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Biologia ● A mais antiga linhagem de répteis vivos, apareceram pela primeira vez no período jurássico. ● A mais antiga do mundo é de 110 milhões de anos, espécie recém descrita Santanachelys gaffneyi (Protostegidae), encontrada no interior do Ceará. ● Origem terrestre. ● Membros locomotores evoluíram para nadadeiras com pequenas garras e a carapaça se tornou achatada dorsoventralmente, leve e hidrodinâmica. ● Surgiram as glândulas de sal, atrás dos globos oculares: filtram o excesso de sódio do organismo. ● Levam anos para alcançarem a maturidade reprodutiva. ● Todas as espécies estão ameaçadas de extinção em escala mundial. ● Ameaças: desenvolvimento costeiro, captura em pesca, consumo humano, mudanças climáticas, poluição e exposição a patógenos. ● 2 famílias e 7 espécies, 5 encontradas no BR. Família Cheloniidae Família Dermochelyidae Tartaruga cabeçuda - Caretta caretta Tartaruga de couro - Dermochelys coriacea Tartaruga verde - Chelonia mydas Tartaruga de pente - Eretmochelys imbricata Tartaruga oliva- Lepidochelys olivacea Anatomia e fisiologia Casco ● Rígido. ● Formado pela fusão de ossos da coluna vertebral, costelas e cintura pélvica. ● Porção dorsal (carapaça); composta pôr ossos cobertos pôr escudos queratinosos nas 4 espécies da família Cheloniidae ou gordura e pele na tartaruga de couro, a gordura se localiza pôr cima das costelas e das vértebras, e está revestida dorsalmente pôr uma pele serosa que contém pequenas ossificações (placas ósseas dérmicas). Os escudos são dispostos em linhas simétricas e são denominados escudos vertebrais ou centrais. Ao lado destes estão os escudos costais ou laterais, e na borda da carapaça, os escudos marginais. Em algumas espécies tem escudos pequenos e ímpares: o escudo localizado sobre a cabeça é o escudo nucal e o localizado sobre a cauda, escudo supracaudal. ● Porção ventral (plastrão); escudos simétricos e denominados conforme a região. Da região anterior para a posterior estão os escudos intergular, gular, umeral, peitoral, abdominal, femoral e anal. Os escudos entre o plastrão e a carapaça são os inframarginais. Tamanho ● Adultas: de 55 cm a 2,1 m de comprimento curvilíneo da carapaça (CCC) e 35 a 900 kg. Dimorfismo sexual ● Machos: cauda mais longa e uma grande garra curva direcionada para dentro das nadadeiras anteriores, para segurar a fêmea na cópula. Macho adulto de tartaruga-verde (Chelonia mydas). Pulmões ● Se localizam dorsalmente e estão aderidos a carapaça e a coluna vertebral. ● Tartaruga cabeçuda: pulmões mais estreitamente aderidos a coluna vertebral que outras. ● Ventralmente o pulmão esquerdo se conecta com o estômago pelo ligamento gastropulmonar. ● O pulmão direito está conectado ao lóbulo direito do fígado pelo ligamento hepatopulmonar. ● Na região posterior, os pulmões são adjacentes as gônadas e se unem ao peritônio, que pôr sua vez, recobre os rins e as glândulas suprarrenais. ● O bordo medial de cada pulmão está firmemente unidos, pôr conexões fibrosas, as superfícies dorsolaterais da coluna vertebral. Identificação ● Número de placas da cabeça. ● Formato da mandíbula. ● Número de unhas nas nadadeiras. ● Número e arranjo dos escudos na carapaça. Reprodução ● Sazonal e complexa. ● Envolve longas migrações entre áreas de forrageamento e de acasalamento. ● Machos e fêmeas acasalam-se com vários pares, geralmente em águas rasas próximo as áreas de desova, podendo durar várias horas. ● As fêmeas ficam receptivas pôr 7 a 10 dias, os machos permanecem sexualmente ativos pôr 30 dias. ● Depois de acasalar, os machos retornam para as áreas de forrageamento e as fêmeas vão para os locais de desova, onde ficam pôr meses para as posturas. ● As fêmeas realizam as desovas sempre na mesma área, seja na mesma ou em diferentes temporadas reprodutivas. ● Desovam nas mesmas praias onde nasceram, em geral, durante a noite, para evitar a exposição ao sol. ● Dentro de uma temporada reprodutiva podem fazer diversas posturas, com intervalo variável entre as espécies (2 a 8 vezes). ● Período internidal: intervalo entre o retorno da fêmea ao mar após a postura e a tentativa seguinte de postura em uma mesma temporada. ● Fêmeas não nidificam todos os anos. ● Sexo influenciado pela temperatura de incubação dos ovos. ○ T alta: mais fêmeas. ○ T baixa: mais machos. Nutrição ● Tartaruga verde: os filhotes são carnívoros mas quando a carapaça alcançá 25 a 30 cm, ao migrarem para áreas bentônicas, adultos se tornam herbívoros, se alimentam de algas. Em cativeiro, pelo menos 2 vezes pôr semana oferecer algas, se não tiver pode ser folhagens e/ou verduras. ● Outras espécies: onívoras. ● Tartaruga de pente: espongívora, vive em recifes de corais. ● Tartaruga cabeçuda: peixes, crustáceos, medusas e gastrópodes. ● Tartaruga oliva: presas bentônicas (peixes, caranguejos, ostras, ouriços, camarões e algas). ● Tartaruga de couro: cnidários (medusas) e tunicados. ● Cativeiro: ○ Filhotes: alimentação a vontade. ○ Juvenis: 3% do PV, 1 vez ao dia. ○ Subadultas e adultas: 1% do PV, 1 vez ao dia. ○ Pescado mantido entre –20 a –30°C e congelado pôr menos de 30 dias. ○ Suplementar VO complexo multivitamínico 2 vezes pôr semana, 1 cápsula para cada 2,3 kg de alimento (manipulado). ● Sondagem: sonda uretral ou nasogástrica, cano de pvc para ajudar a localizar o esôfago. Instalações ● Tanques com sistema aberto: lavar 1 a 2 vezes na semana, com cloro líquido ou granulado diluído em 4 partes. Escoar a água completamente, enxaguar o tanque e colocar água limpa. ● Tanques com sistema de filtragem fechado: limpeza depende da necessidade de cada tanque. ● Parâmetros: ○ Níveis de nitrito e nitrato, Salinidade e pH. ● Quando necessário, cloro 1 vez ao dia: não ultrapassar a concentração final de 1 ppm. Manejo ● Ao alcançarem o estágio juvenil (30 cm de CCC) são marcadas para acompanhamento. ● Biometria (medição de CCC e LCC) e pesagem a cada 6 meses. ● Exame para controle parasitário 1 vez pôr ano pôr testes coproparasitológicos (flutuação e sedimentação), colheita de sangue para hemograma completo, bioquímica sérica e pesquisa de hemoparasitas. ● Animais procedente de outra área ou que apresente sinais clínicos ou suspeita de doenças deve ficar de quarentena de pelo menos 30 dias e passar pelos procedimentos: ○ Exames físicos no início e no final da quarentena para avaliar a condição corpórea, os comportamento de natação, a presença de epibiontes e quaisquer tipos de alterações. ○ Exames coproparasitológicos de fezes (flutuação e sedimentação). ○ Exames de sangue (hematologia e bioquímica sérica). ○ Swabs cloacais para o isolamento de agentes bacterianos. Avaliação do ECC Bom: plastrão quase semi convexo, meio abaulado pra fora. Médio: plastrão meio retilíneo, não tá nem convexo nem muito côncavo, tá semi retilíneo. Ruim: paciente caquético, musculatura atrofiada, tecido adiposo degenerado. Plastrão afunda, mostra todas as arquiteturas esqueléticas, incluindo o entroplastro, o osso que protege o coração, sua extremidade caudal fica evidente, quando isso externaliza, rompe, é que nem uma ave que rompe a quilha, é quase impossível reverter, indicado eutanásia. Zoonoses ● Salmonella spp.; gastrite, enterite, hepatite, etc. ● Escherichia coli: diarreia, úlcera e inflamação intestinal, colite hemorrágia e infecção urinária. ● Malassezia: dermatites. Contenção física ● Segurar as nadadeiras anteriores com ambas as mãos, evitando a movimentação das nadadeiras e a proximidade da mão com o bico. ● No transporte nunca pegar apenas pelas nadadeiras. ● Apoiar o plastrão na mão e segurar a carapaça para animal saudável. ● Tartaruga caquética/debilitada, com fragilidade de tegumento de pele, não pode fazer isso, pegar pelas laterais da carapaça. Anestesia ● Sedativos, tranquilizantes e anestésicos podem ser aplicados no músculo peitoral. ● Isofluorano é o mais seguro. ○ 3 a 5%, em 3 a 4 ℓ/min de oxigênio: indução entre 6 e 20 min. ○ 1,5 a 3%; manutenção. ● Cloridrato de cetamina ○ 22 a 44 mg/kg: IM ou SC parasedação. ○ 20 a 60 mg/kg: contenção química. ○ A indução ocorre entre 10 e 30 min e a recuperação de 24 a 96h. Abordagem clínica - avaliar reatividade ● Paciente mexe a nadadeira e se debate: tá alerta. Sinal verde a amarelo. ● Paciente não mexeu a nadadeira, toca do lado do olho e mexe a pálpebra: tá com reflexo palpebral, sinal amarelo a vermelho. Prostrada e moribunda mas tem reatividade periférica. ● Animal não reage essas duas formas, então faz o pinçamento cloacal: a cloaca é a última a desligar, parte final, se pinçar ela pode estar em estado semicomatoso e vai estar entrando em emergência, é um sinal vermelho. Exames complementares Hematológico ● Seio venoso cervical: local mais utilizado. Ao lado da linha média do pescoço, entre a parte posterior da cabeça e o bordo anterior da carapaça. Dependendo do tamanho da tartaruga, o seio pode estar entre 0,5 a 3 cm da linha média. ● Jugular externa. ○ Agulhas de calibre 25 × 0,7 mm (22G) para tartarugas de pequeno porte, e 40 × 1,2 mm (18G) para as de grande porte. ○ Para facilitar a colheita, a tartaruga deve ser mantida com o pescoço abaixo do corpo para que o seio venoso se encha de sangue. ○ O anticoagulante de eleição é a heparina, pois o ácido etileno diamino tetra-acético (EDTA) pode hemolisar o sangue de répteis. Bioquímico ● Funçao renal e hepática. ● Ureia: não é muito relevante pros répteis. Microbiológico Parasitológico ● Colocar a tartaruga na água doce por 3 a 5 dias para eliminar os parasitas que vivem em água salgada, depois que saírem na água coleta e leva para análise. Radiografia ● Dorso ventral: cavidade celomática, músculo esquelético, sistema digestivo e urogenital. ● Craniocaudal: sistema respiratório, não tem sobreposição de estruturas. ● Latero lateral: menor importante. ● RX contrastado: se tiver com hipomobilidade ou estase intestinal o contraste vai ser bom pra observar mas pode demorar cerca de 3 dias pra chegar até onde precisamos. Videoscopia ● Papilas esofágicas são uma barreira física muito grande. US ● Não é muito aplicável. Trato respiratório ● Radiografia: no mínimo 2 projeções. Crânio caudal: separa a câmara respiratória dos demais sistemas. Na imagem tá radiopaca difusa bilateral. Primeira projeção indicada. Laterolateral: segunda mais indicada, a parte mais escura na imagem é a câmara respiratória que vai dar uma simetria ou assimetria, o quanto os pulmões estão preenchendo determinada cavidade, o formato desse preenchimento e a uniformidade, o quanto tá em sintopia com os outros órgãos e a definição da imagem devem ser avaliadas. Dorsoventral: se não consegue inserir a tartaruga numa chapa tem que recortar em quadrantes pra depois montar o mosaico, ver se a árvore brônquica está definida, tem radiopacidade de árvore brônquica em tartaruga muito velha. Pra pulmão essa projeção é complicada pois tem sobreposição de intestino e musculatura. ● Hematológico: leucograma é mais importante. ● Microbiológico: coleta da secreção ou swab de traqueia para cultura e antibiograma. Lavado pulmonar é um recurso diagnóstico mas não tem bons resultados, manobra pra espalhar o líquido o máximo possível e colher com o swab. Trato digestório Dorsoventral: visão mais panorâmica do sistema digestivo, podemos ver resíduos sólidos ou fecalomas, ver a disposição das alças, se tem dilatação, torção e o grau de radiopacidade. RX contrastado para saber o real cenário. Latero lateral: serve pra complementar, pois tem chance de sobreposição das alças intestinais, mas da pra ver se comprometeu o sistema respiratório. ● Hematológico: alterações principalmente no hemograma, compromete a absorção dos nutrientes e as funções orgânicas, então o hemograma vai dizer se tem anemia e pela proteína da pra ver se tem desnutrição. Jejum prolongado tem degeneração de tecido adiposo e muscular então vai ter disfunção hepática e renal. Terapêutica Terapêutica trato respiratório Fluidoterapia Ringer lactato ou NaCl 0,9% Antibiótico Amoxicilina (VO) ou amicacina (IM) Nebulização Amicacina ou aminofilina (broncodilatador, predispõe a absorção da amicacina tópica) Anti-inflamatório Cetoprofeno ou dexametasona Suporte nutricional/metabólico Potenay ou bionew Terapêutica trato digestório Fluidoterapia Ringer lactato ou NaCl 0,9% (IV) Antibiótico Sulfa com trimetropim e amicacina Gastrointestinais Óleo mineral (motilidade, diminui aderência e desidratação, encaminha o conteúdo, lubrifica o trato) e metoclopramida Anti-inflamatório Cetoprofeno ou prednisolona Suporte nutricional/metabólico Cálcio (motilidade) e organew (probiótico, repositor de flora intestinal) Terapêutica sistema cutâneo Fluidoterapia Ringer lactato ou NaCl 0,9% Analgésico Tramadol e morfina Antibiótico Ceftriaxona e ceftazidima Anti-inflamatório Cetoprofeno e dexametasona Suporte nutricional/metabólico Glucafós e ferro Transfusão Sangue Terapêutica sistema músculo esquelético Fluidoterapia Ringer lactato ou NaCl 0,9% Analgésico Tramadol e morfina Antibiótico Ceftriaxona e ceftazidima Tratamento tópico Vetaglós e alantol Anti-inflamatório Cetoprofeno e dexametasona Suporte nutricional/metabólico Glucafós e nutralogic Transfusão Sangue Transfusão de sangue ● Melhor fazer entre a mesma espécie, mas já foi feita de espécies diferentes. ● Entrar com corticóide pra ter menos reação, fazer a dose máxima. ● Tratamento de suporte junto. ● Não tem fator rh e tipagem sanguínea. ● Até 1% do PV em animais sadios, se puder menos. ● Respeitar a hematopoiese. Doenças infecciosas Fibropapilomatose ● Doença epizoótica que acomete tartarugas de todo mundo, principalmente tartaruga verde. ● Etiologia desconhecida mas suspeita-se de agente viral, forte evidência de envolvimento de um alfa herpesvírus, mas existem outros fatores: ○ Parasitos. ○ Genética. ○ Carcinógenos químicos. ○ Contaminantes ambientais e biotoxinas. ○ Imunossupressão. ○ Radiação UV. ● Doença debilitante e potencialmente fatal. Tumores benignos mas que atrapalham a natação, respiração e apreensão de alimentos. ● No BR o primeiro registo foi em 1986 no ES. ● Há registro da doença em todas as bases do Tamar-ICMBio no continente, nas ilhas oceânicas do Atol das Rocas, Fernando de Noronha e Trindade, áreas distante do continente e menos poluídas a doença não tem sido registrada. ● A doença foi observada em tartarugas com CCC acima de 30 cm e com queda acentuada da prevalência em animais com CCC igual ou superior a 80 cm. ● Tratamento: excisão cirúrgica, não existe tratamento de suporte. Fibropapilomatose em tartaruga marinha juvenil da espécie tartaruga-verde (Chelonia mydas). Doenças bacterianas ● São incomuns na natureza, mas alterações ambientais, como poluição, que interferem na salinidade e temperatura da água podem causar estresse e levar a imunossupressão. Ferimentos traumáticos na pele e aspiração de água salgada pode formar abscessos cutâneos e pneumonias aspirativas. ● No cativeiro são comuns, pôr causa de ferimentos causados pôr bicadas de animais que dividem recintos. ● Bactérias mais comuns de serem isoladas: ○ Aeromonas hydrophila. ○ Vibrio alginolyticus. ○ Escherichia coli. ○ Citrobacter sp. ○ Enterobacter sp. ○ Proteus sp. ○ Pseudomonas sp. ○ Salmonella spp. ○ Mycobacterium sp. ○ Edwardsiella sp. ○ Arizona sp. ○ Flavobacterium sp. ● Há apenas 1 relato de clamidiose na literatura. Secreção nasal em tartaruga marinha causada por pneumonia aspirativa. Doenças parasitárias ● Ectoparasitas (carga epibionte): algas, lepas, cracas e sanguessugas. ○ Quando muito grande significa que o animal já está debilitado a muito tempo, pois eles costumam se fixar em coisas inanimadas. Provavelmente também está desidratada. ○ Remoção: banhar o animal em água doce pode 24 a 72 horas. ● Helmintos: nematódeos e trematódeos: ○ Trematódeos digenéticos, maioria gastrointestinal, mas as tartarugas marinhas e outros testudíneos possuem a família Spirorchiidae, de trematódeos digenéticos que habitam o sistema circulatório. ○ Nematódeos encontradosem tartarugas verdes: Kathlania leptura, Sulcascaris sulcata e Tonaudia freitasi. ○ Nematódeos encontrados em tartaruga cabeçuda: Sulcascaris sulcata e Kathlania leptura. ○ Trematódeos encontrados em tartaruga verde: Neoctangium travassosi, Poliangyum linguatula, Metacetabulum invaginatum, Orchidasma amphiorchis, Rhytidodes gelatinosus, Pleurogonius lobatus (sinonímia de Glyphicephalus lobatus), Pronocephalus obliquus (sinonímia de Pr. trigonocephalus), Cricocephalus albus, Pleurogonius linearis, Pleurogonius longiusculus, Pronocephalus trigonocephalus, Pyelosomum crassum, além de Microcaphidium reticulare, Deuterobaris proteus e Cricocephalus megatomum. ○ Trematódeos encontrados em tartaruga cabeçuda: Orchidasma amphiorchis, Pyelosomum renicapite e Calycodes anthos. ○ Em juvenis de tartaruga-verde foram descritas duas espécies de trematódeos da família Spirorchiidae (Digenea) Learedius learedi e Monticellius indicum e Amphiorchis solus em uma espécie adulta. ○ Para a tartaruga-de-pente foram descritas as espécies Caretta cola stunkard e Amphiorchis caborojoensis. ● Coccidiose (Caryospora cheloniae); tem registro em cativeiro e vida livre, na necropsia causa grave enterite ulcerativa. Doenças não infecciosas Doenças nutricionais e do sistema digestório ● Na natureza não são observados, se animais de vida livre forem encontrados fracos ou emaciados é pôr conta de doenças primárias que impedem de procurar alimentos, então sempre vai se tratar de algo crônico. ● Na natureza há registros de doença óssea metabólica devido a níveis impróprios de cálcio e fósforo na dieta e anemias pôr deficiência de ferro. ● Em um aquário na Carolina do Norte, EUA, filhotes de tartarugas-cabeçudas que recebiam alimentação à base de krill desidratado e congelado desenvolveram hipocalcemia e hiperfosfatemia e apresentaram desmineralização óssea e fraturas. Cavidade oral: avaliar mucosa, presença de CE ou parasitas, que podem causar estomatite. Podemos usar abridor de boca de cavalo. ● Causas. ○ Lixo ou parasitas: alteram a motilidade. ○ Pneumonia: causar hipomotilidade ou estase do TGI. Se a tartaruga tá com hipomotilidade ou estase e tem dilatação ou timpanismo e essa alça dilatada, o pulmão tá bem relacionado com o sistema digestivo, comprime o pulmão e vai comprometer a amplitude e função respiratória, animal vai flutuar. ○ CE: se for linear e tiver saindo pela cloaca não pode puxar pois vai causar sanfonamento das alças intestinais. ● Avaliação: colocar na água para facilitar. Ingestão de resíduos antropogênicos ● Podem causar morte pôr ruptura ou obstrução do TGI. ● Inicialmente eram tratadas cirurgicamente, porém a taxa de sobrevivência era baixa. ● Tratamento mais eficiente: estimulantes intestinais. ○ Metoclopramida: VO 0,5 mg/kg a cada 48h, se o animal não estiver se alimentando forçar a ingestão na dose 0,3 mg/kg 1 vez ao dia. ○ Para melhor eficácia administrar óleo mineral VO 2,2 a 3 m l/kg em tartarugas pequenas. Em tartarugas grandes a dose sugerida é 1 m l/kg. A administração oral só deve ser feita depois de confirmar que a tartaruga consegue controlar a ingestão, oferecendo água inicialmente. ■ Recomendável colocar a tartaruga no tanque de água após adm óleo mineral para evitar aspiração do produto. ○ Observação diária para verificar se o animal está defecando normalmente. Poluentes químico (petróleo e seus derivados) ● Intoxicação pela pele ou pôr ingestão. ● Exposição da pele: necrose e perda de tecidos. ● Alterações internas verificadas por: contagem de leucócitos, metabolização de glicose e funcionamento da glândula de sal. ● Pode ser retirada da pele com detergentes de cozinha ou de óleos vegetais e o resíduo oral pode ser dissolvido pôr gorduras orgânicas, como maionese. ● Se há suspeita de ingestão adm carbono ativado para diminuir a absorção de hidrocarbonetos tóxicos. Adm de fluídos também é aconselhável. Afogamento ● Animal expelindo líquido e espuma pela boca e narinas. ● Manobra de desafogamento: inclica a tartaruga com o plastrão pra cima e deixa com que os órgãos pressionem o pulmão pro líquido ser expelido, fazer massagens suaves no plastrão, se expelir a água a ponto de se desafogar é ótimo. Dispnéia/apnéia ● Observar movimentos respiratórios: alteração de amplitude e frequência. ● Ventilação: de 3 a 4 vezes por minuto, pode intubar ou fazer oxigenoterapia, porém se não tiver pode só ventilar. Distúrbios de flutuação ● Neutra: consegue descer e subir. ● Positiva: sinal de problema respiratório, pulmão infla e não desinfla mais, isso faz com que o animal flutue, não consegue descer, mais fácil de ser atacado e não consegue forragear. Manter em pequenas lâminas de água, colchões confortáveis, como colchões geriátricos, pra diminuir a superfície de contato/compressão e bóias para não ficar sobre efeito da gravidade por muito tempo. Colocar a toalha umedecida sobre a carapaça. Deixar um termostato para controlar a temperatura. ● Causas: traumas nos pulmões que provocam escape de ar dentro do trato respiratório para a cavidade celomática e excessivo acúmulo de gases no trato gastrointestinal quando há lesão obstrutiva. Afecções oculares ● Por colisão, parasitas, substrato abrasivo causando úlceras, blefarite, exoftalmia ou protrusão do olho. Edema ● Pesquisar a origem. Associar um diurético a fluído, não de alça, pois eles não tem muita alça, usar manitol. Fraturas ● Pequenas podem ser piores do que as grandes, pois se tem lesão de continuidade entra muita água na cavidade, provavelmente vai para eutanásia. Cirurgia ● Mais frequentes: amputações de membros, reparação de lacerações e de fraturas de carapaças. ● Retirar as linhas e fazer a limpeza das feridas com solução salina estéril para remoção de detritos e tecidos necrosados. ● Após a limpeza, desinfecção com solução de iodopovidona a 5%. ● Antes de fechar a ferida com curativo hidroativo (Tegaderm®), pode-se aplicar pomada cicatrizante manipulada com vaselina em pasta (500 g), micosina (um frasco de 60 ml, composto pôr iodeto de potássio, iodo, ácido benzóico e ácido salicílico) e sabonete líquido Dermacyd ® (um frasco de 200m ℓ, composto por ácido lático 1% e lactoserum 0,9%). ● A maioria das fraturas de carapaça requer 2 a 6 semanas para que o tecido lesionado se restabeleça e vários meses para a ossificação completa. Esofagotomia ● Mede a sonda, marca ela até uma parte lateral do pescoço, tem que sedar o paciente, fazer um anestésico local, passar a sonda e a pinça, a sonda faz movimento retrógrado, coloca óleo mineral pra ajudar na passagem da sonda e coloca apoiada na carapaça. Quanto mais pro final do esofago melhor. Celiotomia ● Abertura de uma janela no plastrão pra ter acesso a uma região do TGI, vai ter acesso a alça comprometida, sempre fazer anestesia inalatória. Não tem bons resultados ainda. Eutanásia ● Indicações: politraumatismo muito grave, lesão de continuidade pra cavidade com exposição de órgãos ou exposição do entroplastro. ● Anestesia do paciente em planos profundos, pode associar com opioide e benzodiazepínico. Anestésico Propofol e cetamina IV Eutanasiante KCL e T61 IV ou intracardíaca (45 graus) Medicina preventiva ● Após a reabilitação, para que possa ser solta, a tartaruga deve estar se alimentando ativamente, exibir comportamento normal e mostrar uma postura apropriada na água, não devendo ter recebido alta e não ter cessado o consumo e nem utilizado suplementos nutricionais pôr pelo menos 10 dias antes da soltura. ● Exames físicos minuciosos dentro de 30 dias antes da soltura, incluindo inspeção da cavidade oral e exames laboratoriais, como hemograma, bioquímica sérica e radiografia (para tartarugas juvenis em cativeiro pôr mais de 6 meses). ● Pesquisas radiográficas devem ser feitas em todas as tartarugas com relação peso (kg):comprimento curvilíneo da carapaça (cm) menor do que 0,8. ● Para evitar que os animais fiquem muito tempo em cativeiro e a soltura seja tardia, é sugerido que eles sejam radiografados a cada 6 meses para acompanhara evolução do caso clínico e prevenir com antecedência anormalidades ósseas. ● Se não forem notadas anormalidades em dois grupos de animais mantidos sob condições idênticas, então, o período de 6 meses do protocolo de radiografia pode ser suspenso dependendo da decisão do médico-veterinário.
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