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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (ÍZA) DO TRABALHO DA ____ VARA DO TRABALHO VARA DO TRABALHO DE CUIABÁ - MT Bruno Silva, Brasil, brasileiro, solteiro, CTPS 0010, identidade 0011, CPF 0012 e PIS 0013, filho de Valmor Silva e Helena Silva, nascido em 20.02.1990, domiciliado na Rua Oliveiras, 150 – Cuiabá – CEP 20000- 000, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio de sua procuradora ao final assinada, com endereço profissional na Rua Manoel Francisco, nº 00, Biguaçu - Santa Catarina, onde recebe notificações e intimações, nos termos do art. 840, § 1º da CLT, para propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Em face de Central de Legumes Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/SC sob o nº 00.000.000/0000-00, com sede na Rua das Acácias, 58 – Cuiabá – CEP 20000-010, pelas razões e direitos adiante aduzidos. 1. DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. O Reclamante não possui condições financeiras para arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, consoante se comprova com a inclusa declaração por este subscrita e se encontra desempregado. Assim, faz jus à concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos § 3º do artigo 790 da CLT. 2. DO CONTRATO DE TRABALHO O Reclamante foi contratado para laborar junto à empresa Central de Legumes Ltda, tendo sido admitido no dia 05.07.2011, no cargo de empacotador, na época tinha como remuneração o valor de R $1.300,00. Em 27.10.2020, houve a ruptura do contrato de trabalho, quando recebeu corretamente as verbas da extinção contratual. 3. DOS FATOS O Reclamante foi admitido na empresa Reclamada na data supra citada para exercer o cargo de empacotador, pois bem Excelência, tudo ocorria bem até a data de 30.11.2019 onde sofreu o acidente no trabalho na referida máquina onde praticava o labor, quando sua mão ficou presa no interior do equipamento. Ficando afastado pelo INSS, recebendo auxílio doença acidentário até 20.05.2020, quando retornou ao serviço. No acidente, sofreu amputação traumática de um dedo da mão esquerda e se submeteu a tratamento médico e psicológico. No retorno, tendo sido comprovada pelos peritos do INSS a perda de 20% da sua capacidade laborativa, foi readaptado a outra função. 4. DO DIREITO 4.1. RESPONSABILIDADE PELA ÓTICA SUBJETIVA A Constituição Federal vigente prevê a faculdade do trabalhador acidentado promover ação indenizatória contra o empregador em caso de culpa, mesmo que levíssima – art. 7º, inciso XXVIII, da CF, como também reparação por dano moral (art. 5º, V e X, da CF). In casu a culpa da ré, pois sujeita o Reclamante a trabalhar sem os mínimos cuidados ao cargo exercido de empacotar, expondo-a a grande pressão pelas grandes máquinas, e para surpresa, Excelência, a CIPA da empresa, convocada quando da ocorrência do acidente, verificou que a máquina havia sido alterada pela empresa, que retirou um dos componentes de segurança para que ela trabalhasse com maior rapidez e, assim, aumentasse a produtividade. Não podendo o Reclamante, no lugar de vítima da negligência da ré, sofrer com toda a dor física, moral e mental, ter que sofrer ainda com o dano financeiro, tendo em vista a situação supracitada, no que diz respeito aos pagamentos do seu tratamento médico e psicológico. Atualmente, o valor total gasto pelo Reclamante em despesas decorrentes do acidente totalizam R $2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) ao longo de todo o tratamento, conforme se pode conferir em anexo. Deste modo pela falha da ré, o Reclamante perdeu sua força laborativa, com deficiência no seu corpo que a impede e lhe transmite insegurança em tarefas mais elementares do dia a dia, como, por exemplo, dificuldade de digitação como costumava fazer digitação de trabalhos de conclusão de curso para universitários, perdendo sua “renda extra” que era em média R$200,00 (duzentos reais) por mês. Não bastasse todo transtorno sofrido por inconsequências da ré, excelência, o Reclamante foi demitido sem justa causa no dia 27.10.2020. Consoante com o art. 186 do Código Civil Brasileiro, estabelece que "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito''. No mesmo sentido a CLT, especificamente em seu art. 2° nos diz que "Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. Deste modo, Excelência, não nos resta dúvidas sobre a responsabilidade do Reclamado no caso em tela. 4.2. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS As dores suportadas pelo Reclamante em decorrência do acidente de trabalho certamente não se resumem aos denominados pequenos aborrecimentos cotidianos, indubitavelmente é cabível reparação por danos morais, uma vez que este visa compensar pelo sofrimento, passado, presente e futuro, suportado em decorrência do acidente. O cabimento de danos morais em caso de incapacidade temporária é amplamente reconhecido pelos Tribunais, valendo citar, a título de exemplo, julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho: RECURSO DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO. O EMPREGADO CHAMADO PARA AJUDAR NA DESCARGA DE CAMINHÃO. LESÃO DE LIGAMENTO. INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA. DANO MORAL. Verifica-se que o TRT manteve a condenação ao pagamento de indenização por dano moral com amparo nas provas dos autos que, segundo aquela Corte, demonstraram o dano, o nexo de causalidade e a culpa do empregador. Diante disso, para que esta Corte pudesse decidir de modo contrário, que não houve culpa da reclamada, seria necessário o reexame de fatos e provas; procedimento inviável, ante o óbice da Súmula nº 126 do TST. A incidência dessa súmula impede a análise da alegada violação de lei, bem como dos arestos colacionados. Recurso de revista de que não se conhece.[...] (TST - Processo: RR 14648020115090072 - Relator(a): Kátia Magalhães Arruda - Julgamento: 19/03/2014 - Órgão Julgador: 6ª Turma - Publicação: DEJT 21/03/2014) Acerca do valor devido, o Reclamante requer que seja arbitrado valor razoável por Vossa Excelência, considerando os parâmetros reconhecidos pela jurisprudência, levando em consideração o grau de culpa da Reclamada, que, no caso, foi grave é cabível, assim, uma condenação à título de danos morais o valor razoável, R$18.000,00 (dezoito mil reais). Conforme orienta a jurisprudência, os danos estéticos são independentes dos danos morais, entendimento que foi consolidado na Súmula 387 do E. Superior Tribunal de Justiça. No tocante ao dano estético em decorrência do acidente sofrido, o Reclamante sofreu dano estético, consistente de uma amputação do dedo da mão esquerda, que provoca imenso desconforto no Reclamante, uma vez que atinge sua estética. É consolidado como danos estéticos qualquer alteração morfológica permanente que cause um afeamento à vítima. São exemplos de dano estético a perda de partes do corpo como mãos e braços, ou mesmo cicatrizes e deformações, em razão de acidentes do trabalho. Deste modo o Reclamante pede a quantia de R$15.000,00 (quinze mil reais) referente ao dano estético sofrido pela negligência da Reclamada. 5. DOS PEDIDOS Ante o exposto, o Reclamante requerer a Vossa Excelência: a) Seja julgada procedente a presente ação para condenar a Reclamada a indenizá-lo: -no reembolso das despesas com os tratamentos clínicos e profissionais especializados já realizados, no valor de R$2.500,00, devidamente corrigidos desde os respectivos desembolsos, mais juros de 0,5% ao mês até a quitação; - a ressarcir por danos morais em virtude da lesão grave no valor de R$18.000,00 (dezoito mil reais); - o recebimento da indenização por danos estéticos, no valor estimado de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), nos termos do que exposto anteriormente; b) Arcará a Reclamada o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios no percentual de 20% sobre a condenação total acima apurada.c) Requer, ainda, que seja a Reclamada citada em seu endereço registrado, para, querendo, contestar, sob pena de revelia. d) Outrossim, requer o Reclamante o benefício da assistência judiciária, pois que é pobre no sentido legal, não tendo condições de arcar com as despesas e custas deste processo, sem que lhe acarretem impossibilidade da sobrevivência própria e de sua família. Valor da causa: R$ 35.500,00 (trinta e cinco mil e quinhentos reais) Nesses termos, Pede Provimento. Biguaçu, 18 de abril de 2021. __________________________
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