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ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL INTRODUÇÃO ▪ A realização do pré-natal representa papel fundamental em termos de prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. (OMS 2010) ▪ Objetivo: verificar se o feto vai se desenvolver de forma saudável e a redução de risco de morte na gestante. ▪ O processo de elaboração destas recomendações sobre os CPN tem sublinhado a importância de estabelecer uma comunicação efetiva com as mulheres grávidas acerca de questões fisiológicas, biomédicas, comportamentais e socioculturais e de um apoio respeitoso e efetivo, incluindo seus aspectos sociais, culturais, emocionais e psicológicos. Estas funções de comunicação e apoio aos CPN são essenciais não só para salvar vidas, mas também para melhorar a vida, a utilização dos cuidados de saúde e a qualidade. (OMS 2016) ▪ Morte materna: 95% dos casos evitáveis durante o atendimento pré-natal ou durante atendimento no hospital ▪ Meta: 35/100000 ▪ Óbito materno: morte que ocorre durante a gestação, parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação (near miss: mulher que QUASE morreu nessa situação → estratégia da OMS para avaliar a qualidade de atenção à saúde) SINTOMAS: DE PRESUNÇÃO: ▪ Náusea e vômitos ▪ Aumento do volume mamário e da sensibilidade ▪ Polaciúria e nictúria ▪ Mudanças de apetite ▪ Fadiga, tontura, sialorréia e constipação ▪ Amenorreia ▪ Tubérculos de Montgomery, sinal de Hunter e rede venosa de Haller ▪ Sinal de Chadwink ▪ Alterações cutâneas: estrias (arroxeadas/avermelhadas são mais recentes), hiperpigmentação (cloasma e linha nigra) DE PROBABILIDADE: ▪ Sinal de Hegar ▪ Sinal de Nobile-Budin: presença de abaulamento do fundo do saco ▪ Consistência cervical amolecida ▪ Aumento do volume abdominal DE CERTEZA: ▪ Ausculta de BCF ▪ Sinal de Puzos ▪ Percepção de movimentos e partes fetais pelo examinador DIAGNÓSTICO CLÍNICO ▪ Alterações genitais externos ▪ Sinal de Jacquemier ou Chadwick: coloração violácea da vulva ▪ Sinal de Kluge: coloração violácea da mucosa vaginal e do colo do útero ▪ Sinal de Osiander: percepção, ao toque, do pulso arterial nos fundos de saco laterais e posterior da vagina (devido aumento da vascularização da artéria vaginal) ▪ Colo do útero com consistência amolecida DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ▪ Detecção de B-HCG urinário ou sérico ▪ HCG é produzido pelo trofoblasto, aparece na circulação pouco após a implantação trofoblástica ▪ Detectável em 8-9 dias após ovulação ▪ Sensibilidade dos testes de farmácia é de aproximadamente 75% ▪ 14 semanas: menor valor encontrado de HCG ▪ Pico: em torno de 60 dias da gestação e depois começa a cair ▪ HCG dobra a cada 48-72h ▪ HCG seve para manter a função do corpo lúteo que é produzir estrogênio e progesterona. Quando a placenta começando sua função endócrina (produção hormonal; 14 semanas) → HCG começa a cair DIAGNÓSTICO ECOGRÁFICO ▪ Presença de saco gestacional a partir de 4 a 5 semanas ▪ Ideal pela via vaginal ▪ Via vaginal e abdominal: transdutor dentro da vagina: avaliação de órgãos dentro da pelve (antes de 11 semanas). Útero sai da pelve por volta da 11ª-12ª semana → melhor exame pela via abdominal ▪ Musculatura uterina – escuro → hipoecogenica ▪ Decídua (endométrio modificado) área mais clara → hiperecogenica ▪ Área preta/pretinho: saco gestacional → anecogenico (tem líquido, não volta eco) ▪ Através da medida do comprimento da cabeça até a nádega é possível calcular uma idade gestacional. Ex.: eu sei que a gravidez está com 6 semanas e 4 dias, pois o comprimento é de 7,2 mm ▪ Na imagem 1 – vesícula vitelínica (mede no máximo 5 mm) ▪ Todos esses são sinais que ela está gravida, tem embrião e ele está vivo ▪ Vejo ainda o músculo e a decídua certinha ▪ Gravidez de 8 semanas sem ter o batimento → pode ser morte ou erro de data (sempre pensar nessa possibilidade) ▪ Apenas com 6 semanas é que eu tenho batimento fetal ▪ Embrião de 6 semanas e 4 dias. No USG: gestação tópica. Pela DUM: 7 semanas e 2 dias. Idade gestacional pelo USG: 6 semanas e 4 dias. Obs.: a paciente só tem UMA data! Para que ela não fique confusa. O prof. usaria a data da última menstruação. Eu opto pela data do USG, quando o exame foi realizado até 10 semanas. Pois quanto mais tardio se faz o USG maior o erro do USG. Se for se basear no USG ele tem que ser precoce ROTEIRO DE CONSULTAS ▪ OMS: a publicação recomenda que mulheres grávidas tenham seu primeiro contato nas 12 primeiras semanas de gestação, com visitas subsequentes durante a 20ª, 26ª, 30ª, 34ª, 36ª, 38ª e 40ª semana de gestação. No mínimo 8 consultas ▪ Febrasgo: o acompanhamento pré-natal ideal, deve contemplar no mínimo 6 consultas. Em gestações de baixo risco, um número inferior de consultas pode não alterar os resultados perinatais. Após a primeira consulta e as orientações iniciais, os retornos deveem obedecer à padronização: 1ª consulta: captação precoce – preferência do primeiro trimestre. Ainda melhor se paciente começar as consultas antes mesmo de engravidar (3m antes) CARTÃO DA GESTANTE ▪ Deve ser preenchido adequadamente ▪ Ferramenta que o médico que atende no parto usa para ter conhecimento do caso que ele está recebendo ▪ Quanto mais eu anotar melhor o atendimento que a grávida vai ter no momento do parto ANAMNESE ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: ▪ Cálculo da Idade Gestacional (IG): − Data da última menstruação (DUM): cerca de 50% não se lembram, pois engravidaram inesperadamente ou possuem ciclos irreguralres − Data esperada do parto (DEP) − Regra de Naegele: gestação = 9 meses + 7 dias → ao dia eu somo 7 e ao mês 9 meses Ex: DUM 20/10/19 DEP: 27/07/2020 Ex. DUM 17/01/2020 DEP: 24/20/2020 Ex: DUM 28/10/19 DEP 04/08/2020 CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL PELO USG: ERRO DA DATAÇÃO PELO USG: ▪ 6-10 semanas: 3-5 dias ▪ 11-24 semanas: 7 dias ▪ 25-30 semanas: 14 dias ▪ 31-41 semanas: 14-30 dias SEMIOLOGIA OBSTÉTRICA: ▪ Controle da pressão arterial (maior causa de morte na região sul e sudeste do Brasil) + peso + estatura + IMC ▪ Mensuração da altura uterina → nos mostra se o feto está crescendo de forma adequada ou não (interfere tumor, quantidade de líquido amniótico, obesidade etc.) − Mão direita no bordo superior da sínfise púbica e com a mão esquerda (fita entre dedo médio e indicador) palpar com a face cubital o fundo do útero ▪ Mensuração da circunferência abdominal: avalia quantidade de líquido amniótico ▪ Palpação obstétrica – manobras de Leopold – Zweifel: palpação de fundo Fundo, dorso, cabeça insinuada ou não e a exploração da escava ▪ Ausculta dos batimentos cardíacos fetais: ausculta com o sonar a partir de 12 semanas e com estetoscópio de pinar por volta de 20 semanas EXAME GINECOLÓGICO ▪ Mamas: principalmente na 1ª consulta ▪ Especular: verificar se há alteração/infecção vaginal ▪ Toque vaginal: no início para saber se está gravida e depois para ver se polo uterino exibe modificações que podem sugerir parto prematuro (principalmente a partir da 30ª semana de gestação). A partir da 37ª semana, o toque é obrigatório para ver se a gestação está chegando próxima ao fim (detectar modificações). − Primigestas: pelo menos 2 semanas antes do parto, a cabeça do bebê se insinua e tem-se esvaecimento/afilamento e anteriorização do colo uterino CONSULTA DE PRÉ-NATAL CONDIÇÕES FETAIS: ▪ Batimento cardíaco fetal e sua frequência ▪ Movimentação fetal: primigesta sabe identificar com 20 semanas, multípara com 12 semanas → médico 20 semanas ▪ Crescimento fetal (altura uterina) ▪ Quantidade de líquido amniótico (palpação das partes fetais) ▪ Apresentação e situaçãofetal CONDIÇÃO MATERNAS: ▪ Pressão arterial ▪ Peso e ganho ponderal ▪ Edema ▪ Contração uterina ▪ Sangramento, perdas de líquido ▪ Toque vaginal RECOMENDAÇÃO OMS (2013) – ÁCIDO FÓLICO ▪ Consultas de pré natal: Um mês antes de engravidar eu mantenho o ácido fólico até 12 a 14 semanas (reduz risco de malformação do tubo neural principalmente. Dose 0,4 mg - no posto só tem de 5 mg). A partir de 12 semanas eu prescrevo ferro até o fim da gravidez (40mg). No fim da gravidez a paciente sangra muito por isso tem que ter reserva boa e não deve ficar anêmica − Se a paciente tiver anemia eu dobro a concentração do Fe (ao invés de 40 dou 80) ▪ Parto Normal: perda de sangue de 0,5 litro ▪ Parto Cesária: 1 litro de sangue é perdido ▪ Baixo risco: iniciar um mês antes da gravide e ir até o 3º mês → 0,4mg ▪ Gestação de risco: 4 mg Obs.: no nosso posto só tem 5mg EXAMES DO PRIMEIRO TRIMESTRE ▪ Tipagem sanguínea do casal (e se mulher RH- pedir dos filhos) − Mãe Rh- e pai + → avaliar o teste de Coombs mensamente até o fim da gravidez ▪ Hemograma completo ▪ Glicemia de Jejum ▪ Urina I com urocultura/antibiograma ▪ Sorologias para rubéola, toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus, hepatite B, Hepatite C e HIV – teste rápido do posto ▪ TSH e T4 livre: paciente pode ser hipotireoidea subclínica, até 12 semanas feto precisa da tiroxina materna → importante na formação cognitiva ▪ Protoparasitológico de fezes ▪ Colpocitologia (papanicolau): não tem problema sangrar um pouquinho. Pode fazer papa na gestante ▪ USG morfológico de primeiro trimestre + USG para verificar quantos fetos tem, se a gravidez é ectópica, se é única, se a idade é compatível ▪ Eletroforese de Hb em pH alcalino: rastreio de hemoglobinopatias EXAMES DO SEGUNDO TRIMESTRE ▪ Hemograma completo ▪ Teste de tolerância oral a glicose (TTOG) de 75g, se glicemia de jejum < 92 ▪ Sorologias: suscetíveis ▪ Urina I com urocultura/antibiograma ▪ Morfológico de 2 T: 20-24 semanas ▪ ECO: 24-28 semanas Obs. Ultrassonografia morfológica de 2º trimestre e avaliação do colo por via vaginal com a bexiga vazia → importante, pois, pelo menos metade das pacientes que entram em trabalho de parto estão engravidando pela primeira vez e nunca fizeram avaliação. Ver se tem risco para parto prematuro. EXAMES DO TERCEIRO TRIMESTRE ▪ Hemograma completo; ▪ Sorologias: sífilis, toxoplasmose, hepatite B e HIV ▪ Urina I com urocultura/antibiograma ▪ Cultura seletiva para estreptococo hemolítico de introito vaginal e perianal (35-37 semanas) ▪ USG obstétrico com Dopplerfluxometria colorida s/n ▪ Ecocardiografia fetal: pacientes de risco ▪ Cardiotocografia basal: pacientes de risco ▪ Para avaliar o peso: Curva de Atalah, 1997 → usada na região latino-americana que compara peso e semana gestacional ▪ CLAP → usada na região latino-americana: altura uterina e idade gestacional − Acima de percentil 90 → pode ser macrossomia − Abaixo de 10 → restrição de crescimento Ex.: Gemelaridade pode ser causa de altura uterina acentuada. Perda de líquido pode estar associada a redução da altura uterina Ex.: erro de data VACINAS ▪ dTpa a partir de 20 semanas ▪ Hepatite B: Verificar se tem vacina de Hepatite B (talvez tenha feito, mas não esteja imunizada). Por isso pode acrescentar anti-HBs se tiver dúvida ▪ Influenza ▪ Tríplice bacteriana acelular (Dtpa) ▪ Difteria e tétano SITUAÇÕES ESPECIAIS: ▪ Hepatite A ▪ Pneumoccocia ▪ Meningococias ACWy e menincococciga b → depden do riso de ter essa doença meningocicoca ▪ Febre amarela: quando o risco de ter a febre for a maior que o risco da vacina na gravidez VACINAS CONTRAINDICADAS: FÁRMACOS DURANTE A GESTAÇÃO EPIDEMIOLOGIA ▪ Menos de um quarto das gestantes realizou exame físico apropriado e pouco mais da metade receberam todas as orientações preconizadas ▪ Os exames de mama, ginecológico e da cavidade oral foram ofertados a cerca de 50% das gestantes ▪ Em relação ao fornecimento de orientações, tais ações não implicam custos para o SUS, sendo unicamente dependentes das atitudes dos profissionais (reduz custo) Tempo de duração de gravidez: 37-42 semanas
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