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RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM SAÚDE COLETIVA 2021

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Graduação em Nutrição
Maria Elizabeth Alves Gonçalves
RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM SAÚDE COLETIVA
Belo Horizonte
2021
Maria Elizabeth Alves Gonçalves
RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM SAÚDE COLETIVA
Relatório apresentado à disciplina Estágio Obrigatório em Saúde Coletiva, do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Orientadora: Profa. Dra. Tatiana Resende Prado Rangel de Oliveira
	
Belo Horizonte
2021
LISTA DE SIGLAS
SUS 		Sistema Único de Saúde
Nasf 		Núcleo de Apoio à Saúde da Família
UBS 		Unidade Básica de Saúde
APS 		Atenção Primária à Saúde 
IVS		Índice de Vulnerabilidade da Saúde
eSF 		Equipe de Saúde da Família
CEREST 	Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
CERSAM 	Centro de Referência em Saúde Mental 
CEM 		Centro de Especialidades Médicas 
CAC 		Centro de Apoio Comunitário
ACS 		Agente Comunitário de Saúde
PICS 		Práticas Integrativas e Complementares 
SUMÁRIO
1 	INTRODUÇÃO	4
2 	APRESENTAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO	6
3 	DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES	9
4 	CONCLUSÕES	14
	REFERÊNCIAS	15
1 INTRODUÇÃO
De acordo com o documento ABC do SUS: Doutrinas e Princípios, o Sistema Único de Saúde (SUS) “é uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988.” (BRASIL, 1990, p. 4). O SUS foi criado devido à absoluta inadequação do sistema de saúde, que era uma concordância unânime da sociedade. O sistema segue três princípios doutrinários: universalidade, equidade e integralidade. Também existem cinco princípios que regem a sua organização: regionalização e hierarquização, resolubilidade, descentralização, participação dos cidadãos e complementariedade do setor privado. O SUS desenvolve ações de promoção, de proteção e de recuperação da saúde.
Uma estratégia promissora para combater os problemas de saúde que acometem a população é a promoção da saúde, que tem a Carta de Ottawa como um dos documentos fundadores da definição (BUSS et al., 2020). As ações de promoção e proteção da saúde “visam à redução de fatores de risco, que constituem ameaça à saúde das pessoas, podendo provocar-lhes incapacidades e doenças.” (BRASIL, 1990, p. 9). “A promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde [...]” (BRASIL, 2012, p.19) estão inclusas na série de ações de saúde individuais e coletivas que caracterizam a atenção primária à saúde, que objetiva desenvolver uma atenção integral que possam afetar a saúde e a autonomia das pessoas e os seus determinantes e condicionantes de saúde da comunidade (BRASIL, 2012).
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasfs) foram criados mediante a Portaria nº 154, de 24 de janeiro de 2008 republicada em 4 de março de 2008, pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de expandir o potencial de resolução da maioria dos problemas de saúde dos indivíduos na atenção primária. De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 39, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família:
[...] são equipes multiprofissionais, compostas por profissionais de diferentes profissões ou especialidades, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de Saúde da Família e das equipes de Atenção Básica para populações específicas (Consultórios na Rua, equipes ribeirinhas e fluviais), compartilhando práticas e saberes em saúde com as equipes de referência apoiadas, buscando auxiliá-las no manejo ou resolução de problemas clínicos e sanitários, bem como agregando práticas, na atenção básica, que ampliem o seu escopo de ofertas. (BRASIL, 2014, p. 17).
Conforme o Ministério da Saúde (2010), “o nutricionista do Nasf, com apoio dos demais profissionais da respectiva equipe e em colaboração com as equipes de SF, deve elaborar, revisar, adaptar, padronizar e definir os protocolos de atenção nutricional, individual e coletiva [...] (BRASIL, 2010, p. 64), sempre de acordo com protocolos e norma técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e gestores de todas as esferas autônomas de governo (BRASIL, 2010). Além dessa, o Caderno de Atenção Básica nº 27 dispõe todas as possibilidades de atuação e as atribuições do nutricionista no Nasf.
De acordo com o Caderno de Atenção Básica nº 27, as áreas estratégicas que compõem o Nasf provocam ações que, embora seja específica de uma categoria profissional, podem e devem ser realizadas por profissionais do Nasf de outras especialidades. Por exemplo, na área de alimentação e nutrição, que é específica do nutricionista, e o que defini se a ação é do próprio nutricionista ou de outro profissional é a circunstância (BRASIL, 2010).
17
No dia 28 de janeiro de 2020, o Ministério da Saúde publicou a Nota Técnica n º 3/2020-DESF/SAPS/MS, que elimina a obrigatoriedade de vinculação das equipes multiprofissionais ao modelo do Nasf. Dessa forma, a composição das equipes é escolhida pelo gestor municipal de forma livre (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2020).
2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
O estágio da disciplina “Estágio Obrigatório em Saúde Coletiva” foi realizado no Centro de Saúde Carlos Renato Dias. Esse estágio correspondeu ao primeiro bloco dos três a serem realizados no oitavo período do curso de Nutrição, e ocorreu no período do dia 22 de fevereiro de 2021 ao dia 26 de março de 2021. A carga horária semanal é de aproximadamente 8 horas, totalizando 43 horas de estágio presencial durante todo o bloco. Os dias da semana e os turnos foram variados e definidos junto com a nutricionista do local. Nas primeiras 3 semanas, foram distribuídas 8 horas em 2 dias da semana, e a partir da quarta semana o estágio presencial foi suspenso pela Secretaria de Saúde de Belo Horizonte. A nutricionista orientadora do estágio se chama Laura Cordeiro Rodrigues e recentemente alterou sua carga horária total no Nasf para 40 horas semanais. 
A Unidade Básica de Saúde (UBS) está localizada no Barreiro de Baixo, bairro localizado no distrito sanitário Barreiro da cidade de Belo Horizonte (MG) e funciona de segunda à sexta, de 7:00 às 19:00. O gerente responsável pela unidade é o senhor Weberson Gonçalves, graduado em Enfermagem. 
Os serviços ofertados pela unidade são: acolhimento, acompanhamento da gestante e do bebê, consulta odontológica, escuta pela equipe, vacinação, consultas, curativos, farmácia, grupos operativos, visitas domiciliares, controle de vetores, grupos de educação em saúde, dispensação de preservativos e contraceptivos, enfermagem, exame preventivo, entre outros serviços que são oferecidos na Atenção Primária à Saúde (APS). Os serviços mais procurados são consultas, principalmente para renovação de receitas, e o exame eletrocardiograma. Das especialidades do Nasf, as mais procuradas são a nutrição, a psicologia e a assistência social. As consultas especializadas com maior demanda são oftalmologia e ortopedia, e de exames realizados fora da unidade são a mamografia, principalmente no período da campanha “outubro rosa”, e o ecocardiograma. 
A região do Barreiro possui aproximadamente 300 mil habitantes, a unidade dispõe de cerca de 19 mil usuários cadastrados e realiza em média 600 atendimentos por dia. (BELO HORIZONTE, [2020]; BELO HORIZONTE, 2016). O Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS) do território é classificado como B, isto é, possui áreas de médio risco em seu entorno. A área de abrangência do Centro de Saúde possui uma maior população de idosos, portanto os principais problemas de saúde dos usuários da unidade são as doenças crônicas, como diabetes, sendo alguns descompensados. 
A unidade possui cinco equipes de Saúde da Família (eSF) e cada uma é representada por uma cor: amarela, verde, azul, laranja e vermelha, respectivamente. A maioria das equipes são compostas por um médico, um enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e de quatro a seis agentes comunitários de saúde. O Centro de Saúde possui duas equipesde saúde bucal. No período em que o estágio foi realizado, a equipe três (azul) estava sem um médico. 
Esse Centro de Saúde possui uma equipe Nasf que atende somente a sua unidade. A sua equipe Nasf conta com seis profissionais: uma terapeuta ocupacional, uma fisioterapeuta, um farmacêutico, uma psicóloga, uma nutricionista e uma fonoaudióloga. Os educadores físicos não fazem mais parte da equipe Nasf na unidade.
Próximo à UBS estão localizados outros serviços de saúde, como uma unidade do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST), o Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro, um Centro de Referência em Saúde Mental (CERSAM), um Centro de Especialidades Médicas (CEM), entre outros.
O Centro de Saúde Carlos Renato Dias está localizado próximo à área central do Barreiro de Baixo, na rua Pinheiro Chagas, número 252. A localização da unidade é de fácil acesso à população, porém está prevista uma mudança para outro local, que está com a obra em andamento, próximo ao Restaurante Popular IV – Dom Mauro Bastos, que fica aproximadamente 1,5 km de distância da localização atual. 
Existe uma variedade muito grande de linhas de ônibus que possuem pontos em ruas próximas da UBS. Segundo os aplicativos de celular Maps e Moovit, são mais de 20 linhas disponíveis. Com a mudança, a unidade continuará sendo de fácil acesso, pois a variedade de linhas de ônibus continua grande, além de que estará próxima da Estação Barreiro.
É possível observar que a estrutura do Centro de Saúde é antiga e extensa, porém alguns consultórios são pequenos e não há quantidade suficiente para todos os profissionais. Há no mesmo terreno da unidade o Centro de Apoio Comunitário (CAC) Barreiro, onde acontece a vacinação contra a Covid-19 e onde se localiza o salão multiuso, no qual ocorrem reuniões e confraternizações. Também se encontra no CAC o Centro de Convivência Barreiro, para pessoas com sofrimento mental, e um espaço onde ocorrem grupos de convivência da terceira idade.
No dia 03 de março de 2021 havia aproximadamente 23 pessoas na sala de espera principal, e 6 pessoas na sala de espera para as consultas especializadas. A maioria dos pacientes não faziam nada enquanto esperavam, alguns usavam o celular, e poucos estavam conversando.
A unidade dispõe de diversos cartazes, sendo a alguns com orientações para a prevenção de doenças como a Covid-19 e doenças cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti. Além disso, alguns cartazes ajudam na identificação de doenças informando os sintomas, como a hanseníase e o sarampo. Há também um cartaz sobre a importância da realização do exame preventivo para evitar o câncer do colo de útero. São diversos cartazes informativos sobre doenças, a maioria representando sua respectiva data comemorativa, como o dia mundial do rim. Avisos sobre horários de atendimento de setores, orientações de silêncio e de cadeiras reservadas para pacientes da consulta especializada também foram observados.
Na entrada para a sala de espera, um técnico de enfermagem orienta as pessoas, podendo encaminhar para o acolhimento da sua respectiva equipe, sendo que cada dia da semana é reservado para uma equipe. Segundo o Ministério da Saúde (2010), o acolhimento é identificado “como uma ação de triagem administrativa e repasse de encaminhamentos para serviços especializados.” (BRASIL, 2010, p.13). Além disso, os pacientes com sintomas de síndrome gripal são encaminhados para uma área separada e atendidos por um médico que está responsável pelos pacientes com suspeita de Covid-19.
3 DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
No dia 03 de março de 2021 ocorreu uma atividade coletiva presencial, que acontece todas as semanas com a nutricionista e a com psicóloga da unidade, que revezam a cada semana o comando do grupo. A atividade tem como objetivo o cuidado com a saúde do trabalhador, focado principalmente no Agente Comunitário de Saúde (ACS) e deve ser lançada no sistema da prefeitura de Belo Horizonte. 
A nutricionista definiu a prática como uma roda de conversa sobre autocuidado com dicas de relaxamento como escalda-pés e automassagem. O tema foi escolhido observando a demanda do público-alvo, mas sempre são aceitas sugestões dos participantes. O local de realização foi a sala de reunião do Centro de Saúde, das 8:00 às 9:00, no início do expediente das ACSs, que são o público-alvo. Esse horário foi escolhido porque, segundo a nutricionista, antes era marcado num horário em que as ACSs já tinham saído da unidade para fazerem as visitas, então dificilmente elas voltavam à UBS para participar da atividade, o que causava absenteísmo. A roda de conversa durou aproximadamente uma hora.
	Compareceram à roda de conversa 12 ACSs, sendo que todas estavam realizando tarefas do trabalho enquanto participavam, e algumas permaneceram em seus postos de trabalho, utilizando computadores. A nutricionista foi a única profissional envolvida nesse encontro. 
	A roda de conversa foi iniciada com perguntas sobre autocuidado para as participantes, incentivando a participação de todas e a reflexão sobre o tema. Houveram informações sobre autocuidado e sua importância para a promoção da saúde e tratamento de doenças. Foram dadas orientações sobre a técnica do escalda-pés, aromaterapia e automassagem. Também foi discutida a prática da reflexologia, e um pouco sobre a medicina tradicional chinesa e indiana (Ayurveda). A nutricionista Laura levou algumas amostras de óleos essenciais para exemplificar e pontuou os benefícios. Além dos óleos, foram citados os chás de erva-doce e de camomila, a calêndula, a lavanda, o sal grosso, a casca de laranja e o sal grosso como auxiliares no escalda-pés. 
	Foram mencionadas como uma importante forma de acesso ao autocuidado as Práticas Integrativas e Complementares (PICS). De acordo com o Ministério da Saúde ([2021]), as PICS “são tratamentos que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para prevenir diversas doenças [...]” (BRASIL, [2021]). As PICS são oferecidas à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) de forma integral e gratuita, com quase 30 procedimentos disponíveis (BRASIL, [2021]). 
	Houve uma participação significativa das ACSs mesmo que estavam realizando o trabalho ao mesmo tempo que participavam da roda de conversa. Além disso, foi possível observar que todas demonstraram muito interesse no tema, expondo experiências pessoais e questionando qualquer dúvida ou curiosidade em relação ao assunto. A nutricionista apresentou muito bem o tema, evidenciando os benefícios do autocuidado, o que estimulou ainda mais a participação e a atenção das participantes. A possibilidade de as funcionárias aplicarem o conhecimento sobre o autocuidado em suas rotinas diárias é grande. 
	No mesmo dia, após a atividade coletiva, a nutricionista realizou o telemonitoramento de pacientes da unidade que estavam com sintomas de síndrome gripal. É preenchida uma planilha compartilhada de monitoramento de casos de infecção por vírus respiratório incluindo o Covid-19, classificados do CID 10-J00 ao CID 10-J22, com os pacientes que são atendidos pelos técnicos de enfermagem na UBS e possuem algum sintoma de síndrome gripal. Na planilha, são anotados os dados dos pacientes, a data de início dos sintomas, quais os sintomas apresentados, se o paciente é do grupo de risco e outras informações pertinentes para o monitoramento. Os pacientes que não são classificados como grupo de risco não se encaixam no critério para monitoramento.
A nutricionista ou a terapeuta ocupacional ligam para os pacientes que são do grupo de risco a cada 48 horas por 10 dias para perguntar como estão se sentindo, quais os sintomas, e dão orientações sobre os cuidados a serem tomados. Após os 10 dias, se o paciente ficar 72 horas sem sintomas, o monitoramento é encerrado. No dia 03 de março de 2021, a nutricionista ligou para 7 pacientes.
	No dia 05 de março de 2021, às 14:00, ocorreu a primeira reunião de matriciamento do estágio presencial. A reunião aconteceu no salão multiuso do Centro Comunitário Barreiro. Dez pessoascompareceram à reunião, sendo 6 ACSs e 4 profissionais da equipe Nasf: nutricionista, fonoaudióloga, fisioterapeuta e psicóloga. A terapeuta ocupacional estava de férias, por isso não participou da reunião. 
	De acordo com o Ministério da Saúde (2014), a reunião de matriciamento é destinada “à problematização, ao planejamento, à programação e à execução de ações colaborativas entre Nasf e equipes de AB.” (BRASIL, 2014, p. 51).
As reuniões de matriciamento acontecem toda sexta-feira à tarde, cada uma com uma eSF específica. A equipe vinculada à reunião foi a equipe azul (três), que estava sem médico. A fonoaudióloga Marina ficou responsável pela elaboração da ata de reunião, na qual foram registrados todos os assuntos e acontecimentos abordados. 
A reunião começou com a apresentação de um documento desenvolvido pelas nutricionistas da região do Barreiro, denominado “Classificação de risco para identificação e acompanhamento de usuários de acordo com a demanda para a categoria nutrição em situação de surto/epidemia de síndrome gripal e infecção pelo SARS-COV-2.” Ressalta-se que a classificação foi feita conforme as demandas locais, a organização da agenda e a situação epidemiológica da UBS. 
Há um quadro presente no documento, que é dividido em: modalidade de atendimento (atividade coletiva, atendimento compartilhado, atendimento individual e visita domiciliar), condições, as quais são descritas diversas possibilidades, e nível de prioridade, podendo ser baixa (marcação em até 3 meses), média (marcação em até 2 meses), alta (marcação em até 1 mês) e altíssima (marcação na data mais próxima). Algumas condições específicas estão classificadas nas modalidades de atendimento de atividade coletiva, que pode ser realizada à distância via internet devido à pandemia, de atendimento compartilhado ou de atendimento individual, conforme a disponibilidade de agenda, sem se encaixar em um critério para algum tipo de prioridade.
O documento foi criado com a finalidade de agilizar a reunião de matriciamento, evitando possíveis alterações nas marcações de consultas devido à pacientes com prioridades maiores. Dessa forma, as ACSs podem classificar os pacientes e apresentá-los na ordem de prioridade, da altíssima para a baixa. As ACSs precisam levar a todas as reuniões os prontuários dos usuários cujos casos serão discutidos.
As ACSs levaram uma grande demanda de pacientes para a Nutrição, sendo encaminhados pelos médicos mais de 10 pacientes, a maior demanda quando comparada às outras especialidades. Realizaram-se discussões de casos de pacientes, pontuando suas queixas, condição de saúde, características, razões para determinado encaminhamento e faltas ocorridas nas consultas. Também foram informados retornos agendados e foram feitos agendamentos, com base nas classificações de risco e necessidades. Além disso, foram discutidos temas relacionados aos casos de pacientes citados, e ações foram planejadas e programadas.
A reunião foi até às 16:00 aproximadamente, e depois a nutricionista atendeu uma paciente idosa e diabética, que foi uma exceção de agendamento no dia da reunião de matriciamento.
A reunião de matriciamento foi bastante produtiva, foi possível entender todo o funcionamento deste elemento estruturante do cronograma dos profissionais do Nasf. Todos os assuntos programados foram discutidos com excelência, não restando nenhuma pendência.
No período do estágio foram feitos atendimentos de 13 pacientes, sendo 4 (30,77%) homens e 9 (69,23%) mulheres. Destes pacientes, 6 (46,15%) eram idosos, 5 (38,46%) adultos, uma (7,69%) gestante e uma (7,69%) adolescente. Dos 13 atendimentos realizados, 10 (76,92%) eram retornos e 3 (23,08%) eram primeiras consultas. Dois pacientes não compareceram à consulta.
A primeira prática na UBS Carlos Renato Dias aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2021, no qual ocorreu apenas atendimentos individuais de três pacientes. No segundo dia de prática (23 de fevereiro de 2021) também ocorreram apenas atendimentos individuais do mesmo número de pacientes. Um dos pacientes atendidos no segundo dia tinha Síndrome de Down, então a sua mãe era a sua responsável e a pessoa que conversava e relatava todas as informações sobre o filho para a nutricionista.
Nos dias 8 e 9 de março de 2021 também houveram atendimentos individuais, compreendendo 4 pacientes na segunda-feira (8) e 2 pacientes na terça-feira (9). No dia 8, foi atendida uma paciente adolescente acompanhada com a mãe, que emitia muitas opiniões sobre a filha e interrompia a sua fala, muitas vezes desmentindo o que ela dizia e demonstrando nervosismo. A nutricionista teve que intervir solicitando à mãe que se acalmasse e permitisse que a filha respondesse por ela. A mãe foi considerada uma beneficiada pois ela também auxiliou com muitas informações sobre a rotina da adolescente e é a sua responsável legal. Ao final da consulta elas se mostraram satisfeitas e agradeceram à profissional e à estagiária pelo atendimento.
A nutricionista realiza o atendimento centrado no modelo de aconselhamento nutricional, sem a prescrição de dietas. É feito um plano alimentar em casos específicos, mas no geral são trabalhadas metas e orientações para os pacientes. Ela apresenta muitas características facilitadoras do seu trabalho, como experiência, capacidade de escuta, carisma e paciência. 
	Os pacientes eram acolhidos ao chegar e os atendimentos eram iniciados com a apresentação da nutricionista, que informava a sua formação, e apresentava a estagiária. Este momento de apresentação é importante para o estabelecimento de um vínculo com o paciente, que também tem o espaço para se apresentar. A nutricionista expressa atitudes que permitem o diálogo entre ela e o paciente, o que torna a experiência um encontro entre duas pessoas, comprovando que utiliza o “orientar”, estilo de “reposta de ação” descrito por Marle Alvarenga et al. (2015). É feita a pergunta de como pode ajudar o paciente, e uma reposta muito comum é que o médico encaminhou. A escuta com atenção, apreciação e reflexão/resumo também faz parte da consulta. 
A anamnese e evolução do paciente são preenchidas durante a consulta, com informações como as queixas do paciente, algumas informações pessoais, patologias apresentadas, medicamentos em uso, se é praticante de atividade física, se costuma “beliscar”, como está o funcionamento do intestino, qual o aspecto da urina, quantidade de água ingerida no dia, se consome álcool ou fuma, como é a qualidade do sono, se apresenta alguma restrição ou aversão alimentar, entre outros. A alimentação habitual é descrita com o máximo de detalhes possível, e é questionado ao paciente se muda a alimentação no fim de semana. Em alguns casos, o formulário com os marcadores de consumo alimentar é preenchido no sistema.
Os dados antropométricos mais comuns de serem aferidos, em geral, no consultório são: peso, altura, circunferência braquial, circunferência da panturrilha e circunferência da cintura. A aferição depende da faixa etária do paciente e também de outros fatores, como um paciente que coloca o peso como foco do tratamento, o que pode trazer sentimentos de culpa, fracasso e ansiedade caso não ocorra uma mudança significativa. Nesses casos, a nutricionista evita pesar o paciente em todas as consultas.
Foi elaborada uma apostila de atendimento para Ambulatórios de Nutrição no SUS (anexo A), que auxiliou na verificação dos quadros para realizar avaliação nutricional em todas as idades, na interpretação de exames laboratoriais e nas orientações nutricionais para as principais ocorrências encontradas no SUS. 
Após a realização dessas etapas, a nutricionista apresenta a conduta ao paciente, apontando metas e orientações específicas para o paciente. As metas evoluem com o tempo e são elaboradas junto ao paciente, sempre ouvindo as colaborações e questionando quais mudanças o paciente acha que deve fazer, como ele gostaria que fossem as metas, se tem dúvidas e etc., de forma que o paciente tenha abertura e a relação seja colaborativa. No final do atendimento, asmetas e orientações são entregues ao paciente, que tem o entendimento das metas que foram planejadas e não é criada nenhuma pressão para que o paciente cumpra as metas em um tempo determinado ou até a próxima consulta, deixando claro que o mais importante é que ele compareça às próximas consultas. 
Os atendimentos acrescentaram muito conhecimento, uma vez que foi a primeira experiência nessa trajetória universitária. O Centro de Saúde é um local onde são encontrados variados casos de pacientes, de casos simples até mesmo complexos, o que traz muita experiência para o graduando. A sessão de aconselhamento nutricional é uma ótima maneira de atender pacientes do SUS, além de gerar maior adesão ao tratamento e aumentar as chances de sucesso. A mudança comportamental é feita progressivamente e necessita de paciência, característica que alguns pacientes não têm. Porém, ao utilizar o modelo tradicional de tratamento nutricional, o comprometimento e a mudança de comportamento do paciente podem não ser garantia. Ao final do atendimento, é possível perceber a satisfação com o atendimento.
4 CONCLUSÕES
Fazer estágio no nível de atenção em saúde APS é uma excelente forma de conhecer de perto a realidade de grande parte da população de Belo Horizonte, além de adquirir mais interesse na Nutrição Social. O Centro de Saúde oferece grande experiência para qualquer discente que tiver a oportunidade de passar por essa área de estágio.
Mesmo com a carga horária em campo reduzida, foi possível adquirir muitos conhecimentos e vivenciar a realidade em que um nutricionista que trabalha na equipe Nasf está inserido. Os atendimentos ambulatoriais, o grupo focado na saúde do trabalhador e a reunião de matriciamento foram experiências essenciais para a formação como nutricionista.
A Nutrição tem grande importância no cenário da UBS, onde há um grande número de portadores de doenças crônicas e pouca informação sobre alimentação saudável, devido à maioria dos pacientes possuírem baixo grau de escolaridade. A grande demanda da Nutrição no Centro de Saúde mostra que a profissão está se tornando cada vez mais valorizada e ganhando mais espaço.
É perceptível a eficácia da Nutrição Comportamental na prática, pois torna as informações acessíveis a todos os públicos, desassocia o ato de comer à culpa e aumenta as chances da mudança de comportamento de forma permanente, além de diversos outros benefícios que puderam ser observados.
O Estágio Obrigatório em Saúde Coletiva é fundamental para viver diferentes realidades, situações e casos desafiadores de pacientes, experiências que talvez não seriam possíveis de presenciar se não houvesse essa oportunidade na formação. Além disso, o estágio auxilia na percepção no nutricionista como profissional da saúde. Por meio desta prática, foi possível entender todo funcionamento do trabalho de uma nutricionista do Nasf, o que irá auxiliar muito na atuação profissional. 
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Marle; VICENTE JR., Cezar. Habilidades de comunicação. In: ALVARENGA, Marle et al. (org.). Nutrição Comportamental. Barueri: Editora Manole, 2015. E-book. Disponível em: https://online.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520448830/. Acesso em: 05 mar. 2021.
BELO HORIZONTE, Prefeitura Municipal. Coordenadoria de atendimento regional barreiro. Belo Horizonte: PBH, [2020]. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/barreiro. Acesso em: 17 mar. 2021.
BELO HORIZONTE. Câmara Municipal. No Barreiro, vereadores pedem reposição em equipes desfalcadas do PSF. Belo Horizonte: CMBH, 2016. Disponível em: https://www.cmbh.mg.gov.br/comunica%C3%A7%C3%A3o/not%C3%ADcias/2016/03/no-barreiro-vereadores-pedem-reposi%C3%A7%C3%A3o-em-equipes-desfalcadas-do-psf. Acesso em: 11 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Práticas Integrativas e Complementares (PICS): quais são e para que servem. Brasília: Ministério da Saúde, [2021]. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/praticas-integrativas-e-complementares. Acesso em: 17 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Núcleo de Apoio à Saúde da Família. v. 1. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. (Cadernos de Atenção Básica, n. 39). Disponível em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTIxNg==. Acesso em: 24 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTE4OA==. Acesso em: 24 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. ABC do SUS: doutrinas e princípios. Brasília: Ministério da Saúde, 1990. Disponível em: https://farmacia.alegre.ufes.br/sites/farmacia.alegre.ufes.br/files/field/anexo/abc_do_sus_-_doutrinas_e_principios.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos de Atenção Básica, n. 27) (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponível em: https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTIwMw==. Acesso em: 24 fev. 2021.
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