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ADESIVOS ● Adesão: processo de ligação entre dois materiais por meio de um agente adesivo que solidifica-se durante o processo de ligação. ○ Ou seja é o mecanismo pelo qual dois materiais mantém-se unidos através de uma interface. ○ Exemplo: Um adesivo será usado para aderir resina composta ao tecido dentário. ■ A camada de adesivo estará em íntimo contato tanto com a resina composta quanto com tecido dentário, unindo-os. ● Porque precisamos de um adesivo? ○ Os materiais muitas vezes parecem ter uma superfície lisa, mas microscopicamente todas as superfícies apresentam uma certa irregularidade com picos e vales; ○ Ao posicionar uma superfície contra outra, os picos e vales de uma superfície não consegue se encaixar perfeitamente com os picos e vales da outra superfície, ficando espaços vazios entre elas; ○ Esses espaços prejudicam/reduzem a união eficaz entre os materiais e os tecidos dentários e forma uma região suscetível a penetração de micro- organismos e fluidos orais. ○ Precisa de um material (adeviso) com baixa viscosidade para escoar por esses picos e vales e promover uma união eficaz entre essas superfícies, sem deixar espaços vazios. ■ material com alta viscosidade (com muita carga inorgânica) não consegue escoar pelos picos e vales, formando espaços vazios na interface entre dente-resina. ● Sistemas adesivos: permitem que procedimentos restauradores sejam realizados de forma direta, ligando o material restaurador ao tecido dental. CRITÉRIOS PARA ADESÃO: ● Molhamento: depende do ângulo de contato, da tensão superficial e da energia de superfície. ○ Capacidade do adesivo de entrar em íntimo contato com o substrato/superfície, molhando a superfície com o líquido do adesivo, estabelecendo uma boa união entre 2 materiais. ○ Ângulo de contato: o ângulo de contato criado entre o líquido e a superfície influencia diretamente no molhamento. ■ Quanto MAIOR o ângulo de contato formado entre a superfície, a gata e o ar = MENOR o molhamento. ■ Quanto MENOR o ângulo de contato = MAIOR o molhamento. ■ Fatores que influenciam no ângulo de contato e portanto também no movimento: energia de superfície do sólido e tensão superficial do líqudio. No interior dos materiais, os átomos e moléculas têm soma vetorial de energia que se anula. Na superfície, a soma vetorial é diferente de zero, caracterizando a tensão superficial dos líquidos ou energia de superfície dos sólidos. Para um líquido se espalhar uniformemente sobre uma superfície, a sua tensão superficial deverá ser menor que a energia livre de superfície do substrato/sólido. ● Viscosidade do adesivo. ○ Resistência de um fluido ao escoamento. ○ O adesivo deve ter baixa viscosidade, para escoar sobre o substrato/sólido e preencher todos os espaços. ○ Adesivo: resina dimetacrilado sem carga inorgânica (ou com pouquíssima carga, máximo 5%), caracterizando a baixa viscosidade do material e alto escoamento, preenchendo as rugosidades da superfície. ● Rugosidade superficial dos materiais a serem aderidos. ○ Quanto maior a rugosidade, maior a área superficial, portanto, maior área disponível para adesão. MECANISMOS DE ADESÃO: ● Adesão química: ○ Se dá por meio de ligações covalentes ou ligações iônicas. ○ Exemplo: o ionômero de vidro é um material que faz ligações químicas com tecido dentário, porém esse material não apresenta propriedades satisfatórias para ser usado como material restaurador permanente. ● Adesão física: se dá por meio de ligações de hidrogênio e forças de Van Der waals. ● Adesão mecânica: ○ É o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos aos tecidos dentários, ocorrendo embricamento micromecânico do sistema adesivo entre os picos e vales do tecido dentário/substrato/sólido. ○ Como ocorre o embricamento micromecânico? ■ Explicado pela substituição parcial da fase mineral dos tecidos dentários/substrato por uma monômero, que ao serem polimerizados promovem o embricamento mecânico com esses tecidos. ■ Depois que o sistema adesivo escoa pela superfície e preenche os espaços entre picos e vales, ele é polimerizado, fazendo um selamento do substrato/tecidos. ● Após, a resina composta, por exemplo, pode ser inserida sobre esse adesivo polimerizado na cavidade dentária. ■ Alguns adesivos possuem monômeros que se aderem quimicamente aos tecidos dentários. ● Há benefícios adicionais quando usamos monômeros que interagem quimicamente com o tecido dentário. MUDANÇA DE PARADIGMA ● A odontologia restauradora foi revolucionada com a chegada dos sistemas adesivos. ● Antigamente: havia ausência de adesão dos materiais, e por isso, os materiais eram inseridos na cavidade seguindo princípios macroeconômicos. ○ Material utilizado: amálgama dentário. ■ Ele definia o preparo cavitário, além de ter baixa estética. ■ Ele leva a maior remoção de tecido dentário saudável em comparação ao uso de sistemas adesivos e resinas compostas. ■ Remove mais tecido para confecção de uma cavidade própria para esse material. ● Atualmente: ○ Ao usar adesivos e resina podemos remover apenas o tecido cariado, sem remover o tecido saudável. Reduz o preparo cavitário. ○ Aplicamos o adesivo, polimerizamos e aplicamos a resina composta. ○ Buonocore (1955): publicou um trabalho mostrando que se usarmos ácido no terceiro dentário e depois aplicarmos resina sobre esse tecido, a adesão é maior do que se não usarmos o ácido. ■ Introduziu a técnica de condicionamento ácido do esmalte, criando uma nova perspectiva aos procedimentos restauradores, iniciando a odontologia adesiva. VANTAGENS DOS SISTEMAS ADESIVOS: ● Permitem a conservação dos tecidos dentários; ● Pode-se usar materiais que reforçam a estrutura dentária remanescente: ○ Exemplo: podemos manter pequenas espessuras de tecido dentário e apoiar esse tecido em resina composta. ○ Com amálgama teríamos que remover essa pequena espessura de tecido e aumentar o tamanho do preparo cavitário. ● Possibilitam uma grande variedade de técnicas restauradoras: ○ isso amplia as indicações clínicas para distintos tratamentos restauradores. ● Expandem as possibilidades estéticas; ● Possibilitam o reparo das restaurações, quando há algum defeito pontual, aumentando a longevidade do tratamento restaurador. DESVANTAGENS: ● Desafio de fazer a união em tecidos dentários muito distintos. ● Esmalte: composto essencialmente por cristais de hidroxiapatita compactados na forma de prismas e mantidos unidos por pequena quantidade de matéria orgânica e água. ● Dentina: tecido muito mais heterogêneo e muito mais hidrófilo. ● Os adesivos são essencialmente monômeros dimetacrilato, os quais são materiais mais hidrófobos. COMO FAZER A UNIÃO DOS ADESIVOS AOS TECIDOS DENTÁRIOS? ADESÃO AO ESMALTE: ● Condicionamento ácido: Aplicação de ácido fosfórico sobre o esmalte. ○ Condicionamento ácido aumenta a rugosidade superficial do esmalte, ou seja, o ácido dissolve parte da superfície da hidroxiapatita, por meio de uma reação ácido-base, criando microporos. ○ A criação de microporos aumenta a rugosidade superficial do esmalte = aumentando a área adesiva = aumentando a energia de superfície do esmalte e consequentemente um maior molhamento do adesivo sobre o esmalte. ○ Esse processo possibilita o embricamento micromecânico entre adesivo e esmalte dentário. ADESÃO À DENTINA: ● Condicionamento ácido: ao aplicar ácido sobre a dentina, remove-se a lama dentinária, remove o conteúdo mineral (dissolve os cristais de HA) e expõe a matriz de colágeno. ○ A dentina é muito mais complexa, composta por 70% conteúdo inorgânico, 20% conteúdo orgânico e 10% água. ○ Além de ter uma composição química mais heterogênea em relação ao esmalte, a dentina apresenta uma morfologia distinta, dependendo de sua profundidade: ■ quanto mais profunda = maior diâmetro dos túbulos dentinários = maior quantidade deágua presente, devido à proximidade com a polpa e pressão pulpar. ■ Além disso, a dentina é recoberta por uma camada chamada LAMA DENTINÁRIA: ● camada de proteínas coaguladas, resíduos de brocas, saliva e bactérias. ● Essa camada impede que ocorra penetração dos monômeros na superfície dentinária, ou seja, além da remoção de minerais precisamos também remover a lama dentinária desse tecido, para que os monômeros adesivos consigam penetrar na dentina. ■ Essas características dificultam ainda mais o processo de adesão à dentina. ○ Com as fibras de colágeno expostas: ■ Aplica-se adesivo sobre a dentina. ■ Os monômeros do adesivo permeiam pela dentina com as fibras colágenas dispostas, fazendo um processo de hibridização nesse tecido. ■ Chamamos de camada híbrida a união entre dentina e adesivo. ● Como fica o tecido de dentina quando fazemos uma restauração de resina composta sob esse tecido? ○ Primeira camada: resina composta com algumas pequenas estruturas mais claras (partículas de carga). ○ Segundo camada: camada de adesivo (não apresenta partículas de carga). ○ Terceira camada: camada híbrida (importante para ver a resistência de união a dentina), composta pelo adesivo que fez o embricamento micromecânico na dentina previamente desmineralizada. ■ O adesivo consegue penetrar nos túbulos dentinários, criando prolongamentos de resina - chamados de TAGS RESINOSOS. ■ Tags resinosos contribui muito pouco (2-3%) para resistência de união a dentina. ○ Dependendo do tipo de sistema adesivo utilizado, a morfologia muda: ■ Alguns sistemas adesivos não formam tags longos, formam tags curtos; ■ A espessura da camada híbrida é diferente dependendo do tipo de sistema adesivo; ■ A camada de adesivo sobre a camada híbrida está presente apenas em sistemas adesivos em que utilizamos adesivo em uma etapa clínica separada dos demais componentes dos sistemas adesivos. PONTOS CARDEAIS DA ADESÃO ● Condicionamento ácido: feito por soluções ácidas. ○ Consiste na desmineralização da camada superficial do tecido dentário, na dentina ele modifica ou dissolve a camada de lama dentinária e expõe as fibras de colágeno. ○ Sistemas adesivos convencionais: O condicionamento ácido é realizado por ácido fosfórico de 35 a 37%, apresentado na forma de gel e aplicado sobre esmalte e/ou dentina. ○ Sistemas adesivos autocondicionantes: Condicionamento ácido realizado por meio de uma monômeros ácidos. ● Primer: feito por monômeros hidrófilos ○ Consiste em monômeros hidrófilos dissolvidos em solventes (como água, álcool, acetona ou uma mistura de solventes); ○ Ele promove a infiltração de monômeros na rede de colágeno e une o adesivo que é mais hidrófobo à dentina que é mais hidrófila. ○ PAPEL DO PRIMER: atuar como um agente de união entre dentina e o adesivo. O primer torna a dentina mais hidrófoba e a prepara para receber o adesivo. ■ como o esmalte não tem esse caráter hidrófilo como tem a dentina, não precisamos aplicar o primer sobre o esmalte, apenas sobre a dentina. ○ Principal primer: monômero hidrófilo 2-hidroxietilmetacrilato (HEMA). ■ HEMA é um monômero curto, portanto, tem baixo peso molecular, conferindo pouca hidrofobicidade a esse monômero. ■ Em um lado o HEMA apresenta um grupamento metacrilato, do outro lado o HEMA apresenta uma hidroxila, a qual confere hidrofilia ao primer juntamente com os solventes na composição. ■ Os solventes do primer auxiliam o HEMA a penetrar na dentina previamente desmineralizada. ■ A hidroxila do HEMA (a qual tem caráter hidrófilo) interage com a dentina previamente desmineralizada. ● a hidroxila é um grupo reativo polar que irá se ligar a moléculas polares da dentina. ■ O grupamento metacrilato do HEMA pode então se ligar uma monômeros hidrófobos do adesivo. ● Adesivo: composto por monômeros hidrófobos. ○ Os monômeros hidrófobos atuam como um selante hidrófobo para os tecidos dentários, auxiliando na estabilização da camada híbrida. ○ Monômero hidrófobo: com alto peso molecular, exemplo: ■ BisGMA - principal componente do adesivo. ■ TegDMA - monômero diluente. ■ HEMA - encontrado nos adesivos por ser um diluente e por melhorar a interação com a dentina. ● Está em menor quantidade. ○ Ele também é composto por fotoiniciadores e algumas vezes, por partículas inorgânicas. ○ No esmalte: ■ após o condicionamento ácido já passamos para etapa de aplicação do adesivo. ○ Na dentina: ■ após aplicar o primer na dentina, o adesivo é aplicado sobre esse tecido. ■ O adesivo se liga ao HEMA do primer, que está ligado a dentina, formando a camada híbrida. ■ Um adesivo é essencialmente composto por monômeros hidrófobos, então ele faz um selamento da dentina, protegendo-a contra a degradação hidrolítica. ■ O adesivo se liga à resina composta aplicada sobre ele. CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS: podem ser classificados por ● Sistema de condicionamento ácido: sistemas adesivos podem conter: ○ Ácido fosfórico separado: sistema CONVENCIONAL. ○ Monômero ácido: sistema AUTOCONDICIONANTE. ● Número de passos: sistemas adesivos podem ter 3, 2 ou 1 passos. ○ Sistemas adesivos CONVENCIONAIS: tem 3 ou 2 passos. ■ ambos terão o ácido em um frasco separado. ■ Convencional de 3 passos: ● apresenta ácido, primer e adesivo separados. ■ Convencional de 2 passos: ● apresenta ácido separado e primer e adesivo no mesmo frasco. ○ Sistemas adesivos AUTOCONDICIONANTES: tem 2 ou 1 passos. ■ ambos não terão o ácido em um frasco separado, pois utilizam um monômero ácido para condicionar. ■ Autocondicionante de 2 passos: ● Monômero ácido e primer no mesmo frasco, adesivo separado. ■ Autocondicionante de 1 passo: ● Primer, adesivo e monômero ácido aplicados em uma única etapa. ● Sistema adesivo não simplificado: quando o adesivo é aplicado separadamente. ● Sistema adesivo simplificado: quando o adesivo é aplicado juntamente com primer. SISTEMA ADESIVO CONVENCIONAL DE 3 PASSOS: ● É composto por: 3 componentes em frascos separados. ○ ácido fosfórico; ■ apresentado em uma solução de 35-37% na forma de gel. ○ primer ■ composto por monômeros hidrófilos e solventes. ○ adesivo ■ composto por monômeros hidrófobos, menor quantidade de monômeros hidrófilos e fotoiniciadores. ● É um sistema adesivo não simplificado: camada hidrófoba de adesivo selando a camada híbrida. ○ aqui a camada híbrida é mais hidrófoba, pois após aplicarmos o primer, devemos volatilizar os solventes e aplicamos o adesivo sobre esse tecido. ● Na dentina: ○ Ao remover tecido cariado com a broca geramos a lama dentinária sobre esse tecido; ○ Aplicamos ácido fosfórico por 15 segundos na lama dentinária e após lavamos com jato de água e ar por pelo menos 15 segundos. ○ OBS.: o tempo de lavagem é sempre no mínimo o mesmo período pelo qual condicionamos. ○ A dentina está coberta por água e deve ser seca para ser aplicado o primer; ○ Se aplicar jato de ar, as fibras colágenas expostas ficarão colapsadas e o primer não conseguirá penetrar a malha de colágeno e haverá uma incompleta infiltração dos monômeros. ○ Mas o excesso de água será um problema: ■ irá diluir os componentes do primer e do adesivo ■ torna difícil a infiltração do monômero nas fibras ■ diminui a polimerização dos adesivos ○ Utilizar papel filtro absorvente para secar a dentina (deve ficar úmida, nem tão seca e nem tão molhada) e após aplicar o primer. ■ por conta dessa secagem, é chamado de técnica de adesão úmida à dentina. ○ Primer aplicado de forma ativa, esfregando sutilmente o microbrush com primer por 20 segundos na dentina. ○ Os solventes do primer vão ajudar os monômeros hidrófilos do primer a penetrar as fibras da dentina, mas precisam ser volatilizados e removidos (pois causam degradação hidrolítica, podendo levar a falhas na restauração). ○ O solvente deve servolatilizado com JATO DE AR por 20 segundos - começando de uma distância maior da superfície dentinária e se aproximando da cavidade, até não haver acúmulo de primer sob a dentina. ■ usa-se o jato de ar pois nessa etapa os monômeros do primer já penetraram a dentina e não há risco de colapso das fibras. ○ Resultado final do primer: camada fina e homogênea sobre a dentina, dentina com brilho e sem excessos de primer/líquido escoando sobre a dentina. ○ Aplicamos uma fina camada de adesivo e fotoativamos ela por 20 segundos (depende da marca comercial). ○ Inserir a resina composta. ● No esmalte: ○ Aplicar ácido fosfórico por 30 segundos devido ao alto conteúdo inorgânico e após lavar com jato de água e ar por 30 segundos. ○ Secar o esmalte com jato de ar (ele ficará opaco após o condicionamento e secagem). ○ OBS.: para proteger a dentina, pode-se inserir na cavidade sem pressionar, uma bolinha de papel filtro absorvente. ● Como condicionar por tempos diferentes um dente com preparo para esmalte e dentina? ○ Devemos aplicar o ácido fosfórico em gel apenas no esmalte por 15 segundos; ○ Quando acabar esses 15 segundos no esmalte, aplicamos o ácido também no interior da cavidade para cobrir a dentina por 15 segundos; ○ Assim, estaremos realizando o condicionamento com ácido no esmalte por 30 segundos ao todo, e na dentina por 15 segundos. ○ Lavaremos toda cavidade por pelo menos 30 segundos com jato de água e ar. SISTEMA ADESIVO CONVENCIONAL DE 2 PASSOS ● Criado para reduzir as etapas clínicas ao aplicar o ácido e após aplicar o primer e adesivo na mesma etapa. ● É composto por: 2 componentes em frascos separados. ○ ácido fosfórico; ■ apresentado em uma solução de 35-37% na forma de gel. ○ primer e adesivo; ■ composto por monômeros hidrófilos e hidrófobos + solventes + fotoiniciadores. ● É um sistema adesivo simplificado: temos a camada hidrófoba e hidrófila na mesma estrutura. ○ a camada híbrida é mais hidrófila, pois primer e adesivo foram aplicados ao mesmo tempo. ○ Não há uma camada hidrófoba de adesivo selando a camada híbrida. ○ Camada híbrida nesse sistema age como membranas semipermeáveis: ■ Pois ela é mais hidrófila e mais propensa a absorver água ao longo do tempo. ■ Isso deixa o fluido dentinário e fluidos do ambiente oral permearem por essa interface. ■ A água permeia pela interface, gerando canais de água denominados water-tree. ■ A camada híbrida permite a difusão de água da dentina em direção à resina (a água flui através da camada adesiva devido ao seu comportamento como membrana semipermeável). ■ Bolhas de água são criadas ao longo dessa interface, e elas podem coalescer e criar mais canais de água. ● Características: ○ Tem menor quantidade de monômeros hidrófobos; ○ O polímero formado sobre o tecido dentário apresenta menor resistência hidrolítica e piores propriedades mecânicas (quando comparado ao de 3 passos). OBS.: SISTEMAS ADESIVOS CONVENCIONAIS - Condicionamento ácido em etapa separada, necessidade de lavagem e secagem, necessidade de saber quanto secar, alta sensibilidade técnica. SISTEMA ADESIVO AUTOCONDICIONANTE DE 2 PASSOS ● É composto por: 2 componentes em frascos separados. ○ adesivo; ■ monômeros hidrófobos, monômeros hidrófilos e sistemas fotoiniciador. ○ primer ácido; ■ composto por monômeros ácidos (fosfatados - responsáveis pelo condicionamento ácido) + monômeros hidrófilos + solventes orgânicos. ● A maior variação no desempenho clínico dos sistemas adesivos autocondicionantes é o tipo de monômero funcional da formulação. ○ monômero 10-MDP é mais funcional, com potencial de adesão mais estável ao cálcio da HA. ● Monômero 10-MDP: ○ É uma molécula bifuncional, em uma extremidade tem um grupamento fosfatado com hidroxila (responsável pela desmineralização, interação química e confere um caráter hidrófilo ao monômero). ○ Na outra extremidade tem um grupamento metacrilato (responsável pela copolimerização com os outros monômeros). ○ No centro da molécula tem uma cadeia alquila com 10 carbonos (confere maior peso molecular e um caráter hidrófobo ao monômero). ○ Esse monômero gera um sistema adesivo com PH próximo a 2. ○ Como funciona o monômero? ■ O grupamento fosfatado reage com o cálcio da HA, ocorrendo a liberação de íons fosfato e hidroxila da HA; ■ Além disso, ocorre a estabilização da ligação entre o grupamento fosfatado do 10-MDP e o cálcio da HA. ■ O grupamento metacrilato pode copolimerizar com outro 10-MDP, o qual também está ligado a cálcio entorno da fibra colágena. ■ A união dessas moléculas de 10-MDP entorno da fibra colágena, forma nano camadas de 10-MDP e cálcio. ■ Monômero ácido 10-MDP permite a desmineralização parcial da fibra colágena da dentina, fazendo uma UNIÃO entre o 10-MDP e o cálcio resultante da desmineralização parcial da HA da fibra. ● Dividido conforme seu PH: ○ ultra leve: ph > 2,5 ○ leve: ph = 2 ■ melhores resultados na dentina, mas insatisfatórios no esmalte. ■ se forem utilizados, deverá haver um condicionamento ácido seletivo do esmalte. ● usar ácido fosfórico em gel apenas no esmalte por 30 segundos; ○ esse ácido deve ter uma viscosidade adequada (escoamento nem tão alto e nem tão baixo) para fazer o condicionamento seletivo. ● lavar e secar por 30 segundos (esmalte deve ficar opaco); ● primer ácido do sistema autocondicionante de 2 passos deve ser aplicado na dentina (de forma ativa, por 20 segundos); ● volatizar o solvente do primer por 20 segundos; ● aplicar adesivo na dentina e no esmalte; ● fotoativar. ○ intermediário: ph = 1-2 ○ forte: ph <= 1 ■ assemelha-se a sistemas adesivos de condicionamento ácido, mas mantém os fosfatos de cálcio dissolvidos no local (sem etapa de lavagem). ■ isso piora a adesão à dentina. ● Passos clínicos na dentina: ○ Aplicação do primer ácido que irá modificar a lama dentinária (não vai removê-la completamente); ○ O primer vai se infiltrando na dentina e o monômero vai por toda a região, desmineralizando e preenchendo a dentina; ○ Após o primer, deve-se volatilizar os solventes; ○ Em seguida será aplicada a camada de adesivo e por fim ela será fotoativada. ● Características: ○ Não há etapa de lavagem e secagem após o condicionamento ácido - por isso a menor sensibilidade técnica ao usarmos esse sistema em comparação aos convencionais. ○ Adesivo separado do primer faz com que o polímero formado seja resistente a hidrólise e tenha melhores propriedades mecânicas. ○ Camada híbrida é hidrófoba - pela aplicação do adesivo em etapa separada. ■ a camada de adesivo sobre a camada híbrida também é hidrófoba - conferindo um bom selamento hidrófobo da dentina. ○ É um sistema adesivo não simplificado; ○ Juntamente com o sistema convencional de 3 passos, SÃO OS MELHORES SISTEMAS ADESIVOS. ■ Proporcionam alta longevidade dos tratamentos restauradores. ○ É ótimo para ser utilizado na dentina: ■ reduz a sensibilidade técnica, pois é mais fácil de ser aplicado. ■ é menos agressivo. ■ toda a camada de dentina desmineralizada é infiltrada por monômeros, enquanto nos convencionais a dentina é totalmente desmineralizada e fica desnuda de colágenos. ■ menor chance de causar sensibilidade pós-operatória (não há evidência). ■ colágeno da dentina protegido pelo 10-MDP. SISTEMA AUTOCONDICIONANTE DE 1 PASSO ● É composto por: todos componentes aplicados na mesma etapa clínica, mas em 2 frascos separados, pois se estiverem no mesmo frasco, eles reagem ali mesmo. ○ adesivo + primer ácido + solventes + fotoiniciadores; ■ monômeros hidrófobos, monômeros hidrófilos e sistemas fotoiniciador. ● Características: ○ É um sistema adesivo simplificado, com o intuito de reduzir as etapas clínicas. ○ Adesivo e primer são aplicados juntos. ■ não há selamento hidrófobo da dentina e da camada híbrida tornando-amais hidrófila. ○ Geram uma interface mais suscetível à degradação hidrolítica. ○ Formam bolhas e canais de água na interface, pois ela atua como uma membrana semipermeável. OBS.: SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES - não há necessidade de lavar e secar a dentina, protocolo clínico e sensibilidade técnica são reduzidos, alguns fornecem baixa capacidade de condicionamento (principalmente no esmalte), é vantajoso para a dentina (o de 2 passos), alta hidrofilia após a polimerização e menor longevidade (com o de 1 passo). SISTEMA ADESIVO UNIVERSAL ● É um sistema adesivo autocondicionante de 1 passo COM A ADIÇÃO DE 10-MDP (monômero ácido). ● Universal = reflete a ideia dos fabricantes de que esses adesivos podem ser aplicados com qualquer estratégia de adesão e oferecem a versatilidade de uso com uma variedade de materiais restauradores diretos e indiretos. ● Característica: ○ conceito “all-in-one”; ○ ph similar aos ultra-leves e leves; ○ 10-MDP - permite a adesão ao Ca da HA da fibra desmineralizada; ○ ácido polialquenóico na composição - se adere ao Ca, competindo com o 10- MDP - não é bom pro material. ○ silano na composição. ○ Em dentina: devem ser aplicados sem ácido fosfórico. ○ Em esmalte: devem ser aplicados com ácido fosfórico. ○ gera camada híbrida mais hidrófila.
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