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Doença� d� Paratireóid� Equilíbri� cálci�-f�for�-magnési� 1) EQUILÍBRIO DO CÁLCIO 99% do cálcio está nos ossos e 1% está entre os compartimentos extracelulares e celular Ossos → são formados por proteínas (osteóides) e por depósitos de minerais: cálcio e fósforo (cristais de hidroxiapatita) Funções do cálcio: - estrutural - Forma iônica: mediador de reações químicas, servindo como mensageiro de estímulos hormonais e farmacológicos - Forma iônica: gatilho para a contração muscular O cálcio iônico é mantido em concentrações supersaturadas no líquido extracelular e nos compartimentos intracelulares, quando a célula recebe o estímulo (elétrico, hormonal ou farmacológico), os canais de cálcio se abrem permitindo a entrada desse íon no citoplasma, dando início aos processos bioquímicos cálcio-dependentes. O cálcio sérico (calcemia) é determinante para o metabolismo ósseo e para a função celular. Circulação do cálcio plasmático: - ligada à albumina (40-50%) - livre ionizada (50-60%) - ligada a ânions inorgânicos (5-10%) Níveis séricos: cálcio total + cálcio ionizado O cálcio ionizado é o mais importante para a fisiologia, pois são eles que são regulados por sistemas hormonais (principalmente o PTH) e pela forma ativa da vitamina D/calcitriol (secretado pelas células tubulares renais). Os níveis de cálcio total acompanham as variações das concentrações de albumina, ou seja, a cada 1 g/L de variação na albuminemia, tem uma variação de 0,8 mg/dL na calcemia total. Ou seja, diminuindo a albuminemia, aumenta a calcemia. Já os níveis de cálcio ionizado não tem influência da albumina. Regulação fisiológica do cálcio ionizado: O PTH é responsável por aumentar a calcemia (promove a retirada de cálcio dos ossos e liberação para a corrente sanguínea), o qual, consequentemente, por feedback negativo, inibe a produção e liberação de PTH. ● Hipocalcemia: quando os níveis de cálcio ionizado sérico estão baixos, as paratireóides são estimuladas a produzirem e liberarem mais PTH, o qual age aumentando os níveis de cálcio e voltando ao normal. ● Hipercalcemia: quando os níveis de cálcio ionizado sérico estão altos, as paratireoides são inibidas, ocorrendo a supressão da produção e liberação de PTH, fazendo com que os níveis de cálcio diminuam e voltem ao normal. Como o PTH age? Para aumentar os níveis de cálcio ele pode agir de 3 formas, são elas: - retirando o cálcio do osso (reabsorção óssea) - reduzindo a excreção renal de cálcio - estimulando a produção de calcitriol (vit D) pelas células renais, as quais vão fazer com que tenha um aumento da absorção intestinal de cálcio. Ou seja, a vitamina D acaba agindo como hormônio e não vitamina A vitamina D e o PTH também se auto controlam por meio de feedback negativo, ou seja, quando o PTH está alto, consequentemente, aumenta a produção de vitamina D também, a qual, por feedback negativo, vai inibir a secreção de PTH. Quem faz isso é o metabólito ativo da vitamina D (25 OH), a qual é formada no fígado (25= hidroxilação hepática). É ele que deve ser medido para diagnosticar a carência vitamínica por sofrer menos alteração. ● Calcitonina: é um hormônio envolvido no metabolismo do cálcio, que é produzido pelas células parafoliculares ou células C, que são provenientes da crista neural e ficam no interstício da glândula tireóide. A calcitonina diminui a reabsorção tubular de cálcio e inibe a reabsorção óssea pelos osteoclastos. OBS: ao contrário do magnésio e do fosfato, o metabolismo do cálcio é muito mais regulado pela absorção intestinal e pelo metabolismo ósseo do que pela excreção renal 2) EQUILÍBRIO DO FÓSFORO Função do fósforo (forma iônica → fosfato): - Forma iônica: estrutural - Forma iônica: homeostase celular - transporta e armazena energia (na ligação do terceiro fosfato do ATP) - substância tampão - mediador de reações de fosforilação enzimática Localização do do fósforo: - ossos (86%) - células (14%) - compartimento extracelular (0,03%) Circulação plasmática do fósforo: - a maioria não é transportada ligada à proteínas - A maioria fica na sua forma ionizada H2PO4- (fosfato diácido) ou HPO4-2 (fosfato monoácido) – ou ligados a cátions. A dosagem sérica é representada pelo fósforo inorgânico Regulação fisiológica do fosfato: Os níveis séricos de fosfato oscilam mais durante o dia do que os níveis de cálcio, sendo um nível menor pela manhã (das 9 hrs as 12 hrs) e maior final da tarde. O principal hormônio que regula o fosfato é a vitamina D ativa (feedback negativo) ● Hipofosfatemia: a diminuição nos níveis séricos de fosfato, faz com que aumente a produção e liberação de vitamina D pelas células renais. A vitamina D age aumentando a absorção intestinal de fósforo e inibindo a produção do PTH, visto que o PTH faz com que tenha maior excreção renal de fosfato (efeito fosfatúrico do PTH). Então, com menos PTH, mais fosfato é retido nos rins. ● Hiperfosfatemia: o aumento dos níveis séricos de fosfato, faz com que tenha uma supressão na produção e liberação de vitamina D pelas células renais. OBS: o equilíbrio do fosfato é controlado principalmente por excreção renal. 3) EQUILÍBRIO DE MAGNÉSIO Distribuição do magnésio: - ossos (54%) - intracelular (45%) - extracelular (1%) Função: - cofator de várias reações enzimáticas - regula outros eletrólitos como o potássio e o cálcio A depleção de magnésio pode causar hipocalemia (baixo potássio)pelo aumento da perda renal de potássio e hipocalcemia (baixo cálcio) pela supressão transitória da secreção de PTH. Paratormôni� (PTH) É um peptídeo produzido, armazenado e secretado pelas paratireoides (4 glândulas localizadas na região posterior da glândula tireóide). O principal estímulo para a síntese e liberação de PTH é a queda dos níveis séricos de cálcio ionizado. As membranas celulares possuem um sensor de cálcio, em que rápidas variações da calcemia (minutos) podem alterar a secreção de PTH. Variações mais lentas e permanentes da calcemia podem influenciar a síntese do hormônio, promovendo efeitos tróficos sobre a glândula. A vitamina D (calcitriol) também influencia na liberação do PTH. Um aumento da vitamina D suprime a produção e liberação de PTH. Circulação do PTH: - circula como hormônio intacto (forma ativa) e fragmentos biologicamente inativos. Dosagem do PTH: - se baseia no reconhecimento do peptídeo por anticorpos específicos (testes imunológicos). Os métodos de imunorreatividade em dois sítios da molécula (ensaio rádio imunométrico) aumentou a acurácia da dosagem deste hormônio (VR: 10-65 pg/ml) Mecanismo de ação: - Para exercer seu efeito sobre as células-alvo, o PTH se liga a um receptor de membrana específico, que está presente nos osteoblastos e nas células tubulares renais de alguns segmentos do néfron. Pela proteína Gs, a ligação do hormônio ao seu receptor estimula a adenilciclase, que é uma enzima formadora de AMPc intracelular, resultando em várias fosforilações, responsáveis pelo efeito hormonal Efeitos do PTH: ● nos ossos: estimula a atividade dos osteoblastos e osteoclastos. Os osteoclastos não possuem receptores de PTH, então o efeito é indireto pela mediação osteoblástica. O metabolismo ósseo fica acelerado (ativação da reabsorção e neoformação óssea). Resulta na extração de cálcio para o plasma. ● no rim: aumenta a reabsorção de cálcio no túbulo contorcido distal, aumenta a produção e liberação da vitamina D nas células tubulares proximais e inibe a reabsorção de bicarbonato no túbulo proximal. Resulta em retenção renal de cálcio, extração renal de fosfato (fosfatúria) e de bicarbonato (bicarbonatúria) Hiperparatireoidism� É a causa mais comum de hipercalcemia. Classificação: - primário: é o mais comum, acometendo mais mulheres, idosos (70 anos) e negros - secundário - terciário No entanto, pode acometer qualquer idade, e quando mais precoce inicia, significa que maior chance há de ser de origem familiar (associado a alguma síndrome genética). 1) ETIOLOGIA Principal causa: adenoma solitário esporádico, que acomete apenas uma das paratireóides (80%).Um fator de risco para esse adenoma é a radiação ionizante. Esses tumores podem evoluir com degeneração maligna com o tempo, ou seja, de adenoma progredir para carcinoma, de displasia progressiva. Segunda principal causa: hiperplasia de duas ou mais glândulas paratireóides (20%) Restante: carcinoma paratireoidiano (menos de 1%). Pode ser por glândulas ectópicas (raro) Em jovens (< 30 anos) - maior prevalência genética - mais de ⅓ dos casos serão por hiperplasia multiglandular - incidência de câncer ultrapassa 5% Principais síndromes familiares: 2) FISIOPATOLOGIA Corresponde a secreção excessiva de PTH (níveis séricos > 65 pg/ml) ● Primário: doença que começa na própria glândula paratireóide (uma ou mais), por um adenoma, hiperplasia ou câncer ● Secundário: quando algum fator sistêmico promove a estimulação e secreção excessiva do PTH, como por hiperfosfatemia, deficiência de vitamina D e doença renal crônica. Quando esses fatores desencadeantes são corrigidos, resolve o hiperparatireoidismo. No entanto, se persistirem por muito tempo, podem resultar em hiperplasia glandular progressiva e culminar em uma transformação maligna tardia. A resolução com o tratamento da doença de base pode não ser imediato e, sim, levar um tempo para a correção da hipercalcemia, como o que acontece na doença renal crônica, após transplante renal. Isso pode acontecer por causa da glândula ficar hipertrofiada. Mecanismo que levam ao hiperparatireoidismo pela doença renal crônica: - hiperfosfatemia: a retenção renal de fosfato faz com que a enzima 1-alfa-hidroxilase no túbulo proximal seja inibida e, dessa forma, não ocorra a ativação da vitamina D - queda na produção renal de vitamina D ativa (a vitamina D ativa é responsável por uma queda do PTH e promove a absorção de cálcio pelos intestinos, mas por estar diminuída acaba por não inibir o PTH que fica alto) ● Terciário: é quando isso acontece, ou seja, quando um hiperparatireoidismo secundário vira neoplasia, por uma estimulação crônica que culmina em transformação maligna na paratireóide. Então, a secreção de PTH fica autônoma, mesmo que a doença de base seja tratada, o hiperparatireoidismo se mantém e progride Alvos do hiperparatireoidismo: - Ossos: o excesso de PTH faz com que aumente o turnover ósseo, ou seja, aumenta a atividade osteoclástica (reabsorção óssea) e a atividade osteoblástica (formação de osso novo). No entanto, tem desequilíbrios, em que a matriz osteóide (proteína do osso) do osso neoformado não é corretamente mineralizada, pois o excesso de PTH faz com que o cálcio seja removido dos ossos e lançado na corrente sanguínea. Além disso, essa matriz é estruturalmente defeituosa, pois o excesso de PTH desorganiza a produção de fibras colágenas fazendo com que elas fiquem entrelaçadas, formando o woven bone. Em quadros avançados podem formar cistos intra ósseos (osteíte fibrosa cística), aumento o risco de fraturas patológicas - Rins: o excesso de PTH e consequente hipercalcemia, pode resultar em nefrolitíase de repetição. O PTH estimula a excreção renal de fosfato, gerando hiperfosfatúria. A reabsorção tubular de cálcio está aumentada por efeito do PTH, fazendo com que aumente tanto a quantidade de cálcio filtrada nos glomérulos que a capacidade de reabsorção tubular fica suplantada, resultando em hipercalciúria. Hiperfosfatúria + hipercalciúria - formação de litíase de cálcio 5% das urolitíases tem como causa o hiperparatireoidismo e dos pacientes com hiperparatireoidismo 20% desenvolvem os cálculos Outra consequência renal que pode acontecer é a nefrocalcinose (uma forma de nefrite intersticial crônica), que é associada a deposição de fosfato de cálcio no parênquima renal. 3) DIAGNÓSTICO Requer exames laboratoriais apenas, exames de imagem não são obrigatórios (na prática médica são feitos quando há necessidade de cirurgia, a fim de programar o procedimento de forma que seja menos invasivo) Tem que ter: HIPERCALCEMIA + AUMENTO DO PTH → independentemente da presença ou não de sintomas Outros exames podem ser úteis para excluir diagnóstico diferencial e avaliar complicações da doença Manifestações clínicas: Podem ser assintomáticos, descobertos ao acaso (hipercalcemia isolada) Adenomas e hiperplasias na paratireóide não costumam produzir nódulos palpáveis no pescoço. Quando encontra-se nódulos, é mais provável que sejam nódulos tireoidianos. O carcinoma da paratireóide vai ter nódulos palpáveis em 75% dos casos, mas é mais raro ● Manifestações osteoarticulares: casos leves a moderados não resultam, geralmente, em desmineralização óssea, podendo ser assintomáticos nessa fase.Em casos mais graves, pode ter a desmineralização óssea que resulta em dor e deformidades ósseas. Pode ter como achado no exame de imagem a osteíte fibrosa cística (presente em 2-15% dos casos). Nas articulações pode promover a condrocalcinose (deposição de pirofosfato de cálcio na cartilagem articular), que pode evoluir com pseudogota (25% dos casos), que é uma artrite aguda que ocorre pela liberação de cristais no líquido sinovial. ● Manifestações relacionadas à hipercalcemia: Aumentos leves podem ser assintomáticos, mas a maioria tem sintomas. Geralmente vão ter sintomas quando o nível sérico de cálcio é maior que 11,5 a 12 mg/dL. Crise hiperparatireoide (hipercalcêmica) → cálcio sérico total maior que 15 mg/dL + encefalopatia (rebaixamento do sensório, vômitos, crise convulsiva, hiporreflexia, fraqueza muscular intensa) + desidratação + IRA pré-renal. (EMERGÊNCIA) ● Hiperparatireoidismo normocalcêmico (níveis normais de cálcio): esses pacientes não têm os sintomas de hipercalcemia, mas tendem a ser mais hipertensos, além de apresentar manifestações neuropsiquiátricas (como fadiga, depressão). Ex: deficiência de vitamina D ● Hiperparatireoidismo na gestação: quando leve (níveis séricos de cálcio menores que 11 mg/dL) é bem tolerado na gestação. Agora quando graves (calcemia alta), pode ter complicações: hiperêmese, fraqueza muscular, pancreatite aguda, nefrolitíase, alterações neuropsiquiátricas. No pós parto pode ter crises hipercalcêmicas agudas. Complicações para o feto: RCIU, parto prematuro, morte fetal. Pode resultar em hipocalcemia neonatal, se manifestando meses após o parto causando tetania no bebê. Porque a hipercalcemia materna provoca uma inibição das paratireoides fetais, causando hipoparatireoidismo, que pode ser transitório ou permanente Manifestações laboratoriais: Principal alteração: hipercalcemia O cálcio pode estar na circulação de duas formas: ligado a albumina ou livre/ionizado (forma ativa) A dosagem do cálcio pode ser total (ligado a proteína ou livre/ionizado) ou apenas ionizado. Hipercalcemia = cálcio total > 10,5 mg/dL ou cálcio ionizado > 5,5 mg/dL Alterações na albuminemia podem interferir nos resultados da dosagem do cálcio total, por isso que quando dosado, deve ser associado a dosagem junto da albumina, se estiver normal, beleza, agora se estiver com hipoalbuminemia, os valores de cálcio devem ser corrigidos. Cálcio corrigido = cálcio total + 0,8 x (4 - albuminemia do paciente) Vale ressaltar que a calcemia pode ser normal ou até mesmo baixa em pacientes com hiperparatireoidismo secundário. Ex: doença renal crônica, em que a queda na produção (ativação) da vitamina D, faz com que diminua a absorção intestinal de cálcio, mantendo a calcemia baixa (hipocalcemia) ou normal. Outro exemplo é na deficiência de vitamina D. No hiperparatireoidismo terciário vai ter uma franca hipercalcemia Para a confirmação do diagnóstico é necessário que o PTH esteja aumentado (>65 pg/ml) → método de escolha para essa dosagem é o ensaio rádio imunométrico (mede o PTH intacto/ativo) que usa anticorpos direcionados contra dois sítios diferentes da molécula. Vale lembrar que no início da doença, o PTH pode estar normal. Mas quando encontra hipercalcemia, pode representar uma anomalia, e o PTH deve ser entendido como inapropriadamente alto para o nível de cálcio sérico, pois com a hipercalcemia, o PTH deveria ficar suprimido No hiperparatireoidismoprimário, o fosfato fica reduzido (baixo) (< 2,5 mg/dL), porque o PTH estimula a excreção urinária de fosfato, e como ele está elevado, excreta bastante fosfato. Pode ter também hipomagnesemia, pois a hipercalcemia diminui a reabsorção tubular renal do magnésio (efeito magnesiúrico) Já na DRC, o fosfato fica aumentado, pois ocorre uma retenção do fosfato. Pode ter também: acidose metabólica hiperclorêmica e hiperuricemia, que ocorrem pelo bloqueio à reabsorção do bicarbonato (ATR tipo 2) e pelo aumento da reabsorção do ácido úrico. A fosfatase alcalina só aumenta se tiver doença óssea importante Além dos níveis de cálcio e PTH, devem ser solicitados função renal (ureia + creatinina) e dosagem de vitamina D (dosagem de 25 (OH) - vitamina D, que é pré-hormônio ativo e possui meia-vida mais longa, e está baixa quando é < 20 ng/ml) BIOQUÍMICA URINÁRIA: - hipercalciúria - hiperfosfatúria - hipermagnesiúria (alguns casos) Dosagem de AMP cíclico urinário (pouco usado), que no hiperparatireoidismo vai estar aumentado. O AMPc é o principal segundo mensageiro produzido pelas células renais em resposta ao PTH. Exames de imagem: São úteis quando o tratamento é cirúrgico e para diagnóstico diferencial. USG cervical: deve ser analisado tudo entre a mandíbula e o mediastino superior, para investigar possível paratireoide ectópica. As glândulas tem formato ovoide, são homogeneamente hipoecogênicas e tem compressibilidade inferior a dos tecidos adjacentes. O Doppler é útil para verificar aumento de vascularização SPECT com TC- Sestamibi: é uma técnica especial de cintilografia, que tem maior sensibilidade para detectação de adenoma/hiperplasia das paratireóides. O TC- Sestamibi é o radiocontraste de escolha. São feita duas imagens, uma após 10-15 minutos e outros após 90-180 min. TC e RM: não costumam ser feitos, pois não oferecem nenhuma vantagem a mais. É útil em caso de reoperação. Em pacientes com hiperparatireoidismo, deve ser solicitado a TC de abdome/pelve sem contraste, para pesquisar nefrolitíase. A presença de cálculos ou calcificação do parênquima renal, mesmo em pacientes assintomáticos, é suficiente para indicar tratamento cirúrgico do hiperparatireoidismo. Densitometria óssea: é indicada para avaliar a perda de massa óssea. Deve ser feita da coluna lombar, quadril, rádio distal. A desmineralização tende a ser maior em ossos longos dotados de grossas camadas corticais, principalmente no punho. Raio-x: não é usado de rotina pela baixa sensibilidade 5) CÂNCER Carcinoma de paratireoide → geralmente se apresenta como uma massa cervical palpável (75%), quando a secreção do PTH é muito elevada (> 5x VR) e hipercalcemia grave (> 14 mcg/dL) e sintomática. No carcinoma de paratireoide, os níveis de PTH costumam ficar maiores que 1000 pg/ml e pode ter aumento do beta-hCG Deve evitar fazer a PAAF (diagnóstico citológico não é confiável e tem risco de disseminação de células tumorais no trajeto da agulha) O modo ideal para confirmação é análise da peça cirúrgica´(histopatologia) - fibrose proeminente - indice mitótico elevado - pouca expressão de parafibromina - invasão da cápsula tumoral - invasão vascular Possui comportamento indolente Locais comuns de metástase (30% dos casos): pulmão (principal), ossos, fígado, cérebro e mediastino. Quando maior a carga tumoral, mais é a repercussão sistêmica da doença 6) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Hipercalcemia humoral do câncer: principal diagnóstico diferencial. É uma síndrome neoplásica. Os principais tumores associados são: de mama, pulmão, pâncreas, endométrio, rim e paraganglioma (feocromocitoma extra-adrenal). Qualquer tumor sólido, principalmente os escamosos podem causá-la. O mecanismo envolve a secreção tumoral de PTHrp (peptídeo relacionado ao PTH), que é uma molécula truncada que tem a porção ativa do hormônio. A diferença do hiperparatireoidismo primário é que nesse caso os níveis de PTH intacto/ativo ficam suprimidos (a hipercalcemia inibe a secreção de PTH pelas paratireoides) - Neoplasias linfoproliferativas e carcinomas de ovário: podem causar hipercalcemia por secreção de vitamina D ativa - Mieloma múltiplo: as células tumorais secretam citocinas que estimulam a atividade osteoclástica causando desmineralização óssea e hipercalcemia.Além disso, é comum insuficiência renal, que pode aumentar o PTH (hiperparatireoidismo secundário). Outras neoplasias que causam hipercalcemia por mecanismo semelhante são: leucemia-linfoma de células T, linfoma de BBurkitt - Sarcoidose e Doenças Granulomatosas: os granulomas (independentemente de sua etiologia) são capazes de transformar vitamina D inativa em ativa, por enzimas presentes nos macrófagos. Dessa forma, doenças que fazem granulomas como tuberculose, beriliose, coccidioidomicose, histoplasmose, hanseníase e granulomas de corpo estranho também podem fazer hipercalcemia. A sarcoidose além desse mecanismo também pode se associar a secreção de PTHrp (peptídeo relacionado ao PTH) → semelhante a síndrome paraneoplásica - Intoxicação por cálcio/vitamina D exógena: uso de suplementos em excesso, ou até mesmo com o uso de tiazídicos, visto que esse tipo de diurético diminui a excreção urinária de cálcio. Esse caso se reverte com a suspensão do medicamento. Em casos mais graves, glicocorticóides sistêmicos podem acelerar a melhora da hipercalcemia. - imobilização prolongada - hipercalcemia hipocalciúrica familiar benigna: é quando tem tem um defeito no sensor de cálcio (CaR) presente na paratireoide e no epitélio tubular renal. Dessa forma, as células ficam menos sensíveis ao cálcio livre circulante, resultando em: na paratireoide diminui o feedback negativo que a calcemia exerce fazendo com que o PTH fique inapropriadamente alto para o nível sérico de cálcio e no túbulo renal vai aumentar a absorção de cálcio filtrado, diminuindo sua excreção urinária. Resulta em um quadro semelhante ao do hiperparatireoidismo com hipercalcemia + aumento de PTH. Diferença: nesse caso a calciúria fica reduzida (o que não se esperar no hipertireoidismo verdadeiro) - Hipercalcemia Espúria: é uma pseudo-hipercalcemia. As principais causas são: desidratação, hiperproteinemia e hipertrigliceridemia - Miscelânea: insuficiência adrenal (a deficiência de glicocorticóide desinibe a captação de cálcio no intestino e no rim), hipertireoidismo (aumenta o turnover ósseo), uso de tiazídicos ou lítio (maior reabsorção renal de cálcio). - Deficiência de vitamina D 7) TRATAMENTO Pacientes assintomáticos, sem nenhuma condição de risco que indique benefício com cirurgia, podem ser apenas acompanhados, orientados quando melhor do estilo de vida, que deve ser ativo, evitar imobilidade, além de uma ingesta hídrica adequada. Mulheres pós menopausa podem apresentar redução da calcemia com a reposição de estrogênio, melhorando também a densidade mineral óssea. É útil usar o raloxifeno (Evista), um modulador seletivo do receptor de estrogênio que simula o efeito estrogênico nos osso (diminuindo a atividade osteoclástica) ao mesmo tempo que bloqueia o efeito estrogênico na mama (diminui a chance de Ca de mama). Pacientes com hiperparatireoidismo devem evitar o uso de diuréticos tiazídicos e antiácidos ou suplementos que contenham cálcio ou vitamina D (exceto se houver hipovitaminose associada). Reposição de vitamina A também deve ser feita com cuidado se indicada, pois doses elevadas também podem induzir hipercalcemia. Tratament� medicament�� ● Calcimiméticos (cinacalcet - Sensipar): estimulam diretamente o sensor de cálcio das células paratireoidianas, aumentando o feedback negativo que a hipercalcemia exerce sobre a secreção de PTH, a fim de reduzir a secreção desse hormônio. Esse medicamento pode ser usado no hiperparatireoidismo primário como terapia inicial isolada ou em casos de falha do tratamento cirúrgico. No hiperparatireoidismo secundário, são medicamentos de segunda linha, sendo indicados em casos de pacientes que não toleram ou respondem a reposição de vitamina D ou seus análogos. Efeitos colaterais: náuseas e vômitosleves e transitórios (não indicam a suspensão da droga). Raramente ocorre hipocalcemia ● Bisfosfonados IV: são usados em casos de hipercalcemia grave. Vão atuar inibindo a atividade osteoclástica, promovendo uma queda gradual da calcemia ao longo de dias, que se mantém por semanas a meses. Esse medicamento na forma oral (alendronato) não é útil para controle da hipercalcemia/hipercalciúria associada ao hiperparatireoidismo. Pode ser útil para tratar a osteoporose. ● Denosumab (Prolia): é usado em casos de hipercalcemia muito grave, em particular associados ao carcinoma de paratireoide. É um anticorpo monoclonal direcionado contra o RANKL, uma citocina secretada pelos osteoblastos para ativar os osteoclastos, estimulando a reabsorção óssea ● Reposição da vitamina D: Deve ser feita na forma de vit D3 ou colecalciferol, que é um precursor da vit D ativa. É indicada sempre que houver deficiência. A dose varia de 800-2000 UI/dia, objetivando manter a vit D maior ou igual a 30 ng/ml. Em casos de DRC deve ser usado vitamina D ativa ou um análogo da vitamina D (paricalcitol e doxercalciferol), já que o problema nesses doentes é a formação da vitamina D ativa. Tratament� cirúrgic� - Paratireoidectomia Indicação: ● pacientes sintomáticos ● em casos de assintomáticos, é indicado se tiverem: - nefrolitíase/nefrocalcinose - idade menor que 50 anos - gravidez - cálcio sérico 1 mg/dl maior que o limite superior da normalidade (LSN) associado a calciúria maior que 50 mg/dia - calciúria > 400 mg/dia (independentemente do cálcio sérico) - clearance de creatinina < 60 ml/min - osteoporose (T score < 2,5 DP) - fratura patológica - dificuldade em manter acompanhamento clínico regular Benefícios: 1) maior sensação de bem-estar geral, aumentando a qualidade de vida 2) aumento da densidade mineral óssea 3) melhora na cognição São feitos exames de imagem no pré-operatório, a fim de tentar a cirurgia mais minimamente invasiva possível Pode ser usado como auxílio a espectroscopia de autofluorescência, que ajuda a detectar bem os adenomas. Uma opção é a paratireoidectomia subtotal (retirada de 3 paratireoides + 1 ⁄ 2 da glândula remanescente, incluindo a retirada de glândulas ectópicas que por ventura sejam encontradas). Pode ser indicada quando a doença é multiglandular (formas familiares da doença, como NEM 1 ou NEM 2A). Ainda, pode ser feito a paratireoidectomia total com autoimplante heterotópico (esses pacientes com essas síndromes familiares preferem essa opção). Nesse caso, é implantado a parte de umas das glândulas na musculatura do antebraço. Essas glândulas são hábeis no estabelecimento de conexões vasculares, adaptando-se facilmente ao novo ambiente tecidual. Carcinoma de paratireoide: ressecção em bloc do tumor e tecidos adjacentes (incluindo o lobo tireoidiano ipsilateral). A meta é obter margens cirúrgicas livres. Se não for possível, deve ser feito radiação na cervical posteriormente a cirurgia. Metástases à distância podem ser ressecadas (cirurgia citorredutora) ou submetidas à embolização arterial/ablação por radiofrequência. Antes da cirurgia, é feito de rotina o ácido zoledrônico, para evitar a ocorrência de uma crise hipercalcêmica no peroperatório Complicaçõe� cirúrgica� Em 70% dos casos os níveis de PTH caem abaixo do normal logo após a paratireoidectomia, principalmente quando o problema é um adenoma solitário em que o tecido glandular remanescente (saudável) costuma ficar bastante hipertrofiado e inibido, devido a uma longa exposição à hipercalcemia. Visto isso, a principal complicação pós-operatória é a hipocalcemia aguda secundária ao hipoparatireoidismo, que costuma ser transitório (funcional), mas pode ser permanente (casos de paratireoidectomia total ou lesão iatrogênica do tecido glandular remanescente) A hipocalcemia tende a aparecer nas primeiras 24 horas após a cirurgia e desaparecer dentro de 2-5 dias, período que leva para a recuperação funcional glandular. Principais manifestações: parestesia e tetania (irritabilidade neuromuscular). Exame físico: sinais clássicos → sinais de Chvostek (contração da musculatura da hemiface induzida pela percussão da região malar) e de Trousseau (sinal da mão de parteiro, em que tem espasmo carpal induzido pela manutenção do manguito do esfigmomanômetro insuflado num valor entre a PA sistólica e diastólica por 3-5 min) A monitoração do cálcio sérico no pós-operatório deve ocorrer, começando nas primeiras horas de cirurgia. Quando a calcemia retornar a faixa de normalidade, inicia-se a reposição oral de cálcio. Casos que complicam com hipocalcemia aguda sintomática são tratados com reposição venosa de cálcio +/- calcitriol. Também deve ser reposto de rotina o magnésio, visto que é frequente a hipomagnesemia, que contribui para a liberação de PTH pelas paratireoides. Em alguns casos, os níveis séricos de PTH aumentam acima do normal no pós-operatório, por persistência da doença (níveis séricos de cálcio alto) ou por síndrome da fome óssea (níveis séricos de cálcio baixo). Isso acontece porque no pós-operatório, tem uma queda inicial do PTH, então os osteoblastos retomam suas atividades acelerando a formação de massa óssea. Mas esse aumento do PTH representa um hiperparatireoidismo secundário. A fome óssea é mais comum quando o paciente tinha um quadro de osteíte fibrosa cística. Tratamento: reposição dos minerais (cálcio, fosfato e magnésio). A fome óssea costuma se manter por 3 a 6 meses e cessa espontaneamente após esse período. Outras complicações comuns de qualquer cirurgia na cervical: - lesão dos nervos laríngeos: lesão no laríngeo superior afeta a modulação do timbre vocal e lesão do laríngeo recorrente com paralisia da corda vocal (rouquidão) - hemorragia com formação de hematoma. Condut� n� cris� hipercalcêmic� - hipercalcemia grave sintomática → pode ser potencialmente fatal. Primeiro, o paciente deve ser vigorosamente hidratado com soro fisiológico 0,9%. (Visto que é comum desidratação na hipercalcemia pelas perdas hídricas pelo vômito e poliúria). A reabsorção de cálcio está atrelada à reabsorção de sódio no néfron proximal e na alça de Henle. Por isso, em casos de desidratação e hipovolemia, a avidez renal por sal e água faz com que aumente a reabsorção de sódio e de cálcio no túbulo proximal, agravando ainda mais a hipercalcemia. Por isso, é necessário restauração da volemia com solução salina, então mais sódio é excretado na urina e junto o cálcio. Segundo passo após a hidratação com soro fisiológico, é o uso de diuréticos de alça (furosemida), que vai aumentar ainda mais a excreção de cálcio. No entanto, só podem ser usados após a hidratação adequada, pois pode piorar a depleção de volume e hipercalcemia. Em casos mais graves e refratários, deve ser adicionado drogas que ativam os osteoclastos, para reduzir a saída de cálcio do osso. A calcitonina tem efeito contrário ao do PTH, então vai inibir os osteoclastos e, dessa forma, bloqueia a retirada de cálcio do tecido ósseo, reduzindo a calcemia. Deve ser adm na dose de 4-8 U/kg SC ou IM a cada 6-12 horas. Tem um início de ação rápido (2 horas), mas efeito limitado e transitório. Os bifosfonatos são as drogas melhores para o controle da hipercalcemia, em que o de escolha é o pamidronato de sódio. Tem um início de ação entre 24-48 horas. O zoledronato pode ser usado em casos refratários ao pamidronato. Os bifosfonatos podem ser repetidos a cada 21 dias caso necessário IMPORTANTE: glicocorticóides não são uteis em casos de hipercalcemia por hiperparatireoidismo, mas são úteis em casos de hipercalcemia devido a outras etiologias. Em casos muito graves, a hemodiálise pode ser útil. Hipoparatireoidism� 1) Hipoparatireoidismo primário Corresponde a insuficiência da paratireoide em secretar PTH, levando a hipocalcemia. Portanto, PTH baixo e hipocalcemia. Vale ressaltar que a ação do PTH através do receptor e sua secreção dependem da presença do magnésio, portanto, são inibidos em casos de hipomagnesemia. Da mesma forma, a hipermagnesemia pode ser causa de hipoparatireoidismofuncional ETIOLOGIAS - retirada ou lesão cirúrgica (tireoidectomia total, paratireoidectomia) → Causa mais comum. Dosagem intraoperatório do PTH pode ser útil para identificar os pacientes que são mais suscetíveis a desenvolver o hipoparatireoidismo após a cirurgia, que é principalmente quando a queda do PTH é maior que 75% ou menor que 10 pg/ml - radioterapia ou terapia com radioiodo - autoimune (hereditária): pode ocorrer de forma isolada ou associados a outras doenças autoimunes endócrinas (doença poliglandular autoimune) - hemocromatose (sobrecarga de ferro) - doença de Wilson (sobrecarga de cobre) - amiloidose - metástases - síndrome de Di George: rara anomalia congênita caracterizada por aplasia ou hipoplasia do timo (levando à imunodeficiência celular grave) e das paratireóides (levando ao hipoparatireoidismo), frequentemente associada a malformações cardiovasculares, fenda palatina, fácies anormais e microdelações no cromossoma 22 - Agenesia, hipoplasia, malformações Causas menos comuns: depósito de alúminio em pacientes submetidos à diálise e talassemia, na qual há deposição de ferro, após tratamento com radioiodo para doenças da tireoide e após infarto espontâneo de um adenoma da paratireoide, associada à tireoidite de Riedel e ao HIV. Sem causa aparente = idiopático. MECANISMO: Pode ser por secreção deficiente de PTH ou resistência à ação do PTH. A resistência pode ser vista em pacientes com hipomagnesemia ou uso de agente que bloqueiam a reabsorção óssea (bisfofonatos, calcitonina, plicamicina) QUADRO CLÍNICO Os sinais e sintomas clínicos decorrem de hipocalcemia grave (níveis séricos de cálcio ionizado baixo). Principais manifestações: aumenta a excitabilidade neuromuscular. Sintomas leves: parestesias nas extremidades e região perioral Sintomas graves: cãibras musculares, espasmo carpopedal (contraturas das mãos e pés), estridor laríngeo (contratura dos músculos da glote) e convulsões generalizadas (tipo grande mal), culminando com coma. Diante de convulsões inexplicadas: suspeitar de hipoparatireoidismo Hipocalcemia crônica: pode resultar em disfunção extrapiramidal (são as distonias e se apresentam em associação a calcificações dos núcleos da base, sendo mais comum em casos de hipoparatireoidismo idiopático e autoimune), caracterizada por parkinsonismo, coreia, disartria e cerebelar manifestando com instabilidade de marcha e postural. Pode ter: alterações cutâneas, dentárias, oculares e alopecia. Unhas quebradiças e distróficas. Formação de catarata bilateral Pode resultar em aumento da densidade mineral óssea da coluna lombar (diag diferencial: espondilite anquilosante). Pode ter papiledema como reflexo de hipertensão intracraniana e edema cerebral ● Achados na ECG: intervalo de QT longo ● Tetania: contratura muscular mantida e prolongada (manifestação característica). Pode ser observada pelo sinal de Trousseau (espasmo cárpico → adução do polegar + flexão das metacarpofalangeanas e extensão da interfalangeanas, após a insuflação do manguito no antebraço 20 mmHg acima da PA sistólica durante 3 minutos. O paciente fica com uma postura conhecida como “mão do parteiro”) e pelo sinal de Chvostek (contração do lábio superior e músculos faciais ipsilaterais após a percussão do nervo facial abaixo do arco zigomático). OBS: esses sinais podem ser mascarados pelo uso de hidantoína. Crianças: pode causar hipoplasia do esmalte dentário, defeitos da dentina, retardo na erupção dentária, aumento de cáries dentárias e encurtamento das raízes. Muitos dos pacientes são assintomáticos, e só apresentam sinais e sintomas de hipocalcemia quando o cálcio plasmático é necessário, como na gestação, lactação, ciclo menstrual, estados de alcalose ou pelo uso de drogas que diminuem a calcemia, como os bisfosfonatos. A tetania também pode ser precipitada por alcalose respiratória (hiperventilação) ou metabólica (infusão de bicarbonato de sódio). A alcalose faz com que aumente a afinidade do cálcio pela albumina, favorecendo a hipocalcemia. Já a acidose, aumenta o cálcio ionizado, favorecendo o paciente hipocalcêmico de ter tetania. Podem ter: distúrbios neuropsiquiátricos por hipocalcemia crônica (irritabilidade, depressão e psicose DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Tetania → hipomagnesemia, alcalose metabólica, alcalose respiratória secundária a hiperventilação (causa mais comum de tetania). Uso de inibidores de bomba de prótons ou nifedipina ASPECTO LABORATORIAL: Hipocalcemia + hiperfosfatemia A hiperfosfatemia ocorre pela perda do efeito fosfatúrico do PTH Usa a dosagem de cálcio ionizado Quando tem o cálcio total pode usar a fórmula do cálcio corrigido (por causa da influência da albumina) DIAGNÓSTICO: Hipocalcemia + hiperfosfatemia, com níveis baixos ou indetectáveis de PTH (< 10 pg/ml) confirma o diagnóstico de hiperparatireoidismo primário. O PTH pode estar elevado em casos que há resistência à ação do PTH. Quando a etiologia é autoimune, pode ser encontrado anticorpos contra o receptor sensor de cálcio TRATAMENTO: - reposição de cálcio: dose inicial 1 a 1,5 g de cálcio elementar. Usa-se mais o carbonato de cálcio (40% de cálcio elementar). Para conseguir 1 g de cálcio elementar, são necessários 2,5 g de carbonato de cálcio por dia, que deve ser ingirido durante ou após a refeição. Para pacientes em uso de inibidores da bomba de prótons ou com acloridria, prefere-se reposição de citrato de cálcio, que tem melhor absorção. - reposição de vitamina D: pode ser feita com a própria vitamina D (D3 ou colecalciferol, que é a vitamina endógena e a D2 ou ergocalciferol, que é a sintética na dose de 40000-120000) ou com seu análagos (calcitriol, diidrotaquisterol e alfacalcidiol). O calcitriol deve ser usado na dose 0,5 a 2 microg/dia. É a droga de escolha pra reposição. Cuidados: Como não tem PTH, a reabsorção de cálcio está prejudicada. Ao normalizar os níveis de cálcio sérico, o paciente terá calciúria com risco de nefrolitíase Hipocalcemia grave sintomática: indica reposição venosa de cálcio. Inicia com gluconato de cálcio 1-2 g, IV em 10-20 minutos. Depois deve manter uma infusão contínua com uma solução contendo 6g de gluconato de cálcio em 500 ml de soro glicosado 5%, correndo-se a 0,5-2 ml/kg/h. Hipomagnesemia: deve ser tratada agressivamente, pois pode prejudicar a secreção e ação periférica de PTH, piorando a hipocalcemia. RESUMO !!!!
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