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Resumo 1 Neurofisiologia e Farmacologia dos Anestésicos locais e Vasoconstrictores
UNINTA
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1 Neurofisiologia e Farmacologia dos Anestésicos locais e Vasoconstrictores Anestesia local AN = SEM AISTHESIS = SEM SENSAÇÃO ” Perda da sensação em uma área circunscrita do corpo causada pela depressão da excitação nas terminações nervosas ou pela inibição do processo de condução nos nervos periféricos” ” Produção da perda de sensibilidade sem indução da perda da consciência” Propriedades desejadas: 1. Não deve ser irritante para o tecido no qual é aplicado. 2. Não deve causar qualquer alteração permanente na estrutura dos nervos. 3. Sua toxicidade sistêmica deve ser baixa. 4. Deve ser eficaz, independentemente de ser infiltrado no tecido ou aplicado localmente nas membranas mucosas. 5. O tempo de início da anestesia deve ser o mais breve possível. 6. A duração de ação deve ser longa o suficiente para possibilitar que se complete o procedimento, porém não tão longa que exija uma recuperação prolongada. 7. Deve ter potência suficiente para proporcionar anestesia completa sem o uso de soluções em concentrações nocivas. 8. Deve ser relativamente isento quanto à produção de reações alérgicas. 9. Deve ser estável em solução e prontamente submetido à biotransformação no corpo. 10. Deve ser estéril ou capaz de ser esterilizado pelo calor sem deterioração. O que exatamente os anestésicos fazem? Impedem geração e a condução do impulso nervoso, estabelecendo um bloqueio da via química entre a origem do impulso (corte de bisturi) e o cérebro. Portanto, o impulso abortado, impedido de chegar ao cérebro, não pode ser interpretado como dor pelo paciente. Quando um anestésico local é colocado em algum ponto entre o estímulo doloroso (p. ex., a broca) e o cérebro, o impulso nervoso ainda é propagado e segue até o ponto de aplicação do anestésico local e então “morre”, jamais chegando ao cérebro, não ocorrendo dor. O neurônio: Há dois tipos básicos de neurônios: sensoriais (aferentes) e motores (eferentes). Os neurônios sensoriais que são capazes de transmitir a sensação de dor consistem em três partes principais. O axônio faz sinapse com diversos núcleos no SNC para distribuir os impulsos que chegam (sensoriais) em seus locais apropriados dentro do SNC para a interpretação. O corpo celular do nervo sensorial, portanto, não está envolvido no processo de transmissão de impulsos, sendo sua função primária proporcionar suporte metabólico vital para o neurônio inteiro. As células nervosas que conduzem impulsos do SNC para a periferia são chamadas de neurônios motores. Seu corpo celular fica interposto entre o axônio e os dendritos. 2 Nos neurônios motores, o corpo celular não somente é componente integrante do sistema de transmissão de impulsos, mas também proporciona suporte metabólico para a célula O axônio: A fibra nervosa única, o axônio, é um longo cilindro de citoplasma neural (axoplasma) envolto por uma bainha fina, a membrana nervosa ou axolema. Atualmente, considera-se que a excitabilidade e a condução dos nervos sensitivos são atribuíveis a alterações que se desenvolvem no interior da membrana nervosa. Todas as membranas biológicas são organizadas para bloquear a difusão de moléculas solúveis em água, para ser seletivamente permeáveis a determinadas moléculas através de poros ou canais especializados e para transduzir in - formações por receptores proteicos responsivos à estimulação química ou física por neurotransmissores ou hormônios. A membrana nervosa: Em repouso tem uma resistência elétrica cerca de 50 vezes maior do que aquela dos líquidos intracelular e extracelular, impedindo assim a passagem de íons sódio, potássio e cloreto no sentido decrescente de seus gradientes de concentração. Com o aumento da condutividade permite a passagem de íons sódio e potássio ao longo de seus gradientes de concentração através da membrana nervosa. É o movimento desses íons que proporciona fonte de energia imediata para a condução de impulsos ao longo do nervo. Fisiologia dos Nervos Periféricos: Os potenciais de ação são despolarizações transitórias da membrana que decorrem de um breve aumento na permeabilidade da membrana ao sódio e geralmente também de aumento tardio na permeabilidade ao potássio.9 Os impulsos são desencadeados por estímulos químicos, térmicos, mecânicos ou elétricos Eletrofisiologia da Condução Nervosa: Um nervo possui um potencial em repouso. Este é um potencial elétrico negativo de –70mV que existe através da membrana nervosa, sendo produzido por diferentes concentrações de íons em cada lado da membrana. O interior do nervo é negativo em relação ao exterior. Um estímulo excita o nervo, levando à sequência de eventos: A. Uma fase inicial de despolarização lenta. O potencial elétrico no interior do nervo torna-se discretamentemenos negativo B. Quando o potencial elétrico em declínio atinge um nível crítico, resulta em uma fase extremamente rápida dedespolarização. Isso é denominado potencial de limiar ou potencial de descarga C. Essa fase de despolarização rápida resulta em uma inversão do potencial elétrico através da membrana nervosa. O interior do nervo agora é eletricamente positivo em relação ao exterior. Existe um potencial elétrico de +40 mV no interior da célula nervosa. Após essas etapas de despolarização, ocorre a repolarização (Fig. 1-7, Etapa 2). O potencial elétrico gradualmente se torna mais negativo no interior da célula nervosa em relação ao exterior, até que o potencial em repouso original Excitação da membrana Despolarização: A excitação de um segmento do nervo provoca aumento na permeabilidade da membrana celular aos íons sódio. Isso é realizado por um alargamento transitório dos canais iônicos 3 transmembrana, o suficiente para permitir a passagem sem obstáculos de íons sódio hidratados. O influxo rápido de íons sódio para o interior da célula nervosa causa despolarização da membrana nervosa de seu nível de repouso até seu limiar de descarga. Em um nervo normal, o limiar de descarga permanece constante. A exposição do nervo a um anestésico local eleva seu limiar de descarga. A elevação do limiar de descarga significa que mais sódio precisará atravessar a membrana para diminuir o potencial transmembrana negativo até um nível em que ocorra a despolarização. Repolarização: O potencial de ação é encerrado quando a membrana se repolariza. Isso é causado pela extinção (inativação) do aumento de permeabilidade ao sódio. Onde agem os anestésicos locais É possível que os anestésicos locais interfiram no processo de excitação da membrana nervosa por uma ou mais das seguintes maneiras: 1. Alterando o potencial de repouso básico da membrana do nervo 2. Alterando o potencial de limiar (nível de descarga) 3. Diminuindo a taxa de despolarização 4. Prolongando a taxa de repolarização Estabeleceu-se que os efeitos primários dos anestésicos locais ocorrem durante a fase de despolarização do potencial de ação. A membrana nervosa é o lugar em que os anestésicos locais exercem suas ações farmacológicas. A teoria do receptor específico, a mais aceita hoje em dia, propõe que os anestésicos locais agem ligando-se a receptores específicos nos canais de sódio. Assim que o anestésico local tem acesso aos receptores, a permeabilidade aos íons sódio é diminuída ou eliminada e a condução nervosa é interrompida. O único local em que as moléculas do anestésico local têm acesso à membrana nervosa é nos nodos de Ranvier, onde os canais de sódio são encontrados em abundância Como um impulso pode saltar ou desviar de um ou dois nodos bloqueados e continuar em sua trajetória, é necessário que pelo menos dois ou três nodos imediatamente adjacentes