Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Kawasaki Resumo sanarflix: Doença reumatológica Mais comum em asiáticos, meninos e pré-escolares Etiologia: desconhecida. Leva a pensar que é causada por algum agente etiológico bícuo mas só leva à doença em indivíduos geneticamente dispostos Febre alta de no mínimo 5 dias. Pode durar até 2 semanas Precisa ter exantema, alterações orais, hiperemia conjuntival linfadenopatia cervical ou alterações de extremidades Exantema no tronco: nunca é vesicular. Alterações de conjuntiva: sem exsudato Alterações orais: língua em framboesa, lábios secos e fissurados. Alterações de extremidades: edema e eritema de extremidade e descamação na fase subaguda. Linfadenopatia cervical é unilateral e não suporativa. >1,5cm Pelo menos 4 dos critérios clínicos. Incompleta: menos do que 4 critérios clínicos. Necessário colher exames Gerlamente há neutrofilia, trombocitose (pico em 2 a 3 semanas), elevação de VHS e PCR (dura por 4 a 6 semanas), hiponatremia, hipoalbunemia Piuristério (encontra apenas leucócitos na urina) Alteração de liquor com pelocitose Pode complicar com aneurisma de artéria coronária (vasculite necrosante com artérias de médio calibre) – acontece na fase subaguda. Culmina com o pico da trombocitose. Região mais acometida é a descendente anterior e a coronária direita. Solicitar ecocardiograma para identificar a complicação importante. · 1º eco: Diagnóstico · 2º Fase subaguda (2 a 3 semanas) · 3º Convalescência (6 a 8 semanas) Se tiver aneurisma tem que fazer exames mais regulares, teste de esforço e até angiografia. Tratamento com gamaglobulina (dose única) Rápida defervecencia da febre e redução dos outros sintomas e marcadores inflamatórios. Dar Aas em doses altas mantidar até ele ficar afebril. Mantr AAS em dose baixa a´te normalização de VHS e PCR – normalização da trombocitose (gelamente acontece depois de 6 a 8 semanas) Se não obtiver resposta: febre persistente/ recrudescência da febre 2 opções: 2ª dose de gamaglobulina ou corticoterapia IV intravenosa em doses altas por 3 dias Também conhecida como síndrome de linfonodos mucocutâneo e poliarterite nodosa infantil. Poliarterite nodosa infantil Maior incidência em crianças da Ásia Vasculite com predileção por artérias coronarinas (20-25% dos pacientes apresentam anormalidades das artérias coronárias). DK – principal causa de doença cardíaca adquirida em crianças nos países desenvolvidos. ETIOLOGIA Causa desconhecida. Aponta para origem infecciosa, pois: · Grupo etário mais jovem afetado, natureza autolimitada da doença febril aguda e combinação de febre, erupção cutânea, enantema, congestão conjuntival e linfadenopatia cervical. · Ocorrência pouco frequente em menores de 3 meses (anticorpos maternos); · Ausência de casos em adultos – resultado de exposições anteriores com subsequente imunidade · Epidemias com dispersão geográfica em forma de ondas. · A febre e erupção difusa sugerem atividade de superantígeno Durante a fase subaguda da doença – níveis elevados de imunoglobulinas (Igs): intensa resposta de anticorpos Provável gatilho ambiental pode levar à expressão de DK em indivíduos predispostos geneticamente. EPIDEMIOLOGIA Taxa de hospitalização por DK de 17,1/100.000 em crianças<5 anos. Crianças Asiáticas de do Pacífico insular são as de maior risco. PATOLOGIA A DK afeta principalmente artérias de médio calibre – destaque para as coronarianas. Exame histológico: revela edema das células endoteliais e da musculatura lisa c/ intenso infiltrado inflamatório da parede vascular, (plasmócitos produtores de IgA são proeminentes no infiltrado) A inflamação pode envolver até as 3 camadas da parede vascular (c/ destruição da lâmina elástica interna). Perda da integridade estrutural = enfraquecimento das paredes dos vasos = dilatação (ectasia) ou formação de aneurisma sacular e fusiforme. Trombos também podem se formar na luz do vaso (turbilhonamento?) Com o tempo pode haver estenose ou oclusão arterial. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Febre alta ≥ 39°. Duração de 1 a 2 semanas sem tratamento; pode persistir por 3 ou 4. 5 critérios clínicos principais: congestão conjuntival bulbar bilateral (sem exsudato) Eritema da mucosa oral e faríngea com “língua em morango” e lábios secos e fissurados Eritema e edema das mãos e dos pés Várias formas de erupção (maculopapular, eritema multiforme ou escarlatiniforme) – acentuado na virilha Linfadenopatia cervical não supurativa, geralmente unilateral. Descamações: perineal (fase aguda); periungueal dos dedos das mãos e dos pés (1 a 3 semanas após inicio). Pode ocorrer sintomas gastrointestinais (vômitos, diarreia ou dor abdominal) em 65% dos pacientes. E sintomas respiratórios (infiltrado intersticial, derrame) 30%. Em lactentes pode aparecer: meningite asséptica, hepatite leve, hidropsia da vesícula biliar, uretrite e meatite com piúria estéril e artrite Articulações pequenas ou grandes podem ser afetadas. Artralgias podem persistir por várias semanas. Envolvimento cardíaco → manifestação mais importante da doença de Kawasaki. · A miocardite ocorre na maioria dos pacientes com DK aguda · Taquicardia + função sistólica ventricular esquerda diminuída · Pericardite também pode ocorrer. Aneurismas coronarianos gigantes (≥8 mm de diâmetro interno) têm maior risco de ruptura, trombose ou estenose e infarto do miocárdio. Artérias axilares, poplíteas, ilíacas ou outras também podem estar envolvidas por aneurisma e se manifestar como uma massa pulsátil localizada. A DK pode ser dividida em 3 fases clínicas: Fase febril aguda: dura 1 a 2 semanas Fase subaguda: descamação, trombocitose, desenvolvimento de aneurisma coronariano, dura em média 2 semanas. Fase de convalescença: quando todos os sinais clínicos da doença desapareceram. Continua até que a velocidade de hemossedimentação (VHS) retorne ao normal, dura de 6 a 8 semanas. ACHADOS LABORATORIAIS Leucometria normal ou elevada (predominância de neutrófilos) Anemia normocítica normocrômica é comum Na fase aguda: hemossedimentação elevada e/ou proteína C reativa elevada. Ecocardiografia bidimensional deve ser realizada por um cardiologista pediátrico (para monitorar o desenvolvimento de anormalidades das artérias coronarianas) O brilho das paredes arteriais e a alfta do estreitamento normal dos vasos são característicos. · Aneurismas pequenos: <5 mm de diâmetro interno) · Aneurismas médios: 5 a 8 mm de diâmetro interno · Aneurisma gigante: > 8 mm de diâmetro interno Ecocardiografia: fazer no diagnóstico; repetir após 2 a 3 semanas da doença e repetir novamente após 6 a 8 semanas. *Observar se há alteração em algum dos resultados para realizar mais ecocardiografias. *Após a doença, acompanhamento preventivo cardiológico é recomendado a cada 5 anos. Quando há anormalidade coronariana: acompanhamento é personalizado segundo o estado coronariano do paciente. DIAGNÓSTICO Ter pelo menos 4 das 5 características da doença e febre por pelo menos 4 dias. Exames laboratoriais e ecocardiográficos podem auxiliar. Lactentes: maior probabilidade de desenvolver anormalidades da artéria coronariana. TRATAMENTO 2 g/kg de imunoglobulina intravenosa (IGIV) e altas doses de ácido acetilsalicílico (90-100 mg/kg/dia, divididos a cada 6 horas) logo após diagnóstico. Diminuir a dose de ácido acetilsalicílico da dose anti-inflamatória para antitrombótica (3 a 5 mg/kg/dia em dose única) após paciente afebril por 48h. Pacientes com anormalidades em artérias coronarianas continuam com a terapia de ácido acetilsalicílico, podendo necessitar anticoagulação. Pacientes resistentes à imunoglobulina devem receber uma outra dose de IGIV 2g/kg. Outras terapias: metilprednisolona intravenosa e ciclofosfamida e plasmaférese. Doença Mão Pé Boca Infecção comum, causada por um grupo de enterovírus, com destaque para o Coxsackievirus A16 (CA16) e Enterovirus 71. Infecções com o EV71 são as mais preocupantes para as crianças. Afeta normalmente crianças mas pode afetar adultos A71 é mais perigosa pois há maior risco de complicações, Quando causada pelo Enterovirus ETIOLOGIA Exantema viral Mais comumente causadopelo coxsackievirus, sendo os principais A16 e A71. EPIDEMIOLOGIA Crianças abaixo dos 7 anos têm maior tendência à infecção. Pode haver epidemias advindas de creches, acampamentos e escolas, mais comuns durante o verão e início de outono. Afeta igualmente o sexo masculino e feminino, apesar de alguns dados trazerem maior predileção pelo sexo masculino. O vírus pode ser transmissível por várias semanas, sendo os familiares em risco de desenvolver a doença. FISIOPATOLOGIA A infecção ocorre pela ingestão de alimento ou água contaminada Pelo contato com fluidos ou secreções orais ou pela liberação de perdigotos. A replicação do vírus de RNA se inicia no intestino e faringe → se inicia multiplicação no tecido linfoide (amígdalas, placas de Peyer) e linfonodos regionais. Uma viremia transitória primária leva à infecção de outro tecidos. As respostas imunes do hospedeiro limitam a replicação e progressão do vírus para além do sistema reticuloendotelial →resulta em infecção subclínica QUADRO CLÍNICO Incubação do vírus por 3 a 6 dias. Pode iniciar com uma febre baixa (por volta de 38°), apetite reduzido e mal-estar. Um ou dois dias após o aparecimento dos primeiros sintomas começam a surgir o exantema e enantema. Após o aparecimento de enantema é comum a presença de dor de garganta, Os eritemas apresentam vesículas por um halo fino, os quais podem romper e formar úlceras superficiais cuja base é amarelo-acinzentada. Os eritemas costumam surgir na língua e partes internas dos lábios e bochechas. O palato pode ser afetado Os exantemas pode ser macular, papular ou vesicular, aparecem 1 ou 2 dias depois. As lesão não apresentam prurido nem dor. O exantema envolve o dorso da mão, pé, nádegas, pernas e braços. As feridas rompidas liberam líquido altamente contagioso. Apenas 75% dos pacientes têm a síndrome completa. 25% apresenta lesões apenas na boca ou na pele DIAGNÓSTICO Majoritariamente clínico. O vírus pode ser detectado nas fezes por cerca de 6 semanas após infecção. A detecção pela orofaringe, entretanto só é possível até a 4ª semana Microscopia de biópsia ou raspagem de vesículas diferencia doença das mãos, pés e boca do vírus varicela zoster e herpes simples. Sorologia não é sensitiva mas pode ser usada para direfenciar infecção por enterovírus 71 de coxsackievirus (prognósticos são diferentes) PCR também é válida para confirmar diagnóstico. TRATAMENTO Doença mão pé boca é uma síndrome clínica leve, a qual se resolve sozinha em um período de 7 a 10 dias. O tratamento é de suporte Dor é febre devem ser tratados com AINES e acetaminofeno. Garantir a hidratação do paciente é importante. A mistura de ibuprofeno líquido e difenidramina líquida pode ser usada para gargarejar – ajudam a revestir as úlceras. Ribavirin, quinacrina e adamantadina podem ser usadas off-label. COMPLICAÇÕES A complicação mais frequente é a de desidratação, pois as crianças podem não aceitar alimentos e líquidos por conta da dor. A doença mão pé boca pode levar ao envolvimento do sistema nervoso central e levar à encefalite, miocardite, mielite transversa aguda, síndrome de Guillain-Barré, hipertensão intracraniana benigna e ataxia cerebelar aguda. Fontes: https://www.mdsaude.com/pediatria/sindrome-mao-pe-boca/ https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK431082/ https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/enterov%C3%ADrus/doen%C3%A7a-da-m%C3%A3o-p%C3%A9-boca-dmpb Mononucleose Síndrome clínica mais conhecida causada pelo Epstein-Barr (EBV). Caracteriza-se por: queixas somáticas sistêmicas: fadiga + mal-estar, febre, dor de garganta e linfadenopatia generalizada. Também conhecida como febre glandular. ETIOLOGIA EBV, membro do γ-herpes-vírus. Causa >90% dos casos de mononucleose infecciosa. 2 tipos de Epstein-Barr: Tipo 1 (A) e tipo 2 (B) EBV-1 é o mais prevalente no bundo - Induz transformação do crescimento in vitro das células B que o EBV-2. Não há diferença na manifestação clínica. Ambos levam a infecção latente, persistente, que dura o resto da vida. 5 – 10% das doenças similares à mononucleose infecciosa são causadas por infecção primeira por citomegalovírus, Toxoplasma gondii, adenovírus, vírus da hepatite, HIV e rubéola. EPIDEMIOLOGIA Epidemiologia relacionada com a idade de infecção pelo EBV. Infecta >95% da população mundial. Transmissão por relações sexuais, troca de saliva (beijo e contato entre crianças). Eliminada por secreções orais por mais de 6 meses após infecção aguda e depois intermitentemente. Imunossupressão: permite reativação do EBV. 20-30% das pessoas saudáveis infectadas excretam o vírus em determinada época. Infecção principalmente em lactentes e tenra infância. A infecção por EBV durante a infância é inaparente ou inextinguível de outras. Em países ricos, aproximadamente 30% dos casos ocorrem durante a adolescência. PATOGÊNESE Aquisição da cavidade oral – infecção das células epiteliais orais – faringite Após replicação – disseminação para estruturas contíguas (glândulas salivares – viremia e infecção de linfócitos B no sangue periférico e sistema linforreticular. Linfócitos T CD8+ = função supressora e citotóxica (eliminação de linf. B infectados) Reversão transitória da relação 2:1 dos linfócitos T CD4+/CD8+. Muitas das manifestações da infecção podem resultar da resposta imune do hospedeiro. O vírus estabelece uma infecção latente durante toda a vida – a forma latente é transportada no epitélio da orofaringe. E nos linfócitos B (como epissomas múltiplos do núcleo). Apenas algumas proteínas virais são produzidas durante a latência (inclui antígenos). A produção de antígenos iniciais EA leva á replicação viral. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Período de incubação de 30-50 dias (menor em crianças) Casos em lactentes e crianças mais novas é silencioso. Em pacientes com mais idade: início insidioso e vago - mal-estar, fadiga, febre aguda ou prolongada (>1 semana), cefaleia, dor de garganta, náusea, dores abdominais e mialgia. Pródromo: 1 a 2 semanas. Aumento do baço: rápido. Desconforto abdominal no quadrante superior esquerdo. Hipersensibilidade dolorosa ao toque. Exame físico: linfadenopatia generalizada, esplenomegalia (50%) e hepatomegalia (10%). *destaque para os linfonodos: cervicais anteriores, posteriores e submandibulares – linfadenopatia eritroclear é sugestiva de mono. Faringite + aumento das amígdalas (com exsudato) é comum. Exantema maculopapular (3-15%) dos pacientes – exantema causado por ampicilina causado por ampicilina ou amoxilina. Síndrome de Gianotti-Crosti: exantema simétrico das bochechas, c/pápulas eritematosas múltiplas (duração 15-50 dias). DIAGNÓSTICO Sintomas clínicos típicos + linfocitose atípica no sangue periférico. O diagnóstico é confirmado por exames sorológicos (para anticorpo heterofilo ou específico). Método de cultura: transformação · Demora de 4-6 semanas · Cocultura de secreções orofaríngeas ou genitais, sangue periférico (10-30 ml) ou tumor com linfócitos do cordão umbilical humano. · As culturas são observadas por 6 semanas · Alterações procuradas: proliferação e crescimento rápido, figuras mitóticas, vacúolos grandes, morfologia granular e agregação celular Teste de anticorpos heterofilos Os anticorpos heterofilos aglutinam células diferentes. Procura pelos anticorpos de Paul-Bunnell. Os anticorpos heterofilos da mononucleose infecciosa aglutinam hemácias de carneiro ou de cavalo. Este teste pode dar positivo até 2 anos após a mononucleose infecciosa. TRATAMENTO Não há tratamento específico para mononucleose infecciosa. Terapia c/ altas doses de aciclovir, diminui a replicação viral e eliminação orofaríngea durante a administração. Aciclovir não reduz a gravidade ou duração dos sintomas, nem altera o resultado final. Repouso e terapia sintomática necessários. Fadiga debilitante – leito até recuperação. Com a melhora sintomática enviar o paciente para casa. Aconselhar contra a pratica de esportes de contato durante as 2-3 primeiras semanas. Prescrever corticosteroide por 2-3 semanas pode ser útil – prednisona 1 mg/kg/dia (não utilizar em casosnão complicados de mono infecciosa). COMPLICAÇÕES Complicação mais temida: hemorragia esplênica subcapsular ou ruptura* do baço (taxa desconhecida em crianças). Ruptura – relacionada a traumatismo (frequentemente leve). Edema de tonsilas e tecido e tecido linfoide orofaríngeo podem levar à obstrução das vias respiratórias. Manifestações: estridor e interferência c/a respiração. Comprometimento das vias respiratórias: >5% dos casos. Tratamento – elevação da cabeceira hidratação intravenosa, ar umidificado e corticosteroides sistêmicos. Condições neurológicas – cefaleia, convulsões e ataxia: 1-5% dos casos. Distorção na percepção de tamanhos: síndrome de Alice no País das Maravilhas Pode ocorrer meningite com rigidez da nuca e células mononucleares no LCR. Síndrome de Guillain-Barré ou síndrome de Reye pode seguir a doença aguda. PROGNÓSTICO Bom prognóstico de recuperação completa. Principais sintomas duram de 2-4 semanas PREVENÇÃO Não é fácil evitar. Geralmente adquirido com o contato oral. A vacina de glicoproteína 350 recombinante com subunidades EBV dada em 3 doses promete prevenir a mononucleose infeciosa. Escarlatina Infecção de trato respiratório superior associada a erupção cutânea. Geralmente associada a faringite. Agente etiológico: Strptococcus β hemolítico do grupo A, eventualmente C, D e G Causada por infecção por estreptococo do grupo A – produtor de exotoxina pirogênica (toxina eritrogênica). Acomete indivíduos sem anticorpos. EPIDEMIOLOGIA Pode ocorrer em qualquer idade. Mais frequente em escolares entre 5 e 18 anos. Rara no lactente (transmissão de anticorpos maternos). Frequência de 0,8% na faixa de 5 a 19 anos. Maior incidência no final do inverno e início da primavera. TRANSMISSÃO Contato direto ou próximo com paciente que apresente Faringoamigdalite estreptocócica aguda (gotículas ou secreções nasofaríngeas) A erupção cutânea aparece em 24-48 horas após início dos sintomas – mas pode aparecer com os primeiros sinais. Água e alimentos contaminados podem causar surtos. Portadores assintomáticos raramente são transmissores. Período de incubação da escarlatina: 2 a 5 dias Período de transmissibilidade: início junto com os primeiros sintomas. Dura de 10 a 21 dias. ASPECTOS CLÍNICOS Período prodrômico de 12 a 24 horas: dor à deglutição, mal-estar geral, anorexia e astenia. Podem acompanhar: náuseas, vômitos e dor abdominal. Após esse período, o paciente pode apresentar: Faringoamigdalite com exsudato purulento, adenomegalia cervical, enantema em mucosa oral e alterações na língua. Na língua: 1° camada branca; depois de 1 ou 2 dias papilas hipertrofiadas avermelhadas (língua em framboesa) Na pele: erupção eritematosa, difusa, papular de coloração vermelho-brilhante que clareia à compressão. É mais intensa nas pregas do cotovelo, axilas e virilhas. Pele tem aparência de áspera e arrepiada. As bochechas podem apresentar eritema, com palidez ao redor da boca e testa. *formação de linhas transversais (sinal de Pastia) Após 3-4 dias: desaparecimento da erupção e início da descamação. Podem descamar as bordas das unhas nas mãos e pés. Frequentemente assemelha-se a uma queimadura de Sol. A língua apresenta uma cobertura e as papilas linguais estão edemaciadas. Sequelas não supurativas: febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda. Glomerulonefrite pós-estreptocócica pode ocorrer após quadro de impetigo ou outras lesões de pele. DIAGNÓSTICO Considerar achados clínicos e epidemiológicos. Histórico de contato íntimo com caso documentado de faringite. Sinais e sintomas de faringite estreptocócica e não estreptocócica se sobrepões, sendo necessária confirmação bacteriológica. Exame da faringe revela os mesmos achados da faringite por estreptococos do grupo A. Swab de garganta – 90 -95% de eficácia para a detecção. Testes de detecção rápida de antígenos têm sido desenvolvidos. Sorologia da fase aguda e de convalescença como a antiestreptolisina O (ASLO) são úteis mas não tem valor para diagnóstico imediato. COMPLICAÇÕES Podem ser... Supurativas: abscessos, fasciíte necrotizante, bacteremia, síndrome do choque tóxico estreptocócico, meningite, pioartritem endocardite, osteomielite, peritonite, sinusite e até meningite. Não-supurativas: glomerulonefrite difusa aguda, febre reumática, eritema nodoso, eritema multiforme, poliarterite nodosa, artrite reativa. Alta letalidade nos casos de bacteremia estreptocócica e choque séptico estreptocócico. TRATAMENTO Tratamento pode ser iniciado até 8 dias após início do quadro. Uso de penicilinas é a escolha padrão. · Penicilina G benzatina V oral: dose de 125 mg para menores de 25 kg e de 250 mg para maiores de 25 kg → a cada 6 ou 8 horas, durante 10 dias. · Via intravenosa: dose de 600.000 UI, intramuscular para menores de 25 kg e 1.200.000 UI para maiores de 25 kg.
Compartilhar