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Transporte e Tráfego - AULA 25

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO PAULO 
TTRAF – TRANSPORTES E TRÁFEGO PROF.ª JOSIE MICALLI 
 
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SISTEMAS INTELIGENTES DE TRANSPORTES 
 
FISCALIZAÇÃO ELETRÔNICA DE VELOCIDADE 
 
Definida como a utilização de equipamentos eletrônicos para controlar o 
cumprimento das normas relacionadas à velocidade dos veículos, a Fiscalização 
Eletrônica de Velocidade tem reduzido os custos em acidentes de trânsito no Brasil 
desde o início da década de 90. 
Salvando vidas e eliminando a gravidade de acidentes que não puderam ser 
evitados, a Fiscalização Eletrônica de Velocidade identifica veículos com velocidade 
superior à permitida para o local, registrando os dados básicos das infrações 
cometidas, para posteriores medidas punitivas aos infratores pela Autoridade de 
Trânsito. A Fiscalização Eletrônica de Velocidade permite, ainda, medidas de 
controle de tráfego (volume de tráfego ou classificação volumétrica, por exemplo) e 
sua utilização no apoio à gestão do trânsito local. 
Por meio do registro da infração pelos equipamentos eletrônicos, a Autoridade 
de Trânsito comprova a ocorrência para emissão do Auto de Infração. A Autoridade 
de Trânsito, após julgar a consistência do Auto de Infração, aplica a penalidade e/ou 
medida administrativa cabível ao infrator. 
 
 
OBJETIVOS DE SUA UTILIZAÇÃO 
 
A utilização de Medidores Eletrônicos de Velocidade visa eliminar a 
ocorrência de acidentes de trânsito com feridos graves ou vítimas fatais, ao levar o 
motorista a trafegar em velocidade compatível com a situação desejada. 
O principal benefício dessa atuação é a redução dos custos diretos dos 
acidentes evitados - incluindo despesas com atendimento policial e dos agentes de 
trânsito, médicos, hospitais, remoção e recuperação do veículo, danos ao mobiliário 
urbano e propriedade de terceiros e, principalmente, as vidas salvas - e dos custos 
indiretos - incluindo melhoria da fluidez com redução de custos com 
congestionamentos gerados pelo acidente, além da diminuição do estresse 
emocional para pessoas envolvidas com o tráfego local, redução dos custos com a 
perda da produtividade, previdência, tratamento médico, processos judiciais, perda 
de cargas, mas principalmente, a manutenção da qualidade de vida das vítimas 
potenciais e de seus familiares. 
A velocidade é um fator crítico nos acidentes de trânsito, a Organização 
Mundial de Saúde (OMS) revela que nos países desenvolvidos, a velocidade 
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contribui com aproximadamente 30% das mortes nas estradas e nos países em 
desenvolvimento este número sobe para 50%. (BRANDÃO, 2011) 
Isto acontece porque a velocidade excessiva diminui o tempo para decidir a 
manobra correta, a alta velocidade influi nas características de derrapagem do 
pavimento, a estabilidade do veículo fica comprometida, provocando o tombamento, 
além de ser comprovado que quanto maior a velocidade, maiores são as lesões e a 
porcentagem de óbitos: 
 
 
 
 O risco de acidente também cresce exponencialmente a uma velocidade 
maior do que 60Km/h. 
 
 
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Legislação Regulamentadora 
 
A legislação que trata dos MEVs, em vigor, é a Resolução CONTRAN nº. 396/11, a 
qual trouxe alterações relevantes em relação às legislações anteriores: 
 
1. Classificação dos medidores de velocidade em: “controlador” e “redutor” 
 
2. Desnecessidade de aviso sobre a existência de fiscalização eletrônica 
 O condutor deve atentar, sempre, para a velocidade máxima em cada tipo de via 
em que circula com seu veículo: se ela não estiver expressa na placa de 
regulamentação, os limites são os estabelecidos no artigo 61 do CTB: 
 
Vias urbanas -80 km/h, nas vias de trânsito rápido; 
 - 60 km/h, nas vias arteriais; 
 - 40 km/h, nas vias coletoras; 
 - 30 km/h, nas vias locais. 
 
Vias rurais- 110 km/h, para automóveis, camionetas e motocicletas, emrodovias; 
 - 90 km/h, para ônibus e microônibus, em rodovias; 
 - 80 km/h, para os demais veículos, em rodovias; 
 - 60 km/h, para todos os veículos, em estradas. 
 
2.1. Publicidade sobre os locais de instalação dos medidores FIXOS; 
2.2. Visibilidade dos medidores FIXOS, garantida em Estudo técnico; 
2.3. Existência de sinalização vertical de regulamentação (placa R-19); 
 
3. Elaboração de Estudo Técnico apenas para os medidores FIXOS 
 
4. Determinação do local de instalação do medidor fixo, pela autoridade de trânsito 
 
5. Utilização de medidores estáticos, móveis ou portáteis, em local onde houver fixo 
(distância mínima de 500 metros em vias urbanas e trechos de vias rurais com 
características de via urbana e a 2 quilômetros em vias rurais e vias de trânsito 
rápido). 
 
6. Fiscalização de velocidade abaixo da mínima permitida; 
 
7. Redução de velocidade pontual e temporária por obras ou eventos; 
 
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8. Velocidade máxima por tipo de veículo: 
 - “veículos leves” – ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo, 
automóvel, utilitário, caminhonete e camioneta, com peso bruto total inferior ou 
igual a 3.500 kg; 
- “veículos pesados” – ônibus, microônibus, caminhão, caminhão-trator, trator de 
rodas, trator misto, chassi-plataforma, motor-casa, reboque ou semirreboque e 
suas combinações, bem como qualquer veículo leve que esteja tracionando outro 
veículo. 
 
9. Mudanças nos Estudos técnicos 
 Os estudos técnicos previstos nos Anexos I (instalação dos medidores) e II 
(monitoramento da eficácia) tiveram algumas pequenas alterações, das quais 
destaco, como relevante, a determinação do trecho e período, para análise de 
ocorrências no local – foram delimitados, para análise da acidentalidade na via, um 
trecho máximo de 500 metros antes e 500 m depois do local de instalação do 
equipamento; além disso, o período a ser analisado aumentou de 6 para 12 meses. 
 
10. Exigência de display nos redutores de velocidade 
 Os redutores de velocidade (barreira ou lombada eletrônica) serão obrigados, a 
partir de 19/06/12, a conter display que mostre aos condutores a velocidade 
medida, conforme § 2º do artigo 1º da Res. 396/11 (o prazo, de 180 dias a contar 
da publicação da Res. 396/11, foi dado pelo seu artigo 10, que inicialmente foi 
redigido erroneamente, pois mencionava o § 3º, inexistente, o que foi retificado em 
publicação do Diário Oficial da União de 16/01/12). 
 
11. Exigências para os equipamentos novos, implantados a partir de 01/01/13 
 Os equipamentos novos, que forem implantados a partir de 01/01/13, deverão 
registrar também a contagem volumétrica de tráfego na via fiscalizada e conter, na 
sua medição, a data de verificação, pelo INMETRO, do medidor de velocidade, 
obrigatória com periodicidade máxima de 12 meses (parágrafo único do artigo 10 
da Res. 396/11). 
 
 
Nomenclatura “Radar” 
 
 A palavra “radar”, que se trata de um neologismo da “língua brasileira”, pois foi 
incorporada ao nosso vocabulário, a partir de sua utilização comum no idioma 
inglês, em que é, na verdade, um acrônimo: RaDAR – Radio Detection And 
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Ranging (detecção e localização por ondas de rádio); ou seja, “radar” refere-se a 
uma das tecnologias utilizadas para a mediçãode velocidade, a qual também pode 
ser realizada, por exemplo, com sistema óptico de detecção ou sensores de 
superfície. A própria Resolução do CONTRAN não utiliza a denominação “radar”, 
mas “medidor de velocidade”, que pode ser de quatro tipos distintos, conforme seu 
artigo 1º: 
 
- fixo: medidor de velocidade com registrador de imagens, instalado em local 
definido e em caráter permanente; 
 
- estático: medidor de velocidade com registro de imagens instalado em veículo 
parado ou em suporte apropriado (erroneamente chamado por alguns de móvel); 
 
- móvel: medidor de velocidade instalado em veículo em movimento, procedendo a 
medição ao longo da via ou 
 
- portátil: medidor de velocidade direcionado manualmente para o veículo alvo. 
 
 
Tipos de Medidores Eletrônicos de Velocidade 
 
Lombada Eletrônica 
 
• Características Básicas: 
Projeto de engenharia e sinalização no local de instalação; 
Estrutura ostensiva do tipo pórtico ou totem; 
Conjunto de lâmpadas sinalizadoras; 
Display marcador de velocidade; 
Capacidade de monitoramento geral; Registro automático de imagens e 
dados. 
 
• Aplicação: 
Adequada para quaisquer tipos de via – rodovia, expressa, arterial, coletora 
ou local - em locais que necessitem de fiscalização permanente para assegurar a 
circulação de veículos dentro do limite máximo de velocidade regulamentado. 
 
A estrutura ostensiva da lombada eletrônica contribui para condicionar os 
condutores a respeitar a velocidade, sendo especialmente indicada para áreas com 
restrição de visibilidade e de conflito pedestres x veículos. 
 
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Bandeira 
 
• Características Básicas: 
Projeto de engenharia e sinalização no local de instalação; 
Estrutura ostensiva em semipórtico; 
Lâmpada piscante sinalizadora; 
Capacidade de monitoramento geral; Registro automático de imagens e 
dados. 
 
• Aplicação: 
Adequada para rodovias, trechos expressos e vias arteriais, em locais que 
necessitem de fiscalização permanente para condicionar os condutores a uma 
velocidade segura estabelecida. 
 
Indicada para áreas de circulação intensa de veículos e com restrição de visibilidade. 
 
Radar (Pardal / Lince) 
• Características Básicas: 
Projeto de engenharia e sinalização no local de instalação; 
Estrutura discreta; 
Capacidade de monitoramento geral; Registro automático de imagens e dados. 
 
• Aplicação: 
Adequado para vias expressas e vias arteriais, em locais que necessitem de 
fiscalização permanente em grandes extensões, evitando significativa variância de 
velocidade na corrente de tráfego. 
 
 
Radar Móvel 
 
• Características Básicas: 
Estrutura discreta, instalada em veículos em movimento; 
Capacidade de monitoramento geral; 
Registro automático de dados, com ou sem captura de imagens. 
 
• Aplicação: 
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Adequado para rodovias, trechos expressos e vias arteriais, em locais e 
períodos que necessitem de fiscalização eventual do respeito à velocidade 
regulamentada. 
 
Radar Estático 
 
• Características Básicas: 
Estrutura discreta, instalada em tripé, veículos ou sobre pontes e passarelas; 
Capacidade de monitoramento geral; 
Registro automático de dados, com ou sem captura de imagens. 
 
• Aplicação: 
Adequado para rodovias, trechos expressos e vias arteriais, em locais e 
períodos que necessitem de fiscalização eventual do respeito à velocidade 
regulamentada. 
 
Radar Portátil 
 
• Características Básicas: 
Estrutura discreta; Capacidade de monitoramento seletivo; 
Modelo com ou sem captura de imagens. 
 
• Aplicação: 
Adequado para rodovias, trechos expressos e vias arteriais, em locais e 
períodos que necessitem de fiscalização eventual do respeito à velocidade 
regulamentada. 
Sua operação exige a presença da autoridade de trânsito ou de seu agente. 
 
 
 
 
Bibliografia 
BRANDÃO, L. M. Medidores Eletrônicos de Velocidade. Curitiba: Perkons, 2011.

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