesado que o ar. 
Tomadas e centro cirúrgicos 
- Eritroxylon coca, planta na qual se extrai a Cocaína. A 
cocaína do ponto de vista de eficácia foi o anestésico 
local mais completo que já se teve, porque ela é 
anestésico local e vasoconstritora. Os anestésicos 
locais que se tem hoje são todos vasodilatadores, 
então tem q se aplicar junto com noradrenalina ou 
adrenalina. Mas, devido a toxicidade e o uso ilegal da 
cocaína passou a se ter uma proibição do uso da 
cocaína como anestésico local, uma vez que o 
individuo pode desenvolver dependência. 
Para se anestésico local uma droga precisa produzir 
bloqueio reversível na condução nervosa no local se 
aplica. 
O formol é anestésico local, o formol destrói as 
células, impedindo que as células conduzam energia 
elétrica. 
Anestésico local também precisa ter um tempo de 
ação que permita que você faça o procedimento. Mas, 
também esse tempo não pode ser muito prolongado. 
Uma outra coisa também, é que o anestésico tem que 
ter uma latência curta, tem que começar a fazer efeito 
rapidamente. 
O surgimento da Eritroxylon como anestésico local 
vem porque durante milhares de anos foi usada pelo 
povo da Bolívia e Peru. 
Nielman pegou o Eritroxylon coca e extraiu o principio 
ativo, a cocaína. 20 anos depois o Anrep aplicou 
cocaína sobre a pele, e viu que a cocaína causou 
perda reversível da sensibilidade, chamando atenção 
para procedimentos médicos. Paralelamente, no 
mesmo ano, Freud percebeu que a cocaína era uma 
droga euforizante, e sugeriu o uso da cocaína para 
tratamento de pacientes que tinham depressão. Mas, 
o que Feud não sabia que quando passava o efeito da 
cocaína a depressão ficava maior e já relacionado com 
síndrome de abstinência. Então, Freud colaborou para 
os primeiros dependentes de cocaína. 
Em 1884, Koeller fez anestesia na córnea e o Hall, no 
mesmo ano, realizou uma extração dentária sem dor. 
Em 1904, surgiu a procaína (amino-éster), assim como 
a cocaína, é um éster. Como ela é um éster, é muito 
tóxica. Começou-se a parar o uso clinico de cocaína 
quando surgiu a lidocaína, prilocaína e bupivacaína, 
que são amino-amidas, mais estáveis e menos tóxicas. 
A lidocaína HCl corresponde ao cloridrato de cocaína, 
1% (1000mg em 100ml ou 10mg/ml). A dose máxima 
de lidocaína sem vasoconstritor é de 5mg/kg. 
Todo anestésico local é lipossolúvel, mas é instável, 
varia de acordo com o pH. Como que se estabiliza o 
anestésico local, fornecendo HCl, assim o anestésico 
local passa a ser cloridrato de ... (alguma coisa, ex: 
cloridrato de lidocaina). 
Cloridrato corresponde ao HCl mais anestésico local, 
deixando o anestésico local estável, mas 
hidrossolúvel. 
Pequeno detalhe: o anestésico local só consegue 
adentrar no neurônio quando está lipossolúvel, e 
quanto o anestésico local está com HCl ele fica 
hidrossolúvel. 
O que acontece no organismo? Quando você injeta 
anestésico local na forma de cloridrato o bicarbonato 
tecidual reage com o HCl, altera o pH, o anestésico 
local livre está lipossolúvel e atravessa a barreira 
(membrana), entrando na célula. 
No entanto, quando o tecido está inflamado o meio 
fica repleto de H+, consome o bicarbonato, e o pH fica 
ácido. Assim, o anestésico local não consegue 
funcionar no tecido inflamado, uma vez que o 
anestésico local vai continuar conjugado ao HCl, e 
hidrossolúvel. 
Um bloqueio funcionaria no caso de região inflamada, 
uma vez que se aplicaria o anestésico local longe da 
região inflamada. 
Estrutura química dos anestésicos locais 
O anestésico local é uma molécula anfipática 
possuindo uma parte hidrofílica ligada a uma cadeia 
intermediária que se conecta à parte lipofílica. 
Parte lipofílica, cadeia intermediária e parte hidrófila. 
A cadeia intermediária pode ser éster ou amida. 
O HCl se associa na região hidrofílica. 
Amino éster ou amino-amida. 
A cadeia aromática é importante na penetração e no 
potencial alérgico 
Cadeia intermediária 
Éster: degradada pela colinesterase 
 
3 
AV2 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Amida: mais potência e menos toxicidade, e são 
metabolizadas no fígado. 
Amina: hidrofílica, ionizável, latência, pKa-pH 
Lembrando que cocaína não existe mais no mercado 
como agente terapêutico, então ela não é fármaco. 
Propriedades físico-químicas dos ALLipossolubilidade, potência e toxicidade altas 
(propriedades proporcionais) 
pKa – início de ação (quanto mais baixo o pKa = 
grande fração estará na forma não ionizada em pH 
ácido, sendo absorvido). 
Quanto mais ligação proteica → maior o tempo de 
duração 
Peso molecular do anestésico determina o grau de 
difusão. 
Apresentações dos AL 
Lidocaína com ou sem vasoconstritor. 
Prilocaína com ou sem vasoconstritor. 
Bupivacaína com ou sem vasoconstritor. 
Parâmetros farmacológicos dos anestésicos locais 
 
Os anestésicos locais vão atuar nos canais de sódio. 
Quando o canal de sódio está aberto, sódio entra e a 
célula despolariza. O canal de sódio pode estar 
fechado ou em período refratário (inativo). 
Substânias capazes de interagir com o canal de sódio 
voltagem dependência, a TTX. A TTX pode causar 
paralisa e morte, na pratica não tem uso terapêutico. 
O anestésico local não entra pelo canal de sódio!! 
O anestésico local perde o H+, se difunde pela 
membrana celular. O anestésico local no meio 
intracelular se liga ao H+, tornando-se novamente 
hidrossolúvel e se fixa na parte interna do canal de 
sódio, interrompendo o influxo desse íon, uma vez 
que o canal de sódio é fechado. 
Efeitos do anestésico local 
Bloqueio da condução elétrica na célula que se está 
atuando: inibição da do frio, calor, tato e pressão 
profunda. A sequencia é essa porque estamos falando 
de neurônios que tem calibres distintos. 
No sistema nervoso central pode ocorrer zumbidos, 
tonturas, disartria, sensação de calor, inquietação, 
lassidão, tremor nas extremidades, convulsão tônica, 
depressão geral e parestesia perioral. 
No sistema respiratório promove ativação e depois 
deprime. 
No sistema cardiovascular ocorre vasodilatação, 
aumento do limiar de excitação, redução da 
velocidade de condução, aumento do período 
refratário, alarga o complexo QRS. 
O AL atravessa a barreira hematoencefálica! 
Dose máxima recomendada de anestésicos locais 
Agente mg/Kg Máxima (mg) 
Procaína 7 500 
Lidocaína 4,5 300 
Prilocaína 8 600 
Etidocaína 4 300 
Mepivacaína 4,5 300 
Tetracaína 2,5-3 175 
Dibucaína 1 70 
Ropivacaína 3 200 
Bupivacaína 2,5-3 175 
Procaína com epinefrina 1:200.000 15 1000 
Lidocaína com epinefrina 1:200.000 7 500 
Mepivacaína com epinefrina 1:20.000 7 500 
 
Quando se associa o vasoconstritor aumenta-se a 
tolerância do indivíduo ao anestésico local. 
AL atua em um local específico, no local de aplicação. 
Quando se injeta o anestésico local sem 
vasoconstritor ocorre vasodilatação, levando a maior 
perda de sangue, aumenta a absorção (aumenta a 
toxicidade), redução do tempo e de intensidade da 
anestesia sobre o local desejado. 
 
Agente Potência Toxicidade 
Índice 
Anestésico 
pKa Lig. 
Prot. 
Met. 
Procaína 1 1 1 8,9 5,8 Plasma 
Prilocaína 2 1,5 2 7,9 55 Fígado 
Lidocaína 2 1,5 2 7,9 64 Fígado 
Mepivacaína 2 2 1,5 7,6 77 Fígado 
Etidocaína 6 10 1,5 7,7 94 Fígado 
Tetracaína 8 12 1,25 8,5 75 Plasma 
Bupivacaína 8 10 1,5 8,1 95 Fígado 
Agente Início do efeito Penetração tecidual Duração de efeito 
Procaína 
Moderado a 
lento 
Moderada 1 (curta) 
Prilocaína Rápido Marcada 2 (intermed.) 
Lidocaína Rápido Marcada 2 (intermed.) 
Mepivacaína Rápido Moderada 2 (intermed.) 
Etidocaína Rápido Moderada 8 (longa) 
Tetracaína Lento Pobre 8 (longa) 
Bupivacaína Moderado Moderada 8 (longa) 
 
4 
AV2 – Farmacologia – Prof.º Ney – 4º período – Fernanda Pereira – 2021.1 
 
Efeitos tóxicos 
Bupivacaína 
Levobupivacaína 
Ropivacaína 
Anestesia na região peridural ou raquimedular 
O anestésico local pesado só impede a condução 
elétrica do ponto da aplicação do anestésico para 
baixo. 
Crânio-sacral é onde saem as raízes do sistema 
parassimpático. 
Toracolombar é onde saem as raízes do sistema 
simpática. 
Se o anestésico anestesiar raízes simpáticas o 
indivíduo perde o controle da atividade cardíaca, 
assim o individuo tem vasodilatação, queda da 
pressão e dorme. Se o anestesista perceber que o 
paciente está super ventilando, ele injeta no paciente 
noradrenalina ou adrenalina. 
Comparação de morte por lesão cerebral associado ao 
uso de opioides e anestésico local. 
Infiltração: envolver o anestésico local próximo a 
região que se quer anestesiar. 
Exemplo 
Paciente com 54 kg 
Lidocaína 2% 
Lidocaína 1% 
A dose máxima recomendada é de 5mg/kg. 
Qual o volume máximo recomendado para usar o 
anestésico a 1%? E, a 2%? 
5mg/Kg → 54 x 4 = 270 mg (dose máxima para o 
paciente) 
1g --- 100 mL 
0,27g --- X 
X= 27 mL volume máximo de lidocaína a 1% 
2g ---- 100 mL 
0,27g --- Y 
Y= 13,5 mL volume máximo de lidocaína a 2%

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