Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Câncer Colorretal Junyara Souza 2 O câncer colorretal (CCR) compreende uma gama de tumores malignos que afetam o intestino grosso e o reto. · Frequentes · Taxa importante de mortalidade · Custos elevados Sequência de eventos: É possível dividir esse câncer em: · Esporádico, que representa 75% dos casos · Origem familiar que corresponde a 20% dos casos · Os demais estão relacionados com síndromes hereditárias e doença inflamatória intestinal. Nos casos esporádicos, o CCR costuma se manifestar como lesão colônica ou retal isolada. A principal etiologia nesses casos está relacionada aos pólipos adenomatosos que apesar de ser uma doença benigna, podem se tornar malignos com o decorrer do tempo. Outros fatores de risco também estão implicados na gênese do CCR, como hábitos de alimentação, nutrição e atividade física. As síndromes hereditárias mais frequentes no CCR são a Síndrome de Lynch (HNPCC) e a Polipose Adenomatosa Familiar, além do histórico familiar, esses tumores geralmente acometem indivíduos mais jovens e frequentemente se associa a outros tipos de tumores. O tipo histopatológico mais comum é o adenocarcinoma, chegando a ocupar, de acordo com algumas literaturas, 90 a 95% dos casos de CCR. Esse tipo de câncer pode ser classificado de acordo com o seu grau de diferenciação em bem diferenciado (grau I), moderadamente diferenciado (grau II) e mal diferenciado (grau III). O CCR tem cura se detectado em estágios precoces da doença. Inicialmente a maioria dos CCRs são assintomáticos, retardando o diagnóstico e tratamento. Por isso, o rastreio em pessoas maiores de 50 anos, tem grande importância na detecção e remoção de lesões precursoras ou até na detecção do câncer numa fase precoce. Sendo que quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, melhor a sobrevida do CCR. TUMORES EPITELIAIS: · Pólipos adenomatosos (potencialmente malignos) · Carcinomas Tumores não epiteliais: · Linfoma · Tumor Carcinóide · Sarcoma TUMORES SECUNDÁRIOS: · Linfoma · Melanoma · Carcinomas de outros locais primários Epidemiologia: Mais comum do TGI EUA – 3ª Neoplasia Estimativa: · 147000 novos casos/ano · 57.000 mortes/ano · 10-15% Mortes/neoplasias · 6% de risco durante a vida Países menos desenvolvidos: 6,5 (homens) / 7,7 (mulheres) por 100.000 hab. Países desenvolvidos: 50,9 (homens) / 60,8 (mulheres) por 100.000 hab. Brasil (2005): · 13,7 (homens) / 14,6 (mulheres) por 100.000 hab. · Incidência maior na região Sudeste (mais rico) · Incidência menor nas regiões Norte/Nordeste Idade média: 70 a 75 anos Fatores de risco: · Idade: risco aumenta agudamente após a 5ª década · Dieta: risco aumentado com dietas com gorduras totais e animais · Obesidade, carne vermelha, gordura, comidas em conserva. · O sedentarismo pode contribuir para hipomotilidade intestinal – alimentos que agridem a mucosa passam mais tempo · Inatividade física: risco aumentado com obesidade estilo de vida sedentário · Fumantes de longo prazo · Etilismo crônico · DM2 · Variação geográfica: risco mais alto nos países ocidentais e risco mais baixo nos países em desenvolvimento · Colecistectomia: risco moderado de câncer proximal. Menor quantidade de sais biliares. Controverso. · Pólipos adenomatosos · Adenoma: risco dependente do tipo e tamanho. Lesão pré-maligna. · Penetrância de Polipose Adenomatose Familiar nos portadores do gene: 100% · Penetrância de Câncer de Cólon Hereditário Não Polipóide (CCHNP) nos portadores do gene: 80% · Síndromes hamartomatosas: risco aumentado com síndrome de Peutz-Jeghers e polipose juvenil, mas não pólipos juvenis isolados. Normalmente não evolui para câncer, depende da quantidade e da síndrome. · História pregressa ou familiar de câncer de cólon: risco aumentado de câncer recorrente · Colite ulcerativa (DII): 10-20% após 20 anos · Radiação: associado a uma histologia mucinosa e mau prognóstico · Uretrossigmoidostomia: risco aumentado 100-500x na ou adjacente anastomose ureterocolônica. PREVENÇÃO E TRIAGEM: · Indivíduos assintomáticos · Adenoma Carcinoma (5 a 10 anos) MÉTODOS: · Sangue oculto nas fezes · Sigmoidoscopia · Colonoscopia · Enema opaco Classificação de risco: BAIXO RISCO: · ≥ 50 anos sem outros fatores de risco RISCO MODERADO: · História familiar de câncer (1º Grau) · História pessoal de pólipo ≥ 1cm · Múltiplos pólipos de tamanhos variados · Antecedente pessoal de câncer no intestino (tratado) ALTO RISCO: · Síndromes hereditárias (PAF, CCHNP, DII) TRIAGEM: Baixo risco e risco moderado: · Pesquisa anual de sangue oculto nas fezes a partir de 50 anos (40 anos) · Colonoscopia Alto risco triagem mais precoce Redução da incidência de câncer colorretal de 76 a 90% RASTREIO: Todos > 50 anos: · Colonoscopia de 10 em 10 anos · Sigmoidoscopia de 5 em 5 anos · Sangue oculto nas fezes anualmente · Pode fazer apenas 1 deles ou fazer TODOS (ideal) SE HISTÓRIA FAMILIAR: · >40 anos ou 10 anos antes da idade do familiar acometido SÍNDROME DE LYNCH (CCHNP): · A partir dos 20 anos: colonoscopia de 2 em 2 anos · A partir dos 40 anos: colonoscopia anualmente · *muitas mutações, muita metástase PAF > 10-12 ANOS: · Retossigmoidoscopia anual · Colonoscopia anual DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL: 8-10 ANOS DE DOENÇA · Colonoscopia de 2 em 2 anos PATOGÊNESE: Modelo adenocarcinoma: 8-12 anos de evolução · Genes de supressão tumoral · Genes de reparo de não pareamento (MMR) · Oncogenes Modelo adenoma-carcinoma: Essa via corresponde a 80% dos CCR esporádicos. Nós temos duas cópias do gene supressor de tumor Polipose adenomatosa coli (APC) que é um regulador negativo de uma proteina multifuncional, componente da via de sinalização, chamado b-catenina. Algumas pessoas já nascem com uma cópia do gene APC mutada ou inativada. No entanto, os adenomas só se desenvolvem quando há a mutação ou ativação das duas cópias do gene. A fisiopatologia do CCR se inicia quando ocorre uma mutação da APC, fazendo com ele perca a sua função. Normalmente esse gene promove a degradação da b-catenina, entretanto, como o APC está inativo, ocorre acúmulo da b-catenina. Esse componente da via de sinalização, em grande quantidade se transloca para o núcleo celular e ativa a transcrição de genes, como os que codificam Myc e Ciclina, responsáveis pela proliferação celular. Esse processo pode ser acompanhado por mutações adicionais, como mutações de ativação do gene KRAS, que também promovem o crescimento celular e evita a sua apoptose; mutações que codificam os genes SMAD2 e SMAD4, efetores da sinalização do fator TGF-ẞ que está envolvido na inibição do ciclo celular e em outros genes como DCC e caderina-E. Mutações de TP53 também ocorrem em fases tardias da progressão do tumor, ele é um gene supressor de tumor que está mutado em 70-80% dos cânceres do cólon. Em suma, fatores que levam a mutação em genes que regulam a proliferação celular estão alterados, fazendo surgir os adenomas com displasias celulares. CÂNCER NÃO HEREDITÁRIO DO CÓLON: CÂNCER ESPORÁDICO DO CÓLON: · Sem história familiar · 60% dos cânceres colorretais · ≥ 50 anos CÂNCER FAMILIAR DO CÓLON: · 25-30% dos cânceres colorretais · Acomete famílias padrão que não se caracteriza como síndrome genética herdada conhecida CÂNCER HEREDITÁRIO DO CÓLON: POLIPOSE ADENOMATOSE FAMILIAR (PAF): · Sídrome hereditária autossômica dominante · Prole 50% acometida · 1% dos Cânceres de Cólon · 100 ou mais pólipos (adolescência) Câncer com 40 ou 45 anos de idade · Adenoma de duodeno Carcinoma de du · odeno e antro · Tumor Desmóide em 10% dos casos Câncer de Cólon Hereditário Não Polipóide: · Possui componente hereditário. Sem pólipos. · Sindrome de Lynch – doença autossômica dominante herdada · 3-5% dos Cânceres colorretais · Início precoce de câncer · 80-85% de risco de câncer colorretal em toda a vida · Cânceres Sincrônicos e Metacrônicos · Tumores extracolônicos: · Intestino delgado · Estômago · Vias biliares · Trato urinário · Ovário (40-50%) · Cérebro SÍNDROMES DE POLIPOSE Hamartomatosa: · Síndrome de Peautz-Jeghers · Sídrome de Polipose Juvenil Juntas representam 4% dos CânceresColorretais PATOLOGIA: DISTRIBUIÇÃO COLORRETAL: · Reto 10 a 15% · Sigmóide 40% · Ceco e colo ascendente 25 a 35% DISSEMINAÇÃO: · Circunferencial · Trans-mural · Linfática · Hematogênica · Portal (fígado) · Pulmão, rim e osso · Semeadura trans-peritonial carcinomatose peritoneal · Prateleira de Blumer + 20% metástase momento da apresentação PÓLIPOS: Um pólipo é qualquer lesão expansiva do trato gastrointestinal. A maioria dos adenomas, não evoluem para adenocarcinoma, mas um percentual dá origem ao CCR. Classificação: · Fixação na parede: · Séssil (avança na submucosa mais rápido) · Pedunculado · Natureza: · Hiperplásico · Hamartoma · Adenoma · Aspecto histológico do adenoma: · Tubular · Túbulo-viloso · Viloso pedunculado séssil Geralmente há menos atipia celular nos adenomas tubulares e muita atipia ou displasia nos adenomas vilosos. Além disso, o tamanho e o tipo histológico do pólipo que aumenta a incidência de carcinoma invasivo. Por exemplo, 40% das lesões maiores que 4 cm de diâmetro contêm focos de câncer. Pólipo adenomatoso → carcinoma: PÓLIPO HIPERPLÁSICO E POLIPOSE HIPERPLÁSICA: · Pequeno crescimento séssil · 3-6 mm · Arquitetura de cripta exagerada · Benignos · Indicadores de outras condições pré-malignas TRATAMENTO DO PÓLIPO: Polipectomia colonoscópica: · Reduz em 70-90% o risco de neoplasia invasiva · Pólipos múltiplos, grandes e sésseis · Biópsias com resultados falso negativos · Perfuração intestinal Se presença de câncer invasivo: TRATAR COMO T1 · Planas com invasão submucosa · Pedunculadas sem margem livre · Pedunculadas com margem ≤ 2mm Carcinoma de cólon: · Adenocarcinoma (90-95%) · Adenocarcinoma mucinoso (10%) · Carcinoma de células em anel de sinete · Pior prognóstico · Carcinoma de pequenas células (>1%) · Prognóstico extremamente ruim ESTADIAMENTO: American Joint Commitee on Cancer (AJCC) Anatomia cirúrgica do cólon: O cólon humano é dividido em quatro partes: ascendente, transversa, descendente e sigmoide. Essas partes sucedem uma a outra, de modo a formar um arco, circundando o intestino delgado. Sistema arterial: O cólon recebe sangue da mesentérica superior e da mesentérica inferior. A cadeia linfática caminha junto desses vasos nutridores do cólon. SISTEMA VENOSO: O cólon drena em quase sua totalidade para o SISTEMA PORTA! Por isso a disseminação portal é tão importante. Apenas o reto baixo é que drena para o sistema ázigus. SISTEMA LINFÁTICO: · Drenagem linfática · Folículo linfático submucoso · Linfonodos epicólicos · Linfonodos paracólicos · AMS · Ao · Gânglios celíacos · Gânglios mesentéricos superiores · Gânglios mesentéricos inferiores Apresentação clínica: SINTOMAS: · Perda inexplicada de peso · Flatulência · Indigestão · Dor abdominal em cólica · Obstrução, perfuração e fístula · Sangramento melena, enterorragia e hematoquezia · Hematoquezia principalmente nos tumores baixos (reto e canal anal) – raios de sangue · Tumores distais mudança de hábito intestinal · Diarreia alternando com constipação · ↓ do diâmetro das fezes (“fezes em fita”) · Anemia ferropriva (fadiga, palidez, fraqueza) Além disso, o CCR pode se manifestar com sintomas referentes aos órgãos para onde sofreu metástase. Desse modo, o paciente pode apresentar dor em hipocôndrio direito, associada a plenitude prandial e saciedade precoce quando ocorre metástase hepática. Nos casos de metástase peritoneal, o indivíduo pode se apresentar com ascite, distensão e dor abdominal. Também é possível a presença de linfonomegalias inguinais, periumbilicais ou supraclaviculares nos casos de metástase linfonodal ou até derrame pleural, dores ósseas e fraturas patológicas no caso de metástase pulmonar e óssea respectivamente. HISTÓRIA: · Mudança de hábito intestinal · Perda de peso · História familiar e pessoal de câncer Os tumores da direita costumam dar mais anemia; Os tumores do lado esquerdo e distais costumar dar mais fenômenos relacionados ao trânsito intestinal. EXAME FÍSICO: Pode ser normal. ATENÇÃO: · Aparência geral do paciente · Caquexia · Icterícia (metástase hepática) · Linfonodos (supraclaviculares, inguinal) - metástases Abdome: · Massas palpáveis · Distensão · Timpanismo · ↑ RHA (ruídos de luta) · Sinais de peritonite perfuração TOQUE RETAL: · Tumor palpável · Prateleira de Blumer (implantes no fundo de saco posterior) · Presença de sangue ou melena INVESTIGAÇÃO e diagnóstico: A base para o diagnóstico do CCR se dá através de uma anamnese minuciosa, levando em conta sinais, sintomas e fatores de risco, acompanhado pelo exame físico geral e proctológico. EXAMES LABORATORIAIS: · Hemograma (anemia microcítica e hipocrômica compatível com anemia ferropriva; infecção) · Eletrólitos · Uréia e creatinina · Glicemia · Testes de função hepática e coagulograma (TGO, TGP, FA, GGT, BTF) · CEA antígeno cárcino embriogênico · Não é usado para o diagnóstico, mas sim para o seguimento e monitorização do paciente. · Níveis normais de CEA não excluem o diagnóstico de CCR. · Várias situais estão relacionadas com o aumento do CEA além do CCR, como cirrose hepática, enfisema pulmonar, DII, diverticulite, polipose intestinal e outros tipos de canceres. · CA 19.9 Colonoscopia**** · PADRÃO OURO · Estuda todo o cólon · ↑sensibilidade · Diagnóstico e terapêutico · Biópsia · Tumor sincrônico · Obstrução iminente · Sangramento ativo · Cauterização, ablação a Laser, Stent 1% perfuração intestinal 25% falso negativo (lesões menores) 10% exame incompleto Localização imprecisa do tumor Proctoscopia/sigmoidoscopia rígida Permite visualizar o ânus, reto e sigmóide (cerca de 30 cm finais do intestino). É um aparelho metálico e firme, que contém uma câmera na ponta e uma fonte de luz para observar o trajeto. Sigmóidoscopia flexível Em pacientes com massa palpável ao toque retal que não permite a passagem do colonoscópio. No entanto, esse exame não substitui a colonoscopia, pois só consegue chegar até 60 cm do ânus. É um aparelho mais moderno, ajustável, que também contém uma câmera e uma fonte de luz, mas é mais prático, menos desconfortável e é capaz de realizar fotografias do trajeto, além das biópsias. ENEMA OPACO: · Exame contrastado · Não é usado de rotina. Casos seletivos. · Definição topográfica · PRINCIPAL INDICAÇÃO: paciente com suspeita de tumor sincrônico cujo colonoscópio não passou a lesão! · Defeito de enchimento (sinal da maçã mordida) – área de subtração → tumor · Bário contra-indicado suspeita de perfuração TÉCNICAS EM EVOLUÇÃO: · Estudo com microcápsulas · Colonoscopia virtual (TC) Avaliação da extensão local do tumor e de disseminação metastática: ESTADIAMENTO!!! TC, RM e USG endorretal: · Metástase hepática · Hidronefrose · OBS: a RM é um pouco superior a TC quando avalia-se tumores de reto (médio e baixo) · USG endorretal: tumores de reto mais precoces, observa grau de invasão do reto. Importante para o planejamento cirúrgico. PET-Scan com FDG: · Exame altamente sensível · Marcador metabólico (glicose) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: · Diverticulite · Pólipos benignos · Doença de Crohn · Endometriose · Estenose isquêmica · Doença hemorroidária TRATAMENTO: O tratamento padrão para o CCR é a ressecção tumoral, associada a linfadenectomia regional. A quimioterapia e a radioterapia quando indicados, apresentam um papel importante para o sucesso do tratamento. Indicação da cirurgia: maior parte dos casos · Curar · ↑ sobrevida livre de doença · Prevenir novo câncer · Paliação (obstrução, sangramento, perfuração) · Tratamento das metástases Terapia neoadjuvante: · Antes da cirurgia · Lesões localmente avançadas (downstaging) · Muito importante no tumor de reto CIRURGIA: A ressecção do tumor pode ser feita por via aberta ou laparoscópica. Nesse último caso, há redução do tempo de internação hospitalar e menor complicação pós-operatória, mas sem impacto na sobrevida dos pacientes. Para ser considerada adequada a ressecção cirúrgica deve garantir uma margem livre de infiltração neoplásica (idealmente de 5cm da margem proximal e distal para tumores do cólon e 2cmpara tumores retais) e a retirada de no mínimo 12 linfonodos. Além disso, deve-se evitar a manipulação tumoral durante e ressecção e fazer as ligaduras vasculares no início da cirurgia. Princípios técnicos gerais: · Ressecção: segmento canceroso do cólon, o mesentério com o vaso nutridor principal e os linfáticos. · Margem distal 4 a 5cm · A montante e a jusante do tumor!!! · Ressecções alargadas ausência de benefícios adicionais · Zonas fronteiriças dissecção bidirecional · Remove o mesentério · Ligadura na origem do vaso Tipo de ressecção localização do tumor a) Tumor no cólon ascendente: Hemicolectomia direita + retirada da região nutrida pela artéria cólica direita (retira mesocólon relacionado a artéria cólica direita) b) Hemicolectomia direita ampliada c) Tumor na região transversa: Hemicolectomia direita ampliada (+ regiões do mesocólon) a) Hemicolectomia direita ampliada: Leva cólica direita, cólica média, todo mesentério da região b) Tumor no cólon transverso mais à esquerda: hemicolectomia esquerda (cólica esquerda + artéria sigmoidiana) + anastomose com o reto c) Tumor de colón descendente: hemicolectomia esquerda + sigmoidectomia d) Tumor de sigmoide: sigmoidectomia + anastomose RECONSTRUÇÃO / DESVIOS: Colostomia (sutura de intestino no abdome) – pode ser a montante, proximal etc. TUMORES DE CÓLON: Os carcinomas in situ e intramucosos podem ser ressecados via colonoscopica, desde que as margens estejam livres. Quando o tumor estiver localizado no ceco ou cólon ascendente, a ressecção deve incluir a porção distal do íleo e ir até a metade do cólon transverso. Caso o tumor se encontre no cólon transverso, a ressecção dependerá da porção de implantação. Nos casos em que o tumor se localiza no cólon descendente, deve-se realizar a colectomia esquerda. Por fim, caso o tumor esteja presente no cólon sigmoide ou reto alto, pode-se realizar uma retossigmoidectomia. Devido as grandes chances de recorrência tumoral, nos pacientes com tumores associados a PAF e a CCHNP, geralmente é indicado a colectomia total. CÂNCER DE RETO: O melhor tratamento para o câncer do reto é a ressecção cirúrgica do tumor primário. Devido a sua localização intrapélvica e da proximidade anatômica com estruturas importantes, como nervos e órgãos urogenitais, pode ser indicada a associação de terapias pré-operatórias visando reduzir o tamanho do tumor para garantir uma melhor ressecção cirúrgica. · Tumores altos (5-16cm): · Ressecção abdominal baixa · Anastomose colorretal · Normalmente não faz neoadjuvância / radioterapia · Retossigmoidectomia anterior + anastomose colorretal · Tumores baixos (<5cm): · Ressecção abdominoperineal (Miles) · Colostomia definitiva · QT+RT: neoadjuvante / adjuvante · Mais nos tumores de reto médio e baixo · Objetivo: downstaging → maior chance de poder fazer uma retossigmoidectomia anteiror com anastomose colorretal Nos tumores de reto médio e distal por serem extraperitoneais, pode-se realizar a ressecção desse local com margem de segurança de 2 cm, associada a uma anastomose colorretal. Já nos tumores de reto baixo, deve ser realizado ressecções anteriores baixas ou amputação abdominoperitoneal do reto. Em ambos os casos, a retirada do mesorreto (tecido gorduroso que circunda o reto e abriga vários linfonodos e vasos linfáticos). Mesmo após a cirurgia também é necessário a realização de quimioterapia adjuvante devido a taxa de recorrência local nesta doença. Complicações cirúrgicas: Mortalidade: 3,5 a 6% (cirurgias eletivas) · Sangramento · Infecções inespecíficas · Deiscência anastomótica · Peritonite · Fístulas · Complicações pulmonares · Broncoaspiração · Atelectasia · Pneumonia · Embolia · Íleo pós-operatório · Deiscência de parede abdominal Cirurgias de emergência (20%): OBSTRUÇÃO TUMORAL (16%): · Cirurgia em 3 tempos · Colostomia · Ressecção de cadeia linfática + anastomose · Fechamento do stoma · Cirurgia em 2 tempos · Ressecção + colostomia · Fechamento do stoma · Colectomia + anastomose primária · Stent metálico PERFURAÇÃO: · Peritonite fecal · Considerar doença disseminada estádio IV TRATAMENTO DA DOENÇA AVANÇADA: Doença localmente avançada (15%) · Possibilidade de cura · Neoadjuvante + Ressecção em bloco + linfadenectomia Metástases operáveis · Pulmão, fígado taxa de cura 30% Doença disseminada inoperável · Paliativa · Ressecção · Bypass intestinal OBS: é indicado tirar o tumor primário para evitar complicações (obstrução, sangramento) – não precisa de linfadenectomia Tratamento pós-operatório: · Mobilização precoce · Controle da dor · Retirada precoce da sonda nasogástrica e da sonda vesical de demora · Ingestão oral no 1º ou 2º dia · Período de hospitalização de 5 a 7 dias QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE E RADIOTERAPIA: · Recomendado em pacientes com estadiamento III (linfonodos +) → QUIMIOTERAPIA PÓS CIRÚRGICA · Doença em estádio II sem evidências de benefício · OBS: radioterapia só nos tumores de reto baixo e reto médio porque o intestino delgado não tolera bem a radioterapia. · 5-FU/LV Resultado e prognóstico: RELACIONADO COM O ESTADIAMENTO DO PACIENTE!!!! Conclusões: Doença com impacto significativo para população e para o Sistema de Saúde Muitos fatores de risco estão bem identificados A história natural do adenocarcinoma colorretal é relativamente bem compreendida É possível a aplicação de programas de triagem e prevenção para redução da incidência da forma invasiva A cirurgia permanece como a base do tratamento curativo e paliativo
Compartilhar