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PAPM II FEBRE CERTO PDF

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Tallita Lougon Duarte – Med 104 
ANATOMIA 
 
 Porto, 8ª edição: paginas 108 a 112 
Febre 
É a elevação da temperatura corporal acima de um valor considerado “normal” para a maioria 
da população e decorrente da elevação da temperatura do termostato hipotalâmico. 
 
 
D E F I N I Ç Ã O : 
Febre é um reajuste patológico da temperatura do termostato do hipotálamo para níveis mais elevados que 
o normal. A temperatura normal do hipotálamo é em torno de 37°C. Quando a temperatura do termostato 
hipotalâmico é elevada, a temperatura do restante do corpo, também, se altera obrigatoriamente.É o 
aumento anormal da temperatura. 
Febre leve ou febrícula: até 37,5ºC 
Febre moderada: 37,6ºC a 38,5ºC 
Febre alta: igual ou acima de 38,6ºC 
 
I N S T R U M E N T O S P A R A A V E R I F I C A Ç Ã O D A 
T E M P E R A T U R A C O R P O R A L : 
A temperatura corporal pode ser verificada por meio do termômetro clínico de mercúrio graduado em graus 
Celsius (ºC). Entretanto, a partir de 2017 o uso do termômetro de mercúrio foi abolido, devido ao alto risco 
de contaminação do meio ambiente. Dessa forma, atualmente são utilizados os seguintes termômetros: 
Observações: 
 Os termômetros digitais com infra-vermelho são melhores utilizados 
sob a pele da testa. 
 O termômetro analógico ecológico é um metal líquido composto por 
gálio, índio e estanho no lugar do mercúrio, evitando a contaminação 
do meio ambiente por mercúrio. Quando em contato com a pele, ele 
se expande e caminha em direção a escala da temperatura corporal. 
FEBRE 
P A P M I I T A L L I T A L O U G O N 
Termômetro 
eletrônico
Termômetros 
timpânicos com 
infra-vermelho
Termômetros 
digitais com 
infra-vermelho*
Termômetro 
analógico 
ecológico*
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
L O C A I S D E V E R I F I C A Ç Ã O D A T E M P E R A T U R A 
C O R P O R A L : 
1) Oco axilar: local tradicional 
É necessário realizar a higiene da axila, tirando a umidade local 
e do termômetro. Em ambientes hospitalares o termômetro 
deve ser conservado em álcool absoluto ou álcool iodado. Em 
torno de 2 a 5 minutos faz-se a leitura corporal. 
2) Cavidade oral: 
Mensuração da temperatura na cavidade oral é mais comum em 
outros países, sendo de uso individual. Para medir o bulbo deve 
estar localizado na região sublingual (em baixo da língua) para 
correta aferição, a boca deve estar fechada. É importante 
lembrar que essa região é 0,4ºC abaixo da temperatura 
corporal. 
3) Temperatura retal: 
Ela é de uso individual. Para medir, o bulbo (formato 
arredondado) deve estar localizado na ampola retal. 
4) Dobras cutâneas: 
Temperatura medida nas axilas e virilhas. 
5) Timpânico: 
Local de eleição para medida da temperatura central. Não tem contato direto com a membrana timpânica, 
mas emite o infravermelho que faz a verificação. 
6) Pele: 
A testa seria o ponto mais adequado para a verificação. Importante avaliar a situação das pilhas e baterias, 
porque pode ter alguma alteração. 
 
V A L O R E S D A T E M P E R A T U R A C O R P O R A L : 
Temperatura Axilar: 35,5ºC a 37ºC, com média de 36 a 36,5ºC. 
Temperatura Bucal: 36ºC a 37,4ºC. 
Temperatura Retal: 36ºC a 37,5ºC, ou seja, 0,5ºC maior que a axilar. Quando essa diferença entre a retal e 
a axilar é maior que 0,5ºC, dependendo da condição clínica do paciente, pode sugerir uma doença 
inflamatória pélvica ou abdome agudo inflamatório. 
 
1) Oco axilar 
2) Cavidade oral
3) Temperatura retal
4) Dobras cutâneas
5) Timpânico
6) Pele
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
P R O C E S S O S F I S I O L Ó G I C O S Q U E 
I N F L U E N C I A M A T E M P E R A T U R A C O R P O R A L : 
Faixa Etária: 
 Até o 2º ano de vida, a regulação da temperatura corporal é imperfeita, sendo a criança mais 
suscetível ao meio ambiente e a atividade física. 
 Senilidade: isso volta a ocorrer, talvez por menor eficiência do sistema nervoso central. 
 
Exercício físico intenso, estados emocionais intensos, após refeições, durante a gravidez e durante o 
período de ovulação. Durante o período de ovulação e gravidez: 
 No período de ovulação há um aumento de 0,2 a 0,4ºC. 
 No período de gravidez há um aumento discreto no 1º trimestre. 
 
M A N U T E N Ç Ã O D A T E M P E R A T U R A 
C O R P O R A L : 
Hipotálamo: ele tem um termostato que mantém a sua própria temperatura constante, entre 37ºC e 37,1ºC. 
Ele também é sensível às variações da temperatura corporal e da superfície cutânea. 
 Sensores: existem receptores térmicos cutâneos (pele), víscerais e medula espinhal que informam 
ao centro termorregulador (hipotálamo) as variações existentes na temperatura corporal. Eles vão 
determinar respostas nervosas para produção ou perda de calor. 
 
 
G E R A Ç Ã O E E L I M I N A Ç Ã O D O C A L O R N O 
C O N T R O L E D A T E M P E R A T U R A C O R P O R A L 
Geração de calor: Eliminação de calor: 
 
 
 
 
 
 
• É a principal fonte de calor
Oxidação dos 
alimentos
• Em repouso é o principal
órgão gerador de calorFígado
• Em atividade são os
principais geradores de calorMúsculos
•Ocorre o aumento da
produção de calor
Tremores 
musculares 
(calafrios)
• Transferência de calor através de
ondas eletromagnéticas para o
meio ambiente mais frio. Em
fornos, a perda de calor por
irradiação será menor, pois é
necessário que o ambiente esteja
mais frio do que minha
temperatura para que haja a perda
de calor
Irradiação
• O corpo cede calor por contato a
outras estruturas sólidas mais frias.
Ex.: compressa ou meia frias
Condução
•Perda de calor para o ar junto à pele. 
Ex.: ambiente frio, aumento da 
velocidade do ar (ventilador)
Convecção
• Perda de moléculas de água em
estado gasoso pelos pulmões e pela
pele, podemos perder 600 ml por
dia
Evaporação
• Mecanismo importante na perda de
calor. Mais sensível em aumentos
da temperatura central
Sudorese
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
M E C A N I S M O S D E R E G U L A Ç Ã O D O C A L O R : 
Sudorese: É um mecanismo importante na perda de calor. É mais 
sensível em aumentos da temperatura central. 
Vasodilatação: Aumenta a quantidade de sangue no tecido 
celular subcutâneo (pele), facilitando a perda de calor, mediado 
pelo sistema nervoso simpático. Exemplo: quando estamos em 
ambientes muito quente. 
Vasoconstrição: diminui o volume de sangue na pele, 
diminuindo a perda de calor. Exemplo: quando estamos em 
ambiente muito frio. 
Mecanismos comportamentais de regulação do calor: procurar 
por luz solar, roupas e/ou casacos para se proteger do frio. Se 
estiver quente vamos procurar por leque, ventilador, ar 
condicionado, piscina, para aumentar a perda de calor. 
Reações aos ambientes: 
Ambientes frios: vasoconstrição, tremores, liberação da tiroxina. 
Ambientes quentes: vasodilatação, sudorese. 
 
M E C A N I S M O D A F E B R E 
A febre seria um mecanismo adaptativo benéfico ao organismo, estimulando o sistema imune e preservando a 
integridade das células da pele ? CONTROVERSO! 
Segundo o Porto, na maioria das doenças infecciosas não há evidências de vantagens em relação à 
fagocitose ou à produção de anticorpos. A maioria dos germes não produz mudança corporal a ponto de 
destruí-los. A febre que acompanha doenças não infecciosas não parece servir a nenhum fim útil. 
A febre é um sinal de alerta! Febre é um sinal ou sintoma de que algo não vai bem. Ela não é doença! Pode 
ser causada por doenças subjacentes, como: uma infecção, doença autoimune, neoplasia ou induzida por 
drogas (medicamentos). 
Na presença de patógenos ou seus componentes (pirógenos exógenos: infecção por bactéria ou vírus, 
tecido necrosado), o organismo responde produzindo os chamados pirógenos endógenos (Que são as 
citocinas): 
 Macrófagos: produzem IL-1, IL-6, IL-8, TNF e interferon. 
 Linfócitos: TNF e interferon. 
 As citocinas agemno endotélio do hipotálamo, produzindo PGE-2 (prostaglandina), que vão agir 
regulando o termostato hipotalâmico para cima. 
 
Dessa maneira, podemos definir febre, como: aumento da temperatura corporal, alinhado com o 
aumento do termostato hipotalâmico. Antipiréticos (dipirona e paracetamol) funcionam atuando no 
TH. A termorregulação está intacta, mas com o TH deslocado para cima. 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
S Í N D R O M E F E B R I L : 
Além da elevação da temperatura, o paciente apresenta: astenia (fraqueza), inapetência (falta de apetite), 
cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia (aumento da frequência de pulso), oligúria (redução do 
volume urinário), dor no corpo, calafrios (na febre elevada ou séptica), sudorese, náuseas, vômitos, delírio, 
confusão mental, convulsões (mais comuns em recém-nascidos e crianças). 
 
A N A M N E S E : 
A febre nem sempre irá dominar o quadro clínico: pode ser um dado secundário, ela faz parte de um 
conjunto de sintomas localizados ou sistêmicos. 
 As principais causas de consulta ambulatorial são por infecções respiratórias (IVAS). Queixas de 
um paciente com IVAS: coriza, dor de garganta, tosse, aumento das amígdalas e febre (pode ser o 
sintoma predominante e pode ser acompanhada de sintomas sistêmicos). 
 Como começou: início súbito (de uma hora para outra, deixa o paciente mais comprometido, ele 
sente outros sintomas da síndrome febril) ou gradual (aos poucos o paciente vai adoecendo, o 
paciente nem percebe). 
 Duração da febre: prolongada é acima de 1 semana. 
 Quais os níveis medidos/aferidos da temperatura (se o foram aferidos). 
 Periodicidade: constante (contínua), intermitente (vai e volta), ocasional (aparece e depois 
desaparece). 
 Hora do dia em que aparece: algumas doenças que a febre tem hora (exemplo: só a 
noite/vespertina, tuberculose). 
 Associação de outros sintomas: calafrios, mal estar, vômitos, mialgias e outros. 
 Término da febre: em crise (do nada ela acaba, subitamente. Exemplo: malária), em lise (diminui 
gradualmente, dia a dia ela fica menor). 
 Uso de medicamentos: anti-térmicos (Podem influenciar a curva térmica) ou ainda medicamentos 
que podem causar a febre. 
 Febre prolongada: dura mais que 1 semana, exemplos: tuberculose, sepse, malária, endocardite 
infecciosa, febre tifóide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e esquistossomose, COVID-
19 também. 
 Perguntas ao paciente: se teve contato com pessoas com doenças infecto-contagiosas, se realizou 
viagens a regiões endêmicas de malária, doença de chagas, esquistossomose, leishmaniose, se 
entrou em cavernas e florestas, se tem contato com animais domésticos ou não, se fez transfusão 
de sangue ou hemoderivados, se tem hábitos higiênicos, se usou seringas ou agulhas não 
esterilizadas e se teve emagrecimento (quanto e em que velocidade). 
 Febre alta, persistente (marcador de que há um processo inflamatório em atividade) ou retorno da 
febre no COVID é caso sério, geralmente precisa internar o paciente. 
 Se a temperatura do ambiente for maior que a temperatura corporal, o indivíduo vai ter dificuldade 
em regular sua temperatura (fazer as trocas). 
 
E X A M E F Í S I C O : 
Atenção especial para órgãos específicos quando há uma indicação para a localização da doença. Exemplo: 
criança com febre e dor de garganta (pensar na possibilidade de amigdalite) X adulto com febre e mialgia. 
Sinais importantes: 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
 Cabeça e pescoço: pesquisar gânglios cervicais. Exemplos: linfomas, conjuntivite, otite... 
 Fundo de Olho: especialmente útil em febre de origem idiopática obscura (FOI), dura cerca de 30 
dias. Exemplos: granulomas ou manchas de Roth. 
 Pele: exantema, petéquias, fístulas, sinais flogísticos. 
 Aparelho Respiratório: derrame pleural, sinais de consolidação (o pulmão parece um órgão sólido 
no raio-x, normalmente ele é aerado). Neste último primeira coisa que pensamos é pneumonia, mas 
pode ter hemorragia alveolar. 
 Aparelho Cardiovascular: sopros, é o turbilhonamento do sangue, ele não passa direito. Exemplo: 
endocardite infecciosa. 
 Abdome: hepato-esplenomegalia (doenças neoplásicas e infectos parasitárias) massas abdominais 
(tumor), locais de sensibilidade ( ponto cístico), punho-percussão dolorosa (ângulo posto-vertebral, 
se ele sentir dor vai dar um pulo, pensar em pielonefrite aguda). 
 Toque retal e vaginal. 
 Articulações. 
 
C U R V A S T É R M I C A S : 
É aferida a temperatura a cada 4horas, dia após dia e depois une os pontos criando o gráfico. É medida sem 
uso de medicação: 
 Curva preta: o paciente está sem febre, a temperatura varia de 36 a 37ºC, é normal. 
 Curva vermelha: febre contínua, alta e constante, ela varia pouco (de até 1ºC) e o paciente não sai 
da febre. Exemplo: febre tifóide, endocardite infecciosa e pneumonia. 
 Curva azul: paciente está com febre em picos, variação de temperatura muito grande. É uma febre 
irregular ou séptica, tem picos muito elevados (relacionados a bacteremia) intercalados com 
temperatura baixa ou períodos de apirexia, sem padrão nas variações, é imprevisível. Exemplo: 
sepse (infecção que já ganhou a corrente sanguínea e já virou sistêmica, generalizada), abscesso 
pulmonar, endocardite infecciosa, empiema vesicular (pus), tuberculosa e fase inicial da malária. 
 Curva amarela: febre remitente, tem febre e não para de ter febre, com variação de mais de 1ºC 
(grande), ele tem febre diária. Exemplo: sepse, pneumonia e tuberculose. 
 Curva verde: tem período com febre e sem febre. Febre cotidiana: em 1 dia ele tem febre e não tem. 
Exemplo: malária. Febre terçã: 1 dia com febre e 1 dia sem febre. Febre quartã: 1 dia com febre e 2 
dias sem febre. 
 
Febre recorrente ou ondulante: tem períodos de temperatura normal (afebris, apirexia) interrompidos por 
períodos de temperatura elevada. Exemplo: linfoma de rodge. 
 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
C A U S A D A F E B R E : 
A febre não é um sinal de quadro infeccioso. No entanto, as doenças infecciosas são a causa mais frequente 
de febre em todas as faixas etárias. 
Outras causas: 
Doenças Neoplásicas: quando as células começam a se proliferar indiscriminadamente, é sinal de tumor 
maligno e pode cursar com febre. A causa da febre é a liberação de produtos do tecido destruído pelo 
tumor ou de necrose do próprio tumor (tecido morto, sem vascularização).Tumores mais 
frequententemente associados a febre são: linfomas, leucemias, hipernefroma e os hepáticos. No 
carcinoma broncogênico (origem no brônquio), a febre pode ser o resultado de infecção associada, porém, 
muito comumente, o próprio tumor parece ser o responsável. Hipernefroma e carcinoma primitivo ou 
metastático do fígado com frequência determinam febre prolongada. Nos linfomas, a febre é quase 
constante, podendo ser o primeiro sintoma. A leucemia aguda geralmente é uma enfermidade febril, 
mesmo quando não há infecção. 
 
A N T I B I Ó T I C O S : 
Não é porquê o paciente tem febre que você vai passar antibiótico, muitas infecções são virais e não 
bacterianas, por isso é necessário descobrir o agente infeccioso. 
Quando suspeitar da febre por causa de medicamentos: quando o paciente está melhorando por vários 
parâmetros, persistindo apenas a febre isoladamente e é feito a suspensão da droga e ocorre a resolução 
da febre em até 48h (foi por causa do medicamento mesmo); ela assume qualquer um dos padrões de febre 
já relatados, mas o mais comum deles é o padrão contínuo. São exemplos de medicamentos: anti-
histamínicos, antiblásticos, metildopa, sulfas, aminoglicosídeo, isoniazida. 
 Hipersensibilidade ao medicamento pode causar reações cutâneas associadas. 
 Contaminação de soluções parentais por via intramuscular ou endovenosa: reação pirogênica 
imediata paciente cursa com tremor, calafrios, febre também (facilita o diagnóstico dessa reação). 
 Por lise intensa de microorganismos:sífilis tratada por penicilina: “reação de Jarisch-Herxheimer”. 
 Hipertermia Maligna: causada por anestésicos como halotano, isoflurano, enflurano. Ocorre por 
aumento da produção de calor, sem vasodilatação concomitante (mecanismos de termorregulação 
estão comprometidos), manifesta-se por febre alta, rigidez muscular, taquicardia, arritmias e 
hipotensão. É independente da regulação hipotalâmica. 
 
C O L A G E N O S E S : D O E N Ç A S R E U M Á T I C A S 
 Acometem a circulação, o tecido conjuntivo. Os pacientes têm sensibilidade à exposição solar. 
Muito presente em pacientes com lúpus. Acomete mais adultos e idosos. 
 A febre aparece em metade dos pacientes com tromboembolismo pulmonar, com melhora, 
geralmente, na primeira semana de evolução. Se a febre for persistente, pensar em infecção 
secundária. 
 A febre é muito frequente em pacientes com LES. 
 É presente na artrite reumatóide, mas geralmente em menor grau. 
 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
T R A U M A T I S M O S 
 Traumatismos de partes moles e ósseas. 
 Traumatismo craniano (correlação da intensidade da febre com a gravidade do trauma). 
 
D O E N Ç A S D E O R I G E M D E S C O N H E C I D A O U 
M E T A B Ó L I C A 
 Crise de artrite gotosa (gota). 
 Outras situações menos comuns: febre familiar do mediterrâneo, sarcoidose, dislipoproteinemias. 
 Cerca de 10% dos pacientes com febre prolongada jamais tem explicada a sua causa. 
 
F E B R E N O P A C I E N T E H O S P I T A L I Z A D O 
 Causas frequentes: infecções hospitalares, cateteres infectados, embolia pulmonar, viroses 
trasnamitidas por transfusões, sinusite e febre medicamentosa. 
 Febre no Pós-Operatório: necrose tecidual associada a sangramento ou processo patológico 
associado: infeccioso, trombócito, respiratório ou por drogas. 
 Febre Pós-Operatório imediato (primeiras horas): atelectasia pulmonar (colabamento do 
pulmão); tardiamente: infecções e embolias. 
 
N E U T R O P E N I A F E B R I L 
 Números de neutrófilos muito baixo. 
 Deve ser sempre valorizada. 
 Infecções podem evoluir com gravidade rapidamente, sem sinais de localização da infecção ou que 
dificultam o diagnóstico. 
 Colher culturas e começar esquema antibiótico de amplo espectro empiricamente. 
 Neutrófilos < 1000/mm³, duração da neutropenia > 3 semanas ou naqueles de aparecimento 
abrupto: maior gravidade. 
 
F E B R E N O I D O S O 
 Acima de 65 anos. 
 Pode estar ausente ou mínima (febrícula) em 20 a 30% dos casos, mesmo na presença de infecção 
grave. 
 A ausência de febre atrasa o diagnóstico e acarreta mau prognóstico. 
 A presença de febre em idoso indica infecção grave, geralmente é bacteriana. Deve-se buscar o foco 
da infecção e tratar. 
 
S I D A - S Í N D R O M E D A I M U N O D E F I C I Ê N C I A 
A D Q U I R I D A 
 É muito comum. 
 Causas: infecções oportunistas (mais comum), febre pelo próprio HIV, neoplasias, reações a drogas. 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
 Fase aguda: febre + adenomegalias, mialgia, erupção cutânea, cefaleia: síndrome 
mononucleose like. 
 Febre por hipersensibilidade a medicamentos ocorre mais comumente aqui do que em outras 
situações, podendo ocorrer sem erupção cutânea ou eosinofilia. 
 Febre de origem idiopática (obscura – FOI): 8,2 a 21% dos pacientes com SIDA. 
 
O R I G E M I N D E T E R M I N A D A - F O I 
 Corresponde por 8,4% das internações hospitalares. 
 Normalmente é causada por doenças comuns com manifestações atípicas e não doenças raras. 
 Definição: temperatura axilar > 37,8ºC em várias ocasiões, pelo tempo mínimo de três semanas e 
após uma semana de investigação infrutífera. 
 Ranking das causas de FOI: colagenoses (15%), neoplasias (30%) e infecções (40%). 
 
H I P O T E R M I A 
 Consiste na diminuição da temperatura corporal abaixo de 35,5ºC na região axilar ou de 36ºC no 
reto. 
 Pode ser induzida artificialmente quando se vai submeter o paciente a determinados tipos de 
cirurgia ou pode ser consequente a congelamento acidental, choque, doenças consuptivas, 
hemorragias graves e súbitas, coma diabético e nos estágios terminais de muitas doenças. 
 
Correlações clínicas: 
 
 C A S O C L Í N I C O 1 
Identificação: M.D., masculino, 61 anos, caucasiano, solteiro, natural e residente em São Paulo, onde 
sempre residiu, pedreiro, evangélico. 
Queixa principal: ‘Febre há 7 dias’. 
HDA: Paciente refere febre associada a cefaleia, dor de garganta e coriza há sete dias. A febre aferida 
sempre acima de 38,5ºC, acompanha-se de calafrios, inapetência e mal estar generalizado, cede após o uso 
de dipirona, mas retorna em menos de 6 horas de sua administração. Hoje, começou com quadro de 
dispneia e tosse seca. 
Exame Físico: PA=120/80 mmHg; Fc=115 bpm; FR=30 IRM; Saturação de O2=88%; Temperatura 
axilar=38,7ºC 
Discussão do caso: 
Síndrome gripal: cefaleia, dor de garganta, coriza, febre. Está mais associado a infecção de via aérea 
superior. 
Síndrome febril: calafrios, inapetência, febre e mal estar generalizado. 
O quadro apresentado é agudo. 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
Diagnóstico provável: COVID-19. 
 
C A S O C L Í N I C O 2 
Paciente do sexo masculino,26 anos, casado, melanoderma, policial militar, natural de Montes Claros/MG 
e procedente de Buenópolis/MG, internado com quadro clínico de dois anos de evolução caracterizado por 
episódios recorrentes de febre com duração aproximada de três dias, com resolução espontânea. Há cerca 
de 30 dias a febre tornou-se diária, predominantemente noturna, acompanhada de calafrios e sudoreses. 
Queixava-se ainda de sintomas constitucionais, tais como: mialgia, adinamia, prostação, mal-estar, náusea 
e vômitos. Relata também dor abdominal no flanco esquerdo, tipo cólica, sem irradiação, piora com 
ingestão de alimentos gordurosos e melhora com eliminação de gases e analgésicos comuns, além de 
constipação alternada com diarreia. Refere por fim tosse seca ocasional e emagrecimento de 5kg nesse 
período. À ectoscopia apresentava-se corado, hidratado, anictérico, acianótico, febril, sem gânglios 
palpáveis e com bom estado geral. 
Apresentava pressão arterial de 150 X 90 mmHG, frequência cardíaca de 80 bpm, frequência respiratória = 
124 ipm e temperatura axilar de 38,5 ºC. 
 
 Discussão do caso: 
Febre há 2 anos recorrente, agora é diária e noturna, com calafrios e 
sudorese.Quadro crônico. 
Febre indeterminada: prolongada por mais de 3 semanas. 
Diagnóstico provável: biópsia de nódulo pulmonar demonstrou processo 
inflamatório crônico granulomatoso - tuberculose. 
 
No pós-operatório cursou com sintomas respiratórios (tosse, expectoração, dispnéia e dor torácica) com 
infiltrado radiológico bilateral. Baciloscopia de escaro induzido: três amostras negativas. 
Iniciado tratamento para tuberculose pulmonar com esquema I4, apresentava-se afebril no 5º dia com 
melhora dos sintomas constitucionais, recebendo alta após três semanas para acompanhamento 
ambulatorial. Realizou retorno ambulatorial com sete dias mantendo-se afebril, com repercursão ponderal 
e tolerando bem a medicaçaõ tuberculostática. 
 
C A S O C L Í N I C O 3 
Identificação: A.M.L, femenino, 25 anos, solteira, natural de Santanésia (Piraí), costureira, católica. 
Queixa principal: “febre que não passa” 
HDA: Há seis meses, vem apresentando, 2 a 3 vezes na semana, quadro de artralgia, rubor e edema nas 
proeminências ósseas e regiões articulares. Há três meses, iniciou quadro de fotossensibilidade quando 
exposta ao sol, surgindo bolhas na pele, seguidas por eritema local, Há duas semanas, desencadeou um 
 
Tallita Lougon Duarte – Med 104 
quadro febril, aparecimento de um furúnculo na perna direita. Foi internada há dez dias para realizar 
antibioticoterapia. Porém a febre não regrediu, começou há três dias a apresentar episódios de vômitos, 
hematúria, oligúria e edema nos MMII. 
Exame fisíco: PA=170/110 mmHg;fc=90bpm; FR=22IRM; saturação de O2=95%; Temperatura 
axilar=37,8ºC. 
Discussão do caso: 
Colagenose levando a febre, evoluindo com comprometimento renal. 
Síndrome articular e síndrome glomerular 
Diagnóstico provável: lúpus. 
 
 
 
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FSR, feminino, 58 anos, secretária, apresenta-se na emergência do HGE com queixa de febre aferida de 
38,5ºC, há 1 dia. 
HDA: Refere fadiga, calafrio e inapetência também há 2 dias. Nega cefaleia, diarreia, vômito, tosse, 
secreção nasal ou alterações urinárias. Quando questionada sobre medicações em uso, refere 
quimioterapia em curso há 3 meses, após diagnóstico de adenocarcinoma esofágico, com última sessão há 
8 dias. 
Exame físico: apresenta-se em regular estado geral, lúcido, taquicárdica, taquipneia, hipocorada, 
anictérica. FC: 120 bpm; FR: 24 ipm; PA: 110 X 70 mmHg; IMC: 18,9 kg/m2; temperatura axilar: 38,3 ºC. 
Prwsença de cateter totalmente implantado em hemitórax esquerdo, sem sinais flogísticos ou de infecção. 
Ausência de alterações dermatológicas, no aparelho respiratório, aparelho cardiovascular e abdome. 
Discussão do caso: 
Pensar na possibilidade da paciente ter neutropenia febril, por isso é importante, nesse caso, fazer um 
hemograma. 
Neutrófilos < 1000/mm³ 
Diagnóstico provável: neutropenia febril.

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