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AINES-sanar

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SUMÁRIO
1. Introdução .................................................................... 3
2. Fisiologia da in amação .......................................... 4
3. Farmacocinética ........................................................ 5
4. Mecanismo de ação .................................................. 7
5. Farmacodinâmica e efeitos colaterais ................ 9
6. Populações especiais .............................................11
7. Classes .........................................................................12
8. Inibidores não seletivos da COX-2 ...................12
9. Inibidores seletivos da COX-2 ...........................20
Referências Bibliográ cas ........................................24
3 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
1. INTRODUÇÃO 
Os anti-in amatórios não-esteroides
(AINEs) constituem uma das classes
de fármacos mais difundidas em todo
mundo, utilizados no tratamento da
dor aguda e crônica decorrente de
processo in amatório.
O processo in amatório é uma res-
posta normal do organismo secundá-
rio a uma lesão tecidual, constituindo-
-seum fenômeno complexo, dinâmico
e multimediado, que pode ter como
desencadeante qualquer agente le-
sivo, como físico (queimadura, ra-
diação, trauma), biológico (reações
imunológicas, infecções) ou químico
(substância cáustica). Essa reação é
uma tentativa de inativar ou destruir
os invasores do tecido e prepará-lo
para o reparo. Observa-se durante o 
processo in amatório uma cascata de
reações e eventos bioquímicos, vas-
culares e celulares, que serão explica-
dos a seguir. 
Anti-in amatórios não-esteroidais
(AINEs) são medicamentos analgési-
cos simples, que, junto com o parace-
tamol, compõem o 1º degrau da es-
cada de dor da Organização Mundial
da Saúde.
SAIBA MAIS! 
A escada de dor da Organização Mundial da Saúde é uma abordagem de analgesia baseada
em degraus, começando no 1º degrau com analgésicos simples e subindo até opioides fracos
no 2º passo e opioides fortes no 3º degrau.
4 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
A in amação aguda é a resposta ini-
cial a lesão celular e tecidual, predo-
minando fenômenos de aumento de
permeabilidade vascular e migração
de leucócitos, particularmente neu-
tró los. As manifestações externas
da in amação, chamadas de sinais 
cardinais, são: calor (aquecimento),
rubor (vermelhidão), tumor (inchaço),
dor e perda de função.
Se a reação for intensa, pode haver
envolvimento regional dos linfonodos
Via lipoxigenase Via ciclo-oxigenase
Fosfolipídios
Ácido 
Araquidônico
Leucotrienos
Fosfolipase A2
Tromoboxanos
Prostaglandina
Prostaciclinas
Lipoxigenase COX 2 COX 1
Ação dos AINES
VIA DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO
e resposta sistêmica na forma de
neutro lia e febre, caracterizando a
reação da fase aguda da in amação.
Todas estas respostas são mediadas
por substâncias oriundas do plasma,
das células do conjuntivo, do endo-
télio, dos leucócitos e plaquetas, que
regulam a in amação e chamadas
2. FISIOLOGIA DA 
INFLAMAÇÃO
5 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
genericamente de mediadores quími-
cos da in amação. Dentre esses me-
diadores químicos tem se destaque
as prostaglandinas que tem ação no
aumento da permeabilidade capilar,
atuam como fatores quimiotáticos,
atraindo leucócitos em direção ao lo-
cal da lesão ou infecção.
RESUMO! As etapas da resposta in-
amatória podem ser lembradas como
os cinco erres: (1) reconhecimento do
agente lesivo, (2) recrutamento dos leu-
cócitos, (3) remoção do agente, (4) regu-
lação (controle) da resposta e (5) resolu-
ção (reparo).
O principal precursor das prostaglan-
dinas é o ácido araquidônico (AA),
que tem origem dos fosfolipídios das
membranas celulares destruídas após
lesão celular e transformados em di-
versos ácidos pela fosfolipase, sendo
esse evento o início base do processo
in amatório. Os produtos derivados
do metabolismo do AA in uenciam
uma variedade de processos bioló-
gicos, incluindo a in amação e a he-
mostasia. Os metabólitos do AA tam-
bém chamados eicosanoides podem
mediar praticamente cada etapa da
in amação.
A produção dos metabólitos do ácido
araquidônico pode ser feita através
de duas vias: via ciclo-oxigenase e via
lipoxigenase.
• Via ciclo-oxigenase: envolve 
duas isoformas (COX-1 e COX-2)
e é responsável pela síntese das
prostaglandinas (PGs), tromboxa-
nos e prostaciclinas. As diferenças
e particularidades entre as duas
COX serão comentadas a frente,
mas é importante destacar que a
diferença na estrutura dessas en-
zimas permitiu o surgimento de
inibidores seletivos da COX-2, evi-
tando a interferência com os pro-
cessos siológicos mediados pela
COX-1.
• Via lipoxigenase: responsável
pela síntese nal de moléculas
como os leucotrienos, porém não
está diretamente relacionada à
ação dos anti-in amatórios.
3. FARMACOCINÉTICA 
A maioria dos AINEs são administra-
dos oralmente, com as exceções do
cetorolaco e do parecoxibe (adminis-
tração intravenosa), e do diclofena-
co (administração oral, intravenosa e
retal). 
Os AINEs compõem um grupo hete-
rogêneo de compostos, que consiste
de um ou mais anéis aromáticos liga-
dos a um grupamento ácido funcional.
São ácidos orgânicos fracos que atu-
am principalmente nos tecidos in a-
mados e se ligam, signi cativamen-
te, à albumina plasmática. Pacientes
com hipoalbuminemia (devido, por
6 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
exemplo, a cirrose ou artrite reumató-
ide ativa) têm maiores concentrações
da forma livre da droga, que corres-
ponde à sua forma ativa.
Sua absorção é rápida (entre 1 a 4
horas) e completa no sistema gas-
trointestinal, depois de administração
oral. Não atravessam imediatamen-
te a barreira hematoencefálica e são
metabolizados principalmente pelo
fígado. Os AINEs têm alta biodispo-
nibilidade devido a um limitado me-
tabolismo hepático de primeira pas-
sagem. A biotransformação é, em
grande parte, hepática, com metabó-
litos excretados na urina.
Essencialmente, todosAINEssãocon-
vertidos em metabólitos inativos pelo
fígado e são, predominantemente,
excretados pela urina, embora o su-
lindaco também possa ser metabo-
lizado no rim. Alguns AINEs e seus
metabólitos têm excreção biliar.
As meias-vidas dos AINEs variam,
mas em geral podem ser divididas
em “ação curta” (menos de seis ho-
ras, incluindo ibuprofeno, diclofenaco,
cetoprofeno e indometacina ) e «ação
prolongada» (mais de seis horas, in-
cluindo naproxeno , celecoxibe , me-
loxicam , nabumetona e piroxicam ).
Os AINEs mais lipossolúveis como,
cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno,
penetram no sistema nervoso central
mais facilmente e estão associados
com leves alterações no humor e na
função cognitiva
renal
trato gastrointestinal
hepático 
picos de concentração 
1-4h
FARMACOCINÉTICA DOS AINEs
7 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
4. MECANISMO DE AÇÃO
Os efeitos terapêuticos e colaterais
dos AINES resultam principalmente
da inibição das enzimas COX, preju-
dicando, assim, a transformação nal
do ácido araquidônico em prostaglan-
dinas, prostaciclina e tromboxanos.
A PGD2 é o principal metabólito da
via da cicloxigenase nos mastócitos;
em conjunto com PGE2 e PGF2-alfa
(que se distribuem mais amplamen-
te), causa vasodilatação e potenciali-
za a formação de edema.
As PGs, além de promoverem vasodi-
latação, também estão envolvidas na
patogenia da dor e febre na in ama-
ção; a PGE2 aumenta a sensibilidade
Prostaglandinas
Prostaciclina
PGI2 PGD2 PGE2
Tromboxano
TXA2
• Vasodilatação
• Inibe a agregação 
plaquetária
• Vasodilatação
• Aumento da permeabilidade vascular
• Vasoconstrição
• Promove agregação 
plaquetária
EFEITOS FISIOLÓGICOS DAS PROSTAGLANDINAS
à dor a uma variedade de outros es-
tímulos e interage com citocinas para
causar febre. As prostaglandinas
sensibilizam os nociceptores (hiperal-
gesia) e estimulam os centros hipo-
talâmicos de termorregulação.
A prostaglandina I2 (prostaciclina)
predomina no endotélio vascular e
atua causando vasodilatação e ini-
bição da adesividade plaquetária. O
tromboxano A2, predominante nas
plaquetas, causa efeitoscontrários
como vasoconstrição e agregação
plaquetária.
Os leucotrienos aumentam a per-
meabilidade vascular e atraem os
8 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
leucócitos para o sítio da lesão. A
histamina e a bradicinina aumentam
a permeabilidade capilar e ativam os
receptores nocigênicos.
Há duas formas da enzima cicloxige-
nase, denominadas COX-1 e COX-2.
A COX-1, dita como constitutiva, é
produzida em resposta a um estímu-
lo in amatório e constitutivamente na
maioria dos tecidos, onde estimula
a produção de prostaglandinas que
exercem função homeostática (por
exemplo, equilíbrio hidroeletrolítico
nos rins e citoproteção no trato gas-
trintestinal). A COX-2, em contraste,
é induzida por estímulos in amató-
rios, mas está ausente da maioria dos
tecidos normais. Portanto, os inibido-
res da COX-2 foram desenvolvidos
com a expectativa de que eles ini-
bissem a in amação prejudicial mas
não bloqueassem os efeitos proteto-
res das prostaglandinas produzidas
constitutivamente.
Entretanto, essas distinções entre os
papéis das duas cicloxigenases não
são absolutas. Além disso, os inibi-
dores da COX-2 podem aumentar o
risco para doença cerebrovascular e
cardiovascular, provavelmente por-
que prejudicam a produção, pela cé-
lula endotelial, da prostaciclina PGI2,
um inibidor de agregação plaquetária,
mas conserva intacta a produção pe-
las plaquetas, mediada pela COX-1
de TXA2, ummediador de agregação
das plaquetas. Os glicocorticoides,
que são agentes anti-in amatórios
potentes, atuam em parte inibindo a
atividade da fosfolipase A2, inibindo,
assim, a liberação de AA dos lipídios
de membrana.
Recentemente foi descoberta uma
variante do gene da COX-1, des-
crito como COX-3. Essa parece ser
expressa em altos níveis no sistema
nervoso central e pode ser encon-
trada também no coração e na aorta.
Essa enzima é seletivamente inibida
por drogas analgésicas e antipiréti-
cas, como paracetamol e dipirona, e é
potencialmente inibida por alguns AI-
NEs. Essa inibição pode representar 
um mecanismo primário central pelo
qual essas drogas diminuem a dor e
possivelmente a febre. A relevância
dessa isoforma ainda não está clara.
A aspirina e os demais AINEs inibem
a síntese de PGmediante a inativação
da COX. A aspirina acetila as isoenzi-
mas (COX-1 eCOX-2) covalentemen-
te, inativando-as de forma irreversível
e não seletiva. A maioria dos AINEs
age de forma reversível e não seletiva
sobre as mesmas enzimas. Convém
salientar que tanto a aspirina quanto
os outros AINEs não bloqueiam a via
da lipoxigenase, não inibindo, desta
forma, a produção de leucotrienos.
Portanto, os AINEs reduzem, mas
não eliminam completamente os si-
nais e sintomas in amatórios.
9 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
5. FARMACODINÂMICA E 
EFEITOS COLATERAIS
Gastrointestinais
A principal limitação no uso dos AI-
NES são os seus efeitos gastrointes-
tinais que estão entre os mais graves.
Os efeitos colaterais podem variar
desde leve dispepsia até hemorragia
maciça causada por úlcera gástrica
perfurada, como resultado de inibição
da produção de prostaciclina. Vale
notar que os efeitos colaterais gas-
trintestinais não se resumem apenas
ao estômago. As prostaciclinas têm
vários efeitos gástricos protetores;
elas reduzem a quantidade de ácido
estomacal produzido e mantêm uma
camada de mucosa protetora, au-
mentando a produção de mucosa e
melhorando o uxo sanguíneo local.
A irritação gástrica também pode ser
causada por irritação direta dos pró-
prios medicamentos. Embora os ini-
bidores de COX-2 sejam mais espe-
cí cos para a enzima COX-2, alguns
ainda retêm certa inibição de COX-1,
causando risco de sangramento gas-
trintestinal, emboramenos queAINEs
não-especí cos.
SE LIGA! A infecção por H. pylori e o
uso de AINEs são as principais causas
subjacentes da doença ulcerosa péptica
(DUP).
Renais
Sob condições siológicas normais, a
prostaciclina e o óxido nítrico levam
ao relaxamento do músculo liso no
endotélio vascular e, portanto, à va-
sodilatação. As prostaciclinas desem-
penham papel essencial na regulação
do tônus arterial aferente e eferente
no glomérulo, conhecido por desem-
penhar um papel vital na preservação
da função renal em estados hipovo-
lêmicos. A inibição de produção de
prostaciclinas pode levar a uma taxa
menor de ltração glomerular, reten-
ção de sal e água, e lesão renal agu-
da. Essesmecanismos são particular-
mente importantes em pacientes com
hipovolemia e insu ciência cardíaca
crônica que sejam sensíveis a mu-
danças na pressão de perfusão renal.
Respiratórios
Até 10% dos pacientes com asma
têm doença exacerbada pelos AINEs.
Um mecanismo de ação proposto
é que a inibição do metabolismo do
ácido araquidônico pela COX leve ao
aumento na produção de leucotrie-
nos. Os leucotrienos têm ações bron-
coconstritoras diretas.
Cardiovasculares
Inibidores especí cos de COX-2 ou
‘coxibes’ foram introduzidos no mer-
cado para evitar os efeitos colate-
rais comuns e graves sobre o trato
10 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
gastrintestinal alto pela inibição da 
COX-1 por AINEs não-especí cos.
Contudo, as preocupações acerca de
sua segurança cardiovascular limita-
ram seu uso disseminado. Há um au-
mento dependente da dose no risco
de eventos trombóticos, tanto cardí-
acos quanto cerebrais. O rofecoxibe e
o valdecoxibe foram retirados domer-
cado devido ao aumento do número
de eventos cardiovasculares associa-
dos especi camente a essas 2 dro-
gas. O risco é mais alto em pacientes
com doença cardiovascular pré-exis-
tente, e, portanto, o uso de inibido-
res de COX-2 é contraindicado para
pacientes com insu ciência cardíaca,
doença cardíaca isquêmica, e doença
vascular periférica e cerebrovascular.
Hematológicos
Em plaquetas, a COX metaboliza o
ácido araquidônico em tromboxano
A2, o que leva à maior adesividade
de plaquetas e vasoconstrição. Em
contraste, no músculo liso vascular,
forma-se a prostaciclina, que cau-
sa vasodilatação e reduz agregação
de plaquetas. A hemostasia resul-
ta do equilíbrio delicado entre esses
sistemas. Assim, os AINEs levam
à redução da função e adesividade
das plaquetas, e a um maior tempo
de sangramento. A aspirina merece
menção especial, pois inibe irreversi-
velmente a COX de plaquetas. Como
resultado, as plaquetas se tornam
ine cientes durante todo o seu ciclo
de vida de 10 dias.
Cicatrização óssea
Há um risco teórico de que os AINEs,
em particular os inibidores de COX-2,
causem redução da taxa de cicatri-
zação óssea e aumento da incidên-
cia de não-consolidação de fraturas.
Após uma fratura, há maior produção
de prostaglandinas como parte da
resposta in amatória, o que aumen-
ta o uxo sanguíneo local. Acredita-
-se que o bloqueio desse mecanismo
seja prejudicial à cicatrização dos os-
sos; contudo, atualmente, não há pro-
vas cientí cas de alta qualidade para
con rmar isso.
SE LIGA! Os AINEs fornecem analge-
sia excelente para pacientes pós-parto
cesáreo, e podem ser convenientemen-
te administrados na forma de supositó-
rio retal. Contudo, são contraindicados
durante o período pré-natal nas mães,
pois há o risco de fechamento prema-
turo do canal arterial e oligo-hidrâmnio.
Os efeitos adversos maternos relatados
incluem anemia, sangramento anormal,
insu ciência renal e prolongamento da
gestação e do parto. Este estado de 
constrição é revertido com a interrup-
ção do uso, mas ainda assim pode haver
problemas para o feto. Portanto, é im-
portante se alertar em relação ao perigo
da prescrição de anti-in amatórios para
gestantes.
11 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
6. POPULAÇÕES 
ESPECIAIS
Os AINEs, na prática perioperatória,
podem ser prescritos como medica-
ção pré-anestésica, administrados
intraoperatoriamente, e continua-
dos no pós-operatorio como parte
de um regime analgésico multimo-
dal. A prescrição de AINEs deve ser
na dose efetiva mais baixa possível
e pelo mais curto período de tempo,
para evitar quaisquer potenciais efei-
tos colaterais. Eles são seguros para a
maioria dos pacientes no período pe-
rioperatório; contudo, há certas con-
diçõesque exigem menção especial.
Em cirurgias com alto risco de san-
gramento, como cirurgia vascular, ou
quando o sangramento puder resul-
tar em desfecho catastró co, como
!
Alteração no uxo
sanguíneo renal, na 
reabsorção de sódio 
e água e na liberação 
de renina
Infarto do miocárdio
Acidente vascular 
cerebral
EFEITOS 
CARDIOVASCULARES
EFEITOS RENAIS EFEITOSGÁSTRICOS
GRÁVIDAS FETOS
Inibidores seletivos 
da COX-2
Lesão gástrica
Hemorragia 
Ulceração
Sangramento
Maior tempo de 
trabalho de parto
Fechamento prematuro 
do canal arteriaL
5 PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS DOS AINES
12 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
neurocirurgia e cirurgia oftálmica, a
decisão de se prescrever AINEs deve
ser feita caso a caso e em conjunto
com os conselhos da equipe cirúrgica.
Pacientes que estejam sofrendo de
doença grave, como septicemia ou
pancreatite grave, dependem mais
da vasodilatação arteriolar renal das 
prostaglandinas para manter a per-
fusão renal. Se este mecanismo for
removido pelo uso de um AINE, isso
pode levar a um maior risco de insu -
ciência renal aguda.
Embora os AINEs possam afetar a
função das plaquetas por até 7 dias,
e a aspirina por todo o ciclo de vida
da plaqueta, não há aumento do ris-
co de hematoma epidural e, portanto,
não há contraindicações a pacientes
que receberão anestesia regional ou
bloqueio do neuroeixo.
Como discutido anteriormente, devi-
do ao efeito nas arteríolas renais, os
AINEs devem ser prescritos com cui-
dado a pacientes que tomam medi-
camentos IECAs, devido ao risco de
lesão renal aguda.
7. CLASSES
CLASSIFICAÇÃO DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS 
NÃO ESTEROIDES (AINES)
INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX-2
Derivado do ácido acetilsalicílico
Derivados do para-aminofenol
Derivado do ácido indolacético
Derivados do ácido propiônico
Derivados do heteroaril acético
Derivados do ácido enólico
Derivados do ácido antranílico
Derivados da Pirazolona
INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2
Derivado do furaronas diaril
Derivado da sulfonanilida
8. INIBIDORES NÃO 
SELETIVOS DA COX-2
Derivado do ácido acetilsalicílico:
• Medicamentos: Ácido Acetilsalicí-
lico (Aspirina), Salicilato de Sódio,
Salicilato deMetila, Di unisal, Flun-
fenisal, Sulfassalazina, Olsalazina.
O AAS (aspirina) e a mesalazina
são os principais representantes
deste grupo. O AAS que é um dos
mais conhecidos e foi um dos pri-
meiros a ser sintetizado, apesar
de ser considerado um anti-in a-
matório, atualmente é pouco uti-
lizado com essa nalidade, já que
vem sendo muito prescrito para
situações cardiovasculares. Isso se
deve à sua capacidade de inibir de
13 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
forma irreversível a COX-1 plaque-
tária, inibindo sua agregação.
Já a mesalazina, também conheci-
da como ácido5-aminossalicílico, é
um fármaco anti-in amatório usa-
do no tratamento de doenças in a-
matórias intestinais leve a modera-
da. Trata-se de um aminossalicilato
que não causam hemorragias gás-
tricas nem são absorvidos para o
sangue, pois têm ação tópica. Atua
inibindo COX-1 e COX-2 e, tam-
bém, a produção de citocinas ao
bloquear o NF-KB.
• Absorção: ocorre no estômago
(em pequena quantidade), mas
principalmente no intestino delga-
do. O pico de concentração plas-
mática é atingido em aproximada-
mente 2 horas.
• Distribuição: Os salicilatos podem
ser encontrados livres na circula-
ção ou ligados às proteínas plas-
máticas, principalmente albumina.
A ligação do salicilato à albumina
é dose-dependente, portanto, a
meia-vida da droga aumenta com
a dose. A ligação pode sofrer com-
petição com outras substâncias,
como a penicilina, bilirrubina, ácido
úrico, metotrexato, tiopental, sul-
fonamidas, varfarina e outras. A
fração livre do salicilato se distribui
rapidamente, atravessando a bar-
reira placentária e podendo pene-
trar no líquido cerebrospinal.
• Metabolização e excreção: Ocor-
re em diversos tecidos, mas princi-
palmente no fígado; quanto a ex-
creção, a principal via é renal.
• Indicações Clínicas: O ASS é uti-
lizado principalmente como antia-
gregante plaquetário no tratamen-
to ou na pro laxia do infarto agudo
do miocárdio e de outros eventos
tromboembólicos. A mesalazina,
sob a forma de comprimidos de
libertação prolongada, está indi-
cada como anti-in amatório para
redução da in amação das muco-
sas gastrointestinais na retocolite
ulcerativa (RCU) leve a moderada,
tanto na indução quanto na manu-
tenção da remissão, e da doença
de Crohn (DC) leve a moderada. É
utilizada também na prevenção e
redução de recidivas dessas doen-
ças. Os salicilatos, em geral, tam-
bém são utilizados no tratamento
de gota, febre reumatoide, osteo-
artrite e artrite reumatóde, além
de condições que necessitem de
analgesia, como cefaleia, artralgia
e mialgia.
• Toxicidade: A toxicidade desses
fármacos ocorre principalmente
sobre o aparelho gastrointesti-
nal, rins (nefrotoxicidade), fígado,
medula óssea, sangue, equilíbrio
ácido-básico e sistema imunoló-
gico. Pode aumentar a incidên-
cia da síndrome de Reye, que é
uma condição rara que ocorre em
14 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
crianças, caracterizada por ence-
falopatia hepática após doença
viral aguda, com alta mortalidade
O AAS compartilha os mesmos
efeitos adversos descritos para os
outros antiin amatórios, sendo os
gastrointestinais os mais proemi-
nentes, orientar a administração
acompanhando as refeições para
diminuir a dispepsia.
SAIBA MAIS! 
Síndrome de Reye é uma forma rara de encefalopatia aguda e in ltração gordurosa no fíga-
do que tende a ocorrer após algumas infecções virais agudas, particularmente quando são
usados os salicilatos. Vários erros inatos do metabolismo predispõem à síndrome de Reye ou
são responsáveis por alguns casos da síndrome de Reye. Isso inclui a de ciência de acil-co-
enzima A desidrogenase de cadeia média e outros distúrbios da oxidação de ácidos graxos
e distúrbios do ciclo da uréia. O diagnóstico é clínico. as taxas da síndrome de Reye caíram
drasticamente após a identi cação do uso de salicilato como fator de risco e recomendações
contra o uso de aspirina em crianças febris, especialmente nos casos de varicela ou in uenza
O tratamento é de suporte.
• Interações medicamentosas:
pode aumentar potencialmente o
efeito da varfarina, fenitoína e ácido
valproico, além disso antagoniza o
efeito de alguns anti-hipertensivos.
Derivados do para-aminofenol:
• Medicamento: Paracetamol
(Acetaminofeno).
Esses medicamentos, representa-
dos principalmente pelo paraceta-
mol, não tem grande poder anti-in-
amatório, tendo atuação principal
na dor leve a moderada e, comme-
nor potência, na febre.
SE LIGA! Paracetamol é
anti-in amatório?
Os medicamentos derivados do para-a-
minofenol são considerados analgésicos
não opioides. Contudo, por esse medi-
camento possuir uma leve ação anti-in-
amatória, na qual ainda não é explica-
da, e por ser avaliado pela população em
geral como um anti-in amatório, está in-
cluído nesse material.
• Absorção e metabolização: ab-
sorvido no trato gastrintestinal,
tem pico de concentração plas-
mática em 30-60 minutos, porém
meia-vida de cerca de 2 horas. So-
fre metabolização hepática, o que
pode produzir intermediários alta-
mente reativos para os hepatóci-
tos. É bastante seguro em doses
15 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
terapêuticas, mas sob determi-
nadas condições pode ser muito
hepatotóxico. A excreção desses
fármacos é feita pincipalmente por
via renal.
• Indicações Clínicas: Tem o efeito
de inibir a síntese das prostaglan-
dinas no SNC, resultando em suas
ações antipiréticas e analgésicas.
Tem pouco efeito sobre as COX em
tecido periférico, o que contribui
para pouca atividade anti-in ama-
tória. É a droga antipirética/anal-
gésica em crianças com infecções
virais ou varicela (por não estar
relacionado à Sindrome de Reye,
como oAAS). Tem efeito muito fra-
co sobre as plaquetas, sendo uma
opção em pacientes com alteração
de coagulação.
• Toxicidade: As doses terapêuti-
cas desse grupo causam poucos
efeitos colaterais; podem ocorrer
algumas reaçõesde hipersensi-
bilidade, que geralmente são de
natureza eritematosa ou urticari-
forme, pode ocorrer o surgimento
de leucopenia e pancitopenia tran-
sitórias com o uso de paracetamol.
Porém, quando há intoxicação os
efeitos são mais severos, como le-
são hepática; esses casos podem
evoluir até insu ciência hepática
fulminante, principalmente em pa-
cientes sob maior risco (hepatopa-
tas, portadores de hepatites virais
ou com história de alcoolismo).
Asdosesdiárias tóxicas do parace-
tamol são 150 mg/kg nas crianças
e 7,5g em adultos. Em pacientes
previamente hígidos, os sintomas
da intoxicação só costumam apa-
recer em doses superiores à 250
mg/kg em crianças e 12g em adul-
tos, no período de 24 a 48 horas.
Pacientes com disfunção hepática
prévia ou uso crônico de álcool ou
drogas (que também induzem o ci-
tocromo P450) podem sofrer toxi-
cidade com doses menores.
SAIBA MAIS! 
A toxicidade começa com náuseas, vômitos, diarreia e, às vezes, choque, seguida em alguns
dias pelo aparecimento de icterícia. A superdosagem com acetaminofeno pode ser tratada na
fase inicial através da administração de N-acetilcisteína, que restaura a glutationa reduzida
(GSH). Com superdoses graves, ocorre insu ciência hepática, e a necrose centrolobular pode
se estender e envolver lóbulos inteiros. Nesses casos, os pacientes muitas vezes exigem
transplante de fígado para sobreviver. Alguns pacientes também apresentam evidência de
dano renal concomitante.
16 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
• Interações medicamentosas: An-
tagoniza os efeitos natriuréticos e
anti-hipertensivos da furosemida e
dos diuréticos tiazídicos, além dis-
so, reduz os efeitos anti-hiperten-
sivos dos betabloqueadores e dos
inibidores da enzima conversora
de angiotensina (IECA).
• Efeitos adversos: Os principais
estão relacionados com o sistema
nervoso e digestório: cefaleia fron-
tal, vertigem, tontura, confusão
mental, alucinações, dor epigás-
trica, anorexia, dispepsia, náuseas
e vômitos, sangramento gastroin-
testinal, úlceras pépticas, diarreia,
delírio e outros. Além desses efei-
tos, pode surgir (incomum) neu-
tropenia, trombocitopenia, anemia
aplásica, reação de hipersensibi-
lidade, prurido e crises agudas de
asma.
• Contraindicações: Comorbidades
psiquiátricas, epilepsia, parkinso-
nismo, gestantes, lactentes, pa-
cientes com doenças renais e le-
sões ulcerativas no estômago ou
duodeno.
Derivados do ácido propiônico
• Medicamentos: Ibuprofeno, Na-
proxeno, Flurbiprofeno, Cetopro-
feno, Fenoprofeno, Oxaprozino, In-
doprofeno, Ácido Tiaprofênico.
• Contraindicações: Pacientes com
hipersensibilidade e alguns pa-
cientes com insu ciência renal ou
hepática.
Derivados do ácido indolacético
• Medicamentos: Indometacina,
Sulindaco, Etodolaco
O principal fármaco representante
desse grupo é a indometacina. Ge-
ralmente não são utilizados como
antipiréticos e, apesar de sua po-
tência anti-in amatória, a toxicida-
de limita o uso.
• Absorção, metabolismo e excre-
ção: Sofre rápida absorção gas-
trointestinal após administração
oral e alcança o pico de concentra-
ção plasmática em cerca de 2 ho-
ras. Possui grande a nidade com
as proteínas plasmáticas, a meta-
bolização é hepática e a excreção
pode ser através das fezes, urina
ou bile.
• Indicações Clínicas: A indometa-
cina é um dos fármacos mais po-
tentes na inibição das ciclo-oxige-
nases. Utilizada mais comumente
na artrite reumatoide, espondilite
anquilosante, crise aguda de gota,
osteoartrite de quadril e fecha-
mento do ducto arterial patente
em neonatos. Devido aos graves
efeitos colaterais, a indometacina
não é recomendada como analgé-
sico ou antitérmico.
17 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
Nesse grupo, os fármacos mais
utilizados são: ibuprofeno, napro-
xeno, oxaprozina e cetoprofeno.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: A absorção é por via oral,
sendo reduzida se houver ingesta
de alimentos concomitante. Têm
a nidade pelas proteínas plasmá-
ticas, sendo metabolizado no fíga-
do e excretados principalmente via
urina.
• Indicações Clínicas: Podem ser
utilizados para o tratamento da
AR, osteoartrite, espondilite anqui-
losante, artrite gotosa, sinovites,
tenossinovites, tendinites, proces-
sos in amatórios odontológicos e
dismenorreia. Além disso são e -
cazes como analgésicos em lesões
traumáticas, musculoesqueléticas,
lombalgia, dor pós-operatória e
como antipiréticos.
• Efeitos adversos: os mais comuns
são do trato GI, como dispepsia ou
até sangramento; efeitos no SNC,
como cefaleia, zumbidos e tontura.
• Contraindicação: Não recomen-
dado em pacientes com: doen-
ça gastrointestinal alta, história
de úlcera péptica, insu ciência
renal, gestantes, lactantes e pa-
cientes tratados com cumarínicos,
uma vez que aumenta o tempo de
protrombina.
• Toxicidade: Os principais efei-
tos são relacionados ao trato
gastrointestinal, como: desconfor-
to epigástrico, náuseas, vômitos,
diarreia, azia, sensação de plenitu-
de, constipação etc.
Derivados do ácido heteroaril 
acético
• Medicamentos: Tolmetino, Ceto-
rolaco, Diclofenaco.
Dentre os fármacos desse grupo, o
principal representante é o diclofe-
naco de sódio.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: O diclofenaco é absorvido
rapidamente após administração
por via oral ou parenteral, sendo o
pico de concentração máxima em
2 a 3 horas. Tem importante a ni-
dade com asproteínasplasmáticas
e sua meia-vida é de 1 a 2 horas,
sofrendo metabolização a nível
hepático e sendo eliminado princi-
palmente pela urina. Possui meta-
bolismo de primeira passagem, re-
duzindo sua biodisponibilidade em
cerca de 50%, porém tem boa dis-
tribuição tecidual, se acumulando
principalmente no líquido sinovial.
• Indicações Clínicas: Por ser um
potente inibidor da COX, o diclo-
fenaco é muito utilizado no trata-
mento de doenças reumáticas in-
amatórias e degenerativas como
a artrite reumatoide, osteoartirte,
espondiloartrite e espondilite an-
quilosante. É usado também em
18 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
casos de dores da coluna vertebral,
dor pós-traumática e pós-opera-
tória. O cetorolaco tem efeito anti-
-in amatório moderado, mas é um
potente analgésico, disponível via
oral, intramuscular ou preparação
oftálmica.
• Efeitos adversos: Úlceras gástri-
cas, perfuração da parede intesti-
nal, hepatotoxicidade, irritabilida-
de, convulsões, diplopiae erupções
cutâneas.
• Contraindicações: Pacientes por-
tadores de úlcera péptica, reação
de hipersensibilidade, hepatopata,
criança, gestante e lactantes.
• Interações medicamentosas: po-
dem aumentar a concentração sé-
rica de lítio, digoxina e metotrexato
quando administrados juntos.
Derivados do ácido enólico
• Medicamentos: Piroxicam, Me-
loxicam, Tenoxicam, Sudoxicam,
Isoxicam, Ampiroxicam, Droxicam,
Lornoxicam, Cinoxicam, Ampiroxi-
cam, Pivoxicam.
Dentre os fármacos dessa classe,
os principais são o piroxicam e me-
loxicam. Este último, apesar de ser
um fármaco antigo, revelou ter cer-
ta seletividade para a COX-2.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: rapidamente absorvidos
por via oral, com grande a nidade
pelas proteínas plasmáticas. Apre-
sentam meia-vida longa, o que
permite administração uma vez ao
dia. São excretados principalmen-
te através da urina e das fezes.
• Indicações Clínicas: AR, osteo-
artrite, atrite reumatoide juvenil,
espondilite anquilosante, dor pós-
-operatória, traumatismo, lombo-
ciatalgiaedistensões ligamentares.
• Efeitos colaterais: Os principais
são os gastrointestinais, como a úl-
cera péptica, mas podem apresen-
tar cefaleia, mal-estar, zumbidos,
rash, edema, prurido, insônia, de-
pressão, parestesias, alucinações,
aumento de creatinina e outros.
• Contraindicações: Não recomen-
dado para pacientes com úlcera
péptica ativa, história de hiper-
sensibilidade, gestante, lactante e
muita cautela quando o paciente
for portador de alterações da co-
agulação. Os supositórios não de-
vem ser usados por pacientes por-
tadores de processos in amatórios
no reto ou ânus ou em pacientes
com história recente de sangra-
mento analou retal.
Derivados do ácido antranílico
• Medicamentos: Ácido Mefenâmi-
co, Ácido Meclofenâmico, Ácido
Flufenâmico, Ácido Tolfenâmico,
Ácido Etofenâmico.
19 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
Dentro dessa classe, os medica-
mentos mais utilizados são os áci-
dos mefenâmico, meclofenama-
to, ufenâmico, essas drogas não
apresentam vantagens em relação
aos outros anti-in amatórios.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: absorção via oral, atingin-
do o pico plasmático em cerca de
30 minutos a 2 horas; a excreção
desses fármacos é por meio da uri-
na e uma pequena porcentagem é
eliminada nas fezes.
• Indicações Clínicas: Possuem
propriedades analgésicas, anti-in-
amatórias e antipiréticas. Podem
ser usados para dores de peque-
na a moderada intensidade, e o
tratamento não deve exceder 1
semana.
• Contraindicações: Não recomen-
dado para pacientes com in ama-
ção ou ulceração gastrointestinal e
naqueles com comprometimento
da função renal. Além disso, pa-
cientes asmáticos devem usar com
cautela, pois esses medicamentos
podem exacerbar essa condição,
pacientes gestantes e menores
de 14 anos não devem fazem uso
dessa classe.
• Toxicidade: Os efeitos colaterais
mais comuns são os sintomas gas-
trointestinais, comonáuseas, vômi-
tos, dispepsia, cefaleia, vertigem,
mal-estar, diarreia, esteatorreia,
dor abdominal e constipação. San-
gramento gastrointestinal, anemia
hemolítica, agranulocitose, púrpu-
ra trombocitopênica e anemia me-
galoblástica são raros.
Derivados da Pirazolona
• Medicamentos: Dipirona, Fenilbu-
tazona, Apazona, Sul mpirazona.
Metamizol ou, comercialmente, di-
pirona, é seu maior representante
e é utilizado principalmente como
analgésico e antipirético. Embora
ainda esteja disponível em balcão
de ummodo geral em todo o mun-
do, em alguns países (nos Estados
Unidos e na maioria dos países da
União Europeia), sua venda é proi-
bida, pelo risco de agranulocitose.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: Absorção depende do
método de administração, mas
quando administrado oral tem ab-
sorção no trato gastrointestinal. 
Sua meia-vida plasmática é de 4
em 4 horas e a dose máxima diária
é 4 gramas. Metabolização hepáti-
ca e excreção renal.
• Indicação clínica: É indicado usu-
almente como analgésico e antipi-
rético. A dipirona tem como ação
primária antipirética e secundária
analgésica.
• Contraindicação: Hipersensibili-
dade prévia, como agranulocitose
20 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
ou ana laxia, ao metamizol, por -
ria aguda, hematopoiese prejudi-
cada, como devido ao tratamento
com agentes quimioterápicos, ter-
ceiro trimestre de gravidez, lacta-
ção, crianças com massa corporal
abaixo de 16 kg e história de asma
induzida por aspirina
• Interações medicamentosas:
Anticoagulantes orais (a nadores
sanguíneos), carbonato de lítio,
captopril, triantereno e anti-hiper-
tensivos podem também interagir
com metamizol, como outras pira-
zolonas por interagir adversamen-
te com tais substâncias.
9. INIBIDORES SELETIVOS 
DA COX-2 
Derivado do Furanonas daril
• Medicamentos: Rofecoxib, Cele- 
coxib.
O principal fármaco desse grupo é
o celecoxib, inibidor altamente se-
letivo pela COX-2 (de forma rever-
sível), o que facilita o manejo das
in amaçõescrônicas,alémdaredu-
ção na toxicidade gastroduodenal.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: Bem absorvido por via
oral, com concentração máxima
em torno de 3 horas. Metaboliza-
do no fígado através do citocromo
P450, com excreção nas fezes e
urina. Tem meia-vida de 11 horas,
sendo normalmente administrado
uma vez ao dia, mas pode ser ad-
ministrado duas vezes ao dia.
• Indicação clínica:AR, osteoartrite,
atrite reumatoide juvenil, espon-
dilite anquilosante, dismenorreia
e outros processos in amatórios
articulares.
• Efeitos adversos: cefaleia, dis-
pepsia, diarreia e dor abdominal.
Alguns estudos demonstraram
que o uso de celecoxib pode es-
tar relacionado com o desenvolvi-
mento de eventos cardiovascula-
res trombóticos, como IAM, angina
instável, trombos cardíacos, AVC e
ataque isquêmico transitório (AIT)
e lesão renal.
• Contraindicação: deve ser evi-
tado em pacientes com doença
hepática, cardíaca ou renal grave,
hipovolemia e pacientes alérgicos
a sulfonamidas. Interações medi-
camentosas, pode elevar os níveis
do propranolol, alguns antidepres-
sivos (amitriptilina) e neurolépti-
cos (risperidona), alguns fármacos
como uconazol e uvastatina po-
dem aumentar os níveis plasmáti-
cos de celecoxibe.
Derivado da sulfonanilida
• Medicamento: Nimesulida.
A nimesulida é um inibidor sele-
tivo da COX-2 e apresenta ações 
21 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
analgésicas, antiin amatórias e
antipiréticas. Além da inibição se-
letiva da COX-2, neutraliza a for-
mação de radicais livres de oxigê-
nio produzidos durante o processo
in amatório.
• Absorção, metabolização e ex-
creção: A nimesulida sofre rápida
absorção gastrointestinal, alcan-
çando opico deconcentração plas-
mática dentro de I a 2 horas. Sofre
metabolização hepática, circulação
êntero-hepática, e é eliminada pe-
las fezes (73%) e pela urina (24%).
• Indicação clínica: Indicado no tra-
tamento de estados febris, pro-
cessos in amatórios relacionados
com a liberação de prostaglandi-
nas, notadamente osteoarticula-
res e musculoesqueléticas, e como
analgésico em cefaleias, mialgias,
e no alívio da dor pós-operatória.
• Efeitos adversos: Em virtude da
atividade seletiva sobre a COX-
2, apresenta menor incidência de
efeitos colaterais gastrointestinais.
Mas pode causar dor de cabeça,
sonolência, tontura, urticária, co-
ceira, icterícia, perda de apetite,
dor de estômago, enjoo, vômito,
diarreia, diminuição do volume uri-
nário, urina escura, diminuição da
temperatura do corpo e asma.
• Contraindicação: Não deve ser 
usado por pacientes portadores
de hemorragias gastrointestinais,
úlcera duodenal ou gástrica, pato-
logias hepáticas e com insu ciên-
cia renal.
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23 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
Reações alérgicas aos AINEs
As reações de hipersensibilidade ou
alérgicas ao AINE podem ser clas-
si cadas em relação ao mecanismo
envolvido, sendo imunológicas (por
anticorpos ou células T), ou não imu-
nológicas, via inibição da ciclo-oxige-
nase (COX). Nessa classi cação, as
reações são divididas em imediatas
(< 24 horas) ou tardias (> 24 horas).
Dentre as manifestações imediatas,
estão: doença respiratória exacerba-
da pelo AINE (DREA), urticária e an-
gioedema exacerbados, urticária e
angioedema induzidos e urticária, an-
gioedema ou ana axia em menos de
1 hora após a administração do AINE.
Na DREA e nas urticárias exacerba-
das ou induzidas pelo AINE, o meca-
nismomais provável envolvido seria a
inibição da COX-1; diferente da ana-
laxia, que se presume a participação
do anticorpo IgE.
Os sintomas também podem ocorrer
após a ingestão de um únicoAINE
especí co (ou mais de um, mas per-
tencendo ao mesmo grupo químico),
sendo uma reação seletiva, com to-
lerância aos demais fármacos e con-
siderada imunologicamente mediada
(IgE mediada).
As reações tardias apresentam os
sintomas, em geral, após 24 horas da
ingestão do fármaco, e as manifesta-
ções clínicas mais comuns são: erup-
ções xas à droga, maculopapulares,
fotossensibilidade, urticária tardia,
dermatite de contato, além de rea-
ções graves como pustulose exante-
mática generalizada aguda, síndrome
de Stevens-Johnson, necrólise epi-
dérmica tóxica e reação à droga com
eosino lia com sintomas sistêmicos,
mas estes tipos de reação não serão
abordados neste trabalho.
SE LIGA! É importante salientar que
além da enzima COX-1, que é constitu-
tiva, há a COX-2, que apresenta a mes-
ma estrutura proteica primária e catalisa
essencialmente a mesma reação, mas
é induzida nos processos in amató-
rios, sendo encontrada em células como
macrófagos, monócitos, e também em
órgãos como rins, cérebro, ovário, úte-
ro e endotélio vascular. Alguns AINEs
são considerados inibidores fracos da
COX-1 (como o paracetamol, nimesuli-
da e meloxicam), sendo tolerados pela
maioria dos indivíduos não seletivos. A
inibição seletiva da COX-2 diminui os
efeitos colaterais induzidos pela inibição
da COX-1 como epigastralgia e aumen-
to da liberação de leucotrienos, podendo
ser uma opção para os pacientes com
reações a múltiplos AINEs.
24 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)
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25 ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDES (AINES)