Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Metástase Hepática Junyara Souza 2 Segundo local mais frequente de metástase. 20x mais frequente do que neoplasia primária. Sítio primário: · Colorretal · Pulmão · Mama · Pâncreas · Estômago · Rim · Colo uterino Os sítios mais comuns são os tumores do trato gastrointestinal superior e o câncer colorretal. Cerca de metade dos pacientes com câncer metastático de mama e pulmão desenvolvem metástase hepática. Um terço dos pacientes que tumores metastáticos de bexiga irão desenvolver lesões hepáticas. Carcinomas de próstata e ovário não são causas comuns de metástase hepática. Em 20% dos casos, o linfoma envolve o fígado. METÁSTASE HEPÁTICA: · Circulação portal / linfática · Circulação hematogênica Os tumores tendem a se fixar nos órgãos maiores e com maior circulação sanguínea. CÂNCER COLORRETAL: É o terceiro mais prevalente no mundo, com mais de 940.000 casos e cerca de 500.000 mortes anualmente no mundo. INDICAÇÕES DE RESSECÇÃO HEPÁTICA: Nesse contexto, os tumores colorretais e tumores neuroendócrinos possuem o melhor prognóstico, pois possuem uma disseminação portal mais importante. Na maioria das vezes as células se desprendem e se disseminam mais pelo sistema porta do que pela circulação sistêmica (principalmente o neuroendócrino). IDENTIFICAÇÃO DE METÁSTASE HEPÁTICA: · Identificado antes da identificação do tumor primário – diagnóstico incidental por exames de rotina · Durante estadiamento de um tumor primário · Seguimento pós-operatório QUADRO CLÍNICO: · Assintomático · Dor · Perda de peso · Febre – e leucocitose se infecção por áreas de necrose · Hepatomegalia e esplenomegalia – congestão passiva · Icterícia – acometimento grande do fígado, colestase · Ascite · Edema de MMII – compressão da veia cava retrohepática ou carcinomatose · Adenopatia · Derrame pleural · Hipoglicemia (sarcomas) · Fenômenos vasomotores em tumores neuroendócrinos (síndrome carcinóide – rubor, dor abdominal, diarreia, hipotensão, repercussões hemodinâmicas, broncoespasmo) – liberação de serotonina, bradicinina, histamina ACHADOS: · Circulação portal – circulação sistêmica · Metástase exclusiva do fígado · 4% nos sítios que drenam para a circulação portal · Outros sítios: 10x menos frequente · Cólon/rento (12-17%) · Lesões sincrônicas · 20-30% tumor de cólon e reto · Lesões metacrônicas (após ressecção) · 30% em 3 anos EXAMES LABORATORIAIS: · Anemia · Leucocitose (mesmo sem infecção – áreas de necrose) · Colestase + Hiperbilirrubinemia (acometimento do tecido hepático) · Fosfatase alcalina · Transaminases · CA 125: ovário, endométrio, mama, fígado, pulmão, reto e estômago · CA 15-3: mama · CEA: tumores colorretais · CA 19-9: pâncreas, colorretal, vesícula, fígado. CÂNCER COLORRETAL: DIAGNÓSTICO / ESTADIAMENTO: AVALIAÇÃO RADIOLÓGICA: · Número de nódulos · Tamanho · Localização · Comprometimento vascular · Natureza da lesão EXAMES: · USG (sensibilidade – 84%) · USG intra-operatória (sensibilidade – 96%) · Detecta lesões não percebidas em 5-10% na TC/RM · Acesso a anatomia vascular e hepatectomia segura · USG com doppler – avalia hipertensão portal, invasão vascular pelo tumor · CT de abdome · RM · Videolaparoscopia com USG antes da laparotomia · Cintilografia · PET SCAN – acurácia alta · Biópsia percutânea (tumor inoperável, HNF, adenomas) TRATAMENTO: Nenhuma outra forma de tratamento pode reproduzir a sobrevida da cirurgia curativa. · Eliminação do sítio primário · Ressecção: mama, pâncreas, estômago, órgãos pélvicos e pulmões História natural: 0% Ressecção: 25-35% em 5 anos História natural da metástase hepática sem tratamento: · Sobrevida de 4-24 meses, com mediana menor que 1 ano · Única: 11 meses · Múltipla: 7,5 meses · 2 órgãos: 4 meses CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DE RESSECÇÃO: · Fígado: único local · Tumor primário controlado/controlável · PS > 60% · Expectativa de vida > 2 meses · Remanescente ≥ 2 segmentos ou 1% do peso corporal (estima o tamanho pela TC/RM) INDICAÇÕES: INDICAÇÕES ESTABELECIDAS INDICAÇÕES DISCUTÍVEIS Colorretal Mama Neuroendócrino Adrenal Rim Útero Seminoma Ovário Sarcoma tumores com MAUS RESULTADOS: Só indica ressecção após estudo radiológico rigoroso do tumor e em pacientes com estado geral muito bom, além de excelente controle do tumor primário. · Melanoma · Pâncreas · Estômago · Vesícula · Cabeça e pescoço · Sítio primário desconhecido DOWNSTAGING: Lesão irressecável → terapia neoadjuvante → downstaging para lesão ressecável CIRURGIA: Segmentectomia hepática Alguns segmentos hepáticos são autônomos (drenagem biliar própria, irrigação sanguínea portal própria, drenagem própria) → possibilidade de pequenas ressecções sem isquemiar o resto do fígado Hepatectomia: · DIREITA: retira segmentos 5, 6, 7 e 8 · ESQUERDA: retira segmentos 2, 3 e 4 · Hepatectomia direita ampliada: 5, 6, 7, 8 e o 4. · Hepatectomia esquerda ampliada: 2, 3, 4, 8 e 5. OBS: O Remanescente precisa ser de ≥ 2 segmentos ou 1% do peso corporal. E MARGEM DE NO MÍNIMO 1 CM. OBS: EMBOLIZAÇÃO PORTAL PRÉ-OPERATÓRIA: Ocluir ramo portal direito, desviando os fatores hepatotróficos venosos intestinais para o lobo esquerdo → hipertrofia máxima do lobo esquerdo em 5 semanas + atrofia dos segmentos que serão retirados → Embolização otimizada com Histoacryl (cola acrilato). INDICAÇÃO: Pacientes que potencialmente se beneficiariam de uma hepatectomia direita, mas têm limitado volume residual de lobo esquerdo. O sangue chega 75% pela veia porta e se divide para o lobo direito e esquerdo. Se oclui o lobo direito, todo o sangue passa para o lobo esquerdo, causando hipertrofia desse lobo. RESSECÇÃO DE METÁSTASE HEPÁTICA EXCLUINDO-SE TUMOR COLORRETAL E CARCINÓIDE: · 1552 pacientes (41 centros) · Mama 32%, tumor gastrointestinal 16%, câncer urológico 14%, melanoma 10% · Lesão solitária e unilateral · Mortalidade 2,3% · Maiores complicações 21,5% · Sobrevida global: 5 anos 36%, 10 anos 23% · Sobrevida livre de doença: 5 anos 21%, 10 anos 15%. QUAL O IMPACTO DESTE TRATAMENTO PARA CADA TIPO DE TUMOR: Pool de dados de séries publicadas (n > 3.000) e sobrevida em 5 anos CÂNCER COLORRETAL · Reflexões sobre 250 intervenções de metástases hepáticas de carcinoma colorretal · Durante a laparotomia: Índice de ressecabilidade de 81% · Sobrevida global em 5 anos – pode passar de 50% the outcome of untreated metastatic colorectal cancer · Sobrevivência média de 5 a 10 meses · Sobrevivência de 2 anos é raro · Sobrevivência de 5 anos é extremamente raro the outcome of margin negative hepatic resection of metastatic colorectal cancer · Sobrevivência média de 40% em 5 anos (25 a 45%) · Sobrevivência aproximadamente de 20% em 10 anos (19 a 24%) Complicações do pós-operatório: Complicações maiores N (%) 19 (22,8%) Complicações menores N (%) 25 (30%) Pneumonia 7 (8,4%) Vazamento biliar 11 (13,2%) Insuficiência hepática 6 (7,2%) Efusão pleural 11 (13,2%) Coleção de fluido intra-abdominal 6 (7,2%) Atelectasia 2 (2,4%) Hemorragia intra-abdominal 5 (6,0%) Infecção do trato urinário 2 (2,4%) IAM 1 (1,2%) Infecção da ferida operatória 2 (2,4%) Trombose da veia porta 1 (1,2%) Morbidade 44,5% Mortalidade 8,4% Prognóstico: Predicting recurrance after hepatic resection for metastatic colorectal câncer – Clinical risk score (CRS) Escore de risco clínico CRS: 1. Status do tumor primário 1. Intervalo “disease-free” da descoberta do tumor primário para a metástase hepática < 12 meses 1. Número de tumores > 1 1. Nível CEA no pré-op > 200 ng/mL 1. Maior tumor > 5 cm Sobrevivência atuarial global 37% a 5 anos, 22% a 10 anos Sobrevivência atuarial 60% se CRS = 1; 14% se CRS = 5 · 1-2: Melhor prognóstico · 3-4: Terapia adjuvante agressiva · 5: Sobrevivência livre de doenças é muito rara e alta incidência de doença extra-hepática PET scan pré-operatório e avaliação laparoscópica The importance of extra hepatic disease Análise internacional multi-institucional de 1996 a 2007 Total de 1629 pacientes passaram por ressecção CLM e 171 (10,4%) por ressecção de doença extra-hepática Para que hajaum bom prognóstico é necessário que exista uma metástase exclusiva do fígado. acomapanhamento da ressecção · Primeiros 2 anos ACOMPANHAMENTO TRIMESTRAL · Exame físico · CEA · TC de abdome e pelve · RX de tórax · Próximos 5 anos ACOMPANHAMENTO SEMESTRAL · Exame físico · CEA · TC de abdome e pelve · RX de tórax tratamento não cirúrgico · QT sistêmica ou local · Quimioembolização · Hipertermia · Crioterapia · Alcoolização · Tx hepático qUIMIOTERAPIA sistêmica fudr (fluxuridina) · 5-FU (5-fluoracil) 20% de resposta · FUDR (floxiuridina) · 5-FU + Oxaliplatina ou irinotecano 40 a 57% de resposta quimioembolização arterial UMA DAS MAIS UTILIZADAS! Punção femoral, vai até tronco celíaco, avança com o micro-cateter, procura o vaso que nutre o tumor e injeta embolizante + qtx. EVITA EFEITOS SISTÊMICOS DA QUIMIOTERAPIA. Além de potencializar o efeito local – qtx fica retido. · Fígado possui dupla irrigação · Quimioembolização do suprimento sanguíneo tumoral · Cateter super seletivos · Redução da toxicidade · Quimioterápicos utilizados Fluorodeoxyuridine, doxorrubicina, cisplatina e mitomicina · Geolfoam e lipiodol · Isquemia e prolongamento do contato com o quimioterápico · Tumores neuroendócrinos · *MELHOR RESULTADO COM HCC As drogas mais utilizadas atualmente são DOXORRUBICINA, associada ou não com mitomicina ou cisplatina, e IRINOTECANO radiofrequência · Lesão térmica – 60-100°C · Guiado por USG ou TC · Mortalidade de 2% · Tumores pequenos alcoolização · Desidrata célula tumoral e provoca necrose. · Baixo custo · Complicações – 1,7% · Grandes tumores · Morbidade de 4,6% · Mortalidade de 0,7% crioterapia · Mais utilizada no tumor renal · -20°C a -30°C · Anestesia · Acesso tradicional ou via laparoscópica MORBIMORTALIDADE DOS TRATAMENTOS Tratamento Morbidade (%) Mortalidade (%) Cirurgia 10 - 47 0 – 11 Quimioembolização 60 1 QT – Intra 28 1 – 2 Crioterapia 0 – 27 0,9 Radiofrequência 2 2,7 METÁSTASES HEPÁTICAS RESSECÁVEIS 10-20% NÃO RESSECÁVEIS 80-90% Cirurgia Quimioterapia
Compartilhar