Buscar

TCC SOBRE BULLYNG

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 36 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE SÃO LUÍS
				Nome do Departamento
				Janaína Aparecida Zago Magno Costa 
					BULLYNG- Ameaças escondidas dentro e fora das escolas 
				JABOTICABAL 
				2017
				Janaína Aparecida Zago Magno Costa 
				BULLYNG 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à ............, como pré- requisito para obtenção parcial de créditos em...............sob orientação do prof.........................
Orientador:------------------------------------------------------
						JABOTICABAL 
						2017 
DEDICATÓRIA
À Deus, que nos criou e foi criativo nesta tarefa. Seu fôlego de vida em mim foi meu sustento e me deu coragem para questionar realidades e propor sempre um novo mundo de possibilidades.
 
AGRADECIMENTOS
	Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por te me proporcionado chegar até aqui. A minha família por toda dedicação e paciência contribuindo diretamente para que eu pudesse ter um caminho mais fácil e prazeroso durante esses anos.
	Agradeço aos professores e ao meu orientador Danilo que sempre tiveram dispostos a ajudar e contribuir para um melhor aprendizado. Agradeço também a instituição por ter me dado à chance e todas as ferramentas que permitiram chegar hoje ao final desse ciclo de maneira satisfatória.
EPIGRAFE 
Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou. (Albert Einstein)
SUMÁRIO 
RESUMO:
Vem este trabalho ter como objeto de estudo a investigação do conceito de bullying junto à família de crianças do ensino fundamental, cujo intuito foi de buscar e posterior elencar atitudes e propostas de parceria na construção da relação família e escola para a própria prevenção dessa ocorrência de bullying dentro e fora das escolas. Refletimos que é necessário saber o que a família sabe ou não sobre o bullying, para assim poder criar respostas e soluções adequadas criando uma real aproximação e oportunidade de diálogo partindo do compromisso de ouvir o que a família tem a dizer sobre tal fenômeno, bem como a própria escola. A pesquisa foi baseada numa revisão de literatura, sendo que para tal utilizou-se diversos artigos e livros sobre o tema em estudo e sobre a relação família e escola, chegando- se a conclusão de que todos conhecem o fenômeno, mas não sabem como reagir de forma correta.
Palavras-chave: Bullying - relação escola-família – concepções educativas
Abstract
Come this work have to study the research object of the concept of bullying by the family of elementary school children, whose purpose was to seek and later to list attitudes and partnership proposals to build family and school relationship for itself prevent this occurrence bullying within schools. We reflect that you must know what the family knows or not about bullying, so he could create answers and appropriate solutions creating a real opportunity to approach and dialogue starting from the commitment to listen to what the family has to say about this phenomenon and the school itself. The search began through literature review and subsequent field research. For review of the literature was used articles and books about bullying and about the relationship family and school, and the field research was conducted through a questionnaire given to teachers and students within a school teaching unit publishes at Ituverava in elementary school, as well as at a private school. The analysis of results was qualitative. And we came to the conclusion that everyone knows the phenomenon, but do not know how to react properly.
Keywords: bullying- school-family - educational concepts	
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa vem demonstrar a realização de uma investigação sobre o conceito bullying extraída de diversos artigos e livros sobre o tema, uma vez que é de extrema importância o conhecimento dessa ação, haja vista que escola e família acabam sendo responsáveis pela formação do próprio individuo. 
Nos estudos apresentados por diferentes autores, fica evidente no decorrer do trabalho a real necessidade dos professores virem se aprofundar mais no assunto, pois hoje há uma enorme necessidade de um entendimento maior sobre o assunto, para que prováveis encaminhamentos, atendimentos e procedimentos sejam realizados de forma correta e segura.
A legislação atual aborda que as escolas devem instituir programas preventivos, sendo um conjunto de ações que venham diminuir o problema buscando através de um incentivo a cultura, dentre essas ações, juntamente a capacitação de docentes e da equipe pedagógica para o diagnóstico, intervenção e encaminhamento de casos, formando uma equipe multiprofissional para estudos, como o envolvimento da comunidade escolar e pais.
Assim, ao estudar autores que abordam o tema com mais afinco, é na verdade uma contribuição de aproximação entre escola e família, no sentido de criar uma aproximação do assunto e condições para que sejam de fato evitadas.
O interesse pessoal pelo tema surgiu para a verificação de casos de bullyng dentro de escolas, o que gerou certa curiosidade, na averiguação de casos desse fenômeno e o porque dessa ocorrência.
Quanto aos objetivos específicos, estes têm como finalidade, compreender o fenômeno bullying: conceitos, histórico, como se desenvolve e suas consequências; investigar sua ocorrência dentro das escolas, investigar a relação família e escola, sobre a temática do bullying, procurando analisar o que pensa professores e alunos sobre este fenômeno e analisar qual o papel da família e da escola na prevenção do bullying. 
Além disso, vislumbra-se ao final a necessidade de pesquisas que relacionem o tema da família ao bullying, visto que poucos estudos existem no Brasil, estabelecendo essa conexão entre os dois temas. 
1- APRESENTAÇÃO DO TERMO BULLYING
	“Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso.” (Charles Chaplin)
Atualmente o que estamos vivenciando são momentos de violência em todos os segmentos sociais, logo, o bullying também é considerado um tipo de violência transformando- se em problema mundial, ao qual ocorre praticamente qualquer contexto onde as pessoas se interagem, tais como escolas públicas ou particulares, faculdade, família, local de trabalho e até mesmo entre vizinhos, era um termo pouco estudado no Brasil, mas que a partir da década de 1970 ganhou repercussão entre os estudiosos que se dedicaram a compreender o comportamento do individuo e sua relação com o outro.
 	Nos estudos de VILA, DIOGO (2012), essa pratica acaba gerando um tipo de violência conhecida pelos autores “Fenômeno bullying”, que se apresenta de forma velada, intencional, sempre repetitiva, dentro de uma relação desigual de poder, por um longo período de tempo contra uma mesma vítima, sem motivos evidentes, adotando comportamentos cruéis, humilhantes e intimidadores, gerando consequências irreparáveis, sejam elas físicas, psíquicas, emocionais ou comportamentais.
Também descreve o autor acima citado que há ocorrência entre crianças e adolescentes dessa prática e muitas vezes é causada pela necessidade que o sujeito tem de se impor sobre o outro, como demonstração de poder ou para satisfação pessoal.
Assim, torna-se visível que haja uma necessidade de se auto afirmarem a todo instante, perante si mesmos e em relação aos outros, sendo que para essa ocorrência vem o agressor impor sobre a vítima, a parte mais frágil da relação e por ter a certeza de que ela não irá apresentar meios de defesa para reverter à situação. (VILA, DIOGO, 2012).
1.1- HISTÓRICO E CONCEITO DE BULLYING
O bullying é um fenômeno mundial muito antigo, que passou a ser objeto de investigação e preocupação a partir da década de 1970. (FANTE, 2005)
A partir daí foram realizadas, na Suécia, as primeiras investigações sobre esse fenômeno, depois deserem percebidos problemas de violência entre agressor e vítima, mas foi somente com a realização de pesquisas em 1972 e 1973, na Escandinávia, que as famílias puderam perceber o grau de complexidade dos problemas gerados pela violência escolar. (FANTE, 2005).
Assim, esse fenômeno percorreu a Noruega e a Suécia, alastrando-se por toda Europa, e em 1982, na Noruega, um jornal publicou o suicídio de três crianças, com idades entre 10 e 14 anos, provocadas por situações graves de bullying. Diante disso, instalou-se uma grande repercussão nos meios de comunicação, fazendo com que em 1983, o Ministério da Educação da Noruega criasse uma Campanha em escala nacional contra os problemas de violência entre agressores e vítimas. (LEÃO, 2010)
FANTE (2005), em seus estudos citou Dan Olweus como sendo um dos primeiros professores a realizar estudos sobre violência no ambiente escolar, cujos estudos foram realizados de forma mais específica, com o objetivo de diferenciar esta prática de possíveis brincadeiras de crianças, tais como, gozações ou relações de brincadeiras entre iguais.
Esse professor acima mencionado realizou um questionário tendo como base 25 questões e entrevistou 84 mil estudantes em diversos níveis e períodos escolares, 400 professores e 1.000 pais, e com a realização das entrevistas, Dan Olweus pôde perceber a natureza do bullying, suas possíveis origens, ocorrências, formas de manifestação, extensão e características. (FANTE, 2005)
Ainda esses estudos, como aponta Fante (2005), em sua obra, verificou-se que a cada grupo de 7 alunos, 1 estava envolvido em situações de bullying, situação essa que acabou resultando em uma Campanha Nacional, que de acordo com relatos, diminuiu em 50% dos casos de bullying ocorridos nas escolas da Noruega.
A criação dessa Campanha fez com que alguns países, como o Reino Unido, Espanha, Itália, Canadá, Portugal, Alemanha, Grécia, Estados Unidos e Grã-Bretanha também promovessem Campanhas contra o bullying. (FANTE, 2005)
O bullying nada mais é do que um comportamento ligado à agressividade física, verbal ou psicológica, onde a prática de brincadeiras mal intencionadas, como: apelidos, exclusão por racismo ou até mesmo a própria violência física, estão entre as principais características desse fenômeno. (FANTE, 2005)
Nos Estados Unidos o tema é de grande interesse, pois o fenômeno cresce, ao contrario do Brasil, que ainda é pouco comentado e discutido. Estamos a 15 anos de atraso em relação aos estudos e tratamento deste comportamento, comparados aos países europeus. (QUINTANILHA, 2011)
Enquanto que a ABRAPIA (Associação Brasileira Multiproflssional de Proteção a Infância e a Adolescência), entre os anos de 2000 a 2004, pesquisou e constatou que 40,5% dos alunos admitiram estar envolvidos em bullying, revelando também que este fenômeno se faz presente com índices superiores aos países europeus.(QUINTANILHA, 2011)
É uma forma de violência que ocorre na relação com o outro, em qualquer ambiente, principalmente no espaço escolar. É caracterizado por ações agressivas contra ha vitima, muitas vezes sem motivos, resultando em sofrimentos e desigualdade. Essa violência causada leva a vitima sofrer por abusos, por meio de constrangimento, ameaça, calúnia, intimidação, difamação, discriminação, exclusão, entre outras formas de humilhar, inferiorizar e constranger o individuo. (LEÃO, 2010)
Conforme descreve CHALITA (2008), foi através de pesquisas que estimaram-se que na Grã-Bretanha, em torno de 1990, 37% dos alunos do ensino fundamental e 10% do ensino médio já afirmavam serem vítimas de bullying, sendo que em Portugal, dos 7 mil estudantes pesquisados, 22% , ou seja, 1 em cada 5 alunos já haviam sofrido bullying, na Espanha, detectou-se que 15% a 20% dos alunos eram vítimas desse fenômeno, assim com a comprovação dessa pesquisa, veio a Europa aprovar uma legislação específica bem como estipular ações integradas para tentarem sanar tais problemas.
Enquanto no Brasil, salienta FANTE (2005), que o bullying ainda é algo bem pouco estudado, não sendo possível realizar uma comparação dos índices dessa pratica no mâmbito escolar, buscando uma comparação com os outros países que já estudam o mesmo, e apresentando essa falha nos estudos em relação ao fenômeno, torna o Brasil com 15 anos de atraso em relação à Europa.
Foi em 1997 que o Brasil realizou suas diversas pesquisas, sendo que a precursora foi a professora Marta Canfield, que juntamente com seus colaboradores; passaram a estudar ocaso com mis afinco, posterirormente foram os professores Israel Figueira e Carlos Neto em 2000-2001; e em seguida desenvolvida pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência, cujos dados coletados revelaram que 40,5% dos alunos entrevistados disseram estar envolvidos em episódios de violência, passando a demonstrara a pesquisa que o bullying nas escolas se revelaram com um índice bem maior do que os apresentados em países europeus.(FANTE, 2005)
Chalita (2008, p. 81) descreve que esse fenômeno na verdade não escolhe classe social, econômica, escola pública ou privada, ensino fundamental ou médio, área rural ou urbana, estando presente nos grupos de crianças e jovens.
Assim, nesse cenário histórico, há que se conceituar o termo Bullying como um conjunto de comportamentos agressivos, que vem intimidar, apresentando um enorme leque de características comuns, entre as quais ficam identificadas as estratégias de intimidação para com o outro, transformando os resultados em atos violentos em um ou mais indivíduos. (VILA, DIOGO, 2012)
1.2 Compreendendo um pouco mais o termo
A palavra bullying deriva do verbo inglês bully significando brigão ou valentão, cuja tradução do português faz referencia a todas formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas, que vem ocorrer no relacionamento entre pessoas, causando dor e angústia, com o objetivo de provocar ou agredir o outro que não tem capacidade para se defender. (FANTE, 2005)
“A palavra bullying é compreendida universalmente como um conjunto de comportamentos agressivos, repetitivos e intencionais sem motivo aparente, adotado por um ou mais alunos contra outro (a) causando angústia, dor ou sofrimento. Fante (2005) destaca que outros países adotaram denominações distintas para este fenômeno: “mobbing” na Noruega e Dinamarca, “mobbining” na Suécia e na Finlândia, “harcèlement quotidién” na França, “prepotenza ou bullismo” na Itália, “yjime” no Japão, “agressionem unter shülern” na Alemanha, “acoso y amebaza” entre escolares na Espanha e “maus-tratos entre pares” em Portugal. Contudo, o termo bullying é conhecido mundialmente em prol de facilitar a comunicação entre povos.”(QUINTANILHA, 2011, p. 12)
Segundo Lopes (2003) para que seja compreendido o bullying é imprescindível o conhecimento de sua história, que demonstra não tratar de um fenômeno recente, para isso é necessário também sua conceituação, para que haja uma diferenciação deste fenômeno com outros conflitos quaisquer que envolve os educandos
O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação com o outro, em qualquer ambiente, principalmente no espaço escolar. É caracterizado por ações agressivas contra ha vitima, muitas vezes sem motivos, resultando em sofrimentos e desigualdade, cuja violência causada leva a vitima sofrer por abusos, por meio de constrangimento, ameaça, calúnia, intimidação, difamação, discriminação e exclusão, entre outras formas de humilhar, inferiorizar. (LOPES NETO, 2010).
1.3- CARACTERISTICAS DAS PESSOAS ENVOLVIDAS NO BULLYING
Para FANTE (2005):
O bullying é um conceito específico e muito bem definido, uma vez que não se deixa confundir com outras formas de violência. Isso se justifica pelo fato de apresentar características próprias, dentre elas, talvez a mais grave, seja a propriedade de causar traumas ao psiquismo de suas vitimas e envolvidos(p.26).
A violência escolar é dotada de varias facetas, sendo este fenômeno ser um despertar de maneiras e motivos distintos, podendo atuar em contexto diferenciados.Segundo Pinheiro (2006), o bullying pode acontecer de forma física, quando os efeitos da violência partem da agressão corporal (bater, chutar e/ou beliscar); pela agressão verbal através de apelidos e xingamentos; pela difamação moral que é quandohá a discriminação, seja ela racial, religiosa entre outras; além das agressões psicológicas como a utilização de ameaças, as ações violentas mais expressas como o assedio/ abuso sexual e ate mesmo de forma material, onde o agressor passa a realizar praticas de furto e destruição de pertences da vitima.
Atualmente, com a globalização do uso da internet, acabou surgindo uma nova forma de se propagar o bullying, o chamado cyberbullying, ou seja, o bullying virtual, onde o agressor passa a se utilizar de ferramentas como redes sociais, para expressar calúnias, difamações da imagem da vitima e ate mesmo ameaças. (SANTOS, 2012).
A prática deste fenômeno bullying acontece com mais frequência durante a fase escolar de crianças e adolescentes, compreendendo praticamente o período de ensino regular. É neste período escolar, que este fenômeno pode ser confundido com indisciplina e brincadeiras, visto que os protagonistas dessas agressões muitas vezes partem de crianças.(FANTE, 2005). 
Por outro lado, a prática do bullying é causada pela necessidade que o sujeito tem de se impor como superior através das diferenças o papel do educador torna-se indispensável, uma vez que parte dele toda a observância das atitudes, de modo à identificar possíveis agressores e suas respectivas vitimas.(LEÃO,2010, p.5)
É de suma importância para as pessoas responsáveis pela educação de crianças e adolescentes identificar os alunos envolvidos no fenômeno descrito acima. Distinguir e classificar os protagonistas do bullying escolar permite conhecer os aspectos comportamentais das crianças e adolescentes para poder assim enfrentar essa dramática realidade.
Conforme ensina LEÃO (2010,p.4), são protagonistas do bullying podem ser divididos da seguinte maneira: agressor, vítima e espectador, os agressores ou Bullies são os que cometem a ação, vitimizam os mais fracos, conseguindo, muitas vezes, o auxílio dos demais alunos para se auto-afirmarem, esses alunos que contribuem juntamente com o agressor para a prática de violência, também são considerados bullies. 
Para manter a sua popularidade acabam humilhando, ridicularizando e hostilizando a vítima sem motivos evidentes, e por tais comportamentos são chamados de valentões, a conduta do agressor, normalmente, caracteriza-se pela dominação e imposição mediante o poder e a ameaça para conseguir aquilo que almeja e pertence a famílias, por vezes, em que há ausência de carinho, diálogo, ausência dos pais ou violência. (FANTE, 2005)
Ainda em seus estudos, LEÃO (2010), os bullies, geralmente, se envolvem em situações antissociais e de risco, quais sejam: roubo, drogas, álcool, tabaco, vandalismo e brigas, onde ainda é importante mencionar que tais autores sentem dificuldades em aceitar as normas que lhe são impostas; não aceitam ser contrariados; não toleram atrasos; são maus- caráter; têm como característica a impulsividade, a irritabilidade e baixa resistência a frustrações.
Em relação à vítima, Silva (2008), vem destacar 3 tipos de vitimas:
A vítima típica é aquela pessoa pouco sociável, que sofre repetitivamente as consequências dos comportamentos agressivos de outros, aparentando um aspecto físico bem frágil, com coordenação motora deficiente, extrema sensibilidade, timidez, passividade, submissão, insegurança, baixa autoestima, alguma dificuldade de aprendizado, ansiedade e aspectos depressivos, há nela dificuldade de impor-se ao grupo, tanto física quanto verbalmente, enfim, características que faz com que a própria pessoa não venha reagir diante de alguma intimidação, conforme especifica SILVA (2008).
Já a vítima provocadora, refere-se à pessoa que atrai e provoca reações agressivas contra as quais não consegue lidar, tentando brigar ou responder quando é atacada ou insultada, sem obtér bons resultados, podendo ser hiperativa, inquieta, dispersiva e ofensora, mas que acaba sendo tola, imatura, de costumes irritantes e quase sempre é responsável por causar tensões no ambiente em que se encontra. 
A vítima agressora é aquela que reproduz os maus-tratos sofridos, como forma de compensação procura outra vítima mais frágil e comete contra esta todas as agressões sofridas na escola, ou em casa, transformando o bullying em um ciclo vicioso. 
Há também os chamados espectadores ou testemunhas, os que figuram como personagens de tal fenômeno, por assistirem à prática da violência e não desenvolvem nenhuma manifestação que seja para interferir na defesa da vítima ou para denunciar o feito, são inertes, normalmente por medo de serem a próxima vítima. 
De acordo com Chalita (2008), tais espectadores aprendem a ser omissos e passivos para se defender, pois o medo em delatar o agressor ou defender a vítima, pode transformá-los na vida adulta em cidadãos egoístas, que aceitam e até mesmo legitimam as injustiças sociais.
 Os estudos do pesquisador Dan Olweus, citado na obra de FANTE (2005), traz ainda alguns comportamentos que devem ser observados para que a vítima e o agressor sejam identificados, tais como o comportamento da vítima na escola, tais como, durante o recreio está frequentemente isolada e separada do grupo, procurando ficar próximo do professor ou de algum adulto, exatamente por temer o agressor, na sala de aula tem dificuldade em falar diante dos demais, mostrando-se inseguro e ansioso, essa timidez é gerada pelo medo da exposição, nos jogos em equipe é o último a ser escolhido, geralmente nem apresenta animo para jogos na escola, apresenta-se comumente com aspecto contrariado, triste, deprimido ou aflito e um certo desleixo gradual nas tarefas escolares, ocasionalmente apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou a roupa rasgada, de forma não natural, falta às aulas com certa frequência (absentismo), perde constantemente os seus pertences. (FANTE, 2005, p. 35) 
O comportamento da vítima em casa, segundo FANTE (2005) apresenta de forma continua dores de cabeça, pouco apetite, dor de estômago, tonturas, sobretudo de manhã, seu humor apresenta variações de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação.
O comportamento do agressor na escola, para FANTE (2005); faz brincadeiras ou gozações, além de rir de modo desdenhoso e hostil, coloca apelidos ou chama pelo nome ou sobrenome dos colegas, de forma malsoante; insulta, menospreza, ridiculariza, difama,faz ameaças, dá ordens, domina e subjuga. Incomoda, intimida, empurra, picha, bate, dá socos, pontapés, beliscões, puxa os cabelos, envolve-se em discussões e desentendimentos, pega dos outros colegas materiais escolares, dinheiro, lanches e outros pertences, sem o consentimento, provoca um sentimento de medo entre os mais fracos.
Já em casa, o comportamento do agressor analisado por FANTE (2005), regressa da escola com as roupas amarrotadas e com ar de superioridade, com atitude hostil, desafiante e agressiva com os pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou a diferença de força física, é habilidoso para sair-se bem de ‘situações difíceis’. 
	
2- A RELAÇÃO ESCOLA E O BULLING 
	“A razão é o passo final para reconhecer que há uma infinidade de coisas além dela.” (Blaise Pascal)
2.1- CARACTERISTICAS NA PRATICA DESTA OCORRENCIA 
	 Fante (2010) realiza em seus estudos uma caracterização da conduta bullying ao qual pode ser percebida entre os alunos, sendo que os comportamentos são deliberados e danosos, produzidos de forma repetitiva num período prolongado de tempo contra uma mesma vítima. 
Chalita (2008) ressalta que determinadas causas podem se destacar no cometimento da conduta dos bullies, como as influências familiares, por apresentarem modelos autoritários e repressores ou ainda um ambiente familiar superprotetor também pode provocar o cometimento do bullying, pois a criança se tornará dependente de outros, buscando a atenção e aprovaçãode suas atitudes pelos pais. Como também uma relação efetiva negativa com os pais, uma vez que os mesmos não demonstram interesse pelo filho. 
Podendo ainda ser fatores econômicos, sociais e culturais ou a própria influência de colegas. 
FANTE (2005), afirma que as consequências da prática do bullying afetam todos os protagonistas do fenômeno, ocasionando problemas físicos, emocionais de curto e longo prazo. 
Também pode-se mencionar que tais consequências podem se estender a longo prazo e trazer prejuízos no futuro, como por exemplo nas relações de trabalho, na constituição da família e na posterior criação dos filhos, uma vez que as crianças que são vítimas de bullying podem apresentar “explosões de cólera e episódios transitórios de paranóia ou psicose, comprometendo a regulagem da emoção e da memória”.(FANTE, 2005, p.26).
Esta mesma autora destaca que levando em consideração a intensidade de absorção do sofrimento vivenciado pela vítima em decorrência da conduta bullying, ela estará propensa a manifestar reações intrapsíquicas e extra- psíquicas, apresentando sintomas de natureza psicossomática, tais como:
“[...] enurese, taquicardia, sudorese, insônia, cefaleia, dor epigástrica, bloqueio dos pensamentos e raciocínio, ansiedade, estresse e depressão, pensamentos de vingança e suicídio, bem como reações extras psíquicas expressas por agressividade, impulsividade, hiperatividade e abuso de substâncias químicas”. (FANTE, 2005, p.27).
2.2 A ESCOLA E O BULLYING.
	Ao estudar bullying percebe-se que é um fenômeno que pode ocorrer em locais como a escola, no trabalho, em casa ou em qualquer outra instituição. (SANTOS, 2012)
	A escola é vista, tradicionalmente e é assim que deve ser vista, como um local de aprendizado, um espaço para avaliar o desempenho dos alunos com base nas notas dos testes de conhecimento e no cumprimento de tarefas acadêmicas. (LOPES, NETO, 2005)
No entanto, na verificação dos estudos de LOPES, NETO (2005), são mencionados três documentos legais que formam a base de entendimento com relação ao desenvolvimento e educação de crianças e adolescentes: a Constituição da República Federativa do Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas e em todos esses documentos, ao qual estão previstos os direitos ao respeito e à dignidade, sendo a educação entendida como um meio de prover o pleno desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania. 
“Todos desejamos que as escolas sejam ambientes seguros e saudáveis, onde crianças e adolescentes possam desenvolver, ao máximo, os seus potenciais intelectuais e sociais. Portanto, não se pode admitir que sofram violências que lhes tragam danos físicos e/ou psicológicos, que testemunhem tais fatos e se calem para que não sejam também agredidos e acabem por achá-los banais ou, pior ainda, que diante da omissão e tolerância dos adultos, adotem comportamentos agressivos.”(LOPES, NETO, 2005,p.3)
Já no âmbito escolar pode vir a prejudicar o rendimento escolar, como menciona FANTE (2005), o fenômeno bullying já está na escola há muito tempo, porém de forma oculta e sutil, passando despercebido para a maioria dos profissionais da educação. 
Por esse motivo, é de grande importância que os profissionais da educação saibam identificar de forma correta quem são os alunos que estão envolvidos nessa problemática, pois o bullying pode ocorrer de duas formas, direta ou indiretamente, onde a forma direta é aquela na qual acontecem as agressões físicas e verbais, enquanto que a forma indireta acontece quando existe a exclusão e a discriminação da vítima por parte de seu grupo social, como também, através da disseminação de rumores desagradáveis e desqualificantes, mas ambas são prejudiciais ao psiquismo da vítima. (SANTOS, 2012, p.16)
 	A escola, conforme estudos de Leão (2010) apresenta-se como uma instituição de ensino que deve zelar e estar comprometida com a formação integral e o bem estar do educando, oferecendo- lhe um ambiente agradável e sadio, entretanto, muitas vezes é palco de atitudes frequentes, que envolvem atos de violência entre os alunos, ficando bem claro que hoje ela não se apresenta como um ambiente só de aprendizagem, mas acaba se tornando um cenário para apresentação de conduta chamada bullying.
	Quanto aos chamados fatores de risco, podem ser incluídos os fatores econômicos, sociais e culturais, como também os aspectos inatos de temperamento e influências familiares, de amigos, da escola e da comunidade, constituem riscos para a manifestação do bullying e causam impacto na saúde e desenvolvimento de crianças e adolescentes. (LOPES, NETO, 2005)
 	O bullying nas escolas ocorre com mais prevalência entre alunos com idades entre 11 e 13 anos, sendo menos freqüente na educação infantil e ensino médio, já entre os agressores, há um certo predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros.(LOPES, NETO, 2005)
 O fato de os meninos envolverem-se em atos de bullying com freqüência não indica necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim apresentam maior possibilidade de adotar esse tipo de comportamento, já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis, não deixando transparecer muito esse fenômeno entre elas. (LOPES, NETO, 2005)
Nos estudos de NIKODEM, PIBER (2012), são verificados que é muito comum encontrar entre os adultos uma quantidade considerável de pessoas que traz consigo as marcas dos traumas que adquiriram nos bancos escolares. 
Para ainda esse autores acima mencionados, na verdade são sequelas que são destacadas pelos prejuízos em aspectos essenciais à realização na vida, como dificuldades de lidar com perdas, comprometimentos nas relações afetivas, familiares e sociais, ou no desempenho profissional, onde ainda essas pessoas foram submetidas às diversas formas de maus-tratos psicológicos, verbais, físicos, morais, sexuais e materiais, através de zoações, apelidos pejorativos, difamações, ameaças, perseguições, exclusões. (NIKODEM, PIBER, 2012)
Fica a duvida se são brincadeiras próprias da idade, mas o que verifica ao fundo é que não se trata de uma brincadeira, pois são atos agressivos, intencionais e repetitivos, que ocorrem sem motivação evidente, em relações desiguais de poder. (NIKODEM, PIBER, 2012, p.107)	
2.3- O PROFESSOR DIANTE DESSE FENÔMENO
	O professor exerce uma influência considerável na vida de seus alunos. Os métodos, atitudes, exercícios e práticas utilizados em sala de aula podem levar os educandos a desenvolverem bons princípios, valores ou maus comportamentos. A relação professor-aluno é essencial para o sucesso do ensino e aprendizagem.
Segundo Morales (2004, p.50) este relacionamento é subdividido em duas partes: 
A relação-comunicação pessoal: reconhecer êxitos, reforçar a autoconfiança dos alunos, manterem sempre uma atitude de cordialidade e de respeito. A orientação apropriada para o estudo e o aprendizado: criar comunicar uma estrutura que facilite o aprendizado.
Portanto, além de conduzir com competência o trabalho pedagógico, ele deverá demonstrar interesse na pessoa do aluno e em seu aprendizado, visto que, o tratamento que o professor tem para com o educando tem um impacto muito poderoso na construção deste cidadão.
 Como também se tratando de relacionamentos escolares, afirma Kullok (2002, p.11) 
No processo de ensino-aprendizagem, o aluno é o sujeito e o construtor do processo. Toda aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento entre os elementos que participam do processo, ou seja, aluno, professor, colegas de turma, dialogo, colaboração, participação, trabalhos e jogos (brincadeiras) em conjunto ou em grupos, respeito mútuo [...].
	Mas quando esse problema dentro da escola e em especial na sala de aula, mais evidencia o papel do professor, pois este problema envolve seus alunos e isso atinge de certa forma o desempenho escolar. (SANTOS, 2007)
“O bullying estápresente na maioria das salas de aula e casos de agressões físicas e verbais, como já foi discutido no capítulo anterior, ocorrem nas salas de aula, muitas vezes na presença do professor. Mas porque essas agressões ocorreram na presença do professor? O professor simplesmente não interferiu ou sua atitude perante a sala não bastou para que os alunos entendessem que o respeito deve haver em um ambiente escolar.”(SANTOS, 2007, p.19)
 É preciso estar atento naquele professor que critica constantemente o seu aluno, comparando-o com outros, ignorando, pois acaba na verdade expondo esse aluno, que fica mais propenso a ser uma vítima do bullying, de certa forma agindo com esse desrespeito dentro do espaço pedagógico,acaba gerando alem do ressentimento uma possível forma desta ação occorrer. (LOBO, 1997, p.91) 
Os alunos podem vir a cometer o bullying sem basear nas atitudes do professor, mas suas atitudes para com os alunos, podem ser a fonte geradora para que isso aconteça.(SANTOS, 2007).
Para que o bullying não venha ocorrer no cotidiano pedagógico é necessário que o professor venha transmitir o papel ético, valorizando o respeito mútuo, do diálogo, da justiça e da solidariedade, cabendo aos alunos o dever de entender e cooperar com as ações do professor. (SANTOS, 2007)
Para FANTE (2005), compete ao professor, saber respeitar e dar o direito a educação de cada individuo, enquanto sendo docente deve ter um olhar particular, entendendo seu aluno para que assim possa aprender para si mesmo, e ensinar para a sala de aula, a diferença que existe em cada um dos indivíduos. Abrangendo que cada sujeito tem seu gênero sexual, um formato de rosto e corpo diferente, o tom de pele desigual, cabelos e olhos de cores diferentes, possuem sua opinião política distinta, acreditam em deuses diferentes, apresentam filosofias de vida dessemelhantes, de classes sociais diversas, procedem de lugares distantes e possuem línguas distintas, de famílias e valores díspares. Ou seja, cada pessoa tem sua história por trás de sua personalidade, com motivos, e razões para certo tipo de personalidade não tem como homogeneizar o ser humano, não tem como tratar todos os indivíduos da mesma forma, em termos de aprendizagem, pois cada sujeito possui um entendimento sendo algo especifico do seu ser.
Continuando os estudos de FANTE (2005), a autora ainda menciona que a escola nos dias atuais, não valoriza o diferente dos alunos, fazendo todos seus semelhantes, ou seja, que juntos raciocinem da mesma forma sem criticas, nem questionamentos. Desse modo, gerando nos alunos uma certa insatisfação para com o ambiente escolar, pois aprendem conteúdos que não diz respeito a sua idade e ao mundo a sua volta, se transformando em algo sem valor, assim a própria instituição escolar produz o fracasso escolar, através de seu funcionamento e autoritarismo, se alterando em uma grande confusão devido a distancia da aprendizagem com o cotidiano do aluno, isto é, o que aprendem e o que deveriam aprender para viver no mundo moderno.
Atualmente é preciso rever se a escola cumpre de fato seu papel acolhedor, pois muitos estudantes vivem o dilema de ir ou não para a escola, almejando um espaço onde possam ser mais valorizados.
Para FANTE ( 2005), quando os alunos entram para a o mundo adulto e percebem que tudo que aprenderam na escola não tem sentido com a realidade que está bem diante deles como sendo as diversidades dos outros indivíduos, a compreensão, o entendimento humano para seu cotidiano, sendo algo que não lhes foi ensinado, questionado, mostrado vivido e compreendido, nos anos iniciais de sua vida, a escola de certa forma perde seu valor.
Assim, destaca FANTE (2005, p.190):
“A angustia, o desinteresse, o desencanto que muitos alunos manifestam como repudio ao sistema escolar, uma vez que não conseguem vislumbrar outro meio legal de ascender socialmente, colaboram para que percam o sentido da própria vida. Associado a inúmeras variáveis, esse conglomerado de sentimentos pode resultar em ansiedade, estresse, depressão, violência, ódio, idéias e pensamentos de vingança contra a instituição escolar, alem de condutas autodestrutivas, como o suicídio.” 
Enfim, é muito importante o papel do educador num caso de bullying dentro da escola. 
.3- O GRANDE PAPEL DA FAMILA 
	“Um por todos e todos por um, sem violência e sem bullyng” (autor desconhecido)
	Neste aspecto FANTE (2005), relata que é de suma importância que os pais reflitam e questionem sobre suas atitudes perante os filhos, pois é da família, ou seja, dos exemplos familiares que as crianças se espelham para viver em sociedade.
Os pais devem se manter alerta sobre alerta sobre as atitudes dos filhos, pois em caso de bullying identificado podem tomar as medidas corretas mais cedo.
Para FANTE (2005),cabe aos pais a compreensão e o dialogo para com o filho, desenvolvendo na criança confiança para se abrir sobre sua vida, podendo assim desabafar seu cotidiano escolar, podendo desta forma sair da alimentação do bullying, ou seja, da lei do silencio que ocorre, como a maioria das vitimas desse fenômeno.
Cumpre salientar, que o dialogo é de extrema importância para qualquer indivíduo, pois é através deste que são estabelecidas reflexões e posterior as ações.
“A opinião comum entre os diversos especialistas no assunto é que os pais devem procurar elevar a autoestima dos seus filhos ressaltam sempre suas qualidades e capacidades, procurar não culpá-los pelo que lhes está ocorrendo nem incentivá-los a revidar aos ataques, pois isso somente aumentaria a violência. (FANTE, 2005, p. 75-76)
Ainda no caso de bullying, explica FANTE (2005), que se os pais perceberem atitudes inesperadas, gestos violentos, faltas freqüentes, tristezas repentinas, como vários outros aspectos, é de obrigação da família comunicar imediatamente a instituição escolar e jamais incentivar o filho a revidar ao ataque.
FANTE (2005),assegura que o mais importante é afastar a postura de culpar a vitima, não é um bom plano aceitar que o destino da criança é ser maltratada, os pais devem realmente conhecer os filhos para lidar com as situações ocorridas, não se precipitando. Cabe aos pais realizar uma analise sobre os valores passados aos filhos, ou seja, a educação que a criança recebe em casa de seus familiares, pois são eles os modelos para as crianças, repetindo atitudes que presenciam ao longo de sua vida.
Menciona FANTE (2005), que acontecem resultados de uma educação fracassada em todos os sentidos, nos melhores grupos socioeconômicos, fracassadas no sentido de modelos educativos aprendidos através dos pais e no interior da escola, com violência, o preconceito e também por falta de atenção ao rendimento escolar do filho.
“Apresenta com freqüência, dores de cabeça, pouco apetite, dor de estomago, tonturas, sobretudo de manha? Muda o humor de maneira inesperada, apresentando explosões de irritação? Regressa da escola com as roupas rasgadas ou sujas e com o material escolar danificado? Apresenta desleixo gradual nas tarefas escolares? Apresenta contusões, feridas, cortes, arranhões ou estragos na roupa? Apresenta desculpas para faltar as aulas? Raramente possui amigos para compartilhar o tempo livre? Apresenta gastos altos na cantina da escola?” (FANTE, 2005, p. 77)
A autora observa também algumas situações de suspeitas observadas pelo agressor:
“Regressa da escola com as roupas amarrotadas, com ar de superioridade, atitude hostil, desafiante e agressiva com os pais e irmãos, chegando a ponto de atemorizá-los sem levar em conta a idade ou diferença de força física? É habilidoso para sair-se bem de situações difíceis? Exterioriza ou tenta exteriorizar sua autoridade sobre alguém? Porta objetos ou dinheiro sem justificar sua origem? (FANTE, 2005, p.77)
Por ultimo, havendo uma boa estrutura familiar na qual impera o respeito, a compreensão e a consideração para com os demais membros da familia é muito provável que a criança levara esse aprendizado para o resto de sua vida. 
 	Percebe-se que ao longo dos tempos uma enorme transformaçãoque vem ocorrendo no âmbito familiar na escola, ao qual pode gerar uma contribuição para que seja estabelecida realmente uma parceria entre escola e família. (SANTOS, 2012)
Nos estudos apresentados por NOGUEIRA (2005) realizou-se um balanço demográfico das principais mudanças que as famílias sofreram ao longo dos meados do século XX até as ultimas décadas, verificando que tais mudanças estão incluídos: o decréscimo do número de casamentos, taxa de divórcios, a diversificação dos arranjos familiares com a propagação de novos tipos de famílias (monoparentais,recompostas, monossexuais), o controle do tamanho da prole e do momento de procriação, incentivo à individualidade presente nos tempos atuais, à inserção da mulher no mercado de trabalho. 
Com isto, quis a autora demonstrar que a família passou de unidade de produção para unidade de consumo, pois no modelo de família patriarcal, os filhos eram tidos como posse do pai e representava o aumento da renda familiar, assim eles eram vistos como uma nova força de trabalho e uma possível rentabilidade. (NOGUEIRA, 2005)
Mas ainda os estudos de NOGUEIRA (2005) ressalta que ao longo do tempo esta situação foi mudando, por diferentes fatores, tais como: a proibição do trabalho infantil, a extensão do período de escolaridade obrigatória e a criação de sistemas de seguridade social, fazendo com que os filhos deixassem de representar para os pais uma perspectiva de aumento da renda familiar ou de recurso contra suas inseguranças no momento da velhice (NOGUEIRA, 2005, p.570). 
Para SILVA (2010, p.22):
“No contexto familiar, os bullies crescidos e mais experientes podem ser identificados na figura de pais, cônjuges ou irmãos dominadores, manipuladores e perversos, capazes de destruir a saúde física e mental, e a autoestima de seus alvos prediletos.” 
E dentro desse contexto, é preciso fazer um esclarecimento que a forma de educação dentro da família pode ser definida como um meio condutor da criança para participação de atos violentos contra seus colegas da escola, ou para que se tornem vítimas do bullying, há muitos fatos que influenciam a violência, como exemplo, a mídia, a vida que levam em casa junto com os pais, irmãos e outros parentes, por isso, é necessário estar atento para evitar tais ações. (SANTOS, 2012).
Ressalta Nogueira (2005), que os filhos significam, atualmente, mais que objeto de afeto e de cuidados dos pais, chegando a ser razão de viver deles e o modo de se realizarem em seus próprios filhos, diante disso, muitas famílias se limitam a ter menos filhos, para oferecerem melhores condições de vida. 
Os pais procuram hoje procuram estabelecer com os filhos relações de amizade, de diálogo, pois são os responsáveis pelos êxitos e fracassos, sejam eles escolares ou profissionais dos filhos, tomando para si a tarefa de colocá-los da melhor forma possível na sociedade e de educá-los para o mundo. (NOGUEIRA, 2005). 
Esses fenômenos e modificações que a família vem vivenciando a partir da contextualização política, econômica e social, atingem também as escolas, especialmente a partir do início do século XX. 
Segundo estudos de Nogueira (2005), com o movimento escolanovista, os métodos pedagógicos tradicionais passaram a ser questionados e novas pedagogias centradas no aluno e que recusam a concepção de criança como adulto em miniatura, além de defenderem a necessidade de se atentar para as características próprias da infância e de se adaptarem as características próprias do educando, passam a vigorar nas escolas públicas e privadas, com isso o aluno é compreendido como um sujeito ativo na construção do conhecimento. 
Hoje as crianças contam com outras fontes de saber, e desse modo, a escola compreende que o aluno possui conhecimentos prévios dos diversos temas abordados nas aulas, portanto, é muito importante conhecer o aluno e respeitá-lo em sua diversidade socioeconômica e cultural, isto significa, que se deve estabelecer um maior contato com a família de seu educando. (SANTOS, 2007)
A tendência que naturalmente deveria ser seguida é exercer uma proximidade com a família, fazendo que isso ocorra um dos aspectos de transformação vivenciada pelas escolas, a instituição escolar moderna deve conceber seu trabalho educativo uma conexão com as vivências trazidas de casa, pelo educando, como trazer também a família para a escola. (SANTOS, 2007)
A maioria das escolas reconhece a necessidade de se aproximarem das famílias, mas há uma grande dificuldade dos professores em como promover esta parceria, pois muitas famílias se recusam a ir nas escola para ver como estão seus filhos, alegando os mais diversos motivos. 
FANTE (2005) afirma que é oportuno que os pais realizem uma reflexão sobre suas próprias condutas em relação aos filhos e sobre o modelo de educação familiar, predominante em casa aplicado com as crianças, uma vez que, pois nem sempre os pais têm essa consciência de que certos comportamentos que os filhos manifestam são aprendidos em casa, como resultado do tipo de interação entre os familiares. 
Por isso, vem ainda a autora defender que é essencial que os pais acompanhem o andamento escolar de seu filho, incentivando com entusiasmo e corrigindo com brandura, ressaltando a necessidade da união da escola e da família, pois a escola deve incentivar aos pais a participarem mais da vida escolar de seu filho. 
Segundo FANTE (2005) para que a implantação do programa “Educar para a Paz” tenha sucesso em uma escola, é necessário sempre a participação do segmento familiar, e para a autora, os pais precisam ficar cientes de que seus filhos podem estar vivenciando a situação de vítima ou de agressor do bullying, e que a escola precisa sempre de sua colaboração, para que possam auxiliar se necessário. . 
Como também é preciso que os pais reflitam sobre o modo como estão educando seus filhos, ainda FANTE (2005, p.147) ressalta que é preciso sempre verificar qual é o tipo de educação que a família está oferecendo aos filhos, para onde está norteando a vida deles, para as boas ou para más atitudes, enfim, fazer uma minuciosa mudança quanto ao ato de educar.
“[...] não é exagero dizer que o ato de educar está ainda mais desafiador do que sempre foi. A sociedade chamada pós-moderna é guiada por algumas características que dificultam muita a educação das crianças: a instabilidade dos valores, a busca desenfreada pelo prazer a qualquer custo, o consumismo, o individualismo e a própria dificuldade para atribuir sentido a vida.”( FANTE, 2005, p.6)
É preciso estabelecer um elo com família, escola e aluno.
Como relata Caetano (2012, p.8) existe atualmente na sociedade uma falta de tempo dos pais que saem para trabalhar, e assim, “Os pais tem consciência de que, no meio de toda essa correria, não ficam com seus filhos. Então se sentem culpados de, nos poucos minutos que tem com eles, impor-lhes limites”. 
Caetano (2012) ainda vem defender que é exatamente nesse contexto contemporâneo que a escola pode ser vista como um espaço privilegiado, que é o de convivência social, pois o papel da escola não é reprovar os pais, e nem ter preconceitos em relação a sua organização familiar, mas ressalta a autora que deve haver uma parceria entre a família e a escola, e para isso acontecer é necessário que haja um diálogo nas reuniões de pais, abrindo novos espaços para a família falar explicar seus problemas e encontrar soluções.
CONSIDERAÇOES FINAIS
Ao finalizar este trabalho pode-se afirmar claramente que, educar é verdadeiramente uma missão e falar em eliminar a violência é hoje um ato quase que impossível, pois as agressões têm suas varias manifestações, seja ela de forma consciente ou inconsciente, que sempre afetará o individuo, sendo este a vitima, que muitas vezes sofre calada por um longo tempo. 
O combate para o fim dessa violência só ocorre onde o dialogo pode entrar, de uma forma que todos os envolvidos parem e reflitam sobre suas ações.
Como por exemplo, no papel de professor, pais e escola.
São de suma importância nossas atitudes diante dos nossos filhos,pois através delas que se formam a personalidade das crianças, pois estas observam, aprendem e copiam o nosso modelo vivenciado em casa, exemplos dos quais vivenciarão.
Para a batalha do fenômeno escolar, é preciso muita responsabilidade, consciência e compromisso com o trabalho e o tempo, pois as mudanças não acontecem como queremos, ela chega de forma rápida e sem darmos conta já está instalada, e em se tratando de formação de mentalidade, valores, pensamentos, conceitos, crenças e respeito, temos que ser ágeis nas informações e como lidar diante dos nossos filhos.
O bullying é um ato de violência escolar muito antigo, desde quando a escola existe, sendo muito complexo de se perceber e solucionar, pois ele vem através de uma intolerância com outro individuo, e como foi apresentado aqui nesta monografia, tudo começa na família, ou seja, é dentro do âmbito familiar que pode ser manifestada atos de intolerância, falta de respeito, de limites, agressões físicas e verbais, formando de certa forma negativamente a personalidade desta criança. E quando essa começa a freqüentar o âmbito escolar, a situação se complica mais, pois é na escola que se respira as diversidades, as diferenças que cada um tem, gerando um mal estar por parte dessa criança que não esta condicionada a aceitar novos valores. E assim, passa a ser um gerador do bullying dentro da escola, mostrando sua força com tudo que ele repudia.
Também, como foi possível perceber com o desenvolvimento da pesquisa entre professores e alunos, foi visível notar que este fato não só acontece com alunos, podendo acontecer com professores que, muitas vezes, tornam alvo dessa violência, sendo comum nesses casos, o pedido de alteração de função, principalmente para cargos administrativos, no qual o contato com os alunos se torna mínimo, ou ate mesmo de afastamentos para tratar dos problemas resultantes de toda essa violência.
Situação é igualmente difícil quando parte-se para as famílias, que muitas vezes não sabem o que esta acontecendo e tanto a família da vitima quanto agressor, sofrem por não saberem o que fazer diante de tal situação.
Seja como for, todos perdem, não há vitorioso, pois a violência só pode resultar em uma conseqüência: mais violência. E por essa razão, é tão importante quebrar esse ciclo de silencio e violência, de modo que os alunos possam ir para a escola com um só pensamento: estudar e conviver bem com os outros que ali estão.
Mas, enquanto o bullying estiver presente nas escolas sempre haverá alguma criança preocupada em como será o seu dia seguinte na escola, quantas humilhações ainda terá que passar, quanto sofrimento ainda virá e se um dia isso acabará.
 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
SIRLEI FERREIRA DOS SANTOS. BULLYING: ESCOLA E FAMÍLIA. 2012. DISPONIVEL EM http://www.dfe.uem.br/TCC/Trabalhos_2012/SIRLEI_FERREIRA_SANTOS.PDF ACESSO EM 30/05/2015.
Aramis A. Lopes Neto. Bullying comportamento agressivo entre estudantes. ARTIGO DE REVISÃO. 2010. DISPONIVEL EM http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa06 ACESSO EM 29/04/2015.
Letícia Gabriela Ramos Leão. O FENÔMENO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR. 2010. Disponível em http://www.facevv.edu.br/Revista/04/O%20FEN%C3%94MENO%20BULLYING%20NO%20AMBIENTE%20ESCOLAR%20-%20leticia%20gabriela.pdf. Acesso em 30/04/2015.
Carlos vila, Sandra Diogo. BULLYING. 2012. Disponível em http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0142.pdf. Acesso em 01/05/2015
FANTE, C. Fenômeno Bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Editora Verus, 2005, 224 p.
LOBO, L. Escola de pais. 2 ed. Rio de Janeiro: Lacerda Editores, 1997
SILVA, G. J. “Bullying: quando a escola não é um paraíso”. 2010. Disponível em: . Acesso em: 7 maio. 2015.
CHALITA, Gabriel. Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. ______. Pedagogia da amizade. São Paulo: Gente, 2008.
SILVA, A. B. B. Bullying: Mentes perigosas nas escolas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008.
CAETANO, L.M. A influência do contexto familiar no processo de aprendizagem dos alunos. In: Paula, F. e Trento, D .(Org.) Formadores da criança e do jovem: interfaces da comunidade escolar. São Paulo: Cengoge, 2012(no prelo).p.1-37.
NIKODEM, Samara; PIBER, Lizete Dieguez. Estudo sobre o fenômeno bullying em escolas de ensino fundamental e médio da região noroeste do RS. Vivências: Revista eletrônica de extensão da URI. Vol.7, N.12: p.105-121, Maio/2012.
SANTOS, Luciana Pavan Ribeiro. O papel do professor diante o bullying em sala de aula. 2007. 56 f. Monografia (Graduação) - Faculdade de Ciências - Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2007.
MORDES, Marilia Pontes. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Educação e Pesquisa v.27 n.1 São Paulo jan./jun. 2004.
NOGUEIRA, R. A prática de violência entre pares: o bullying nas escolas. Revista Iberoamericana de Educación, v. 37, p. 93-102, 2005. Disponível em: . Acesso em: 30. abr. 2015.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Tecnicas de Pesquisa: planejamento e execução de pesquisas e amostragem e técnicas de pesquisa, elaboração, analise e interpretação de dados. 5 ed. São Paulo.2002. atlas.
CERVO, A.L.; BERVIAN, P.A. METODOLOGIA CIENTIFICA.: PARA USO DOS ESTUDANTES UNIVERSITARIOSE ESTUDANTES. 3 ED. SÃO PAULO.: MCGRAW-HILL DO BRASIL. 1983.

Outros materiais