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Junyara Souza 2 Tumores Hepáticos Benignos DIAGNÓSTICO: Geralmente incidental por exames de imagem (principalmente mulheres). HISTÓRIA CLÍNICA: · Sintomas inespecíficos: atribuíveis à lesão? · Empachamento, epigastralgia, dor puxando para coluna, mal estar Antecedentes: fatores de risco para nódulos · Hemotransfusão · Hepatites virais (B e C) · Doenças inflamatórias autoimunes · Uso de anticoncepcional oral · Uso de esteroides anabolizantes EXAME FÍSICO: Procurais sinais de Doença Hepática Crônica Muitas vezes da doença ainda não diagnosticada. · Eritema palmar · Rarefação de pelos · Ginecomastia · Flapping: Encefalopatia hepática Movimento involuntário e grosseiro das mãos, semelhante ao “bater de asas”, quando os braços são mantidos em extensão horizontal ou quando o antebraço é fixo e as mãos posicionadas em hiperextensão · Ascite · Telangiectasias · Circulação colateral abdominal · Hepatomegalia e/ou esplenomegalia Pode ainda apresentar: Fígado endurecido, bordos rombos, nodulações ou massas palpáveis. LABORATÓRIO: · Hepatograma · Lesão hepatocelular: AST, ALT · Função canalicular: FA, GGT · Função hepática: Bilirrubina Total Fracionada (BTF), INR, albumina · Sorologias para hepatites virais (principalmente para HBV e HCV) · Marcadores tumorais* (AFP, CA 19-9 e CEA) EXAMES DE IMAGEM: ULTRASSONOGRAFIA: · Exame inicial · Diferencia lesões císticas das sólidas · Tamanho, localização e quantidade TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE ABDOME: · 4 fases – sem contraste, fase arterial, fase portal, fase tardia · Contraste iodado: não usa em pessoas alérgicos · ↑ radiação ionizante: não usa em gestantes RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE ABDOME: · Vantagens em relação à TC: · Não utiliza radiação ionizante · Detecta e caracteriza melhor lesões pequenas · É melhor que a TC na caracterização de esteatose focal mimetizando lesões · Desvantagens: · Custo alto · Tempo demorado · Paciente precisa ficar imóvel – às vezes precisa ser sedado OUTROS EXAMES: Cintilografia com hemácias marcadas (Tc99m) – para diagnosticar hemangiomas Biópsia percutânea (agulha fina ou agulha Tru-Cut) – casos selecionados – quando há DÚVIDA se a lesão é maligna ou benigna. · INDICAÇÕES DA BIÓPSIA: · Nódulo hipervascular · Localização · Elevado risco cirúrgico do paciente para ressecção · Extensão do parênquima a ser ressecado TUMORES CÍSTICOS: TUMORES CÍSTICOS BENIGNOS DO FÍGADO: Lesão básica consiste de cisto micro ou macroscópico Malformação embriológica do ducto biliar intra-hepático Maioria achado incidental em exames de imagem · Tipos: · Cisto hepático simples (maioria) · Cistoadenoma biliar (pode se transformar em cistoadenocarcinoma – forma maligna) CISTO HEPÁTICO SIMPLES: · 1-7%, mais em mulheres · 5% - pode causar infecção, rotura traumática, malignidade rara) · Congênitos (malformação dos ductos biliares), contêm líquido seroso · Líquido seroso, transparente Não se comunicam com a árvore biliar intra-hepática Maioria das lesões < 3 cm é assintomática Sintomas inespecíficos: saciedade precoce, dor abdominal, náuseas, vômitos, RGE e dispneia Exame Físico: massa palpável e/ou hepatomegalia USG, TC ou RMN TRATAMENTO DO CISTO HEPÁTICO SIMPLES: · Expectante (maioria) – depende do local, tamanho, se está na superfície · Punção percutânea com esclerose com etanol a 95% ou minociclina (recorrência 20% em 4 meses) – seca cisto e esclerosa paredes – usa em paciente sem condições de fazer cirurgia (idosos, debilitados) TRATAMENTOS MAIS DEFINITIVOS, COM MENOR TAXA DE RECORRÊNCIA: · Destelhamento / fenestração do cisto - via aberta ou laparoscópica (recorrência 4%) – pacientes mais novos, sem comorbidades · Ressecção hepática – pacientes mais novos, sem comorbidades NEOPLASIAS CÍSTICAS DO FÍGADO: · 5% das lesões císticas do fígado · Origem no epitélio biliar · Cistoadenoma 95% (>>> mulheres, potencial de malignização) · Cistoadenocarcinoma (5%) CISTOADENOMA: · Raro, geralmente solitário · Mulheres, > 40a 10-20cm diâmetro, crescimento lento Líquido mucinoso Consequências: compressão, fístula, infecção, hemorragia intracística, ruptura Transformação maligna (20%) → INDICAÇÃO CIRÚRGICA!! Massa de conteúdo fluido, paredes finas e bem definidas, septações internas ± projeções papilares no lúmen, com captação pelo contraste IV SUSPEITA DE MALIGNIDADE: Septos grosseiros, nódulos e projeções murais com calcificação Pode apresentar ↑CEA e CA 19.9 séricos Tratamento: · Enucleação OU · Ressecção hepática COM MARGEM LIVRE A escolha do tratamento depende da localização. DOENÇA HEPÁTICA POLICÍSTICA: · Doença genética autossômica dominante · Acomete fígado e rins · >40 anos · Pode se associar com HAS devido o acometimento renal · Considerada DHP >10 cistos (professora falou mas não tem certeza e eu não achei) · Consequências: hepatomegalia, ascite, distensão abdominal, compressão dos órgãos abdominais, hipertensão portal · Pode ser indicado transplante de fígado ou transplante duplo (fígado+rim) TUMORES HEPÁTICOS SÓLIDOS BENIGNOS: · 20% da população geral · 2x mais frequentes que os tumores malignos Adenomas: risco de hemorragia e transformação maligna. Demais tumores: assintomáticos e ↓↓↓ complicações. Hemangioma > hiperplasia nodular focal > adenoma HEMANGIOMAS hepáticos: · 0,4-7% da população · 50-70% múltiplos · Homens = mulheres Sem relação com hormônios sexuais > 4-5cm – hemangiomas gigantes (10%) Sem cápsula!!!!! Síndrome de Kasabach-Merritt (coagulopatia de consumo) – mais em crianças TC/RMN – realce CENTRÍPETO pelo contraste História natural benigna ↓↓ risco de ruptura espontânea BIÓPSIA HEPÁTICA NÃO É INDICADA!!!! CAUSA SANGRAMENTO. Maioria não é cirúrgica. Indicação cirúrgica: Faz enucleação ou hepatectomia regrada · Coagulopatia de consumo · Crescimento rápido · Dúvida diagnóstica. USG: · Nódulo arredondado · Hiperecogênico, homogêneo · Limites bem definidos · Com fluxo ao Doppler · > 4-5cm podem ter áreas heterogêneas centrais de necrose, hemorragia ou fibrose TC: SEM CONTRASTE Nódulo hipoatenuante (hipodenso) bem definido APÓS CONTRASTE IODADO VENOSO: Impregnação globular periférica nas fases arterial e portal Preenchimento centrípeto progressivo Persistência do contraste na fase de equilíbrio (wash out lento) · Hemangiomas pequenos (< 1,5-3cm) · Realce precoce e completo pelo contraste · Persistência da impregnação na fase de equilíbrio (≠ HNF e alg Mx, que “clareiam” mais rápido) · Hemangiomas grandes · Opacificação incompleta não afasta o dx · Lesões volumosas – áreas centrais que não se opacificam, podendo representar regiões de · Fibrose · Hemorragia antiga · Alterações císticas RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: · Acurácia: 96% · Com gadolínio – padrão de captação semelhante à TC · ≤ 2cm · T1 – hipo ou isointensos · T2 – hiperintensos*, homogêneos, contornos regulares ou bocelados, limites bem definidos · > 2cm · T1 – hipointensos · T2 – hiperintensos*, homogêneos HIPERPLASIA NODULAR FOCAL: · Segundo tumor hepático benigno mais comum (0,9% da população) · Mulher:Homem (8:1) em torno de 35 anos Diagnóstico incidental – geralmente assintomática Origem hepatocelular – nódulo de hepatócitos “normais” 20% são múltiplas Malformação vascular e/ou injúria vascular Cicatriz central: · Composta de vasos malformados · Impregnação tardia pelo contraste USG – aspecto inespecífico, mal visualizada, pouco hipo ou hiperecogênica CICATRIZ CENTRAL: faz impregnação do contraste!!! Região do vaso mal-formado. TC: SEM CONTRASTE Lesão lobulada e bem delimitada Iso ou levemente hipoatenuante APÓS CONTRASTE IODADO VENOSO: Fase arterial (importante realce homogêneo) Fase portal (wash out rápido) Fase de equilíbrio (pequena área central estrelada pode se impregnar) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: · Acurácia: 98% · T1 (lesão pouco hipointensa) · T2 (lesão discretamente hiperintensa) · 85% têm cicatriz central (mais hiperintensa em T2) · Padrão de realce após contraste semelhante ao da TC ADENOMA HEPATOCELULAR: · Raros, sexo feminino, 20-60 anos Antecedente de uso de ACO por > 5 anos (↑25x) Associação com androgênios/estrogênios (ex.esteróides anabolizantes, TRH), gravidez, DM tipo 1, ou doenças de depósito de glicogênio Achado incidental, 70% são únicos Risco de hemorragia, ruptura e, mais raramente, malignização!!!!!!!! LESÃO PRÉ-MALIGNA! Efeito trófico de hormônios Frequentemente volumosos, de cor amarelada ou marrom, circundados por fígado normal. ± cápsula fibrosa, ocorrem principalmente no lobo direito Grandes cordões de hepatócitos aparentemente normais, separados por sinusóides dilatados, com perfusão arterial Ausência de veias centrolobulares, ductos biliares nem ramos portais. Células apresentam grande quantidade de glicogênio e lipídios. Possibilidade de degeneração maligna para CHC (aumento de tamanho e de AFP) Massa hipervascular heterogênea, com gordura, sangue e calcificação; ADENOMATOSE MÚLTIPLA: · Múltiplos tumores · Muitas vezes tem a indicação de transplante pelo risco de malignização (principalmente quando tem acometimento bilobar) TRATAMENTO DO ADENOMA HEPATOCELULAR: < 5 cm – conduta expectante (menor chance de rompimento, malignização e sangramento) ≥ 5 cm e/ou sexo masculino e/ou mutação de beta-catenina (na biópsia) – ressecção cirúrgica Adenomatose múltipla – avaliar ressecção (se doença localizada) ou transplante hepático (se doença difusa)
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