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AULA 2 – SÍNDROMES HEMORRÁGICAS DANIELA FRANCO HEMORRAGIAS DO PRIMEIRO TRIMESTRE a) abortamento b) gravidez ectópica c) mola hidatiforme (neoplasia troboblasticas gestacional benigna) d) deslocamento corioamniótico ABORTAMENTO Abortamento é a expulsão do ovo antes de 20 a 22 semanas de gestação ou o concepto pesando mais que 500g. Abortamento é o ato de abortar (processo) abôrto é o produto da concepção eliminado. INCIDÊNCIA: 50% dos abortamentos ocorrem na fase sub-clínica, isto é, antes da falha da menstruação. 10 a 15% das gestações terminam espontaneamente no primeiro trimestre ou no início do segundo trimestre (abortamento clínico) ETIOLOGIA: • Anormalidades cromossômicas: são as causas mais comum de abortamento, responsável por mais de 50% dos abortamentos espontâneos. As aneuploidias são as mais frequentes. Astrissomias são as ameuploidias mais encontradas. A mais frequente é a do cromossomo 16. Essas anormalidades cromossômicas, decorrem de fertilização de gametas anormais ----falha na divisão meiotica. SÃO MAIS COMUM EM MULHERES COM IDADE MATERNA AVANÇADA (> QUE 39 ANOS) • Desordens anatômicas: - Incompetência istmo cervical (abortamentos tardios). Dilatação cervical indolor no segundo trimestre, podendo ser seguida por prolapso e herniação de membranas para o interior da vagina bem como, posteriormente, expulsão de feto imaturo - Miomas - Malformações uterinas: utero bicorno, utero didelfo - Aderências (sinequias) uterinas ---- SINDROME DE ASCHERMAM. Geralmente resultam da destruição de grandes áreas de endométrio durante a curetagem. A histerossalpingografia pode mostrar múltiplos defeitos. Com a gravidez subsequente, a quantidade de endométrio restante pode ser insuficiente para sustentar a gravidez, e o aborto pode ocorrer. • Desordens endócrinas: - Insuficiência lútea: deficiência de progesterona pelo corpo lúteo. O corpo lúteo é o responsável pela manutenção da gravidez até 10 semanas. - Hipotireoidismo - Diabetes mellitus: O risco parece estar relacionado com o grau do controle metabólico no início da gravide - Ovários policísticos. • Distúrbios imunológicos: - Síndrome do anticorpo antifosfolipidio (saf): é uma causa auto imune de abortamento de repetição (trombofilia). Estes anticorpos promovem trombose em vasos placentários. 3 variantes de anticorpos envolve a síndrome: anticoagulante lúpico, anticorpo anticardiolipina e B2 GPI. Todos determinam trombose placentária. • Infecções: rubeola, parvoviroses, citomegaviroses, herpes, hepatites b, hiv, infecção urinária, sífilis, toxoplasmose, estreptococus do grupo b. FATORES DE RISCO: idade materna avançada, uso de álcool, tabagismo, cocaína, anti- inflamatórios não hormonais, abortamento prévio, radiação ionizante (raio x) FORMAS CLÍNICAS: • Abormamento precoce quando ocorre até 12 semanas • Abortamento tardio quando ocorre após 12 semanas • Abortamento habitual quando ocorre 3 ou mais abortamentos consecutivos. Os subgrupos comumente considerados são a ameaça de aborto, aborto inevitável, aborto incompleto e aborto retido. No aborto séptico, os produtos da concepção e o útero se mostram infectados. Finalmente, o abortamento recorrente - também chamado de perda gestacional recorrente - descreve as perdas precoces consecutivas com etiologia supostamente semelhante. AMEAÇA DE ABORTO • Ameaça de abortamento: gravidez complicada por sangramento antes de 22 semanas. 50% evoluem para abortamento para abortamento espontâneo. • Colo permanece fechado e saco gestacional permanece íntegro. O diagnóstico é suposto quando há um corrimento vaginal com sangue ou sangramento através do orifício fechado do colo durante a primeira metade da gravidez, os quais se desenvolvem em 20 a 25% das mulheres durante o início da gestação, podendo persistir por dias ou semanas. Uma causa fisiológica do sangramento ocorre próximo ao período esperado da menstruação, denominando-se sangramento da implantação (SINAL DE HARDEN). As lesões cervicais comumente sangram no início da gestação, especialmente após a relação sexual. Os pólipos cervicais e a reação decidual também tendem a sangrar no começo da gestação. O sangramento causado por essas fontes benignas não é acompanhado por dores abdominal e lombar. No abortamento, o sangramento costuma começar primeiro, e a cólica abdominal vem algumas horas ou dias depois. OBS: A gravidez ectópica sempre deve ser considerada no diagnóstico diferencial da ameaça de aborto. ABORTO INEVITÁVEL • Quando o colo está dilatado, mas o concepto não foi eliminado (ovo inviável) • Tratamento: aspiração a vácuo ou curetagem uterina. A ruptura maciça de membranas, que se manifesta pela exteriorização do líquido amniótico na presença de dilatação cervical, indica com quase certeza a ocorrência de aborto. Em geral, as contrações uterinas começam imediatamente para causar o abortamento ou há o desenvolvimento de infecção. A perda de grande quantidade de líquido por via vaginal na primeira metade da gravidez raramente não possui consequências sérias. A súbita descarga de líquido no início da gravidez ocorrer antes da dor, febre ou sangramento, poderá ser razoável conduzir a paciente com observação e redução das atividades. Após 48 h, se não ocorrer o escape adicional de líquido amniótico nem houver sangramento, dor ou febre, a mulher poderá retomar as suas atividades habituais, exceto qualquer forma de penetração vaginal. Entretanto, se o fluxo de líquido for acompanhado ou seguido de sangramento, dor ou febre, o aborto deverá ser considerado inevitável, sendo o útero esvaziado. ABORTAMENTO COMPLETO • Quando todo o produto da concepção foi eliminado sem a necessidade de intervenção médica ou cirurgica. • Administrar imunoglobulina ANTI RH ABORTAMENTO INCOMPLETO • Quando alguma parte do produto da concepção não foi eliminado (permanece restos ovulares) • Tratamento: curetagem uterina. O sangramento ocorrer quando a placenta se destaca total ou parcialmente do útero. Durante o aborto incompleto, o orifício cervical interno abre- se, permitindo a passagem de sangue. O feto e a placenta podem permanecer totalmente no útero ou se exteriorizar parcialmente através do orifício dilatado. Antes de 10 semanas, o feto e a placenta costumam ser expelidos juntos, porém mais tardiamente são expelidos separadamente. ABORTAMENTO INFECTADO (SÉPTICO) É o abortamento (geralmente incompleto) complicado por infecção intra uterina. Pode ser espontâneo ou provocado. Bacterias gram negativas (cocos), bacterióides, clostridium, perfringens ( welchi). As formas mais graves evoluem para septicemia, choque, peritonite com temperaturas acima de 39 graus. A endometrite é a manifestação mais comum de infecção pós-parto, mas a parametrite, peritonite, septicemia e mesmo endocardite podem, ocasionalmente, ocorrer. O tratamento da infecção consiste na imediata administração de antibióticos de amplo espectro por via intravenosa, seguida pelo esvaziamento uterino. Na síndrome de séptica, a síndrome respiratória aguda ou a coagulopatia intravascular disseminada podem vir a ocorrer, sendo essencial o tratamento de suporte ABORTAMENTO RETIDO Quando ocorre a morte fetal sem a sua expulsão. ABORTAMENTO HABITUAL Quando ocorre 2 ou mais abortamentos consecutivos. As causas mais frequentes são: anomalias cromossômicas, incompetência istmo cervical, trombofilias, deficiência de corpo amarelo (lúteo). • Ovo anembrionado ( ovo cego): consiste na ausência de embrião no saco gestacional em gestacões de mais de 6 semanas) TRATAMENTO: métodos para esvaziamento uterino. • Tratamento cirúrgico: - AMIU ( aspiração manual intrauterina) : ambulatorial com menos de 12 semanas, - Aspiração a vácuo - Curetagem uterina : feita em qualquer época ou quando tiver grande quantidade de material. - Micro cesariana. • Tratamento clínico: - Perfusão venosa de ocitocina - Uso de comprimidos de misoprostol nas gravidezes acima de 12 semanas. INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL É definida como a entidade que determina a falência do sistema oclusivo uterino, de tal forma que o colo não se mantem fechado e não retendo o concepto até o final da gestação. A dilatação istmo cervical, estimula as contrações uterina. A abertura do colo espõem as membramas em contato com a cavidade vaginal, causando amniorexe e infecção amniotica. CAUSAS DE INCOMPETÊNCIA ISTMO CERVICAL: • fatores congênitos • antecedentes de cirurgias no colo uterino • partos demorados em gravidez anterior. DIAGNÓSTICO é feito quando ocorre a ruptura das membranas e dilatação cervical sem dor; TRATAMENTO • Circlagem terapéutica do colo < que 2,5cm • Circlagem eletiva --- história de perdas fetais sucessivas --- deve ser realizada entre 12 e 14 semanas • Circlagem de urgência -dilatação cervical maior que 2 cm ou protusão das membranas. • Técnica de McDonald para incompetência istmo cervical indicada durante a gravidez é a mais indicada. GRAVIDEZ ECTÓPICA Normalmente o blastocisto implanta-se na superfície endometrial na cavidade uterina. Qualquer implantação fora da cavidade uterina (no endométrio) é denominada prenhez ectópica. QUANDO OCORRE A GRAVIDEZ ECTÓPICA? Pode ocorrer prenhez ectópica quando o trânsito do ovo até a cavidade uterina é lentificado ou obstruido. O ovo demora 7 a 8 dias desde a fecundação para ser transportado pela trompa até o útero. Qualquer obstáculo a este trânsito pode ocorrer prenhez ectópica. FATORES DE RISCO: - cirurgias prévias sobre as trompas - uso de diu - infecção: salpingites por clamídia e neisseria. - tumores - infertilidade: tratamento com indutores da ovulação - endometriose - tabagismo - exposição ao dietilestilbestro FORMAS DE PRENHEZ ECTÓPICA Prenhez ovariana Prenhez angular ou cornual Prenhez cervical Prenhez abdominal Prenhez tubária A gravidez tubária é responsável por 95% dos casos de prenhez ectópica. O local mais frequente é a ampola e em seguida a ístmica dor abdominal, amenorreia e sangramento vaginal são os sintomas clássicos das prenhez ectópica. MANIFESTAÇOES CLÍNICAS Os sintomas maiores ocorrem quando a ruptura tubária.O istimo tubário é o local mais comum de ruptura. Forma aguda: Quando ocorre a ruptura da trompa surge abundante hemorragia intraperitonial, dor aguda e intensa na fossa ilíaca ou hipogastrio e choque. • Pode ocorrer dor no ombro - SINAL DE LAFON • Equimose periumbilical- SINAL DE CULLEN • Irritação peritoneal- SINAL DE BLUMBERG • Sangramento vaginal de pouca intensidade. • Ao exame ginecológico ocorre dor quando se mobiliza o colo uterino e no fundo de saco de douglas (grito de douglas) - SINAL DE PROUST. Forma sub-aguda: geralmente a prenhez ectópica é ampolar não ocorre a ruptura da trompa o sangue escoa para a cavidade abdominal de forma mais amena. O quadro cínico é menos intenso. DIAGNÓSTICO prenhez ectópica deve ser pensada sempre que a paciente apresentar dor abdominal aguda, com atraso menstrual ou irregularidade menstrual. Nos casos agudos o diagnóstico é mais claro e evidente. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL a prenhez ectópica pode ser confundida com diversas outras entidades: cisto de ovário roto, ameaça deabortamento, torção de ovário, abdome agudo de um modo geral, etc Quadro clínico é bastante variável, além do exame clínico outros exames complementares são necessários para elucidar o diagnóstico: • Dosagem isolada ou seriada do beta hgc • Ultrassonografia transvaginal • Dopplerfluxometria • Culdocentese • Laparostomia O beta hgc positivo + us = diagnóstico se o beta for maior ou igual a 1.500 ui, obrigatoriamente deve existir saco gestacional ao exame de U.S. beta negativo afasta a possibilidade de ser prenhez ectópica em muitos casos de prenhez ectópica ocorre uma hipertrofia das glândulas secretoras do endométrio em decorrências dos estímulos hormonais. Esta situação recebe o nome de reação de ARIAS STELLA, que é obtido pela curetágem uterina TRATAMENTO DA PRENHEZ ECTÓPICA Pode ser conservador ou radical o tratamento será radical dependendo do estado geral da paciente: instabilidade hemodinâmica, choque etc) a laparotomia esta indicada e procede-se a salpingectomia • Tratamento medicamentoso critérios: - idade gestacional < que 6 semanas -saco gestacional < que 3,5 cm -feto sem atividade cardíaca - beta hgc < que 5.000ui Usa-se o metotrexate - é um quimioterápico que inibe a multiplicação celular. A atividade trofoblástico é altamente vulnerável ao metotrexate. DOENÇA TROFOBLASTICA GESTACIONAL A DTG é um evento patológico surgido em consequência de fertilização aberrante representada de formas clínicas distintas: • mola hidatiforme • mola invasora • coriocarcinoma (neoplasia trofoblastica gestacional NTG) • tumor trofoblastico de sítio placentário, são tumores do trofoblasto viloso placentário, ão tumores funcionantes produtores de gonadotrofina coriônica humana. MOLA HIDATIFORME A doença pode ser benigma como a mola hidatiforme. Pode ser dividida em : • mola completa ( sem feto) • mola incompleta ( com feto) A mola maligna ( tumor trofoblasto gestacional) se divide em: • mola invasora ( coriocarcinoma destruens) • coriocarcinoma • tumor trofoblastico do sítio placentário FATORES DE RISCO: idade > de 40 anos, intervalo interpartal curto, abortamentos anteriores, tabagismo, inseminação artificial MOLA HIDATIFORME: Macroscopicamente abserva-se vesículas com líquido claro, semelhante a cachos de uva. Quando esse material é eliminado (vesículas) é sinal patognomônico da doença.Mola hidatiforme caracteriza pela eliminação devesículas e pela ausência de feto. Citogeneticamente a mola completa resulta da fertilização de um óvulo sem componente genético por um espematozoide com 23x cromossomos. Espermatozoide 23x duplica o material genetico e fecunda óvulo sem material genetico --- resulta ovo 46xx (partenogênese) --- homozigotica 46 xx geralmente é o sexo da mola hidatiforme na maioria das vezes. A mola também pode ser heterozigotica quando 2 espermatozoides fecunda óvulo sem núcleo 23x e 23y (dispermia) fecunda óvulo vazio = 46xx ou 46xy Citogeneticamente a mola parcial pode se resultar da fertilização e 2 espermatozóides com um óvulo normal (triploidia) 23x ou 23y fecunda óvulo 23x = 69xxx ou 69xxy ou 69xyy QUADRO CLÍNICO • SANGRAMENTO VAGINAL • UTERO AMOLECIDO E INDOLOR E MAIOR QUE A IDADE GESTACIONAL • NAUSEAS • VOMITOS ( HIPERMESE) • TOXEMIA GRAVÍDICA PRECOCE • ELIMINAÇÃO DE VESÍCULAS • UTERO EM SANFONA • CISTOS TECA LUTEÍNICOS • HIPERTIROIDISMO DIAGNÓSTICO: Dosagem de beta hgc pode chegar a 400.000ui. US: imagens com aspecto de flocos de neve CONDUTA: Esvaziamento uterino pode ser feito por vácuo aspiração, curetagem uterina ou amiu; Histerectomia SEGUIMENTO PÓS MOLAR: Dosagem seriada da beta hgc durante 6 meses. US. RAIO X Torax. Prescrever anticoncepcional por um ano. CORIOCARCINOMA Consiste em uma tranformação maligna após gravidez molar, gravidez ectópica ou gravidez noemal o diagnostico é difícil , geralmente tardio, já apresentando metástases principalmente para o pulmão outros locais de metástases : vagina, pelve, fígado e cérebro TRATAMENTO: RADIOTERAPIA, QUIMIOTERAPIA E HISTERECTOMIA TUMOR TROFOBLASTICO DO SÍTIO PLACENTÁRIO Geralmente o diagnósticoé tardio, após a gestação Anterior composto de trofoblasto intermediário beta pouco elevada, celulas produtoras de hormonio lqactogeneo placentário e prolactina TRATAMENTO: histerectomia + quimioterapia
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