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Exame da sensibilidade CONSIDERAÇÕES • O sistema sensorial é responsável por colocar o indivíduo em relação com o ambiente; ele capta estímulos físicos e os transforma em impulsos elétricos • Esses impulsos são levados até o sistema nervoso central por vias sensoriais e transmitidos a centros superiores para reconhecimento consciente, ação reflexa ou outras consequências da estimulação sensorial. • Classificação quanto à localização dos receptores – Déjerine: - Sensibilidade especial: Depende de órgãos e sistemas específicos. Receptores altamente diferenciados, representada pelos sentidos da visão, audição, olfação e gustação - Sensibilidade geral: Receptores estão esparsos, difundidos pelo corpo, com variações regionais de concentração. Disseminada por todas as partes do organismo. Sensibilidade à dor, à temperatura, trato superficial e profundo, cinético postural e vibratória. • Classificação quanto ao estímulo percebido – Sherrington: - É a mais empregada na prática - Divisão das sensações de acordo com a localização das terminações e tipos de estímulos que medeiam - Sensibilidade exteroceptiva: Estímulos somáticos externos ao organismo. Diz ao organismo o que está acontecendo no meio ambiente (dolorosa, térmica e tátil) - Sensibilidade proprioceptiva: Avaliação da posição do corpo no espaço e suas mudanças através dos movimentos. Fornece informações a respeito da tensão nos músculos e tendões, ou acerca da posição das articulações ou a respeito da força muscular (cinétco-postural, dolorosa profunda, vibratória/palestésica e tátil epicrítico) - Sensibilidade interoceptiva: (visceroposteriores) Estímulos originados dentro do organismo. Transmite eventos ocorridos no interior do organismo (visceral) • O exame da sensibilidade permite ao examinador, utilizando seus conhecimentos neuroanatômico e fisiológico, localizar a origem dos distúrbios sensitivos • Para a adequada realização não deve haver o menor grau de ansiedade ou pressa – do paciente ou examinador - É imprescindível que o paciente queira colaborar e entenda perfeitamente o que lhe é perguntado • O ambiente deve ser tranquilo, com temperatura agradável e o paciente deve estar tão despido quanto possível, confortavelmente deitado e com os olhos fechados • Avaliar comparativamente as áreas simétricas do corpo, além da avaliação proximal e distal SEMIOLOGIA • Instruir o paciente • Olhos fechados em todo o exame • Exame comparativo entre áreas cutâneas supostamente sãs e alteradas • Seguir os dermátomos • Colocar os resultados em um gráfico MATERIAL • Algodão ou gaze (tátil) • Tubo de ensaio com água quente e fria (térmico) • Agulha ou palito de dente (dolorosa) • Diapasão (vibratória) DERMÁTOMOS SENSIBILIDADE EXTEROCEPTIVA • É aquela que se origina do estímulo de órgãos sensitivos da pele ou das membranas mucosas • Pode também ser designada de sensibilidade superficial (cutânea ou mucosa) • A pesquisa de todas as modalidades da sensibilidade superficial é realizada com os pacientes de olhos fechados (sempre!), e de forma comparativa, avaliando a área de um hemicorpo com a área correspondente do outro; no mesmo membro deve-se ainda comparar o segmento distal e proximal. SENSIBILIDADE TÁTIL (PROTOPÁTICA) • A sensibilidade tátil geral pode ser aferida por meio de toque leve, utilizando-se um pincel de pelos finos, um chumaço de algodão ou uma tira de papel • O estímulo tátil deve ser leve a ponto de não provocar pressão no tecido subcutâneo • Deve ser pesquisada com uma mecha de algodão seco, um cotonete ou um pincel • Deve-se evitar, de maneira geral, o uso do dedo, pois dessa forma há o risco de estímulo dos receptores de pressão • Bilateralmente, comparando a sensibilidade simetricamente • Avaliar intensidade e simetria • Realizar teste para ter certeza de resposta não mecanizado paciente – Ex.: em algum momento não colocar a pele e perguntar sobre sensibilidade SENSIBILIDADE DOLOROSA • O exame é realizado com uma agulha romba descartável ou com um palito de madeira • O estímulo deve ter sempre a mesma intensidade • O paciente deve reconhecer não somente a qualidade do estímulo, aferido em diferentes intensidades, mas também sua localização SENSIBILIDADE TÉRMICA • É testada com tubos de ensaio contendo água fria (5º - 10º) e água aquecida (40º - 45º), ou placas de metal previamente aquecidas ou resfriadas • Temperaturas mais quentes ou mais frias podem estimular a sensibilidade dolorosa e não térmica • Ao paciente é perguntado se é frio ou quente • O indivíduo normal tem condições de perceber variações de apenas 2º a 5º • Difere muito a sensibilidade ao calor e a sensibilidade ao frio nas diversas regiões cutâneas, e não coincidem completamente uma com a outra • Estudo é comparativo simetricamente SENSIBILIDADE PROPRIOCEPTIVA • Batiestesia é a capacidade de reconhecermos, de olhos fechados, a posição de um segmento do corpo em relação ao espaço; • Palestesia é a percepção do estímulo vibratório, assim como a barestesia é a impressão que envolve a pressão. SENSIBILIDADE CINÉTICO-POSTURAL • Explorada deslocando-se suavemente um segmento do corpo em várias posições • Hálux ou polegar – de olhos fechados e questiona-se a direção (para cima ou para baixo) • Deve ser pesquisada com o deslocamento passivo e lento de uma articulação em diferentes posições, terminando por fixa- la em uma dada posição, na qual o paciente, com os olhos fechados, deve determinar em que posição está (“para cima ou para baixo?”) • Isso pode necessitar de uma explicação prévia sobre o que é “para cima” e “para baixo” • É fundamental, ao movimentarmos passivamente qualquer segmento corpóreo para cima ou para baixo, que o façamos segurando em suas bordas laterais, para que o paciente não acerte a posição devido a pressão exercida pelos dedos do examinador • O segmento mais utilizado nessa avaliação é o hálux (bilateralmente), podendo também avaliar o dedo polegar dos MMSS SENSIBILIDADE VIBRATÓRIA • Palestesia é a capacidade de perceber o estímulo vibratório quando colocado o diapasão oscilando a 128 Hz sobre proeminências ósseas • Solicitar que o paciente preste a tenção na vibração, e não ao toque ou zumbido produzido pelo instrumento • Examinar: maléolos, tíbias, patelas, cristas ilíacas, processos espinhosos, esterno, clavículas, processos estiloides do rádio e da ulna e articulações dos dedos • Verificar a intensidade e duração percebida pelo paciente – percepção quando para de vibras ou decréscimo da intensidade em relação ou segmento homólogo • Deve ser pesquisada com a aplicação de um diapasão de 64, 128 ou 256 Hz, vibrando nas diversas eminências ósseas (artelhos, maléolos, tíbia, olecrânio), devendo o examinador comparar o limiar de percepção do paciente com o seu, e com a eminência óssea do hemicorpo contralateral do próprio paciente SENSIBILIDADE À PRESSÃO (BARESTÉSICA) • O exame é realizado mediante a firme pressão exercida pelos dedos do examinador em porções do corpo do examinado • Avaliação comparativa simétrica • “Onde estou apertando mais?” • Barestesia se refere à sensação de pressão ou peso • Deve ser pesquisada com pressão progressiva com a polpa de um dedo ou um objeto rombo, sobre a pele. DOLOROSA PROFUNDA • Deve ser pesquisada com a compressão de massas musculares, nervos e tendões. TERMINOLOGIA • Analgesia: ausência da sensação normal • Anestesia: ausência de todas as sensibilidades superficiais • Hipoestesia: diminuição da sensibilidade em determinada região • Hiperestesia: exacerbação da sensibilidade • Parestesia: sensações anormais espontâneas referidas pelo paciente (formigamento, ardência, entre outros) • Disestesia/parestesia: sensação anormalou pervertida/desagradável • Hiperpatia: dor espontânea que sofre exacerbações insuportáveis por estímulos não dolorosos • Dissociação: perde-se uma modalidade de sensibilidade em uma região do corpo e conserva-se outra • Alodinea: aumento da sensibilidade a dor, respondendo a um estímulo que normalmente não provocaria dor SENSIBILIDADE ESTEREOGNÓSICA: é a capacidade de reconhecer objetos pela palpação, estando de olhos fechados. Manobra: deve ser pesquisada colocando-se em cada uma das mãos objetos comuns e pedindo que o paciente o reconheça. • Asterognosia: incapacidade de identificar objetos pela palpação • Apalestesia: incapacidade de sentir vibrações • Abarestesia: perda da sensibilidade à pressão • Abatiestesia: ausência da sensibilidade profunda LOCALIZAÇÃO DOS DISTÚRBIOS SENSORIAIS • As alterações sensitivas têm características específicas conforme seu local de lesão, e bem como ocorre nas lesões motoras, é possível dividir as alterações de sensibilidade em periféricas e centrais • Nas lesões periféricas o déficit sensorial respeita o território da raiz ou nervo periférico lesado e existe, geralmente alteração em graus variados de todos os tipos de sensibilidade já que todas as modalidades sensitivas andam juntas nas raízes e nervos periféricos • Nas lesões centrais, isso não ocorre, pois, as vias ascendentes dos diferentes tipos de sensibilidade têm topografias distintas. PARA ILUSTRAR MELHOR...
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