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África e Brasil As relações transatlânticas e Brasil colonial: da união ibérica ao ouro. Revoltas no brasil colônia HISTÓRIA A África antes da chegada dos europeus, era composta por impérios de estrutura tão organizada quanto os Estados europeus, ao contrário do que muitos pensam. Regiões com alta densidade demográfica, bastante organizadas, altamente hierarquizadas e de economia baseada na guerra. Em um segundo momento se iniciou um processo de produção pecuária, agrícola, de tecidos e de mineração. Portanto, se o cristianismo trouxe ao Ocidente um modelo de organização político- administrativa e garantiu sua continuidade história, na África, pelo menos em grande parte dela, o islamismo teve muita influência sobre a organização e administração política dos Estados.. ❖ ESCRAVISMO COLONIAL Em linhas gerais, afirma-se que, em função da “falta de braço” indígenas (devido a epidemias e sua dispersão pelo território), os colonizadores voltaram-se para os africanos O tráfico de escravos se tornaria, com o tempo, um dos mais importantes negócios nas relações entre a metrópole portuguesa e sua colônia na América. Escravidão era vista como nível hierárquico dentro da sociedade portuguesa. Assim, possuir escravos na sociedade colonial passou a ser sinal de riqueza e de status social. O grupo social que teve melhores condições de se pautar nos ideais da nobreza europeia foram os senhores de engenho. Grupo dominante na sociedade açucareira., eram os donos das terras, das máquinas e até dos homens! Possuíam muita riqueza e prestígio. Eles tinham poder sobre todos os habitantes do engenho: do padre aos escravos, além dos familiares e dos trabalhadores livres. Chagando à colônia a situação do africano foi de completa penúria. O excesso de trabalho, a insegurança, o clima de vigilância dos feitores, a violência dos castigos e as mortes, caracterizaram o cotidiano do escravo, visto como “ferramenta do engenho”. Nos dizeres do padre jesuíta Antonil: “os escravos são os pés e as mãos do senhor do engenho”. ❖ BRASIL COLONIAL A expansão territorial da colonização A mudança de estratégia no processo de colonização, que deixou de ser exclusivamente litorânea e voltou-se mais para o interior. O principal fator de ocupação do interior da região Nordeste foi a criação do gado, que seguia o curso dos rios penetrando pelo sertão nordestino. Também foram importantes as expedições que adentraram a mata, a fim de buscar especiarias e “drogas do sertão”, tais como reinas aromáticas, condimentos e ervas medicinais, que tinham um alto valor na Europa. Os índios auxiliaram os jesuítas na busca por esses produtos. O tratado de Madrid foi um tratado firmado na capital espanhola entre os reis João V de Portugal e Fernando VI de Espanha, em 13 de Janeiro de 1750, para definir os limites entre as respectivas colônias sul-americanas, pondo fim assim às disputas. Concedeu algo muito próximo da configuração territorial atual do Brasil. A partir da ação dos bandeirantes, veio a descoberta tão sonhada pelos portugueses: o ouro. Começava a “corrida do ouro” na colônia. Atras dos paulistas, primeiros descobridores, ocorreram ao sertão de Minas pessoas vindas do Nordeste em crise, bem como de Portugal- os renóis. Iniciava-se o segundo grande momento econômico de nossa história colonial. Foi criada a casa de fundição. Depois de fundido o metal bruto e retirado o “quinto” que cabia à coroa, o ouro quintado podia circular livremente pela colônia. Concluindo, com mudança do eixo-econômico do Nordeste (ciclo do gado) para o sudeste (ciclo do ouro e diamante), acabou-se criando uma integração econômica, convergindo todos os produtos do mercado interno para a região sudeste. Transferência da capital colônia de Salvador para Rio de Janeiro. Revolta nativistas. 1. Revolta dos Beckman: Revolta de Beckman, também Revolta dos Irmãos Beckman, aconteceu no então Estado do Maranhão, em 1684. É tradicionalmente considerada como um movimento nativista pela historiografia em história do Brasil que teve como causa o descontentamento contra a Companhia de Comércio do Maranhão. Única revolta do século XVII 2. Guerra dos emboabas: foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusivamente na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou entre as partes. 3. Guerra dos mascates: aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife à categoria de vila e desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Olinda e Recife. 4. Revolta de Felipe dos Santos: aconteceu em 1720. O líder Felipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das casas de fundição. A coroa portuguesa condenou Felipe dos santos à morte e encerrou o movimento violentamente. Revoltas emancipacionistas 5. Incofindência mineira (1789): Foi um movimento de caráter separatista, ou seja, que pregava o independentismo, que surgiu no ano de 1789 na então capitania de Minas Gerais. Os portugueses dominavam com autoritarismo e cobrança excessiva de impostos. Por isso, a ideia do grupo à frente do movimento era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema de governo republicano em nosso país. ➢ Causa: No final do século XVIII, o Brasil, que ainda era colônia de Portugal, sofria com os exageros políticos e com as altas taxas de impostos. Era um período de grande extração de ouro, principalmente na capitania de Minas Gerais. De todo ouro encontrado, devia-se pagar a quinta parte, ou seja, 20% de tudo que era extraído ia para as mãos dos portugueses. Aqueles que não pagavam o imposto e eram descobertos sofriam duras punições, podendo até ser transportados à força para a África. Com a grande extração, o ouro começou a diminuir nas minas, entretanto, as taxas de imposto não diminuíram. O governo de Portugal criou então uma lei chamada “Derrama”. ➢ Objetivo: Obter a independência de Minas Gerais em relação a Portugal e implantar uma república, acabar com o monopólio comercial português e Liberar e favorecer a implantação de manufaturas em Minas. ➢ Consequência: O grupo de inconfidentes foi descoberto através da delação de três participantes da conspiração, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre de campo militar Inácio Correia Pamplona, que procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento. Tiradentes foi preso no Rio de Janeiro, no dia 10 de maio de 1789. Após quase quatro anos de processo, todos os integrantes do grupo de inconfidentes foram perdoados ou condenados ao degredo. Somente Tiradentes foi condenado à morte e executado no dia 21 de abril de 1792, no campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Após o cumprimento da sentença, o corpo foi esquartejado e ficou exposto e as partes foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Vila Rica. Nesta última cidade, a cabeça de Tiradentes foi exposta em um poste, em praça pública. Esta ação era simbólica: o governo português queria anunciar o que aconteceria com aqueles que sequer pensassem em cometer o crime de conspiração. 6. Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates: Surgiu na Bahia, em 1798, um movimento social denominado A Revolta dos Alfaiates (Conjuração Baiana ou Inconfidência Baiana), ➢ Causa: A aspiração pelos ideais libertários não veio só da elite: os setores populares também desejavam condições melhoresde vida e o fim do descaso e da situação de extrema miserabilidade que haviam tomado as classes populares desde que a Coroa transferira a sede do governo colonial para o Rio de Janeiro, em 1763 ➢ Objetivos: Tinha como objetivo o rompimento dos laços coloniais com Portugal. Os participantes desse levante se inspiraram nos ideais de liberdade vindos da Europa, decorrentes da Revolução Francesa, e contaram com a participação da elite baiana, marcada na figura do jornalista e médico Cipriano Barata e do padre Agostinho Gomes, que eram adeptos do pensamento francês e críticos ferrenhos do sistema colonial português em vigor. ➢ Consequência: No dia 25 de agosto do mesmo ano todos os envolvidos na conspiração foram presos. Os soldados Lucas Dantas e Luiz Gonzaga e os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino foram enforcados. Os pertencentes à elite, como Cipriano Barata, foram inocentados. Conclusão: Tanto a Inconfidência Mineira como a Revolta dos Alfaiates pleitearam a emancipação política e possuíam ideais republicanos. Desejavam uma estrutura política representativa que fomentaria o sistema educacional e a industrialização do país. Entretanto, somente o movimento baiano contou com expressiva participação popular e de caráter abolicionista. Os inconfidentes pertenciam à elite da sociedade colonial mineira. Tiradentes, o único que foi executado, foi uma exceção, pois tinha raízes populares. Os líderes do movimento baiano, ao contrário, pertenciam às camadas menos favorecidas, por isso foram executados.
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