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GIULIA GABRIELLY 
 
1 hipotálamo endócrino 
 
Sistema endócrino 
HIPOTÁLAMO ENDÓCRINO 
Onde encontramos neurônios especializados em secretar hormônios peptídicos = neurônios peptidérgicos que apresentam as mesmas propriedades 
elétricas das outras células nervosas potencial de ação → influxo de cálcio → secreção dos hormônios das vesículas de armazenamento. 
Os neurônios hipotalâmicos relacionados a: 
adeno-hipófise = sistema parvicelular ou tuberoinfundibular nos núcleos peri- e paraventriculares (porção parvicelular), arqueado e área pré-óptica 
medial. 
 Dessas regiões partem axônios que convergem para a eminência mediana do hipotálamo, onde os vários hormônios liberadores e inibidores 
são secretados. 
OBS: existem células que expressam dois peptídios relacionados com genes diferentes, como é o caso de alguns neurônios que se originam na 
porção parvicelular dos núcleos paraventriculares e que coexpressam ADH e CRH. 
neuro-hipófise = constituem o trato hipotálamo-neuro-hipofisário ou trato supraóptico-hipofisário, ou ainda o sistema magnocelular nos núcleos 
supraópticos e paraventriculares. 
OBS: alguns neurônios que expressam ADH ou ocitocina, provenientes do núcleo paraventricular, não fazem parte do sistema magnocelular, 
projetando-se para outras regiões do sistema nervoso. 
Integração com o SNC: Neurotransmissores tais como epinefrina (adrenalina), dopamina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e opioides também 
participam desse controle. 
 sinapses axodendríticas, realizadas com os próprios núcleos hipotalâmicos (locais de síntese dos neuro-
hormônios), 
 sinapses axoaxônicas, efetuadas nas terminações axônicas da eminência mediana (local de armazenamento e 
secreção dos neurônios do sistema parvicelular). 
 
 neurotransmissores podem, ainda, ser liberados diretamente no sangue portal, o que os caracteriza como 
hormônios, influenciando, por si sós, a secreção dos hormônios adeno-hipofisários. 
 
(1) alguns neurônios colaterais, que compõem o sistema magnocelular, projetam-se à eminência mediana 
modificando a secreção da hipófise anterior; 
(2) terminações nervosas que secretam GnRH, TRH, somatostatina, leucina-encefalina, neurotensina e dopamina, 
pertencentes ao sistema parvicelular, projetam-se para a neuro-hipófise, e podem, da mesma maneira, influenciar 
a secreção dos hormônios neuro-hipofisários. 
Os neurônios peptidérgicos que constituem o trato tuberoinfundibular → espaço perivascular (do sistema porta hipotálamo-hipofisário- zona 
paliçada)→ liberam os neuro-hormônios. 
Dopamina → secreção de hormônios adeno-hipofisários. Na eminência mediana, algumas fibras dopaminérgicas fazem sinapses axoaxônicas com 
neurônios peptidérgicos, e participam dessa maneira do controle da liberação dos peptídios hipotalâmicos. 
O sistema límbico exerce influências sobre a atividade dos sistemas magno- e parvicelular por meio de vias córtico-hipotalâmicas provenientes da 
amígdala, região septal, tálamo e retina. 
 A eminencia mediana é o ponto de convergência de informações que partem das diferentes áreas do SNC em direção ao sistema endócrino. 
Ela é ricamente vascularizada pelas artérias hipofisárias superiores, que dão origem a um sistema capilar responsável pela coleta dos 
neuropeptídios secretados. Toda essa região permanece fora da barreira hematencefálica, o que indica que substâncias presentes na corrente 
sanguínea, como hormônios, são capazes de exercer alguma sinalização nessa região. 
O sistema vascular porta-hipotálamo-hipofisário (ou sistema porta-hipofisário) = transporte de hormônios do hipotálamo para a adeno-hipófise 
por meio de 2 redes capilares estão interligadas, fazendo com que o sangue coletado na eminência mediana perfunda a hipófise anterior. 
 artérias hipofisárias superiores (ramos da carótida interna) → capilares sinusoides da adeno-hipófise = vasos portais longos. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
2 hipotálamo endócrino 
 artérias hipofisárias inferiores → capilares portais que se dirigem à adeno-hipófise (passando pela hipófise intermédia) =vasos portais 
curtos 
A atividade desse sistema (e, portanto, da secreção dos hormônios adeno- e neuro-hipofisários) é 
controlada por sinais hormonais e neuronais, que o integram com a periferia; deste modo, garante-
se que quaisquer alterações de pressão arterial, volemia, temperatura, luminosidade, glicemia, 
dentre outras, gerem respostas endócrinas apropriadas para manutenção da homeostase do 
indivíduo. 
 80% a 90% do sangue que se dirige à adeno-hipófise provêm dos vasos portais longos. 
2 classes de neurônios: 
(1) os que secretam seus hormônios na circulação porta-hipofisária => hormônios hipofisiotróficos: 
são responsáveis pela regulação da síntese e liberação dos hormônios da adeno-hipófise. 
(2) os que secretam hormônios diretamente na circulação geral, mais especificamente nos capilares sinusoides da neuro-hipófise. 
Mecanismo de ação : 
peptídios hipotalâmicos age nas células-alvo e ativam o sistema adenililciclase/cAMP interagem com o receptor, que está acoplado a uma 
proteína G induzem produção de cAMP mudanças na concentração citosólica de cálcio e à ativação da proteinoquinase/cinase C sistemas 
de sinalização intracelular. 
 
HORMÔNIO LIBERADOR DE TIREOTROFINA (TRH) 
 Capacidade de induzir a liberação de Prl => hiperprolactinemia 
 TRH, sob certas condições, também é capaz de estimular a secreção de GH. 
-Em uma linhagem de tumor de células hipofisárias, o TRH estimula a síntese de mRNA que codifica a Prl. 
OBS: TRH não é considerado como o fator fisiológico da liberação de Prl 
Estímulo: 
 aferências noradrenérgicas provenientes de várias regiões do SNC 
 hormônio antidiurético (ADH) 
Inibição: 
 O bloqueio de receptores α1-adrenérgicos → exposição ao frio (recém-nascido), sabidamente, secundária à liberação de TRH 
 os opiáceos endógenos, os glicocorticoides, a dopamina e a somatostatina 
 concentrações plasmáticas dos hormônios tireoidianos (T3 => inibe diretamente a transcrição do gene do pré-pró-TRH ↓ TRH no hipotálamo) 
 a somatostatina (hormônio inibidor da liberação de GH) inibe a liberação basal e induzida de TSH, bem como a liberação de TRH. 
- Assim como ocorre com a secreção de prolactina, a dopamina também inibe a liberação de TSH; sua administração leva à diminuição da 
concentração plasmática de TSH em indivíduos normais e hipotireóideos. 
- T4 provoca a estimulação da secreção de somatostatina. Acredita-se que a diminuição concomitante de TSH e GH observada em alguns tipos de 
estresse seja o resultado da elevação de somatostatina que ocorre nessas condições. 
 T4 plasmático é o principal envolvido na resposta de retroalimentação negativa sobre o TRH; no entanto, sabe-se que ele deve ser desiodado a 
T3, que é o hormônio que será reconhecido pelos receptores nucleares de hormônios tireoidianos, os THR, e que reduzirá a expressão do gene 
que codifica o TRH. 
Evidencias sugerem que a desiodação pode ocorrer em outro local no SNC ou que a retroalimentação negativa também possa ser exercida pelo 
próprio T3 circulante... 
 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
3 hipotálamo endócrino 
No jejum, a liberação de TRH encontra-se reduzida em função do aumento da atividade dos neurônios que secretam o neuropeptídio Y (NPY) => 
tônus inibitório sobre os neurônios TRHérgicos ↓ sistema hipotálamo-hipófise-tireoide (HPT), o que é fundamental para a preservação de energia 
que deve acontecer nessa condição. 
TRH interação c/ receptores de alta afinidade e especificidade das células tireotróficas e lactotróficas 
 A resposta do tireotrofo ao TRH é bimodal, ou seja, ele provoca inicialmente a liberação do hormônio 
armazenado para, a seguir, estimular a atividade gênica, aumentando a síntese de TSH e depende do número de 
receptores de TRH nessas células. 
 Na verdade, esses processos são iniciados simultaneamente; a diferença de fase entre eles decorre da ação 
do TRHsobre o processo de síntese, que, por envolver várias etapas, é mais lento. 
 
Mecanismo de ação: 
1. o TRH ativa a proteína Gq →ativação da fosfolipase C → liberação de Ca2+ dos seus estoques intracelulares 
(no retículo endoplasmático→pulso de liberação do TSH armazenado 
2. influxo de Ca2+ extracelular por meio de canais de Ca2+ dependentes de voltagem.↑ do Ca2+ intracelular associada à ativação da PKC ↑ 
transcrição dos genes que codificam as duas cadeias polipeptídicas do TSH 
OBS: TRH parece não interagir com o sistema adenililciclase/cAMP, pelo menos diretamente. De fato, o cAMP estimula a secreção de TSH, contudo 
esse efeito pode não ser TRH-dependente 
HORMÔNIO LIBERADOR DE GONADOTROFINAS (GNRH, LHRH) 
 induzir a liberação de LH e FSH. 
OBS: No período pré-ovulatório: 
↑estrógenos ↑ frequência de descargas de GnRH. 
↑estrógenos ↓ a resposta de liberação de FSH ao GnRH = secreção preferencial de LH 
A liberação hipotalâmica de pulsos de GnRH resulta em flutuações ultradianas da concentração de gonadotrofinas no sangue periférico. 
O resultado desse mecanismo regulador é que a exposição contínua ao GnRH leva à supressão da liberação de gonadotrofinas: Sabe-se que, 
fisiologicamente, essa liberação pulsátil permanece bloqueada durante: 
(1) a maior parte do desenvolvimento pré-púbere 
(2) a amenorreia observada na lactação 
(3) a restrição alimentar. 
Estímulo: 
 norepinefrina por meio da ativação de receptores alfa-adrenérgicos; (o bloqueio destes por utilização de antagonistas específicos provoca 
inibição da ovulação). 
Inibição: 
 a ativação de receptores beta-adrenérgicos provoca inibição da secreção de GnRH. 
 A dopamina 
 A morfina inibe a secreção de gonadotrofinas em ambos os sexos. 
OBS: A progesterona exerce uma ação similar à da testosterona tanto sobre a frequência de pulsos de 
GnRH, diminuindo-a, quanto sobre os opioides endógenos. No entanto, sob certas circunstâncias, a 
progesterona é capaz de exercer efeitos facilitatórios sobre a secreção de gonadotrofinas agindo tanto no 
nível do SNC quanto da hipófise. 
OBS: Enquanto a testosterona, a progesterona e também a prolactina, em concentrações fisiológicas, 
diminuem a frequência de pulsos do GnRH, os estrógenos promovem diminuição da amplitude deles. Entretanto, 
no período pré-ovulatório, eles causam um aumento na frequência de pulsos do GnRH, o que leva ao aumento da 
secreção de LH. 
A ação do GnRH é limitada: (1) a degradação por proteases associadas à membrana logo após sua ligação com 
receptores hipofisários e (2) a proteólise lisossômica após internalização do complexo hormônio-receptor. 
HORMÔNIO LIBERADOR DO HORMÔNIO DE CRESCIMENTO (GHRH) 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
4 hipotálamo endócrino 
 Promove a liberação de GH 
 Foi descoberto com o tumor pancreático,que por secretar grandes quantidades de GHRH, causava acromegalia. 
Estímulo: 
 O peptídio intestinal vasoativo (VIP) 
 endorfinas, glucagon e neurotensina, entre outros hormônios, provavelmente por interferirem com a secreção de GHRH, pois esse efeito 
não é observado quando esses peptídios são aplicados diretamente na hipófise. 
 a dopamina, serotonina e norepinefrina (não por aplicação direta na hipófise). 
Inibição: 
 O IGF-I (insulin-like growth factor-I), fator de crescimento induzido pelo GH, via somatostatina, 
a qual também inibe a liberação de GHRH 
OBS:A hipoglicemia é um potente indutor da secreção de GH liberação de somatostatina se eleva em 
situações de hiperglicemia, e ocorre diminuição da mesma na hipoglicemia, secreção de GHRH também 
é estimulada por outras situações de estresse, tais como o exercício físico. Nesta condição, a sua 
liberação também parece ser induzida por ativação de receptores α-adrenérgicos (via norepinefrina, ou 
NE). 
Demonstrou-se também que um peptídio que apresenta propriedades orexígenas (estimulantes do 
apetite), estimula a liberação de GH, razão pela qual foi denominado grelina. 
HORMÔNIO INIBIDOR DA LIBERAÇÃO DE GH (GHRIH, SRIF, SOMATOSTATINA OU SS) 
 A somatostatina é um hormônio pan-inibidor. Além de seu papel na regulação da secreção de GH, também inibe a secreção de TSH. 
Estímulo: 
 a somatostatina é regulada pelo GH e IGF-I. 
 O CRH, os glicocorticoides e a NE (por interação com receptores β-adrenérgicos) 
 Estrógenos, a progesterona e os hormônios tireoidianos parecem estimular a expressão gênica e/ou a liberação de somatostatina 
OBS: razão pela qual em alguns tipos de estresse (condição em que a secreção de CRH encontra-se bastante elevada) ocorre inibição da secreção 
de GH. 
↑GH------↑IG1------↑SS-------↓GHRH------↓GH 
 
 
Inibição: 
 a acetilcolina INDUZINDO, dessa maneira, liberação de GHRH. 
 O TRH. 
 A grelina também reduz a secreção de somatostatina, o que reforça seus efeitos estimulantes sobre a secreção de GH. 
Mecanismo de ação: 
(1) interage com receptores de membrana acoplados à proteína G inibitória (Gi) e ao sistema adenililciclase, provocando inibição da atividade 
desta enzima e, consequentemente, redução do conteúdo intracelular de cAMP nas células-alvo 
(2) Sabe-se ainda que esse hormônio estimula o efluxo celular de potássio, o que causa hiperpolarização do somatotrofo, e reduz o influxo de 
Ca2+ pelos canais sensíveis a voltagem, de modo que parte de seus efeitos inibitórios sobre a secreção de GH pode ser decorrente desse 
mecanismo. 
HORMÔNIO LIBERADOR DE PROLACTINA (PRH) 
 promover liberação de prolactina (Prl) 
 
 (VIP) é capaz de induzir liberação de Prl, mesmo em baixas concentrações. 
 no hipotireoidismo primário se observa exagerada resposta de liberação de TSH e Prl frente à administração de TRH, havendo ausência de 
resposta destes hormônios no hipertireoidismo. 
Outro fator que induz liberação de Prl é o peptídio histidina-isoleucina (HIP). 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
5 glândula pineal: 
 O HIP e o VIP são sintetizados a partir de uma proteína precursora comum e coexistem com o CRH nos neurônios parvicelulares dos núcleos 
paraventriculares, o que poderia, inclusive, explicar a liberação paralela de ACTH e Prl no estresse 
Existem as várias evidências de que a dopamina é o PIF fisiológico (fator inibidor de prl) 
Dopamina: Os neurônios dopaminérgicos do sistema tuberoinfundibular fazem parte do sistema de controle da secreção de Prl por retroalimentação 
de alça curta; eles apresentam receptores de Prl, mas não têm os de dopamina. 
HORMÔNIO LIBERADOR DE CORTICOTROFINA (CRH) 
 Alguns peptídios hipotalâmicos, tais como ADH, angiotensina II e colecistocinina (CCK), também apresentam ação estimulante sobre a 
liberação de ACTH; contudo, o CRH se mostrou muito mais potente em estimular a liberação de ACTH, tanto in vitro como in vivo, que 
qualquer um desses peptídios, razão pela qual é considerado o hormônio liberador de ACTH. 
Atua ativando a transcrição gênica da POMC, participando assim do controle autócrino/parácrino da produção de opioides e melanocortinas (MSH) 
no qual as melanocortinas regulam a produção de pigmentos. (Sabe-se que os opioides apresentam ações analgésicas e que as melanocortinas 
também exercem efeitos na modulação da resposta inflamatória e imune). 
↓ CRH↑ administração de glicocorticoides => mecanismo de retroalimentação negativa exercido pelos glicocorticoides a nível hipotalâmico 
Obs: na vigência de altos níveis de glicocorticoides, além de menor secreção de CRH, ocorre supressão da resposta hipofisária ao CRH. 
Os estrógenos também estimulam a expressão gênica de CRH. É interessante comentar que fatores como angiotensina II, citocinas e mediadores 
lipídicos da inflamação alteram a atividade dos neurônios CRHérgicos e, portanto, a liberação de CRH, contribuindo com a ativação do eixo 
hipotálamo-hipófise-suprarrenais que ocorre durante o estresse induzido pela inflamação. 
- o somatório das influências exercidas pelo SNC sobre a secreção de CRH seja predominantemente inibitório 
- À semelhança doGHRH, a hipoglicemia também é um potente indutor da secreção de CRH 
 Secreção de ACTH é sensível ao estresse : O estresse causa elevação dos níveis plasmáticos de ACTH acima dos valores normais. As suprarrenais 
respondem ao aumento da secreção de ACTH induzido pelo estresse produzindo maiores quantidades de glicocorticoides. A elevação dos 
glicocorticoides circulantes atua regulando a secreção de ACTH por feedback negativo. No entanto, na maior parte dos casos, isso não ocorre. 
Acredita-se que durante o estresse, devido às aferências provenientes de outras partes do SNC, os neurônios hipotalâmicos produtores de CRH 
apresentam uma elevação do seu set-point de secreção, o que faz com que mesmo concentrações elevadas de glicocorticoides não sejam capazes de 
bloquear a secreção de CRH e ACTH. 
EX: mesmo altas doses de dexametasona não conseguem abolir totalmente a capacidade do CRH em induzir alguma secreção de ACTH, o que pode 
ser importante para a nossa compreensão a respeito da secreção de ACTH no estresse. 
RITIMICIDADE CIRCADIANA ENDÓGENA: 
 variação entre os valores mínimos (nadir) e máximos (acrofase) 
EX: glicocorticoides apresentam uma secreção circadiana tal que, em seres humanos, por exemplo, alcança seu pico máximo coincidentemente com 
o terceiro terço do sono noturno, precedendo imediatamente a vigília 
 Essa mesma relação entre o ritmo circadiano dos glicocorticoides e o ciclo circadiano de atividade e repouso pode ser notada em um grande 
número de espécies de vertebrados, e é exclusivamente temporal e não causal: indivíduos que são forçados a dormir a cada três horas 
continuam apresentando uma distribuição circadiana na concentração plasmática de cortisol. 
GLÂNDULA PINEAL: 
HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) 
O GH (hormônio do crescimento), STH (hormônio somatotrófico) ou somatotrofina 
 hipofisectomia ocorria antes da puberdade → nanismo, o qual podia ser revertido por meio da administração de extratos de hipófise. 
 Porém, em animais adultos (ou pós-púberes), os efeitos da hipofisectomia sobre o crescimento e o desenvolvimento eram menos pronunciados. 
 Já a administração crônica de extrato hipofisário levava a alterações opostas, aparecendo: 
(1) em animais pré-púberes, o quadro de gigantismo, em que um crescimento generalizado de todos os tecidos era evidenciado de maneira 
uniforme 
(2) no animal adulto, a acromegalia, em que se observava um crescimento desproporcional de alguns ossos do corpo, como também de alguns 
tecidos. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
6 glândula pineal: 
O GH interage receptores de citocinas, se caracterizam por não apresentar atividade tirosinoquinase intrínseca →fosforilação do receptor de GH 
→ ativação das proteínas Stat1 e Stat3→estimulando a transcrição de genes específicos. 
Sabe-se que o crescimento dos ossos longos resulta da multiplicação das células cartilaginosas que compõem o disco epifisário. Deste modo, as 
ações do GH sobre o crescimento do esqueleto se devem à proliferação celular e ao estímulo da síntese de colágeno, principal componente da 
matriz orgânica, na placa epifisária 
OBS: estudos demonstraram que o GH não se reproduziam in vitro, sugerindo, portanto, que o GH não atuaria diretamente sobre esse tecido e sim 
por intermédio de geração de um mensageiro 
 IGF-I (somatomedina C) seja o principal fator com atividade estimulante sobre a cartilagem e regulável pelo GH. O principal efeito biológico dos 
IGF é a ativação da mitogênese. 
Na acromegalia observam-se, entre outras alterações, deformações na face (como o prognatismo – projeção do queixo adiante do plano frontal) e 
crescimento da cartilagem nasal e das falanges distais das mãos e pés. Alguns ossos planos, irregulares e curtos, que ainda apresentam resquícios 
de tecido cartilaginoso (tais como os ossos frontais, a mandíbula, as falanges distais), podem sofrer alterações no seu comprimento frente a um 
excesso de GH, mesmo após a puberdade. 
A ação no disco epifisário justifica o fato de o gigantismo ocorrer apenas quando o excesso de 
GH se apresenta antes da puberdade, já que nessa fase ainda não houve a “soldadura” das epífises 
com as diáfises, induzida pelos esteroides sexuais. No entanto, a presença de receptores de IGF-
I, não só em condrócitos mas também em hepatócitos, adipócitos, células musculares e outros 
tecidos faz com que, com exceção dos condrócitos, virtualmente todos os tecidos respondam a 
um excesso de GH, mesmo após a puberdade. 
 Tecidos tais como fígado, baço e língua também apresentam aumento de sua massa, 
resultante tanto da ação do IGF-I, como pela ação direta do GH, já que ambos estimulam a síntese proteica nesses tecidos. 
Sobre o metabolismo das proteínas. 
GH também exerce efeitos estimulantes sobre a síntese proteica em alguns tecidos, independentemente do IGF-I. 
Os tecidos musculares esquelético e cardíaco são importantes órgãos-alvo do GH e do IGF-I, os quais são responsáveis primários pelo controle 
de sua massa. Dessa maneira, observa-se na deficiência de GH redução da massa muscular esquelética e cardíaca, que é revertida com o tratamento 
de reposição hormonal. Além de alterações estruturais, a reposição com GH promove substancial melhora no desempenho sistólico e diastólico 
cardíaco. O oposto (ganho de massa) ocorre na acromegalia, quando efeitos deletérios sobre o coração são observados, tais como: hipertrofia 
concêntrica, comumente associada à disfunção diastólica, seguindo-se o comprometimento da função sistólica. 
Os efeitos do GH/IGF-I sobre a musculatura esquelética: promove aumento da massa e da força muscular esquelética; porém, em paralelo, 
provoca os efeitos deletérios já descritos na musculatura cardíaca, além de alterações no metabolismo dos carboidratos e lipídios. Os efeitos 
sobre o ganho de massa também ocorrem em outros tecidos tais como fígado (causando hepatomegalia) e baço (provocando esplenomegalia), 
sendo observada, em alguns casos, a macroglossia (crescimento anormal da língua). 
 diminuição da utilização da glicose pelos tecidos 
 supressão da resposta tecidual aos seus efeitos insulina-símiles 
 aumento da lipólise. 
A administração crônica de GH, mesmo em animais hipofisectomizados, leva à diminuição da oxidação da glicose e da sua conversão para lipídios 
nos adipócitos, o que resulta em hiperglicemia. É interessante o fato de que esses efeitos ocorrem mesmo na presença de insulina →indução de 
resistência periférica à insulina. 
A resistência insulínica foi, inicialmente, cogitada como resultante da redução do número e afinidade dos receptores de insulina induzida pelo GH. 
 GH determina a hidrólise de triglicerídios, promovendo mobilização de gordura de seus depósitos, com aumento de glicerol e dos ácidos 
graxos livres (AGL) circulantes; o primeiro é convertido à glicose no fígado, já que o GH estimula a gliconeogênese, enquanto os AGL são 
convertidos à acetil CoA e utilizados pelas células como fonte de energia. 
Foi demonstrado, também, que o próprio TRH, bem como o GnRH, provocam secreção de GH em pacientes acromegálicos. Outros peptídios tais 
como ADH, ACTH e α-MSH podem agir como fatores liberadores de GH, quando presentes em quantidades farmacológicas. 
 O efeito estimulante da secreção de GH induzido pelos aminoácidos, em especial a arginina. ↑ secreção de GH ↑ desnutrição proteico-
calórica, é reflexo da diminuição da síntese de IGF-I que ocorre nessa condição. 
Os ácidos graxos suprimem a resposta do GH a certos estímulos, tais como hipoglicemia e administração de arginina. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
7 glândula suprarrenal/adrenal 
O exercício físico é um importante indutor da secreção de GH => promove um aumento da atividade adrenérgica e consequente elevação do tônus 
secretor de GHRH e de GH, dentre outros hormônios. A liberação de endorfinas que ocorre durante o exercício via estimulação da liberação de 
GHRH. Considerando, ainda, que 40% da massa corporal corresponde à musculatura esquelética,a qual apresenta elevada expressão do 
transportador de glicose GLUT4, que é translocado para a membrana plasmática (ou sarcolema) por ocasião da contração muscular, fica evidente 
que o influxo de glicose para esse tecido aumenta por ocasião do exercício físico. Essa redução glicêmica é proporcional ao grau de atividade 
física empregado e é rapidamente corrigida por mecanismos homeostáticos que envolvem alterações na secreção de vários hormônios, dentre 
eles, elevação da liberação de Gh e o sono que induz a serotonina. 
GLÂNDULA SUPRARRENAL/ADRENAL 
A divisão do córtex suprarrenal por zonas é crítica para a diferenciação da regulação da síntese de glico- e mineralocorticoides: 
 Zona glomerular 
 Zona fascicular 
 Zona reticular 
Na medula: adrenalina e noradrenalina => CATECOLAMINAS 
O fluxo sanguíneo do córtex suprarrenal para a medula permite a síntese e secreção de epinefrina em grandes concentrações, porque a atividade 
da enzima envolvida com a síntese e secreção de epinefrina é especificamente induzida pelo glicocorticoide. 
 
O precursor para todos os hormônios adrenocorticais é o colesterol que pode ser sintetizado a 
partir da acetilcoenzima A; mas a maior fonte do colesterol para a esteroidogênese é o colesterol 
transportado no plasma pelas lipoproteínas de baixa densidade (LDL). 
 Após sua entrada na célula, o colesterol é esterificado e estocado em vacúolos citoplasmáticos. 
O ACTH regula a hidrólise dos ésteres de colesterol pela ativação da esterase de colesterol e inibindo 
a colesterol aciltransferase. 
Para que a esteroidogênese ocorra, o colesterol deve ser transportado para a membrana interna da 
mitocôndria. A proteína StAR facilita o transporte da molécula de colesterol para a membrana interna 
da mitocôndria. (mutações no gene StAR causam hiperplasia congênita suprarrenal lipoídica: em que a 
síntese de esteroides nas suprarrenais e gônadas é diminuída e há acúmulo intracelular de colesterol 
em grandes vacúolos) 
1. Após o seu transporte para a membrana interna da mitocôndria, a molécula de colesterol sofre clivagem de sua cadeia lateral e conversão 
para pregnenolona (pela enzima P450scc). 
 A clivagem é um passo limitante 
SÍNTESE 
Na via de síntese dos glicocorticoides, a pregnenolona sofre desidrogenação levando à formação de progesterona. Tanto a pregnenolona quanto 
a progesterona são hidroxiladas. A seguir, ocorre uma 21-hidroxilação pela enzima 21-hidroxilase (que faz parte da P450), convertendo 17-OHP 
em 11-desoxicortisol. 
2. De pregnenolona a 11-desoxicortisol= retículo endoplasmático. 
3. O 11-desoxicortisol é, então, transportado do retículo endoplasmático de volta para a membrana interna da mitocôndria dando origem 
ao cortisol. 
Na síntese da aldosterona : sistema renina-angiotensina na zona glomerular e, de forma mais direta, sob influência das concentrações de 
angiotensina II e potássio. 
A produção de renina pelo aparelho justaglomerular: 
 Diminuição das concentrações de sódio no organismo; 
 Queda da pressão arterial renal 
 Perda de volume e eletrólitos. 
Na via de síntese de mineralocorticoides A progesterona na zona glomerulosa sofre hidroxilação no carbono 21. Este composto dá origem à 
corticosterona que pela ação da aldosterona sintase, forma a aldosterona. 
 A secreção de andrógenos pela suprarrenal corresponde a mais de 50% das concentrações de andrógenos circulantes na mulher. 
 No homem, a principal fonte de andrógenos é fornecida pelos testículos, sendo pequena a contribuição suprarrenal em condições 
fisiológicas. 
 A síntese de andrógenos ocorre na zona reticular e é estimulada pelo ACTH. No citoplasma, a pregnenolona formada a partir do colesterol é 
transformada em progesterona. Em seguida, com a remoção da cadeia lateral à formação de desidroepiandrosterona (DHEA) e androstenediona. 
No ser humano, no entanto, ocorre pouca conversão deste esteroide em androstenediona. A síntese de androstenediona é dependente da conversão 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
8 glândula suprarrenal/adrenal 
de DHEA. Mais de 99% da DHEA é sulfatada e esteroides sulfatados não são substratos para as enzimas de degradação, possibilitando 
concentrações mais elevadas e meia-vida mais longa do SDHEA (desidrogenase). A androstenediona e a DHEA são andrógenos pouco potentes, 
porém, pela ação da enzima periférica, 17-cetoesteroide redutase, a androstenediona pode ser convertida em testosterona. Deve ser ressaltado 
que a suprarrenal produz apenas pequenas quantidades de testosterona. 
 
 
As enzimas envolvidas na esteroidogênese suprarrenal fazem parte da classe do citocromo P450, subdividida em tipos 1 (mitocôndria) e 2 
(retículo endoplasmático) 
GLICOCORTICOIDES 
Secreção: 
Cortisol ou hidrocortizona está ligado com a quantidade de glicose... 
O ACTH é o principal hormônio estimulador da síntese e secreção do cortisol (na produção de cortisol no homem e corticosterona nos roedores), 
sendo sintetizado na hipófise anterior a partir de um precursor denominado pró-opiomelanocortina (POMC). 
Um importante local de regulação da secreção do ACTH está localizado nos neurônios hipotalâmicos do núcleo paraventricular nos quais o hormônio 
liberador da corticotrofina (CRH) e a arginina vasopressina (AVP) são produzidos e posteriormente liberados nos vasos portais hipofisários, de 
onde atingem a hipófise anterior. 
 Os glicocorticoides inibem a transcrição do gene da POMC na hipófise e também a síntese e secreção do CRH e AVP no hipotálamo. A secreção 
dos glicocorticoides é regulada, também, por fatores como estresse e citocinas inflamatórias (essa interação endócrino-imune ocorre pela ação 
estimulatória sobre o CRH e ACTH por citocinas inflamatórias) 
Curiosidade...O estresse fisiológico agudo leva a um aumento na concentração plasmática de cortisol; entretanto, a secreção de cortisol é normal 
em pacientes com ansiedade crônica. Por outro lado, a depressão é associada a altas concentrações de interleucina-6 e de cortisol, confirmando a 
interação endócrino-imune. 
A função na regulação de mineralocorticoides é mínima 4% 
MINERALOCORTICOIDES 
A síntese de aldosterona é regulada por vários fatores, sendo seus principais reguladores o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e a 
concentração do íon potássio 
1. A secreção de renina é controlada pela pressão arterial renal, concentrações de sódio no fluido tubular e atividade do sistema nervoso 
simpático. 
 diminuição do fluxo sanguíneo renal, como hemorragia, estenose da artéria renal, desidratação e restrição salina => aumentam a concentração 
plasmática de renina 
 aumento sa pressão arterial, como aumento da ingestão de sal, vasoconstrição periférica e posição supina =>diminuem a concentração plasmática 
da renina 
 a redução do volume circulante, os barorreceptores de alta pressão localizados no seio carotídeo e arco aórtico sinalizam para o sistema 
nervoso =>aumento da atividade simpática => aumenta a secreção de renina. 
Autorregulação da secreção de renina: 
 ↑ aldosterona resulta ↑ reabsorção de sódio pelo rim e ↑ da pressão sanguínea, que ↓ a secreção de renina. 
 estimulam a gliconeogênese hepática entretanto => ↑ a mobilização de substratos neoglicogênicos de tecidos periféricos e a glicogenólise. 
 diminuem, ainda, a utilização periférica de glicose, atuando sobre o receptor da insulina e reduzindo os transportadores de glicose. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
9 pâncreas endócrino 
 estimulam a diferenciação dos adipócitos, promovendo adipogênese por meio de ativação da transcrição de diversos genes, incluindo a lipase 
lipoproteica, a glicerol-3-fosfato desidrogenase e a leptina, contribuindo para a obesidade visceral. 
 induzem atrofia muscular, aumentando os mecanismos de proteólise muscular 
 aumenta a concentração de aminoacidos ao passo que reduz o transporte para células não hepáticas 
2. O aumento de potássio => fechamento desses canais de potássio, induzindo a despolarizaçãoda 
membrana plasmática, o que ativa canais de cálcio dependentes de voltagem ,permitindo o influxo de 
cálcio extracelular => aumento da concentração de cálcio intracelular => aumenta da atividade de 
fatores de transcrição. 
 Esse aumento do cálcio no citosol ativa quinases dependentes de cálcio ,aumentando a conversão 
da corticosterona em aldosterona 
 
 Além da estimulação da síntese e secreção de aldosterona pelo córtex suprarrenal a ANG II tem 
ação de vasoconstrição arteriolar – o que eleva a pressão arterial, aumenta a reabsorção de sódio pelo 
túbulo proximal e, no sistema nervoso central, atua estimulando a sede e a secreção de hormônio antidiurético. 
O efeito principal da aldosterona é promover, em tecidos epiteliais, a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e hidrogênio. 
 ↑ a expressão e estabilidade do ENaC (canais de sódio) na membrana apical, aumentando a reabsorção de sódio 
OBS: pode induzir à resistência insulínica, por diminuir a secreção de insulina, a afinidade de insulina ao seu receptor e a expressão de 
transportadores de glicose 
# No rim # diminuição da pressão sanguínea nas artérias renais => as células do rim produzem renina => vai para o fígado estimular a produção de 
angiotensinogênio => esse angiotensinogênio sofre ação das ECAs (enzimas conversoras de angiotensina G) => vai virar angiotensina I => vira 
angiontensina II => chega na adrenal para estimular a aldosterona... absção de sódio e secreção de potássio... 
ANDRÓGENOS 
 Virilização femina e masculina 
 Ovários policisticos 
PÂNCREAS ENDÓCRINO 
 Glândula (mista) por ser responsável tanto pela produção de enzimas digestivas (ou secreções exócrinas), secretadas na luz do duodeno 
(meio externo ao organismo), como pela produção de hormônios (ou secreções endócrinas), secretados no interstício, de onde alcançam a 
circulação sanguínea (ou meio interno). 
ilhotas de Langerhans → constituídas por pelo menos quatro tipos de células: 
1. A ou α, dispostas perifericamente formando um revestimento 
das ilhotas e perfazendo, em média, 25% do total das células da 
ilhota = síntese e secreção de glucagon; 
 
 
 
2. B ou β, produtoras e secretoras de insulina, ocupando a 
parte central da ilhota e compondo o núcleo desta, perfazendo, em 
média, 60% do número total de células; 
 
insulina inicia-se no retículo endoplasmático rugoso (RER), 
constituindo-se inicialmente a pré-proinsulina, origina a proinsulina, 
dispostos inicialmente em cadeia única. Durante o transporte dessa molécula através do complexo de Golgi para ser empacotada na forma de 
grânulo, a proinsulina dá origem à insulina e ao peptídio conector (peptídio C), que conecta as agora formadas cadeias A e B→ a insulina 
permanece armazenada até que um estímulo deflagre sua exocitose do grânulo. 
(Nos grânulos prontos para a secreção, as moléculas de insulina se agregam, formando um exâmero estabilizado por dois íons zinco. Além da 
insulina e peptídio C, o grânulo contém várias outras proteínas e peptídios). 
Essa substância é transportada através da membrana das células B pelo GLUT2, que tem baixa afinidade pela glicose, mas alta capacidade de 
transporte. 
Uma vez no interior das células B, ela é rapidamente metabolizada, dando inicialmente origem à glicose-6-fosfato, pela ação da hexoquinase, 
quando a concentração de glicose no meio é baixa. Na presença de altas concentrações do açúcar, a enzima mais importante passa a ser a 
glicoquinase, visto que o fator limitante para a metabolização da glicose é a sua fosforilação. 
Ressalte-se que mutações dessa enzima, alterando a sua eficiência, levam a um quadro de diabetes tipo 2 denominado MODI 2 (ver adiante). 
A posterior metabolização da glicose conduz à formação de ATP e aumenta a relação ATP/ADP, que diminui a probabilidade de abertura dos 
canais de potássio ATP-dependentes (KATP) 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
10 pâncreas endócrino 
A ligação do ATP às subunidades específicas desses canais promove o seu fechamento, com consequente retenção de K+ no interior das células 
e despolarização parcial da membrana. 
Atingido o limiar de despolarização dos canais de cálcio sensíveis à voltagem (CCSV), em particular os do tipo L (Canais para Íons nas 
Membranas Celulares), estes aumentam a probabilidade de abertura, permitindo maciça entrada de Ca2+ a favor de seu gradiente eletroquímico 
e desencadeamento de um potencial de ação. Ocorre rápido acúmulo de cálcio próximo à face interna da membrana. 
O aumento da concentração de Ca2+ no citosol, que é fundamental para a indução da ativação das proteínas do citoesqueleto envolvidas no 
mecanismo de exocitose, sem o qual não ocorre o fenômeno secretório: 
 as células B expressam adenilciclase (AC), fosfolipase C (PLC), fosfolipase A2 (PLA2) e fosfolipase D (PLD), todas enzimas ancoradas 
à membrana, que são ativadas por estímulos via receptores acoplados às proteínas G e por aumento da concentração do Ca2+ citosólico. 
 
 Assim, o acúmulo do Ca2+ nas proximidades da membrana favorece a ativação destas enzimas, induzindo a formação de mensageiros 
citoplasmáticos 
 
1) AC promove a geração de cAMP, que ativa a proteinoquinase A (PKA). 
2) A PLC atuando sobre componentes do ciclo dos fosfatidilinositóis induz a constituição de (IP3) e 
diacilglicerol (DAG). Este último, por sua vez, ativa a proteinoquinase C (PKC). O IP3, provocando a abertura 
de canais de Ca2+ do RE, leva a um aumento ainda maior da concentração citosólica de Ca2+ → formando a 
Ca2+-CaM →ativa uma proteinoquinase dependente de calmodulina (PK dependente de CaM). 
3) a PKA e a PKC elevam o número e a responsividade dos CCSV, intensificando a entrada de Ca2+ a partir 
do meio extracelular. 
4) A PLA2 aumenta a formação de ácido araquidônico, que dá origem às prostaglandinas, que inibem a 
secreção de insulina, e aos leucotrienos, que a estimulam. 
5) a PLD leva à composição de ácido fosfatídico, que facilita a entrada de Ca2+ pela membrana por 
desenvolver atividade ionófora. 
 
 A epinefrina circulante e a norepinefrina secretada pelas terminações nervosas adrenérgicas inibem a 
secreção de insulina, por ativar uma proteína Gi inibidora da AC 
 Os aminoácidos são importantes para o processo de secreção de insulina pelas células B e, na maioria das vezes, elevam a secreção do 
hormônio, ou por serem metabolizados, ou por ativarem o metabolismo de substâncias energéticas, com consequente aumento da 
produção de ATP 
 Os ácidos graxos, principalmente os saturados, como o palmitato e o estearato, são potencializadores da secreção de insulina. Desde 
que por um breve periodo de tempo se não eles ficam toxicos. 
 O sistema nervoso autônomo desempenha importante papel na regulação da secreção de insulina. A acetilcolina secretada pela 
estimulação da inervação parassimpática age em receptor Gq ativando a PLC e, como já descrito, culmina com o aumento da formação 
de IP3 e PKC, facilitando ou potencializando o desencadeamento do processo secretório de insulina 
 A epinefrina circulante e a norepinefrina secretada pelas terminações nervosas adrenérgicas inibem a secreção de insulina, por ativar 
uma proteína Gi inibidora da AC, com consequente diminuição da ativação da PKA. 
 participação do sistema nervoso autônomo, que ativamente modula a secreção da insulina. Podemos tomar como exemplo a chamada 
fase cefálica da secreção de insulina, que ocorre antes do início de uma alimentação. O aroma de um determinado alimento provoca um 
reflexo condicionado que determina intensa estimulação vagal→A acetilcolina secretada pelas terminações nervosas parassimpáticas 
nas ilhotas induz, como já descrito, à formação de PKC, que neste caso “sensibiliza” as células B 
 a estimulação adrenérgica que ocorre em estados de alerta: neste caso, a norepinefrina secretada pelos nervos simpáticos age nas 
células B causando inibição da secreção de insulina, propiciando assim aumento da glicose plasmática necessáriapara a reação do 
indivíduo, envolvendo sempre maior atividade muscular e nervosa. 
 Alguns atuam diretamente nas células B, como o glucagon e a somatostatina (secretados pela própria ilhota). Outros, como o cortisol e 
o GH, agem elevando a resistência periférica à insulina; consequentemente, há crescimento da concentração da glicose circulante, o que 
conduz a um aumento da secreção de insulina. Os hormônios gastrintestinais, como GLP-1 (glucagon-like peptide 1), secretina, 
colecistoquinina, gastrina e GIP (gastro-intestinal peptide), estimulam a secreção de insulina 
Obs: nas proximidades da membrana citoplasmática das células B e a ela conectada, existe uma fina rede de microfilamentos de actina que 
desempenham papel fundamental no processo de secreção de insulina, regulando a passagem dos grânulos do citosol para o meio extracelular. 
A insulina circulante normalmente não se liga a outras substâncias, permanecendo na forma livre e apresentando meia-vida em torno de 5 min. 
3. D ou δ, produtoras de somatostatina, em torno de 10% das células da ilhota, localizadas mais na periferia e próximo a capilares; 
Recentemente, foram identificados canais KATP nas células D que respondem ao aumento do metabolismo da glicose nestas células. Assim, a 
resposta secretória de somatostatina é bastante similar àquela descrita para a insulina, pelo menos no que concerne aos eventos iônicos 
relacionados com os canais KATP 
4. F ou PP, produtoras do polipeptídio pancreático, que ocupam em torno de 5% da massa celular e têm a mesma distribuição das células D. 
Sua função ainda não foi esclarecida, acreditando-se que disponha de algumas ações parácrinas. 
 
 
 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
11 Princípios Gerais da Função Gastrointestinal — 
As ilhotas pancreáticas são ricamente inervadas tanto por fibras provindas do sistema nervoso simpático como 
do parassimpático. Norepinefrina, acetilcolina, peptídio intestinal vasoativo (VIP), galanina e GABA já foram 
identificados como mediadores químicos nas ilhotas. 
É notório que a insulina inibe a secreção de glucagon, enquanto este estimula a secreção de insulina e de 
somatostatina. Já a somatostatina inibe a secreção de glucagon, de insulina e do polipeptídio pancreático. Em 
ilhotas isoladas de ratos, foi verificado que a inibição da expressão de somatostatina favorece a resposta 
secretória das células B à glicose. 
A primeira região a ser irrigada pelo sangue arterial que chega à ilhota é a região central, rica em células B, a 
concentração de insulina eleva-se muito no sangue que perfunde essa região, que posteriormente irá irrigar a 
periferia da ilhota, local onde se localizam as células A produtoras de glucagon. 
 
Os efeitos mediados pela insulina são tecido-específicos e incluem: aumento da captação de glicose, principalmente nos tecidos muscular e adiposo; 
aumento da síntese de proteínas, ácidos graxos e glicogênio; bem como bloqueios da produção hepática de glicose (via diminuição da gliconeogênese 
e glicogenólise), da lipólise e da proteólise. Além disso, a insulina exerce efeitos na expressão de genes, proliferação e diferenciação celulares. 
Um importante mecanismo celular para o controle da glicemia é o transporte de glicose no músculo esquelético mediado pela insulina. Esse 
transporte é realizado pelo GLUT4 (glucose transporter protein) por meio de difusão facilitada independente de ATP 
-a resistência à insulina em órgãos-alvo clássicos (fígado, músculo e tecido adiposo), combinada à resistência à insulina na 
célula beta, cérebro e outros tecidos, pode resultar no diabetes tipo 2. 
 
Imagem: Mecanismos de resistência à insulina na obesidade. A alteração da microbiota intestinal, culminando na maior 
absorção de LPS (lipopolissacarídios) e a infiltração de células no estroma vascular do tecido adiposo, destacando os 
macrófagos com fenótipo M1, desencadeiam uma inflamação subclínica, levando à resistência à insulina tecidual. No fígado e 
no músculo, essa resistência à insulina é caracterizada pela redução da ativação da proteína quinase B, que, por sua vez, leva 
ao aumento da produção hepática de glicose e, no músculo, leva à redução da captação de glicose. 
DIABETES 
O diabetes melito tipo 1 é consequência de um processo autoimune que destrói as células beta do 
pâncreas, levando a uma falência absoluta na produção de insulina. Apresenta-se com mais 
frequência em pré-adolescentes, mas pode se iniciar em adultos, principalmente entre 30 e 35 
anos, podem evoluir para quadros de cetoacidose diabética. O tratamento inclui, em geral, várias 
doses de insulina ao dia, simulando um processo fisiológico de secreção desse hormônio, 
chamado basal-bolus (insulina de liberação lenta, para simular a secreção basal, associada a 
insulinas de ação rápida antes das refeições, para simular a secreção estimulada por essas 
refeições). 
 diabetes gestacional é a forma da doença que aparece exclusivamente na gestação 
O diabetes melito tipo 2 (DM2) é a forma mais comum da doença e acomete aproximadamente 10% da população mundial. A maior parte dos 
pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade, e a etiopatogenia inclui fatores genéticos provavelmente poligênicos. 
Patogênia : o DM2 é consequência de uma associação entre resistência à insulina e alteração da secreção desse hormônio. Aparentemente, a 
alteração de secreção de insulina tem um componente genético determinante, mas a resistência à insulina é predominantemente secundária a 
fatores ambientais. Durante a instalação da obesidade, o aumento da massa de tecido adiposo ocasiona infiltração de células imunes nesse tecido, 
como neutrófilos e macrófagos M1 inflamatórios, contribuindo decisivamente para o processo inflamatório subclínico que havia se iniciado com a 
alteração da microbiota intestinal, a resistência à insulina é secundária ao fenômeno inflamatório subclínico que desencadeia modulação molecular 
negativa das vias de sinalização desse hormônio Na obesidade e no DM2, ocorre aumento da expressão e atividade da enzima fosfatase PTP1B 
(protein tyrosine phosphatase 1B), que desfosforila o IR e os IRS, contribuindo para a resistência à insulina. A expressão da iNOS é estimulada 
pelo TNF-α e está elevada na obesidade. O óxido nítrico produzido pela iNOS pode induzir resistência à insulina no músculo por meio de um 
mecanismo que envolve a S-nitrosação do IR, IRS-1 e Akt, reduzindo a atividade dessas proteínas e induzindo resistência à insulina. A expressão 
de várias isoformas de SOCS, especialmente da SOCS-3, aumenta na presença de TNF-α e na obesidade e pode induzir resistência à insulina 
provavelmente por meio do aumento da degradação do IRS-1 mediada por proteossomos. 
PRINCÍPIOS GERAIS DA FUNÇÃO GASTROINTESTINAL — 
MOTILIDADE, CONTROLE NERVOSO E CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
 
As fibras musculares se conectam, eletricamente, por meio de grande quantidade de junções comunicantes, com baixa resistência à movimentação 
dos íons da célula muscular para a seguinte. Cada camada muscular funciona como um sincício; isto é, quando um potencial de ação é disparado em 
qualquer ponto na massa muscular, ele, em geral se propaga em todas as direções no músculo. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
12 Princípios Gerais da Função Gastrointestinal — 
 Atividade Elétrica do Músculo Liso Gastrointestinal :Essa atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas: (1) ondas lentas e (2) 
potenciais em ponta. 
Ondas Lentas. A maioria das contrações gastrointestinais ocorre ritmicamente, e o ritmo é determinado, em grande parte, pela frequência das 
chamadas “ondas lentas” do potencial da membrana do músculo liso. 
 Não se conhece, exatamente, a causa das ondas lentas, mas elas parecem ser causadas por interações complexas entre as células do músculo 
liso e células especializadas, denominadas células intersticiais de Cajal, que, supostamente, atuam como marca-passos elétricos das células do 
músculo liso. 
→ estimulam o disparo intermitentede potenciais em ponta e estes, de fato, provocam a contração muscular. 
Toda vez que os picos das ondas lentas ficam, temporariamente, mais positivos do que -40 milivolts, surgem os potenciais em ponta, superpostos a 
esses picos. Quanto maior o potencial da onda lenta, maior a frequência dos potenciais em ponta 
Os potenciais em ponta tem duração 10 a 40 vezes maior que os potenciais de ação nas grandes fibras nervosas. 
Diferença: Nas fibras nervosas, os potenciais de ação são causados, quase inteiramente, pela rápida entrada de íons sódio, pelos canais de sódio, 
para o interior das fibras. Nas fibras do músculo liso gastrointestinal, os canais responsáveis pelos potenciais de ação são diferentes; eles permitem 
que quantidade particularmente grande de íons cálcio entre junto com quantidades menores de íons sódio e, portanto, são denominados canais para 
cálcio-sódio. A lenta cinética de abertura e fechamento dos canais para cálcio-sódio é responsável pela longa duração dos potenciais de ação. → 
mecanismo de controle pela calmodulina 
ASSIM... 
As ondas lentas geralmente não causam, por si sós, contração muscular, na maior parte do trato gastrointestinal, exceto talvez no estômago, e sim 
estimulam o disparo intermitente de potenciais em ponta e estes, de fato, provocam a contração muscular. 
 Os fatores que despolarizam a membrana — isto é, a fazem mais excitável — são: 
 (1) estiramento do músculo, 
 (2) estimulação pela acetilcolina, liberada a partir das terminações dos nervos parassimpáticos 
 (3) estimulação por diversos hormônios gastrointestinais específicos. 
 hiperpolarizam a membrana e a fazem menos excitáveis — são: 
 (1) efeito da norepinefrina ou da epinefrina, na membrana da fibra 
 (2) estimulação dos nervos simpáticos que secretam, principalmente, norepinefrina em seus terminais. 
 
 Fatores importantes que tornam o potencial da membrana mais negativo —isto é, hiperpolarizam a membrana e a fazem menos excitáveis —
são: 
(1) efeito da norepinefrinaou da epinefrina,na membrana da fibra. 
(2) estimulação dos nervos simpáticos que secretam, principalmente, norepinefrina em seus terminais. 
ATENÇÃO!! 
Íons Cálcio e Contração Muscular. A contração do músculo liso ocorre em resposta à entrada de íons cálcio na fibra muscular... no entanto as 
ondas lentas não estão associadas à entrada de íons cálcio na fibra do músculo liso (somente íons sódio). Portanto, as ondas lentas, por si sós, em 
geral não causam contração muscular. É durante os potenciais em ponta, gerados nos picos das ondas lentas, que quantidades significativas de íons 
cálcio entram nas fibras e causam grande parte da contração... 
Parte do músculo liso do trato gastrointestinal exibe contração tônica (muitas vezes, aumenta ou diminui de intensidade, mas é contínua) bem como, 
ou em vez de, contrações rítmicas 
 A contração tônica é, por vezes, causada por potenciais em ponta repetidos sem interrupção — quanto maior a frequência, maior o grau de 
contração. Por outras vezes, a contração tônica é causada por hormônios ou por outros fatores que produzem a despolarização parcial 
contínua da membrana do músculo liso, sem provocar potenciais de ação. 
Obs: Os efeitos dos hormônios persistem mesmo depois de todas as conexões nervosas entre o local de liberação e o local de ação terem sido 
interrompidas. Muitos desses hormônios também afetam a motilidade em algumas partes do trato gastrointestinal. 
 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
13 Princípios Gerais da Função Gastrointestinal — 
CONTROLE NEURAL DA FUNÇÃO GASTROINTESTINAL —SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO 
 
O sistema nervoso entérico é composto, basicamente, por dois plexos: 
 (1) o plexo externo, disposto entre as camadas musculares longitudinal e circular, denominado plexo mioentéricoou plexo de Auerbache 
 (2) plexo interno, denominado plexo suhmu-cosoou plexo de Meissner,localizado na submucosa. 
O plexo mioentérico controla quase todos os movimentos gastrointestinais, e o plexo submucoso controla, basicamente, a secreção 
gastrointestinal e o fluxo sanguíneo local. 
 
 
(1) os plexos mio-entérico e submucoso {fibraspretas) 
(2) o controle extrínseco desses plexos pelossistemas nervosos simpático e paras-simpático 
(fibras vermelhas) 
(3) fibrassensoriais passando do epitélio luminale da parede intestinal para os plexosentéricos, 
depois para os gânglios pré-vertebrais da medula espinhal e, diretamente, para a própria medula 
espinhal 
Esses nervos sensoriais podem provocar reflexos locais na própria parede intestinal e, ainda, 
outros reflexos que são transmitidos ao intestino pelos gânglios pré-vertebrais e das regiões 
basais do cérebro. 
 
Como o plexo mioentérico se estende por toda a extensão da parede intestinal localizada entre as camadas longitudinal e circular do músculo liso 
intestinal, ele participa, principalmente, no controle da atividade muscular por todo o intestino e é estimulado por: 
(1) aumento da contração tônica, ou “tônus”, da parede intestinal; 
(2) aumento da intensidade das contrações rítmicas; 
(3) ligeiro aumento no ritmo da contração; 
(4) aumento na velocidade de condução das ondas excitatórias, ao longo da parede do intestino, causando o movimento mais rápido das ondas 
peristálticas intestinais. 
O plexo mioentériconão deve ser considerado inteiramente excitatório, porque alguns de seus neurônios são inibitórios(p.ex. a inibição dos 
músculos de alguns dos esfíncteresintestinais) 
 
o plexo submucosoestá, basicamente, envolvido com a função de controle na parede interna de cada diminuto segmento do intestino. 
Controlar a secreção intestinallocal, a absorçãolocal e a contraçãolocal do músculo submucoso,que causa graus variados de dobra-mento da 
mucosa gastrointestinal. 
 
CONTROLE AUTÔNOMO DO TRATO GASTROINTESTINAL 
A inervação parassimpática do intestino divide-se em divisões cranianas e sacrais. 
As fibras nervosas parassimpáticas cranianas estão, quase todas, nos nervos vagos. Essas fibras formam a extensa inervação do esôfago, 
estômago e pâncreas e menos extensas na inervação dos intestinos, até a primeira metade do intestino grosso. 
O parassimpático sacral se origina no segundo, terceiro e quarto segmentos sacrais da medula espinhal e passa pelos nervos pélvicospara a 
metade distai do intestino grosso e, daí, até o ânus. As regiões sigmoides, retal e anal são, consideravelmente, mais bem supridas de fibras 
parassimpáticas do que as outras regiões intestinais. Essas fibras funcionam, em especial, para executar os reflexos da defecação 
Os neurônios pós-ganglionaresdo sistema parassimpático gastrointestinal estão localizados, em sua maior parte, nos plexos mioentérico e 
submucoso. A estimulação desses nervos parassimpáticos causa o aumento geral da atividade 
Os terminais dos nervos simpáticos secretam, principalmente, norepinefrina, mas, também, pequenas quantidades de epinefrina. 
Em termos gerais, a estimulação do sistema nervoso simpático inibea atividade do trato gastrointestinal 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
14 Princípios Gerais da Função Gastrointestinal — 
O simpático exerce seus efeitos por dois modos: (1) um pequeno grau, por efeito direto da norepinefrina secretada, inibindo a musculatura lisa 
do trato intestinal (exceto o músculo mucoso, que é excitado) e (2) em grau maior, por efeito inibidor da norepinefrina sobre os neurônios de 
todo o sistema nervoso entérico. 
Esses nervos sensoriais podem ser estimulados por: 
(1) irritação da mucosa intestinal; 
(2) distensão excessiva do intestino; 
(3) presença de substâncias químicas específicas no intestino 
REFLEXOS GASTROINTESTINAIS 
A disposição anatômica do sistema nervoso entérico e suas conexões com os sistemas simpático e parassimpático 
 
1.Reflexos completamente integrados na parede intestinal do sistema nervoso entérico. 
 
2.Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos pré-vertebrais e que voltam para o trato gastrointestinal. 
 
3.Reflexos dointestino para a medula ou para o tronco cerebral e que voltam para o trato gastrointestinal. 
CONTROLE HORMONAL DA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL 
A gastrina é secretada pelas células “G” do antro do estômago em resposta a estímulos associados à ingestão de refeição, tais como a distensão 
do estômago, os produtos da digestão das proteínas e o peptídeo liberador de gastrina, que é liberado pelos nervos da mucosa gástrica, durante a 
estimulação vagai. As ações primárias da gastrina são: 
(1) estimulação da secreção gástrica de ácido; 
(2) estimulação do crescimento da mucosa gástrica. 
A colecistocinina (CCK) é secretada pelas células “I” da mucosa do duodeno e do jejuno, em especial em resposta aos produtos da digestão de 
gordura, ácidos graxos e monoglicerídeos nos conteúdos intestinais. Esse hormônio contrai, fortemente, a vesícula biliar, expelindo bile para o 
intestino delgado, onde a bile tem funções importantes, na emulsificação de substâncias lipídicas, permitindo sua digestão e absorção. A CCK 
também inibe, ainda que moderadamente, a contração do estômago. Assim, ao mesmo tempo em que esse hormônio causa o esvaziamento da vesícula 
biliar, retarda a saída do alimento no estômago, assegurando tempo adequado para a digestão de gorduras no trato intestinal superior. A CCK 
também inibe o apetite, para evitar excessos durante as refeições, estimulando as fibras nervosas sensoriais aferentes no duodeno; essas fibras, 
por sua vez, mandam sinais, por meio do nervo vago para inibir os centros de alimentação no cérebro. 
A secretina foi o primeiro hormônio gastrointestinal descoberto e é secretada pelas células “S” da mucosa do duodeno, em resposta ao conteúdo 
gástrico ácido que é transferido do estômago ao duodeno pelo piloro. A secretina tem pequeno efeito na motilidade do trato gastrointestinal e 
promove a secreção pancreática de bicarbonato que, por sua vez, contribui para a neutralização do ácido no intestino delgado. 
O peptídeo inibidor gástrico (GIP): é secretado pela mucosa do intestino delgado superior Exerce efeito moderado na diminuição da atividade 
motora do estômago e, assim, retarda o esvaziamento do conteúdo gástrico no duodeno, quando o intestino delgado superior já está sobrecarregado 
com produtos alimentares. O GIP, em níveis sanguíneos até inferiores aos necessários para inibir a motilidade gástrica, também estimula a secreção 
de insulina e por essa razão é conhecido como peptítio insulinotrópico glicosedependente. 
A motilina é secretada pelo estômago e pelo duodeno superior durante o jejum, e sua única função conhecida é a de aumentar a motilidade 
gastrointestinal. A motilina é liberada, ciclicamente, e estimula as ondas da motilidade gastrointestinal denominadas complexos mioelétricos 
interdigestivos que se propagam pelo estômago e pelo intestino delgado a cada 90 minutos, na pessoa em jejum. 
No trato gastrointestinal ocorrem dois tipos de movimentos: 
(1) movimentos propulsivos: que fazem com que o alimento percorra o trato com velocidade apropriada para que ocorram a digestão e a absorção 
 O estímulo usual do peristaltismo intestinal é a distensão do trato gastrointestinal. Isto é, se grande quantidade de alimento se acumula em 
qualquer ponto do intestino, a distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico a provocar a contração da parede 2 a 3 centímetros atrás 
desse ponto, o que faz surgir um anel contrátil que inicia o movimento peristáltico. Outros estímulos que podem deflagrar o peristaltismo incluem 
a irritação química ou física do revestimento epitelial do intestino. Além disso, intensos sinais nervosos parassimpáticos para o intestino provocarão 
forte peristaltismo. 
(2) movimentos de mistura: que mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
15 Princípios Gerais da Função Gastrointestinal — 
 Em vez de impulsioná-los para frente, contrações constritivas intermitentes locais ocorrem em regiões separadas por poucos centímetros da 
parede intestinal Os movimentos peristálticos e constritivos são modificados, em diferentes partes do trato gastrointestinal, para propulsão e 
mistura adequadas 
o peristaltismo efetivo requer o plexo mioentérico ativo. 
Normalmente o peristaltismo começa no lado oral do segmento distendido e move-se para diante, para o segmento distendido, empurrando o 
conteúdo intestinal na direção anal por 5 a 10 centímetros antes de cessar. Ao mesmo tempo, o intestino às vezes relaxa vários centímetros 
adiante, na direção do ânus, o que é chamado de “relaxamento receptivo”, permitindo que o alimento seja impulsionado, mais facilmente, na direção 
anal do que na direção oral. Esse padrão complexo não ocorre na ausência do plexo mioentérico. Portanto, o padrão é denominado reflexo 
mioentérico ou reflexo peristáltico. O reflexo peristáltico e a direção anal do movimento do peristaltismo constituem a chamada “lei do intestino”. 
fluxo sanguíneo gastrointestinal: “circulaçõa esplânica” 
 
Flui, imediatamente, para o fígado por meio da veia porta. No fígado → milhoões de sinusoides hepáticos (permite a remoção bactérias e outras 
partículas que poderíam entrar na circulação sanguínea do trato gastrointestinal) → veias hepáticas, → veia cava da circulação geral evitando, 
assim, o transporte direto de agentes, potencialmente, prejudiciais para o restante do corpo. 
Esse fluxo de sangue pelo fígado, antes de retornar à veia cava, permite que as células 
reticuloendoteliais,revestindo os sinusoides hepáticos, 
OBS: Quase todas as gorduras, absorvidas pelo trato intestinal, não são transportadas no sangue porta, mas sim, 
pelo sistema linfático intestinal e, então, são levadas ao sangue circulante sistêmico, por meio do dueto torácico, 
sem passar pelo fígado. 
Dessas artérias perimetrais, artérias ainda menores penetram na parede intestinal, espalhando-se (1) pelos feixes 
musculares, (2) pelas vilosidades intestinais e (3) pelos vasos submucosos, sob o epitélio, servindo às funções 
secretoras e absortivas do intestino. As paredes das arteríolas são muito musculosas e muito ativas no controle 
do fluxo sanguíneo para o vilo. 
 depois de refeição, a atividade motora, a atividade secretória e a atividade absortiva aumentam; então, o fluxo 
de sangue aumenta bastante, mas depois diminui para os valores de repouso, no período seguinte de 2 a 4 horas. 
Várias substâncias vasodilatadoras são liberadas pela mucosa do trato intestinal, durante o processo digestivo. São, na sua maioria, de 
hormônios peptídicos, como colecistocinina, peptídeo vasoativo intestinal, gastrina e secretina. Esses mesmos hormônios controlam atividades 
motoras e secretórias específicas do intestino. Algumas das glândulas gastrointestinais, também, liberam, na parede intestinal, duas cininas, 
calidina e bradicinina, ao mesmo tempo em que secretam outras substâncias no lúmen. 
A redução da concentração de oxigênio na parede intestinal pode aumentar o fluxo de sangue intestinal por 50% a 100%; assim, a intensidade 
metabólica mais intensa da mucosa e da parede intestinal, durante a atividade intestinal, provavelmente diminui a concentração de oxigênio o 
suficiente para causar grande parte da vasodilatação. 
Fluxo Sanguíneo em "Contracorrente” nas Vilosidades 
o fluxo arterial entra no vilo e o fluxo venoso sai dele, correm em direções opostas, e que os vasos são paralelos e próximos. Devido 
a essa disposição vascular, grande parte do oxigênio sanguíneo se difunde das arteríolas, diretamente, para as vênulas adjacentes, 
sem passar pelas extremidades dos vilos 
Em condições normais, esse desvio do oxigênio das arteríolas para as vênulas não é lesivo às vilosidades, mas em condições 
patológicas, o déficit de oxigênio nas pontas das vilosidades pode ser de tal monta que as pontas ou, até mesmo, todas as vilosidades 
podem ter morte isquêmica e se desintegrar. 
A estimulação dos nervos parassimpáticos, para o estômago e o cólon distal, aumenta ofluxo sanguíneo local, ao mesmo tempo em 
que aumenta a secreção glandular. 
A estimulação simpática tem efeito direto em, causando vasoconstrição intensa das arteríolas, com grande redução do fluxo sanguíneo → 
mecanismo denominado “escape autorregulatório” 
ASSIM...mecanismos vasodilatadores metabólicos locais, provocados pela isquemia, predominam sobre a vasoconstrição simpática e 
dilatam as arteríolas, com retorno do fluxo sanguíneo nutriente, necessário às glândulas e à musculatura gastrointestinal. 
Utilidades do sistema simpatico: é permitir a interrupção do fluxo sanguíneo gastrointestinal e esplâncnico por breves períodos de tempo, 
durante o exercício pesado, quando o coração e os músculos esqueléticos necessitam de maior fluxo. A estimulação simpática também promove 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
16 Propulsão e Mistura dos Alimentos no Trato Alimentar 
forte vasoconstrição das veias intestinais e mesentéricas de grande calibre, diminuindo o volume de sangue nessas veias e deslocando, assim, 
grande quantidade de sangue para outras partes da circulação. 
PROPULSÃO E MISTURA DOS ALIMENTOS NO TRATO ALIMENTAR 
1. Mastigação 
 
2. Deglutição 
A deglutição pode ser dividida em: 
(1) um estágio voluntário, que inicia o processo de deglutição; 
(2) um estágio faríngeo, que é involuntário, correspondente à passagem do alimento pela faringe até o esôfago; 
(3) um estágio esofágico. 
 
 Quando a laringe é elevada e o esfíncter faringoesofágico relaxado, toda a parede muscular da faringe se contrai, iniciando na parte 
superior e, então, a contração progredindo para baixo 
 
Os mecanismos do estágio faríngeo da deglutição: a traqueia se fecha, o esôfago se abre, e onda peristáltica rápida, iniciada pelo sistema 
nervoso da faringe, força o bolo de alimento para a parte superior do esôfago; o processo todo dura menos de 2 segundos. → Centro da 
deglutição inibe, especificamente, o centro respiratório do bulbo 
O estágio faríngeo da deglutição é, essencialmente, ato reflexo, quase sempre iniciado pelo movimento voluntário do alimento, para a parte 
posterior da boca, que, por sua vez, excita os receptores sensoriais faríngeos para iniciar a parte involuntária do reflexo da deglutição. 
 
 O esôfago, normalmente, apresenta dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. 
Se a onda peristáltica primária não consegue mover, para o estômago, todo o alimento que entrou no esôfago, ondas peristálticas secundárias 
resultam da distensão do próprio esôfago pelo alimento retido; essas ondas continuam até o completo esvaziamento do esôfago 
 
 A constrição tônica do esfíncter esofágico inferior evita significativo refluxo do conteúdo gástrico. 
 
Quando a onda peristáltica da deglutição desce pelo esôfago, ocorre o “relaxamento receptivo” do esfíncter esofágico inferior, à frente da onda 
peristáltica, permitindo a fácil propulsão do alimento deglutido para o estômago. 
 
Suas principais funções são: 
(1) armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser processado no estômago, no duodeno e nas demais partes do 
intestino delgado; 
(2) misturar esse alimento com secreções gástricas, até formar mistura semilíquida denominada quimo; 
(3) esvaziar, lentamente, o quimo do estômago para o intestino delgado, vazão compatível com a digestão e a absorção adequadas pelo intestino 
delgado 
 
 À medida que as ondas constritivas progridem do corpo para o antro, ganham intensidade, algumas ficando extremamente intensas, 
gerando potente potencial de ação peristáltica, formando anéis constritivos que forçam o conteúdo antral, sob pressão cada vez maior, na 
direção do piloro. 
 
À medida que cada onda peristáltica se aproxima do piloro, o próprio músculo pilórico muitas vezes se contrai, o que impede, ainda mais, o 
esvaziamento pelo piloro. Assim, grande parte do conteúdo antral premido pelo anel peristáltico é lançada de volta → o movimento do anel 
constritivo peristáltico, combinado com essa ação de ejeção retrógrada, denominada “retro-pulsão”, é mecanismo de mistura, extremamente 
importante, no estômago. 
 
 O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas no antro gástrico → também promovem a ação de 
bombeamento, denominada “bomba pilórica” acarretando em um movimento de mistura do alimento nessa região. 
 
A velocidade/intensidade com que o estômago se esvazia é regulada por sinais tanto do estômago como do duodeno. Entretanto, os sinais do 
duodeno são bem mais potentes, controlando o esvaziamento do quimo para o duodeno. 
 
 Volume alimentar: 
Ocorre que a dilatação da parede gástrica desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam, bastante, a atividade da bomba pilórica e, ao 
mesmo tempo, inibem o piloro. 
Obs: a gastrina parece intensificar a atividade da bomba pilórica. 
 
Resumindo... O esvaziamento do estômago é controlado apenas, em grau moderado, por fatores como o grau de seu enchimento e o efeito 
excitatório da gastrina sobre o peristaltismo gástrico. É provável que o controle mais importante do esvaziamento resida em sinais de 
feedbackinibitórios do duodeno, incluindo reflexos nervosos enterogástricos de feedback inibitório e feedbackhormonal pela CCK. Esses 
mecanismos de feedbackinibitório, em conjunto, retardam o esvaziamento quando: 
 (1) já existe muito quimo no intestino delgado 
 (2) o quimo é excessivamente ácido, contém muita proteína ou gordura não processada, é hipotônico ou hipertônico, ou é irritativo. 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
17 Funções Secretoras do Trato Alimentar 
 
 Dessa maneira, a intensidade do esvaziamento gástrico é limitada à quantidade de quimo que o intestino delgado pode processar. 
 
Os movimentos do intestino delgado, como os de outros locais do trato gastrointestinal, podem ser divididos em contrações de mistura e 
contrações propulsivas porém todos os movimentos do intestino delgado causam, pelo menos, algum grau de mistura e de propulsão. 
 
CURIOSIDADE ...As contrações de segmentação ficam extremamente fracas, quando a atividade 
excitatória do sistema nervoso entérico é bloqueada pelo fármaco atropina. Assim, muito embora sejam 
as ondas lentas, no próprio músculo liso, que causam as contrações de segmentação, essas contrações 
não são efetivas sem a excitação de fundo do plexo nervoso mioentérico. 
 
Movimetnos propulsivos: 
A gastrina, a CCK, a insulina, a motilina e a serotonina, que intensificam a motilidade intestinal e que são 
secretados em diversas fases do processamento alimentar. Por outro lado, a secretina e o glucagon 
inibem a motilidade do intestino delgado. 
 
Ao chegar à válvula ileocecal, o quimo, por vezes, fica aí retido por várias horas, até que a pessoa faça outra refeição; nesse momento, o reflexo 
gastroileal intensifica o peristaltismo no íleo e força o quimo remanescente a passar pela válvula ileocecal para o ceco do intestino grosso. 
Entretanto, imediatamente após a refeição, o reflexo gastroileal intensifica o peristaltismo no íleo e lança o conteúdo ileal no ceco. 
A principal função da válvula ileocecal é a de evitar o refluxo do conteúdo fecal do cólon para o intestino delgado. 
 
Movimentos do colon 
 
A metade proximal do cólon, mostrada está envolvida, 
principalmente, na absorção, e a metade distai, no 
armazenamento; 
 
Movimentos de Mistura —"Haustrações". Da mesma 
maneira que os movimentos de segmentação ocorrem no 
intestino delgado, grandes constrições circulares 
ocorrem no intestino grosso; 
Ao mesmo tempo, o músculo longitudinal do cólon, que se 
reúne em três faixas longitudinais, denominadas tênias 
cólicas, se contrai. 
Assim, o material fecal no intestino grosso é lentamente 
revolvido 
 
Movimentos Propulsivos — “Movimentos de Massa”. Grande parte da propulsão no ceco e no cólon ascendente resulta de contrações haustrais 
lentas, mas persistentes; 
O aparecimento dos movimentosde massa depois das refeições é facilitado por reflexos gastrocólicos 
e duodenocólicos.→ 
Esses reflexos resultam da distensão do estômago e do duodeno. 
 
 A irritação do cólon também pode iniciar intensos movimentos de massa. Por exemplo, a pessoa 
acometida por condição ulcerativa da mucosa do cólon (colite ulce-rativa), com frequência. 
 
3. Defecação, 
Surge a vontade de defecar, com a contração reflexa do reto e o relaxamento dos esfíncte-res anais. 
A passagem de material fecal pelo ânus é evitada pela constrição tônica dos: 
 
 (1) esfíncter anal interno, espesso músculo liso com vários centímetros de comprimento na região do 
ânus 
 (2) esfíncter anal externo, composto por músculo estriado voluntário que circunda o esfíncter interno e se estende distalmente a ele → À medida 
que a onda peristáltica se aproxima do ânus, o esfíncter anal internos e relaxa, por sinais inibidores do plexo mioentérico; se o esfíncter anal 
externoestiver relaxado consciente e voluntariamente, ocorre a defecação 
 
Reflexos duodenocólicos, gastrocólicos, gastroileais, enterogástricos e de defecação (de distensão) 
 
FUNÇÕES SECRETORAS DO TRATO ALIMENTAR 
 
Glândulas secretoras: enzimas digestivas e muco para lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar 
Tipos Anatômicos de Glândulas: 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
18 Funções Secretoras do Trato Alimentar 
1. glândulas mucosas /células caliciformes: na superfície do epitélio de grande parte do trato gastrointestina. 
 
2. Depressões: representam invagina-ções do epitélio na submucosa. 
Ex: No intestino delgado, essas invaginações, denominadas criptas de Lieberkühn,são profundas e contêm células secretoras especializadas. 
3. Glândulas tubulares: No estômago e no duodeno superior 
 
 Ex: Secretora de ácido e de pepsinogênio no estômago (glândula oxíntica). 
4. glândulas complexas: associadas ao trato alimentar — as glândulas salivares, o pâncrease o fígado—, que produzem secreções para a 
digestão e emulsificação dos alimentos. 
 
Parte desse efeito local, em especial a secreção de muco pelas células mucosas, resulta da estimulação por contato direto das células 
glandulares superficiais com o alimento 
Além disso, a estimulação epitelial local também ativa o sistema nervoso entérico da parede do trato intestinal. 
Os tipos de estímulos que o fazem são: 
(1) estimulação tátil 
(2) irritação química 
(3) distensão da parede do trato gastrointestinal. 
Na porção distal do intestino grosso, inervado por nervos parassimpáticos pélvicos. A secreção, do restante do intestino delgado e dos primeiros 
dois terços do intestino grosso, ocorre, basicamente, em resposta a estímulos neurais locais e hormonais, em cada segmento do intestino. 
 
Secreção pelas céls glandulares: 
 O sinal de controle, primeiro, aumenta a permeabilidade da membrana celular aos íons cálcio e o 
cálcio entra na célula. O aumento da concentração de cálcio faz com que muitas das vesículas se 
fundam com a membrana apical da célula, abrindo-se para o exterior e liberando o conteúdo; esse 
processo é chamado de exocitose. 
 
 A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína: 
 (1) a secreção serosa: contendo ptialina (uma a-amilase), que é uma enzima para a digestão de amido 
 (2) a secreção mucos: contendo mucina, para lubrificar e proteger as superfícies. 
 
A salivação pode também ser estimulada, ou inibida, por sinais nervosos que chegam aos núcleos 
salivatórios provenientes dos centros superiores do sistema nervoso central, ou, ainda, em resposta a reflexos que se originam no estômago e na 
parte superior do intestino delgado 
 
A mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas tubulares: glândulas oxínticas (também denominadas glândulas gástricas) e glândulas 
pilóricas. 
1. As glândulas oxínticas (formadoras de ácido) secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco. 
2. As glândulas pilóricas secretam, principalmente, muco para proteger a mucosa pilórica do ácido gástrico. Também secretam o hormônio 
gastrina 
 
Secreções das Glândulas Oxínticas (Gástricas) 
(1) células mucosas do cólon, que secretam, basicamente, muco 
(2) células pépticas (ou principais), que secretam grandes quantidades de 
pepsinogênio 
(3) células parietais (ou oxínticas), que secretam ácido clorídrico e o fator intrínseco 
 
 
 
 
 
 
 
 O pepsinogênio não tem atividade digestiva. Entretanto, assim que entra em 
contato com o ácido clorídrico, o pepsinogênio é clivado para formar pepsina ativa. 
 As enzimas digestivas pancreáticas são secretadas pelos ácinos pancreáticos, e grandes volumes de solução de bicarbonato de sódio são 
secretados pelos ductos pequenos e maiores que começam nos ácinos. 
 
O produto combinado de enzimas e bicarbonato de sódio flui, então, pelo longo dueto pancreático, que, normalmente, drena para o dueto 
hepático, imediatamente, antes de se esvaziar no duodeno pela papila de Vater, envolta pelo esfíncter de Oddi. 
 
-A acetilcolina, liberada pela estimulação parassimpática, excita a secreção de pepsinogênio pelas células 
pépticas, de ácido clorídrico pelas células parietais, e de muco pelas células da mucosa. Em comparação, a 
gastrina e a histamina liberada pelas células semelhantes às enterocromafins (células ECL) estimulam, 
fortemente, a secreção de ácido pelas células parietais, mas têm pouco efeito sobre as outras células. 
 
 
 GIULIA GABRIELLY 
 
19 Funções Secretoras do Trato Alimentar 
 
O pâncreas secreta ainda insulina, mas essa não é secretada pelo mesmo tecido pancreático que secreta o suco pancreático. Em vez disso, o 
hormônio é secretado para o sangue—não para o intestino —pelas ilhotas de Langherans, dispersas por todo o pâncreas. 
 
 As mais importantes das enzimas pancreáticas, na digestão de proteínas, são a tripsina,a quimotripsinae a carboxipolipeptidase. A mais 
abundante é a tripsina. 
 
 A enzima pancreática para a digestão de carboidratos é a amilase pancreática, que hidrolisa amidos, glicogênio e outros carboidratos 
(exceto celulose), para formar, principalmente, dissacarídeos e alguns trissacarídeos. 
 
 As principais enzimas para digestão das gorduras são: 
(1) a lipase pancreática, capaz de hidrolisar gorduras neutras a ácidos graxos e monoglicerídeos; 
(2) a coleste-rol esterase, que hidrolisa ésteres de colesterol; 
(3) a fos-folipase, que cliva os ácidos graxos dos fosfolipídios. 
 
Quando sintetizadas nas células pancreáticas, as enzimas digestivas proteolíticas estão em formas 
inativas tripsinogênio, quimotripsinogênio e procarboxipolipeptidase, que estão todas 
enzimaticamente inativas → são ativadas... 
 
O tripsinogênio é ativado pela enzima denominada enterocinase, secretada pela mucosa intestinal, 
quando o quimo entra em contato com a mucosa. Além disso, o tripsinogênio pode ser ativado, 
autocataliticamente, pela própria tripsina já formada. 
O quimotripsinogênio é ativado pela tripsina, para formar quimotripsina, e a pro-carboxipolipetidase é ativada de maneira semelhante. 
 a tripsina e as outras enzimas poderiam digerir o próprio pâncreas. Felizmente, as mesmas células que secretam enzimasproteolíticas, no 
ácino do pâncreas, secretam, simultaneamente, outra substância, denominada inibidor de tripsina. 
 
 O movimento global de íons sódio e bicarbonato do sangue para o lúmen do dueto cria gradiente de pressão osmótica que causa fluxo de água 
também para o dueto pancreático, formando, assim, solução de bicarbonato quase isosmótica. 
 Também secretados ou excretados, em grandes concentrações, são a bilirrubina, o colesterol, a lecitina e os eletrólitos usuais do plasma 
 
 Os dois primeiros desses estímulos, acetilcolina e colecistocinina, estimulam as células acinares do pâncreas, levando à produção de grande 
quantidade de enzimas digestivas pancreáticas que são armazenados já que produz pouca agua junto 
 Secretina, em contrapartida,

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