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Direito Tributário TRIBUTOS EM ESPÉCIE: TAXAS Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Ente competente: aquele que presta o serviço ou exerce o poder de polícia. Estados – competência material residual – pode prestar serviços públicos não atribuídos expressamente à União nem aos Municípios. *posicionamento não pacífico (Competência residual dos impostos – União) Competência tributária residual atribuída indiretamente pela União – CF, art. 25, § 1º -São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição. taxas e contribuição de melhoria / impostos a competência residual é da União (não há prestação de serviço) São tributos retributivos ou contraprestacionais TAXA DE POLÍCIA Poder de polícia – Art. 78, CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. Obs.1: Possibilidade de cobrança da taxa municipal de licença de localização e funcionamento, quando da inscrição inicial, se o Município dispõe de órgão fiscalizador. *a exigência de efetivo ou potencial uso é apenas para taxas de serviço. STF. Obs.2:cisão pelos municípios em taxa de localização (previamente à instalação do estabelecimento) e taxa de funcionamento (periodicamente – cada nova fiscalização = nova taxa). *parte da doutrina defende a ilegitimidade da cobrança periódico, a título de renovação – devendo haver nova fiscalização. *STF vem entendendo pela presunção do exercício do poder de polícia quando a cidade possui órgão fiscalizador, mesmo que este não comprove ter realizado a fiscalização individualizada. Obs.3: contribuição para FUNDAF (fundo especial de desenvolvimento e aperfeiçoamento das atividades de fiscalização – objetivo de reforçar o caixa da receita federal – por ser compulsório, é tributo, por ser contra prestativo/ressarcimento- caracteriza-se como taxa de polícia – sendo taxa, deve ser instituído por lei e não por ato regulamentar da receita federal – STJ) Obs.4: taxas de polícia admitidas pelo STF: mercado de títulos e valores mobiliários, controle de serviços públicos delegados, fiscalização de anúncios. TAXA DE SERVIÇO Art. 145, II, CF e 79, CTN: - serviço específico e divisível - destinatário deve usar efetiva ou potencialmente os serviços - o serviço deve ser prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (neste caso, quando definido em lei, de utilização compulsória – como a coleta de lixo) SERVIÇOS ESPECÍFICOS – o contribuinte consegue identificar pelo que está pagando (podem ser destacados em unidades autônomas). De polícia exercício do poder de polícia De serviço utilização efetiva ou petencial de serviços públicos e divisíveis Direito Tributário SERVIÇOS DIVISÍVEIS – o Estado consegue identificar o usuário. (suscetíveis de utilização separadamente por cada usuário) “eu te vejo e tu me vês” Obs1. STF – SV 19 - A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. se for destinada a limpeza de logradouros públicos, que é indivisível, é inconstitucional. Uti singuli – utilização individual e mensurável Uti universi – abrange indistintamente toda a população – impossibilidade de individualizar – impossibilidade de taxa – como o serviço de iluminação pública STF, SV 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. **pode contribuição de iluminação pública. Também não podem ser financiados por taxa: segurança pública, diplomacia, defesa do país. Obs2. Prevenção e combate a incêndios – universal e indivisível, interessando a todos indistintamente, não podendo ser financiado por taxa. Caráter essencial – arrecadação de impostos (STF, 2017) Súm.549, STF trata como constitucional taxa de bombeiros de incêndio no PE – entendimento tende a cair em virtude da indivisibilidade e da essencialidade levar a ser arrecadada via imposto. UTILIZAÇÃO EFETIVA OU POTENCIAL: “utilização potencial” – serviços definidos em lei como de natureza compulsória (como coleta de lixo), a taxa pode ser cobrada mesmo sem a efetiva utilização – cabe ao legislador, ao instituir a taxa, verificar se o serviço transpõe os interesses individuais e defini-lo como de utilização compulsória. Ex. coleta de lixo utilização potencial x emissão de passaporte utilização efetiva *se o serviço não é disponibilizado, não pode ser cobrado!! *Obs. Taxa de emissão de guia ou carnê – interesse exclusivo da administração tributária – não pode cobrar tal taxa. BASE DE CÁLCULO DAS TAXAS CF proíbe BC idêntica a de impostos - art. 145, p.2º; CTN proíbe FG ou BC idênticos aos de impostos – art. 77, p. único O valor da taxa deve manter correlação razoável com o serviço prestado. * Taxa de conservação de estradas - STF – S. 595 – inconstitucional por não gozar de referibilidade e ter mesma base de cálculo do ITR; * S. 667, STF – inconstitucionalidade de taxa judiciária sem limite de valor da causa; * STF – possibilidade de taxa de lixo ser sobre a metragem do imóvel – pois é apenas um dos elementos da base de cálculo do IPTU); * SV 29 – constitucionalidade da adoção de um ou mais elementos da base de cálculo de determinado imposto – desde que não seja a integralidade dos elementos; * S.665, STF – constitucionalidade da taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. TAXA X PREÇO PÚBLICO (TARIFAS) STF – S. 545: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu. ** inaplicabilidade do princípio da anualidade em matéria tributária! Serviços públicos propriamente estatais: exercício da soberania estatal, sendo indelegáveis e somente o Estado pode exercê-los, sendo remunerado mediante taxa (ex. passaporte e justiça) Serviços públicos essenciais ao interesse público: prestados no interesse da comunidade e remunerados mediante taxa, incidindo sobre a utilização efetiva ou potencial (ex. coleta de lixo e sepultamento) Serviços públicos não essenciais: aqueles que, quando não utilizados resultam em prejuízo para a comunidade, sendo em regra delegáveis e remunerados mediante preço público (telefone, água, energia) Direito Tributário TAXA PREÇO PÚBLICO (serviço postal, telefônico, distribuição de energia, gás, água) Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado O vínculo da obrigação é tributário (legal, portanto, não admite rescisão) O vínculo obrigacional é contratual (admite rescisão) Sujeito ativo: PJ de direito público Sujeito ativo: PJ de direito público ou privado (mediante delegação) Vínculo compulsório Vínculo facultativo– necessária a válida manifestação da vontade Cobrada mediante utilização efetiva ou potencial Cobrada mediante apenas efetiva utilização do serviço público Receita derivada Receita originária Princípios tributários (legalidade, anterioridade, noventena) Não se sujeita aos princípios tributários
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