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ANTIVIRAIS - HEPATITE C E HIV

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HEPATITE C 
Vírus envelopado de RNA. Possui 6 genótipos, sendo os do tipo 1, 2, 3 mais prevalentes no Brasil (64 %, 4 % e 30 %). Estima-se que no Brasil 1 
milhão de pessoas tenham tido contato com o HCV e 675 mil sejam portadores crônicos.
O tratamento era reservado a pacientes com doença avançada ou manifestações extra-hepáticas, porém com os novos antivirais, com taxas de 
cura acima de 90%, e pouco efeitos adversos foi ampliado, em 2018, para qualquer estágio da doença. Tratamentos fornecidos pelo Ministério 
da Saúde:
Sofosbuvir – inibidor nucleosídeo da RNA polimerase-
IFN-alfa + Ribavirina – citocina e inibidor da RNA polimerase-
Dasabuvir – inibidor não nucleotídeo da RNA polimerase-
Daclatasvir, Ombitasvir – Inibidores da proteína 5A (NS5A) - transcrição-
Simeprevir, Paritaprevir, Ritonavir – inibidores de protease-
Todos muito caros, entretanto mais baratos que um transplante de fígado. Usados em combinação para evitar o aparecimento de 
resistência.
SOFOSBUVIR
Inibidores nucleosídico da RNA polimerase - Análogo da uracila. Usado em combinação com ribavirina, interferon peguilado, simeprevir, 
ledipasvir, daclatasvir, ou velpatasvir. Cura até 97% dos casos. Usado via oral, tem t1/2 de 27 h. Tratamento dura 12 semanas . Tratamento 
pode chegar a custar US$84.000,00 nos EUA. 
Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, náusea, insônia.
LARISSA RODRIGUES SANTOSANTIVIRAIS - HEPATITE C E HIV
terça-feira, 25 de maio de 2021 07:47
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RIBAVARINA
Inibidor nucleosídico da RNA polimerase e da transcrição – análogo da guanosina. Em monoterapia tem efeito mínimo, porém combinado 
com IFN peguilado com outros tem ótima resposta (40 a 90 %). Administração v.o. 2x/dia. Também usada para Influenza, VSR, rinovírus, 
caxumba, sarampo.
Efeito adverso: anemia hemolítica dose-dependente.
DESABUVIR
Inibidor não nucleosídico da RNA polimerase. Usado em combinação com parataprevir, ombitasvir e ritonavir. Usado v.o. por 12 semanas 
junto às refeições para melhorar a absorção.
Efeitos colaterais: fadiga, náusea.
DACLATASVIR, OMBITASVIR, PIBRENTASVIR, VELPATASVIR, LEDIPASVIR, ELBASVIR
Inibidor da proteína viral NS5A que promove a transcrição viral. Usado em combinação do sofosbuvir, ribavirina e interferon. 
O aparecimento de resistência é muito rápido quando usado como monoterapia Uso via oral, por 12 semanas. É metabolizado pela CYP3A4 e 
não deve ser usado com indutores desta enzima ou ajustes de dose devem ser feitos.
Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, náusea
SIMEPREVIR, GLECAPREVIR, PARITAPREVIR, GRAZOPREVIR
Inibidores de protease viral NS3/4A, impedindo a maturação viral. Usado em combinação do sofosbuvir ou ribavirina e interferon peguilado. 
Cura até 90%. Usado também para HIV/AIDS. Usado v.o. por 12 semanas. A dose é dependente da condição hepática e renal do paciente (tem 
cirrose ou não). É um substrato da CYP3A4, e a associação com inibidores ou indutores dessa enzima é contra-indicada: fenobarbital, 
fenitoína, claritromicina...
Efeitos colaterais: fadiga, cefaléia, prurido, rash cutâneo, fotossensibilidade
INTERFERON-ALFA
É uma citocinas produzida por macrófagos. Promove mudanças celulares que ativam um estado “antiviral” contribuindo para a res istência aos 
vírus. Associado a Ribavirina. Também usada para Hepatite B. IM ou SC. T1/2 3-8 h, entretanto o efeito é duradouro. Quando associado à PEG 
(Polietilenoglicol) a t1/2 aumenta para 50 h.
Efeitos colaterais: (limitantes de tratamento)
Influenza-like: febre, calafrios, cefaléia, mialgia, náusea, vômitos-
Depressão, pensamentos suicidas, confusão, sonolência-
Mielossupressão (trombocitopenia, granulocitopenia)-
Hipotensão, taquicardia-
Aumento de enzimas hepáticas, aumento de triglicérides, proteinúria-
Alopécia-
Hipertensão pulmonar-
Efeitos “antivirais” do Interferon-alfa
Inibição da síntese de proteínas virais1.
Indução de RNAse que degradam o RNA viral2.
Inibição da maturação e liberação viral3.
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Outros efeitos do Interferon-alfa: Imunomodulação (Aumento da expressão de MHC I e II e Estimulação de linfócitos) e Anti-proliferativo 
(Mielossupressão). 
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HIV
É um retrovírus que infecta células com receptores CD4+ CCR5/CXCR4.
TERAPIA HIV-TARV
MS fornece gratuitamente qualquer TARV disponível no mercado para portadores do vírus. Redução de 33 % de novas infecções e 30 % da 
mortalidade. Como o vírus pode permanecer inativo por anos (> 20) o tratamento é para a vida toda. 
TARV - terapias combinadas de no mínimo três fármacos diferentes:
No Brasil, o início do tratamento de um adulto: lamivudina (3TC) + tenofovir (TDF) + dolutegravir (DTG)-
Evidências mostram que o uso de 4 ou mais fármacos não aumentam a eficácia do tratamento, mas evitam (retardam) o aparecimento 
de resistência
-
A principal causa de resistência é a não adesão do paciente ao tratamento-
Devido a disponibilidade de um grande número de tratamentos eficientes, a ênfase hoje é encontrar terapias toleráveis, convenientes e 
seguras no longo prazo. Tentativas de promover o aumento dos linfócitos T do hospedeiro não surtiram efeito clínico. O início e escolha da 
terapia é determinado pela contagem de LT na circulação. CD4 ≤ 350 células/mm3
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A falha do tratamento = aumento da carga viral (previamente indetectável) mesmo em uso de alguma terapia antiviral.
Neste caso é indicada a troca de todos os fármacos do tratamento.-
Não deve ser feita a simples adição de outro fármaco ao tratamento.-
A tuberculose é a principal causa de óbito por doença infecciosa em pacientes HIV positivos. Há progressão mais rápida da Hepatite B e C em 
pacientes HIV positivos. Pacientes HIV positivos podem receber todas as vacinas do calendário nacional, desde que não apresentem 
deficiência imunológica importante.
TERAPIA HIV
Efeito colateral importante do uso crônico da TARV é a síndrome metabólica (10-40% dos pacientes).
Resistência à insulina-
Hiperlipidemia-
Lipodistrofia-
Os objetivos da terapia são inibir a replicação do vírus e a transmissão da doença. 
Receptor chamariz – CD4 solúvel-
Inibidores da adsorção - Maraviroque-
Inibidores da fusão (gp41) – Enfuvirtida-
Inibidores de transcriptase reversa nucleosídicos e não-nucleosídicos – Zidovudina; Nevirapina-
Inibidores da integrase – Raltegravir-
Inibidores de protease – Lopinavir-
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Receptores chamariz: Receptores solúveis que se ligam ao vírus impedindo a adsorção.
CD4 solúvel que se liga ao gp120 do HIV, prevenindo a ligação deste ao receptor CD4 do linfócito auxiliar.-
Inibidores da adsorção
Maraviroque: bloqueia o correceptor CCR5 importante para a ligação do gp120 do HIV ao LTCD4.
Administração v.o., 2x/dia-
Não funciona se forem cepas que utilizam o CXCR4 como correceptor-
Inibidores da penetração ou fusão
Após ligação gp120+CD4+CCR5 vírus expõe a gp41 que medeia a fusão. Enfuvirtida: se liga às glicoproteínas gp41 do HIV e inibe a fusão vírus-
célula.
Administração subcutânea cada 12 h – reações dolorosas no local e até nódulos subcutâneos.-
Mutações na gp41 reduzem suscetibilidade do fármaco em até 100x-
Inibidores de transcriptase reversa (TR)
Inibidores nucleosídicos/nucleotídicos: (INTR) Zidovudina (AZT), Lamivudina* (3TC), Abacavir (ABC), Tenofovir* (TDF), Entricitabina (FTC)
Análogos da purina – competindo com os nucleotídeos pela síntese do DNA pró-viral feita pela transcriptase reversa = término da cadeia. 
Precisam ser fosforilados, o que fixa o fármaco dentro da célula = [ ] intracelular > [ ] plasmática. Não inibe a DNA polimerase do hospedeiro, 
mas pode acontecer com a mitocondrial = efeitos colaterais:
Anemia, granulocitopenia, miopatia, neuropatia periférica, pancreatite, acidose láctica, lipodistrofia-
Também usados para HBV-
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Inibidores não nucleosídicos (INNTR): Efavirenz (EFZ), Nevirapina (NVP), Etravirina (ETZ) – v.o.
Se ligam de forma alostérica a TR, inativando-a. São muito eficientes na inibição da replicação viral(>100x). Não agem nas polimerases do 
hospedeiro, por isso apresentam mínimos efeitos colaterais. São substratos da CYP3A4, e podem promover a indução ou inibição desta 
enzima, portanto interações medicamentosas devem ser consideradas. Nunca devem ser usados como terapia única, pois o aparecimento de 
resistência já acontece após uma única dose. Podem causar exantemas, sonhos vívidos, alucinações.
Inibidores de integrase (INI): Raltegravir (RAL), Elvitegravir (EVG), Dolutegravir (DTG)
Formam um complexo com a enzima e impedem a fusão entre o DNA viral e o DNA do hospedeiro. Não existe integrase na célula hospedeira = 
efeitos colaterais mínimos:
cefaléia, náuseas e fadiga.-
São absorvidos via oral. Não são indutores ou inibidores de CYPs portanto interações medicamentosas não são importantes. Podem promover 
o aparecimento de resistência. Dolutegravir é contraindicado em mulheres que buscam a concepção devido ao risco de malformação 
congênita.
Inibidores de protease (IP): Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Lopinavir, Ritonavir, Saquinavir, Tipranavir
São inibidores competitivos da protease viral que cliva os peptídeos precursores das proteínas virais essenciais para maturação. São potentes 
inibidores da replicação viral (100-1000x). As aspartil proteases do hospedeiro não são significativamente inibidas por estes inibidores. Efeitos 
colaterais são mínimos: náusea, vômito e diarréia. Uso prolongado associado com síndrome metabólica = resistência à insulina e lipodistrofia
É comum a associação de uma dose subclínica de ritonavir com outros inibidores de protease para aumentar a biodisponibilidade oral e a meia 
vida dos demais fármacos. São todos substratos e inibidores da CYP3A4 - interações medicamentosas podem gerar toxicidades importantes. 
Aparecimento de resistência é rápido, porém não tão rápido quanto os INTR. Interações com fármacos para tuberculose (rifampicina), 
anticonvulsivantes, estatinas, anticoncepcionais orais, antifúngicos, benzodiazepínicos.
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