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Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Amebíase Giardíase Tricomoníase Doença de Chagas Leishmaniose Tegumentar Leishmaniose Visceral Agente etiológico Entamoeba histolytica Giardia lamblia Trichomonas vaginalis Trypanosoma cruzi Cutânea: Leishmania brasilienses. Mucocutânea: L. brasilienses. Cutânea difusa: Leishmania mexicana e Leishmania amazonensis Leishmania donovani e Leishmania chagasi Formas de vida Trofozoíto: mononucleado, emite pseudópodes, pode conter eritrócitos fagocitados, pode ser liberado nas fezes liquefeitas, anaeróbico, forma invasiva/virulenta. Cisto: forma infectante. Arredondado, com 4 núcleos. Liberado nas fezes. Eclode no ID. Trofozoíto: 2 núcleos e 4 pares de flagelos. Disco ventral, formado por microtúbulos e microfilamentos, para aderir à mucosa. Cisto: oval, resistente a cloro e desinfetantes. Forma infectante. Trofozoíto: célula polimorfa (elipsoide, piriforme ou oval), flagelos, membrana ondulante (um flagelo que passa lateralmente por toda a célula). Divisão binária. Anaeróbico facultativo. Amastigota: é a forma intracelular. Reprodução assexuada. Forma ninhos. Epimastigota: é a forma presente no vetor ou em cultura. Reprodução assexuada. Flagelo. Tripomastigota: forma infectante. Flagelo. Está no sangue circulante. Sai nas fezes do barbeiro. Amastigota: nos vertebrados, infectam – principalmente – células do sistema mononuclear fagocitário. Promastigota: tubo digestivo dos insetos. Forma infectante. Amastigota: nos vertebrados, infectam – principalmente – células do sistema mononuclear fagocitário. Promastigota: tubo digestivo dos insetos. Forma infectante. Ciclo biológico Monoxênico. Ingestão de alimentos ou água contaminados com o cisto > o cisto resiste ao suco gástrico > no ID, ocorre desencistamento, liberando metacistos > multiplicação > trofozoítos migram para o IG, onde se colonizam > vivem como comensais na parede dos cólons > se soltam da parede, sofrem desidratação > viram cistos e são liberados nas fezes. Patogênico: ocorre um desequilíbrio parasita-hospedeiro > o trofozoíto invade a submucosa intestinal, onde se multiplica e causa ulcerações. Ele pode, pela circulação porta, atingir outros órgãos (amebíase extraintestinal). Monoxênico. Ingestão do cisto por água e alimentos contaminados > desencistamento no estômago, duodeno e jejuno > habita no ID > divisão binária > encistamento no baixo íleo e ceco > liberação de cistos nas fezes. Obs. assim como na amebíase, pode ter trofozoítos nas fezes diarreicas. Monoxênico. Heteroxênico. Barbeira pica o sangue com tripomastigota e é infectado > no intestino, vira epimastigota > multiplicação > no reto, vira tripomastigota metacíclico > barbeiro pica uma pessoa e tripomastigotas saem nas fezes > pessoa coça e as tripomastigotas entram no local da picada > tripomastigotas vão para a circulação > ao infectar uma célula, viram amastigotas > amastigotas se multiplicam assexuadamente > célula se rompe, liberando tripomastigotas na circulação > podem infectar outras células ou serem absorvidos por triatomíneo. Heteroxênico. Mosquito pica e inocula promastigotas > macrófagos fagocitam as promastigotas > no macrófago, viram amastigotas e se multiplicam > macrófago se rompe e libera amastigotas no sangue > podem infectar outras células, principalmente macrófagos de vários tecidos > mosquito pica e absorve macrófagos cheios de amastigota > no mosquito, vira promastigota > multiplicação > mosquito pica e inocula promastigota. Heteroxênico. Basicamente o mesmo. As amastigotas parasitam o SMF do baço, fígado, medula óssea e linfonodos. Pode, ainda, estar em outros locais: pulmões, rins, suprarrenais, intestino, pele. Raramente: sangue (leucócitos), íris, placenta e timo. Escape do sistema imunológico: promastigotas internalizadas se diferenciam em amastigotas. Habitat Intestino grosso Intestino delgado Trato geniturinário Tecidos, principalmente tecido muscular. Amastigotas: sistema mononuclear fagocitário do hospedeiro vertebrado SMF, atingindo os órgãos ricos em macrófagos (baço, fígado, medula óssea, linfonodos) Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Transmissã o Ingestão de alimentos (alface, agrião, morango) e água contaminados com o cisto. Ainda, falta de higiene domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos na família. Ingestão de alimentos contaminados, água não tratada ou deficientemente tratatada, veiculação por moscas e baratas, pessoa a pessoa (mãos contaminadas, aglomerações), sexo anal, contato com animais infectados (não é comprovado). Principalmente pelo contato sexual (doença venérea = IST), mas pode ser transmissão vertical e por compartilhament o de objetos. Obs. homem pode ser vetor saída de Trichomonas na ejaculação. Transmissão pelo vetor (fezes ou urina de triatomíneos contaminados), tripomastigotas podem penetrar a mucosa íntegra na região próxima dos olhos, materno-infantil (transplacentária), acidente de laboratório, transfusão de sangue, transplantes, coito (não comprovado), alimentação (amamentação, alimentos contaminados com fezes ou urina de barbeiros), caçadores com mãos feridas. Insetos hematófagos (vetores) inoculam o parasita. Vetores: flebotomíneos fêmeas. Nas Américas, gênero Lutzomyia. Reservatórios: cão doméstico, roedores silvestres, gamba, cutia, paca. Picada da fêmea de L. longipalpis, uso de drogas injetáveis, transfusão sanguínea, congênita e acidentes de laboratório (raros). Formas clínicas ASSINTOMÁTICA SINTOMÁTICAS: não invasiva (diarreia, cólica), invasiva (colite amebiana, disenteria, amebomas, úlceras). Colite não disentérica: 2 a 4 evacuações por dia, diarreicas ou não. Fezes moles ou pastosas, desconforto abdominal, febre pouco frequente, pode ter disenteria, alternância entre sintomas e normalidade. Colite disentérica: cólica intensa, disenteria (diarreia com fezes mucossanguinolenta s), tenesmo, febre, calafrios, náuseas, vômitos, prostração, desidratação, 8 ou mais evacuações por dia. Complicações: perfuração, peritonite, hemorragia, ameboma, estenose, apendicite, colite pós-disentérica. EXTRAINTESTIN AL: hepática (tríade dor, febre e hepatomegalia), cerebral, pleuropulmonar, rins, baço, pele, pericardite. ASSINTOMÁTICA SINTOMÁTICA: diarreia explosiva, fezes esverdeadas, odor fétido, esteatorreia, perda de ganho ponderal em crianças, perda de peso em adultos, dor abdominal, flatulências, azia. Primoinfecção: diarreia aquosa e explosiva, odor fétido, flatulências, distensão e dor abdominal. Aguda: dura poucos dias (costuma ser autolimitante), RARAMENTE pode ter muco e sangue nas fezes. Crônica: esteatorreia, perda de peso e má absorção. Crianças: a má absorção de nutrientes (gordura, vitaminas lipossolúveis A, D, E, K, ferro, B12, xilose e lactose) retardo e prejuízos no crescimento. Obs. as células parietais do estômago liberam fator intrínseco, que é essencial na absorção da vitamina B12. Logo, cirurgia bariátrica – por exemplo – menos fator MULHER: ASSINTOMÁTI CA. SINTOMÁTIC A (aguda): vaginite (gera corrimento vaginal fluido abundante, amarelo-esverde ado, bolhoso/espumo so ou grumoso por causa do metabolismo anaeróbio do parasita, odor fétido mais comum após a menstruação), dor no baixo ventre, dispareunia, prurido, disúria e poliúria. A vagina e a cérvice podem estar edematosas e eritematosas, com erosão e pontos hemorrágicos (cérvice em framboesa/mora ngo). HOMEM: ASSINTOMÁTI CA. SINTOMÁTIC A (aguda): uretrite com fluxo leitoso ou purulento, sensação de prurido na uretra, hiperemia no meato uretral, ardência AGUDA: ASSINTOMÁTICA. SINTOMÁTICA: chagoma de inoculação, sinal de Romaña, febre, anorexia, astenia, miocardite, meningoencefalite, taquicardia, poliadenite, hepatoesplenomegalia, perturbação neurológica. CRÔNICA: FORMA INDETERMINADA: sem sintomas, mas com diagnóstico sorológico positivo. CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA: arritmia, insuficiênciacardíaca. MEGAS (enorme dilatação das vísceras e aperistaltismo): forma digestiva > disfagia, odinofagia, regurgitações, dor epigástrica, soluços, sialose, perda ponderal, pirose (azia), tosse, dor retroesternal. Pode gerar obstrução intestinal (fecaloma) e perfuração (peritonite). - Forma cardíaca: coração aumentado e com paredes delgadas, ICC (edema de membros inferiores, anasarca, insônia, dispneia de esforço, congestão visceral, morte), destruição de ninhos de amastigota Depende da espécie de Leishmania e do sistema imune. 1: Cutânea (L. mexicana e L. braziliensis): úlcera de Bauru; lesão única ou pequeno número em forma de cratera. .L. guyanensis: lesão única ou múltipla, linfagite (infecção dos vasos linfáticos) e linfadenopatia (dilatação dos linfonodos). .L. amazonensis: lesões ulceradas simples e limitadas, contendo numerosos parasitos nos bordos da lesão. L. laisonsi: pouco conhecido. Para saber exatamente, tem que ser exame molecular > PCR. 2: Cutaneomucosa (L. brazilensis): lesões destrutivas em mucosas e cartilagens. Pode atingir lábios e face: dificuldades de respirar, falar e se alimentar.; complicações respiratórias por infecções secundárias e até óbito. 3: Cutâneo-difusa (L. mexicana): lesões difusas não ulceradas; baixa do sistema imune. ASSINTOMÁTICA: sintomas discretos (tosse seca, diarreia, sudorese, prostração, febre baixa e recorrente e cura espontânea). SINTOMÁTICA: AGUDA: febre alta, palidez de mucosas, hepatoesplenomegalia, tosse e diarreia. CRÔNICA: evolução lenta. Febre irregular, emagrecimento progressivo, desnutrição proteico-calórica, caquexia, hepatoesplenomegalia, ascite, edema generalizado, dispneia, cefaleia, dores musculares, perturbações digestivas, epistaxe, retardo da puberdade. É imunossupressora infecções associadas (pneumonia, tuberculose, gengivite, otite, estomatite, disenteria). Anemia, leucopenia, trombocitopenia, hipoalbuminemia, hipergamaglobulinemia, linfadenopatia periférica, debilidade progressiva e óbito. Indicadores de gravidade: hemorragia digestiva e icterícia. DÉRMICA PÓS CALAZAR: ocorre após tratamento e cura clínica. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari intrínseco > deficiência de B12. miccional, corrimento ao amanhecer, prostatite, balonopostite (infecção da glande e prepúcio), cistite. Locais: pênis, próstata, bexiga, vesícula seminal. liberam substâncias neurolíticas, fenômenos tromboembólicos infartos. - Transfusional: febre, confunde com infecção bacteriana, linfadenopatia, esplenomegalia. - Congênita: placentite chagásica, nascimento prematuro, baixo peso, natimorto, abortamento. Bebê: ICC, hepatoesplenomegalia, hemograma alterado. - Imunossuprimido: atinge o SNC, grave, encefalite, parasita nas cél gliais, neurônios e macrófagos... Patogenia A infecção ocorre por meio da ingestão de água e alimentos contaminadas com o cisto da E. histolytica. Os cistos sobrevivem ao suco gástrico e, no intestino delgado, ocorre o desencistamento, liberando os metacistos, que se multiplicam e originam os trofozoítos. Os trofozoítos migram para o intestino grosso, onde se multiplicam e colonizam. Os trofozoítos aderem ao epitélio intestinal e liberam enzimas proteolíticas. Por meio da secreção de proteases, da trogocitose, da lise das células alvos, da formação de amebaporos e de mudanças na permeabilidade das células intestinais, os trofozoítos invadem e destroem o tecido. Consequentemente, surgem úlceras intestinais em “botão de camisa”, colite amebiana, abcessos, amebomas, etc. Os trofozoítos podem gerar cistos e serem liberados nas fezes ou podem atingir o O mecanismo de diarreia e má absorção ainda não é bem elucidado. Acredita-se que o atapetamento da mucosa por trofozoítos e a reação inflamatória sejam essenciais na patogenia. Esse atapetamento prejudica a absorção dos nutrientes. A reação inflamatória causa edema e aumenta a contratilidade dos mm. Lisos, além de causar lesão e renovação dos enterócitos. A maior motilidade intestinal pode levar à diarreia. A renovação dos enterócitos, somada à infiltração linfocitária, à lesão nas vilosidades intestinais, à liberação de proteases e à lesão pelo disco adesivo, também prejudica a absorção dos nutrientes. Essa reação inflamatória ocorre porque o parasita entra em contato com macrófagos, que ativam linfócitos, os quais produzem IgA e IgE. Os IgE ativam os mastócitos, que liberam grânulos de O estabelecimento do T. vaginalis se inicia quando ocorre um aumento do pH vaginal (maior que 5), sendo que – concomitanteme nte – ocorrem mudanças na flora bacteriana. Após a menstruação, essa flora fica reduzida, o que favorece a infecção e contribui para a exacerbação dos sintomas. O parasita adere ao epitélio vaginal e, ao interagir com as células do sistema imune (leucócitos), emite pseudópodes e as fagocita. Além disso, os T. vaginalis liberam toxinas no epitélio, as quais podem causar dispareunia, prurido e disúria. Ademais, os parasitas podem se autorrevestir com proteínas plasmáticas do hospedeiro, impedindo que o Tripomastigotas interagem com a célula (contato membrana-membrana) , promovendo adesão celular. Em seguida, ocorre a interiorização, as cél imunes podem fagocitar o parasita ou ele pode penetrar outras células (epiteliais, musculares, neurônios). Então, ocorrem os fenômenos intracelulares. O parasita resiste à ação dos lisossomos e vira amastigota, que se multiplica até que haja rompimento da célula e liberação de tripomastigotas. FORMA AGUDA: o T. cruzi parasita várias células, como macrófagos, cél de Schwan, micróglia, fibroblastos, cél musculares lisas e estriadas. O rompimento dessas células causa liberação de substâncias intracelulares e de tripomastigotas, o que gera inflamação local. No coração, ocorre miocardite, congestão (por acúmulo de sangue ou substâncias liberadas pelas cél imunes) e hidropericárdio. Esse órgão pode ficar globoso e pálido, com aumento O flebotomíneo (mosquito-palha) inocula os promastigotas na derme. As células destruídas pela probóscida do inseto e a saliva atraem leucócitos para a região. Os macrófagos fagocitam as promastigotas, que se transformam em amastigotas. As amastigotas se reproduzem por divisão binária e infectam mais macrófagos. A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto, principalmente, de linfócitos e macrófagos, estando estes últimos abarrotados de parasitos. Essa lesão inicial pode regredir, estacionar ou evoluir para um nódulo dérmico chamado histiocitoma no local da picada. Histiocitoma: ocorre hipertrofia do estrato córneo e da papila, com acúmulo de histiócitos (macrófagos fixos) nos quais os parasitos se multiplicam. Forma-se um infiltrado celular circundando a lesão, constituído de linfócitos e plasmócitos. Ocorre necrose, gerando desintegração da epiderme e da membrana basal, o que culmina numa lesão ulcerocrostosa. Após a perda da crosta, fica uma pequena úlcera com bordas ligeiramente Nas fases mais avançadas, são raros os órgãos onde não se encontra parasitas. Ao inocular o parasita, a saliva do vetor gera uma reação inflamatória, com recrutamento de cél fagocitárias e estabelecimento da infecção. Essa inflamação gera um nódulo semelhante a um furúnculo, o leishmanioma. Os parasitas podem migrar para os linfonodos mais próximos e, em seguida, para as vísceras. A disseminação do parasito ocorre pelas vias hematogênica e linfática. É raro encontrar parasitos no sangue de humanos imunocompetentes, sendo mais comum em reservatórios (cães e raposas). A patogenia depende do sistema imune, de fatores genéticos e do estado nutricional. BAÇO: esplenomegalia ausente ou grau variável no início e sempre presente na crônica. Áreas de infarto, cápsula espessa, áreas de inflamação, congestão. Hipertrofia e hiperplasia de células do SMF, densamente parasitadas. Diminuição da população de células em áreas T dependentes. FÍGADO:hepatomegalia. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari fígado por meio da circulação portal. histamina e causam uma reação anafilática local. Além disso, os monócitos e mastócitos liberam prostaglandinas, que aumentam a motilidade intestinal. Os monócitos ainda ativam eosinófilos e basófilos, aumentando a inflamação. Obs. ativação de linfócitos T gera encurtamento das microvilosidades. sistema imune os reconheça. PATOLOGIA: o processo inflamatório gerado pelo T. vaginalis gera edema e pontos hemorrágicos, dando ao colo do útero um aspecto de framboesa/mora ngo. Dessa forma, ocorre infiltração linfocitária, inclusive de linfócitos CD4, que são o alvo do vírus HIV. Além disso, o vírus tem acesso facilitado à corrente sanguínea por causa dos pontos hemorrágicos, aumentando a probabilidade de infecção. A tricomoníase, em grávidas, pode causar nascimento prematuro, baixo peso, natimorto, morte neonatal e endometrite pós parto. Ainda, predispõe as mulheres a câncer cervical, infertilidade e doenças inflamatórias. macroscópico, sendo que a inflamação pode se tornar difusa e grave (óbito em crianças). FORMA CRÔNICA: FORMA CARDÍACA: a lesão das fibras do SNA simpático e parassimpático gera perturbações na formação do estímulo e na sua propagação, o que pode causar arritmia, extrassístole, bloqueio AV e bloqueio do ramo direito do feixe de His, sendo este patognômico de Chagas. Histologicamente, ocorre despopulação neuronal, miocardite fibrosante crônica e raros ninhos de amastigota. Macroscopicamente, vemos aneurisma de ponta (lesão vorticilar), aumento do tamanho e peso do coração (produção de fibras no lugar do tecido lesado, congestão do epicárdio ao longo das coronárias), hipertrofia das paredes, exsudato inflamatório, dilatação dos anéis das valvas AV, etc. Além disso, a inflamação estimula fenômenos tromboembólicos que podem causar morte súbita. DIGESTIVA: o parasita infecta cél musculares, fibroblastos e o sistema nervoso intramural (plexos de Meissner e Auerbach). A inflamação e lesão do tecido nervoso intrínseco dos órgãos geram incoordenação motora e culmina nos megas. Ainda, atrapalha a secreção e a absorção de nutrientes. Macroscopicamente, ocorre hipertrofia das paredes musculares, alterações da mucosa e dilatação permanente. salientes e fundo recoberto por exsudato seroso ou seropurulento. Por fim, vira uma úlcera típica: circular, com bordas elevadas (em moldura), fundo granuloso, cor vermelha intensa, recoberta por exsudato seroso ou seropurulento. A cicatrização é difícil. Cicatriz típica: despigmentada, com uma leve depressão na pele e fibrose sob a epiderme fina. Hipertrofia e hiperplasia das cél de Kupffer, densamente parasitadas. Infiltrado difuso de células plasmáticas e linfócitos no parênquima. Fibrose septal e portal. Espessamento reticular e áreas de fibrose intralobular (Fibrose de Rogers). Desproteinemia. Hipoalbuminemia + alterações vasculares = edema de MMII. TECIDO HEMATOPOIÉTICO: hiperplasia tecidual. Desregulação da hematopoese, com a) hiperplasia do setor histiocitário (macrófagos anormais), b) hipoplasia do setor formador do sangue e c) aplasia. Anemia normocítica e normocrômica (fagocitose e hemólise no baço). Leucopenia: ausência de eosinófilos e basófilos, neutrófilos reduzidos, contagem absoluta de linfócitos e monócitos é baixa (percentualmente é alta), plaquetopenia (hemorragias) imunossupressora. RINS: glomerulonefrite proliferativa, nefrite intersticial, albuminúria, creatinina, ureia e sangue na urina. Estas 3 em casos terminais. Com tratamento, retorna à normalidade. LINFONODOS: aumentados. Depleção de linfócitos T na zona paracortical. Presença de plasmócitos e linfócitos parasitados. Os plasmócitos explicam a hipergamaglobulinemia. PULMÕES: pneumonite intersticial com espessamento dos septos alveolares. Em consequência da pneumonia intersticial associada a infecções secundárias, pode ter broncopneumonia, importante causa de óbito. OUTROS: alterações no aparelho digestivo (edema e alongamento das vilosidades, Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Microscopicamente, há neurite, perineurite, ganglionite, periganglionite, miosite, fibrilopoese focal, inflamação crônica da mucosa e submucosa (ulcerações e perfurações). GERAL: desnervação do parassimpático no coração e nos megas, alterações morfofuncionais das glândulas intestinais, alterações no reflexo peristáltico intrínseco com relação ao extrínseco, alterações na neurossecreção dos gânglios simpáticos e fibrose difusa, prejudicando a contração. excessiva proliferação de amastigotas no SMF). PELE: descamação, queda de cabelo e lesão tegumentar. Inversão albumina-gamaglobulin a. . Diagnóstico Diagnóstico seguro: quadro clínico compatível, presença demonstrado de E. histolytica, exame sorológico positivo, resposta favorável à terapêutica amebiana. CLÍNICO: diarreia, sangue nas fezes, dor abdominal generalizada, dor no quadrante sup direito, fatores de risco, perda de peso, febre, tosse... EXAMES: exame parasitológico de fezes (cistos ou trofozoítos), antígenos nas fezes (ELISA), qPCR (DNA do parasito > diagnóstico molecular), sorologia (ELISA, imunofluorescência indireta e hemaglutinação indireta), colonoscopia e biópsia. Extraintestinal: clínico, exame sorológico, exames de imagem (ultrassonografia, radiografia, ressonância magnética). CLÍNICO: diarreia, esteatorreia, fezes esverdeadas e com odor fétido, irritabilidade, náuseas, perda de apetite (sensação de plenitude gástrica), vômito, perda de peso ou não, flatulências, dor abdominal. LABORATORIAL: Parasitológico: EPF para encontrar cistos (Faust) ou trofozoítos nas fezes diarreicas (MIF ou exame a fresco). Obs. assim como na amebíase, a liberação de cistos é intermitente (período negativo em média de 10 dias). Pode fazer coleta em 3 dias alternados. Fase crônica: o EPF pode ser negativo endoscopia e exame/biópsia do fluido duodenal. Ainda, enterotest: análise do fluido duodenal (engole uma cápsula gelatinosa e retira após 4h). Imunológico: ELISA e imunofluorescência indireta > coproantígenos nas fezes. CLÍNICO: muito difícil diferenciar de outras ISTs. LABORATORI AL: MULHER: sem higiene nas últimas 24h anteriores, coletar fluido vaginal com swab ou espéculo. HOMEM: swab subprepucial ou na saída da uretra, sêmen ou primeira urina do dia. Preparação a fresco ou esfregaço corado e fixado. Tem como cultivar, mas não é muito utilizado. IMUNOLÓGIC O: ELISA, hemaglutinação e imunofluorescên cia. CLÍNICO: Aguda: chagoma de inoculação, sinal de Romaña, origem do paciente, edema dos pés ou generalizado, taquicardia, adenopatia satélite ou generalizada, febre ou não, hepatoesplenomegalia. Crônica: alterações cardíacas, ICC (ECG), alterações do esôfago e cólon (raio-x). PARASITOLÓGICO: Aguda: exame de sangue a fresco ou em gota espessa, esfregaço sanguíneo corado pelo método de Giemsa. Biópsia de linfonodo, hemocultura (com biópsia de linfonodo), PCR. Crônica: detecção de IgG contra o parasita, xenodiagnóstico. IMUNOLÓGICO (para fase crônica): hemaglutinação indireta (RHA), RIFI, ELISA. CLÍNICO: característica da lesão, anamnese e dados epidemiológicos. LABORATORIAL: PARASITOLÓGICO: exame direto de esfregaço corado (biópsia da borda da lesão), exame histopatológico, cultura, inóculo em animais. MOLECULAR: PCR (DNA do parasito nas bordas). IMUNOLÓGICO: Reação de Montenegro, RIFI, ELISA. CLÍNICO: muito difícil. Sinais e sintomas associados à história de residência em área endêmica. Febre intermitente, palidez de mucosas, esplenomegalia, hepatomegalia, emagrecimento com enfraquecimento geral do hospedeiro Pode ter: anemia, epistaxes (sangramento nasal), hemorragia gengival, edema, icterícia; anorexia e desnutrição. Suspeita: febre, esplenomegalia e em local onde há casos. PARASITOLÓGICO: Aspirado de medula óssea (a punção da medula é mais simples, esterno noadulto e crista ilíaca na criança), fígado, baço (padrão ouro) ou linfonodos mediante esfregaço corado. Pesquisa no sangue, na pele, cultura de material suspeito, inoculação em animais. MOLECULAR: PCR. SOROLÓGICO: ELISA, RIFI, aglutinação direta, eletroforese de proteínas. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Tratamento Intestinal: Secnidazol e metronidazol. Extraintestinal: metronidazol. Outros: tinidazol, teclosan, etofamida, cloroquina. Metronidazol, secnidazol, tinidazol, ornidazol, mebendazol e albendazol. Metronidazol, secnidazol, tinidazol e ornidazol. Gestante: creme vaginal. Tratar o parceiro! Aguda: benzonidazol (contra formas sanguíneas) e nifurtimox (contra ambas as formas, mas não funciona em MG). Crônica: tratamento paliativo. Megas: tratados cirurgicamente. Antimoniais pentavalentes (glucantime, antimoniato de N-metilglucamina) – via intramuscular, endovenoso ou local. durante dez dias; intervalo (10 dias); outra série de tratamento (10 dias) até completa cicatrização da úlcera. Contraindicação: pacientes cardíacos e mulheres grávidas (provoca alterações eletro-cardiográficas e é abortivo). Limpeza com água e sabão e se possível compressas com permaganato de potássio na diluição de 1/5.000ml de água. Porque tem mta infecção bacteriana. - Caso de resistência: isotionato de pentamidina ou anfotericina B. . Pentamidinas – menos eficazes e mais tóxicas Anfotericina B – gestante e o espectro é mais amplo, funciona também contra fungos e bactérias. Imunoterapia: mistura vacina com tratamento leishvacin (utilizada em casos de resistência ou contraindicação do tratamento padrão-cardiopatas, nefropatas, mulheres grávidas, idosos) .Seriado: série alternada de 10 dias .Leishvacin + BCG .Leishvacin + BGG+ glucantime Antimoniais pentavalentes (SbS+): antimoniato de N-metilglucamina (GlucantimeB) e o estibogliconato sódico (PentostamB) Brasil: a droga de escolha é o Glucantime- 20mg de Sb5+kg/dia, por via endovenosa ou intramuscular, durante 20 dias e, no máximo, por 40 dias. Resistência: repete tratamento ou 2º linha Esquema alternativos: desoxicolato de sódio de anfotericina B e suas formulações lipossomais, as pentamidinas e os imunomoduladores (recomendação de uso sob regime hospitalar) Imunoterapia Terapia inespecífica (anemia, hemorragia, desnutrição). Ps. Não trata casos assintomáticos. Profilaxia Educação sanitária, hábitos de higiene, lavar bem os alimentos (1 colher de hipoclorito de sódio para cada litro de água > deixar as verduras 15min), consumo de água potável, exames em pessoas manipuladoras de alimentos, práticas sexuais seguras, vacinas em desenvolvimento. Higiene pessoal (lavagem das mãos), destino correto das fezes, proteção e higienização dos alimentos e água, verificar fezes de animais, tratamento precoce e detecção de infecção. Obs. ferver a água! Não adianta pôr cloro, pois são resistentes. Sexo seguro, uso de preservativos, abstinência sexual com pessoas contaminadas, tratamento dos doentes E DOS PARCEIROS. Combate ao barbeiro, melhoria das habitações, higiene das moradias, combate à destruição da flora, controle da doação de sangue e de transplantes, medidas de segurança em laboratórios, tratamento de mulheres grávidas, higiene e fiscalização de alimentos (cana de açúcar e açaí). Construir casas longe das matas ou desmatar o terreno em torno dos povoados, inseticidas, uso de telas em janelas com trama muito fina, sacrificar animais contaminados, evitar manutenção de lixo e matéria orgânica que atraem o mosquito. Semelhante à tegumentar. Epidemiolo gia e outras informaçõe s Período de incubação muito variável, mas Cistos são resistentes e sobrevivem até dois meses. O T. vaginalis sobrevive mais de uma semana no prepúcio. Como a reprodução é sempre assexuada, falamos de hospedeiro Período de incubação: de 1 mês a 1 ano. Período de incubação: 10 dias a 24 meses. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari costuma ser de 2 a 4 semanas. Fatores que influenciam no tipo de manifestação: linhagem da E. histolytica, interação com bactérias, reinfecção sucessiva, fatores do hospedeiro (sistema imunológico, idade, sexo, nutrição, susceptibilidade genética...). Cistos permanecem viáveis cerca de 20 dias. Importância do saneamento básico. Diarreia dos viajantes (comer salada em restaurantes). Fatores que influenciam na sintomatologia: parasito (cepa, número de cistos ingeridos) e hospedeiro (resposta imune, estado nutricional, pH do suco gástrico, associação com microbiota intestinal). PAPANICOLA U: Vagina grau 1: pH 3,8 a 4,5. Fungos Cândida e flora de Doderlein. Grau 2: pH um pouco maior, fungos, flora de Doderlein, mas com cocos e outros bacilos. Grau 3: pH aumentado, flora de Doderlein ausente, fungos raros, cocos e outros bacilos mais propensa. IST não viral mais comum. Autolimitante em alguns homens. Sobrevive 3h em urina coletada e 6h no sêmen. Incomum na infância. Correlação com infertilidade em homens. Não provoca sangramentos vaginais! vertebrado e invertebrado. Reservatórios: muitos mamíferos silvestres (tatus, marsupiais, como o gambá, roedores e macacos) e mamíferos domésticos. Tempo de incubação: 1 a 3 semanas. Controle de cura: - Curado: exames negativos > parasitológico, sorologia convencional e não convencional. - Dissociado: apenas sorologia convencional positiva. Diagnóstico diferencial Infecções bacterianas (mais comum ter febre), esquistossomose (pode ter sangue nas fezes também), isquemia intestinal, doença inflamatória do intestino. Outras ISTs. AGUDA: febre tifóide, malária, esquistossomose, doença de Chagas aguda, toxoplasmose aguda, histoplasmose, entre outras doenças febris agudas que apresentam hepatoesplenomegalia. Neoplasias como a leucemia. Leishmaniose visceral: maioria dos casos é SINTOMÁTICA. Única com tratamento ENDOVENOSO/INTRAMUSCULAR e não oral. Visceral precisa de exame parasitológico e sorológico juntos. Tegumentar Reação de Montenegro é um teste antígeno-anticorpo que confirma diagnóstico (se for a primeira infecção). Malária Toxoplasmose Agente etiológico Plasmodium falciparum, P. vivax, P. ovale, P. malariae Toxoplasma gondii Parasita intracelular obrigatório de aves e mamíferos Filo Apicomplexa: possui complexo apical (micronema, roptria) que permite a invasão celular Merogonia: reprodução assexuada que inicia dentro da célula mãe e depois que as células estão prontas (vários núcleos e organelas) ocorre a citocinese. Formas de vida Esporozoíto: inoculado pelo inseto vetor (Anopheles) Formas exo-eritrocíticas (fígado): Trofozoíto pré-eritrocítico e Esquizonte tissular Merozoíto: invade as hemácias Formas eritrocíticas: trofozoíto jovem e maduro, esquizonte e gametócitos Macrogameta e microgameta Taquizoíto: forma infectante, proliferativa. Semelhante a um pequeno arco. Presente na fase aguda. Encontrados nos vacúolos parasitóforos (VP) de várias células. Multiplicação por endodiogenia. Bradizoíto: Forma infectante. Encontrado no VP das células. Multiplicação lenta. Fase crônica. Presentes no cérebro (mais imunossuprimidos), retina e músculos (principalmente). Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Oocineto Oocisto Oocisto: Forma infectante. Resistente (12 a 18 meses). Contém 2 esporocistos e 4 esporozoítos. Presente no ambiente (fezes de felídeos). Obs. Cisto = estrutura cheia de bradizoítos Ciclo biológico HOSPEDEIRO VERTEBRADO (intermediário): EXOERITROCÍTICO (ou pré-eritrocítico ou tissular) o mosquito Anopheles fêmea inocula esporozoítos na corrente sanguínea > os esporozoítos circulam até atingirem os hepatócitos > nos hepatócitos, os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos > os trofozoítos começam a se multiplicar assexuadamente por esquizogonia, originando esquizontes, que depois viram merozoítos > os merozoítos são liberados no sangue e invadem as hemácias > ERITROCÍTICO merozoítos se multiplicam por esquizogonia nas hemáciase são liberados no sangue > invasão de novas hemácias > alguns merozoítos se diferenciam, no sangue, em gametócitos > mosquito pica e absorve as formas variadas, mas somente os gametócitos continuam o ciclo no mosquito. HOSPEDEIRO INVERTEBRADO (definitivo): os gametócitos absorvidos pelo mosquito viram macro e microgametas > fecundação > oocineto > encistamento > oocisto > esporozoíto > inoculação. RECAÍDAS (P. vivax e P. ovale): alguns esporozoítos podem invadir o hepatócito e virar hipnozoítos. Esses hipnozoítos são esporozoítos em estado de latência no fígado. Pode ocorrer, então, recaídas = reaparecimento de parasitas e de sintomas clínicos em um período de, no mínimo, 28 a 30 dias após início do tratamento. Em média, ocorrem 60 a 90 dias depois, mas pode ser até 2-3 anos. Um indivíduo pode ter várias recaídas. Ciclo heteroxênico. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Felinos não imunes ciclo completo (sexuado e assexuado). Na primo-infecção, milhões de oocistos são liberados por duas semanas. H. INTERMEDIÁRIO: ser humano e outros animais. O oocisto é liberado nas fezes do gato pode contaminar água e alimentos ingestão oocisto dá origem a taquizoíto entra na célula e se multiplica pode romper e infectar outras células ou pode virar bradizoíto para a formação de cistos (entrando na fase crônica). Oocisto liberado nas fezes do gato pode ser ingerido pelos animais podemos ingerir carne crua ou mal passada com cistos cheios de bradizoítos passa pelo estômago > parede cística é degradada > bradizoítos interagem com células da mucosa intestinal > transformação em taquizoítos > invasão de células > formação do VP > multiplicação do parasito > rompimento e evasão da célula > nova infecção. Roedores podem se alimentar das fezes do gato taquizoíto e cistos com bradizoítos se desenvolvem gatos se alimentam dos roedores. Obs. taquizoítos no sangue e na linfa na fase aguda. Cistos com bradizoítos na fase crônica intracelularmente. Habitat Hepatócitos, sangue (brevemente) e hemácias. Vários tecidos, células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos. Transmissão Vetorial (picada do mosquito Anopheles fêmea), transfusão sanguínea, seringas contaminadas, acidente de laboratório, infecção congênita. Alimento ou bebida contaminados com oocisto Carne crua com cistos Transplacentária (toxoplasmose congênita) Transplante de órgãos Inalação de oocistos (ex. Parque municipal) Formas clínicas • Período de incubação - 7 a 21 dias. • Carga parasitária x espécie de parasito. • Paroxismo malárico (calafrio, calor e suor). • Febre • Mal estar • Cefaleia • Vômito • Diarreia • Hipoglicemia • Insuficiência renal • Convulsão • MALÁRIA SEVERA: anemia severa e malária cerebral. Fase sintomática inicial: mal-estar, cefaleia, fadiga e mialgia. Ataque paroxístico agudo (ruptura das hemácias) > sudorese e calafrio. Em seguida, fase febril (41°C ou mais). Depois da febre: sudorese profunda e fraqueza intensa, depois os sintomas desaparecem e a pessoa melhora. Após a fase inicial, a febre se torna intermitente. Atualmente, a febre observada é irregular (antes tinha um padrão, ex. a cada 48h para tal espécie, mas mudou isso por causa do tratamento precoce). MALÁRIA NÃO GRAVE Acesso malárico (paroxismo febril): calafrio, calor, sudorese, apirexia. Febre (nem sempre tem febre, principalmente em pacientes com múltiplas infecções no passado). Debilidade física, náuseas, vômitos, palidez. Anemia. Herpes simples labial. Síndrome de esplenomegalia tropical: volumosa esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. Malariae: proteinúria acentuada, hipoalbuminemia e edema. MALÁRIA GRAVE (adultos não imunes, crianças e gestantes) - Cerebral: forte cefaleia, hipertermia, vômitos, sonolência e convulsões. - Insuficiência renal crônica: redução do volume urinário e aumento da ureia e creatinina plasmáticas - Edema pulmonar agudo: hiperventilação e febre alta - Hipoglicemia - Icterícia: hemólise excessiva ou comprometimento da função hepática Severidade dos sintomas depende da linhagem do Toxoplasma gondii: TIPO 1 (maior virulência): maior motilidade, habilidade para cruzar barreiras celulares (disseminação rápida), alta mortalidade. TIPO 2 (virulência intermediária) TIPO 3 (virulência baixa): 2 e 3 estimulam alta resposta inflamatória, ativa muito o sistema imune, o que reduz a disseminação do parasito e as alterações patológicas. Brasil grande variabilidade das linhagens maior gravidade. Assintomática: 80 a 90%. Os sintomas costumam aparecer 5 a 23 dias após a infecção. Imunocompetentes: linfadenopatia cervical discreta, febre, mal estar, sudorese noturna, mialgias, dor de garganta, retinocoroidite. Toxoplasmose congênita: gestante em fase aguda ou reativação da infecção por imunodepressão. Tétrade de sabin: retinocoroidite, calcificação intracraniana, hidrocefalia e distúrbios neurológicos. Outros: febre, anemia, trombocitopenia, icterícia, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, microcefalia, deficiência intelectual, convulsões, alterações visuais, espasticidade, perda auditiva. Lesões fetais: ● Primeiro trimestre: aborto. ● Segundo: aborto ou nascimento prematuro com ou sem anomalias graves. ● Terceiro: nascimento normal, pode apresentar evidências da doença alguns dias/semanas/meses depois. Comprometimento ganglionar generalizado, edema, hepatoesplenomegalia, miocardite, anemia, trombocitopenia, lesões oculares com inflamação e degeneração (foco em roseta), calcificações cerebrais, perturbações neurológicas (retardamento psicomotor), e alterações no volume craniano (micro ou macrocefalia). Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari - Hemoglobinúria: hemólise intravascular excessiva (hiper-hemoglobinemia (hb no plasma), hemoglobinúria, urina escura e com espuma, icterícia e vômitos biliosos, necrose tubular aguda com ins. Renal). Pós-natal: 1. Toxoplasmose ocular: retinocoroidite (taquizoítos na fase aguda causam lesões na retina e coroide). 2. Ganglionar ou febril aguda: forma MAIS COMUM. Comprometimento ganglionar, febre alta, lesão na retina (uveíte), coriorretinite. Uveíte = inflamação da úvea = íris + corpo ciliar + coroide. 3. Cutânea: lesões generalizadas na pele. Rara e fatal. 4. Cefaloespinal ou meningoencefálica: comum em imunodeprimido e raro em imunocompetentes. Lesões no hemisfério cerebral, gânglio basal e cerebelo, cefaleia, febre, paralisia muscular, confusão mental, convulsões e letargia. Em imunodeficientes várias alterações nervosas (convulsão, desequilíbrio, alterações de nervos cranianos, status mental alterado, déficits neurológicos focais, dores de cabeça, encefalite, meningoencefalite, massas cerebrais, hemiparesia, alterações visuais, miocardite, pneumonia, linfadenopatia e sintomas de gripe). AIDS: lesões e alterações cerebrais, fraqueza, meningismo, desordens de movimento, manifestações neuropsiquiátricas, hemorragia cerebral, coma e morte. 5. Generalizada: rara e mortal em imunocompetentes. Comprometimento meningoencefálico, miocárdio, pulmonar, ocular, digestiva e testicular. Patogenia O ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas. O ciclo no fígado não causa sintomas. 1. Destruição dos eritrócitos parasitados anemia. A destruição dos eritrócitos é causada por vários mecanismos: rompimento dos eritrócitos pela parasitemia, destruição de eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune ou pelo aumento da eritrofagocitose esplênica, produção de autoanticorpos contra o parasita e contra os eritrócitos, disfunção da medula óssea pela produção de citocinas. 2. Toxicidade resultante da liberação de citocinas febre e mal estar. Os antígenos liberados induzem a ativação do sistema imune e produção de citocinas pelos monócitos e macrófagos. Uma importante citocina é o TNF-α, cuja alta concentração está relacionada com o pior prognóstico da infecção por P. falciparum. Acredita-se que essa citocina cause lesão endotelial e extravasamento de líquido em estruturas nobres, como os alvéolos e glomérulos. As citocinas liberadas também inibem a gliconeogênese, culminandoem hipoglicemia. Ainda, possuem efeitos na placenta. Por fim, as citocinas contribuem para o aumento da produção de óxido nítrico pelos leucócitos, m. liso, micróglia e endotélio vascular, inibindo a função celular e causando o coma. 3. Sequestro dos eritrócitos na rede capilar O P. falciparum, durante seu desenvolvimento esquizogônico sanguíneo, causa expressão de suas proteínas na superfície dos eritrócitos, promovendo citoaderência e, consequentemente, formação de protuberâncias ou knobs. As citocinas estimulam a expressão de moléculas de adesão pelo endotélio vascular. O fenômeno de adesão ocorre, também, entre hemácias parasitadas e não parasitadas, formando as “rosetas”. Essa citoaderência e a formação de rosetas podem causar obstrução da microcirculação, reduzindo o fluxo sanguíneo e de oxigênio, levando ao metabolismo anaeróbio e à acidose lática. Essa hipóxia está ligada às complicações da malária, como hemorragia, malária cerebral, insuficiência renal e hepatite. 4. Lesão capilar por deposição de imunocomplexos Ocorre, ainda, lesão capilar pela deposição de imunocomplexos (P. malariae), o que pode lesar os glomérulos e causar síndrome nefrótica. Muito variável. Depende da cepa, do sistema imune (resistência da pessoa), do modo de infecção (congênita é mais grave mal formação fetal grave). O toxoplasma é um teratógeno biológico pesquisado no início do pré-natal, assim como o citomegalovírus e rubéola. Ingestão de cistos contendo bradizoítos (carne crua ou mal passada) > passa pelo estômago > parede cística é degradada > bradizoítos interagem com células da mucosa intestinal > transformação em taquizoítos > invasão de células > formação do VP > multiplicação do parasito > rompimento e evasão da célula > nova infecção. O sistema imune pode ser capaz de destruir os taquizoítos circulantes e impedir a infecção. Mas se ele consegue infectar células, ele pode virar bradizoítos e ficar escondido dentro da célula por muito tempo. Diagnóstico CASO SUSPEITO: Indivíduo procedente de área de risco para malária, no período de 8 a 30 dias* anterior à data dos 1º sintomas, com UM ou MAIS sintomas, como: febre, cefaleia, mialgia, cansaço, CLÍNICO: difícil, pois é assintomático ou sintomas inespecíficos (febre, cansaço, linfadenopatia). Pensar no grupo de risco porque é mais grave. LABORATORIAL: identificar taquizoítos na fase aguda. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari franqueza, dor abdominal, náuseas, vômitos, calafrios, tonteira, tosse, outros. CLÍNICO: febre, principalmente em pessoas que moram ou visitaram áreas endêmicas. LABORATORIAL: gota espessa ou esfregaço sanguíneo procura pelo parasita. Métodos com anticorpos que detectam proteínas do Plasmodium. Demonstração do parasito ou de antígenos relacionados no sangue do paciente. PCR. Teste rápido: Optimal. Inoculação em camundongos. Biópsias geralmente não são recomendados. Imunodiagnóstico: ELISA para IgM e IgG anti-toxoplasma e teste de avidez para IgG (alta avidez mais de três meses). RECÉM-NASCIDO: avaliação oftalmológica (fundoscopia ocular), av. neurológica, av. auditiva, ultrassonografia transfontanelar ou tomografia sem contraste, hemograma completo, análise de líq cefalorraquiadiano, sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG pareada da mãe da criança). Em crianças sintomáticas: avaliar função hepática e descartar outras infecções congênitas (sífilis, citomegalovírus e rubéola). Tratamento O tratamento deve ser avaliado quanto: gravidade da doença, espécie de Plasmodium que infectou o paciente, idade do paciente, história de exposição, susceptibilidade dos parasitos ao antimalárico tradicional, custo da medicação, gestante. FÁRMACOS: Quinino, Cloroquina (P. Falciparum é resistente), Quinidina, Primaquina (formas hipnozoitas e gametócitos de todas as espécies de Plasmodium), Mefloquina (uso profilático, não age contra hipnozoítos), Artemesinina. P. vivax e do P. ovale: Cloroquina VO por 3 dias + Primaquina VO por 7 dias. P. falciparum (forma não grave) 1ª escolha: Artemeter + lumefantrina VO por 3 dias OU Artesunato + mefloquina VO por 3 dias 2ª escolha: Sulfato de quinino VO por 3 dias + Doxiciclina VO por 5 dias + Primaquina VO dose única no sexto dia P. falciparum (forma grave) 1ª escolha: Artesunato endovenoso OU Artemeter intramuscular 2ª escolha: Quinina endovenosa associada à clindamicina endovenosa P. malariae: Cloroquina VO por 3 dias Drogas que atuam nas formas livres = taquizoítos. Sem efeitos nos cistos, ou seja, só serve para a fase aguda! Efeitos colaterais e teratogênicas. Aguda: pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico. Mãe com IgM+ e IgG- ou IgM+ e IgG+ com baixa avidez espiramicina até 18 semana amniocentese e PCR em tempo real bebê acometido = sulfadiazina + pirimetamina + ácido folínico. Bebê não acometido = espiramicina até o final. Exames duvidosos = espiramicina? Toxoplasmose ocular: anti-inflamatório e antiparasitário Pirimetamina + sulfadiazina + ácido folínico + 3 dias depois prednisona Ou clindamicina + sulfa + ác folínico + prednisona HIV: pirimetamina + sulfa + ác folínico ou piremetamina + clindamicina + ác folínico Profilaxia INDIVIDUAL: uso de repelentes e alimentos que geram odor forte no suor (alho), quimioprofilaxia (Mefloquina) COLETIVA: borrifação com inseticidas, controle das larvas, saneamento básico (evitar criadouros de mosquito), melhoria das condições de vida, vacinas em desenvolvimento. CONTROLE DA DOENÇA: 1) Eliminar insetos vetores utilizando inseticidas como o DDT 2) Reduzir a exposição dos pacientes às picadas dos insetos vetores: uso de cortinados nas camas, telas nas janelas. 3) Uso de antimaláricos com fins profiláticos: útil para viajantes. 4) Desenvolvimento de vacinas anti-maláricas: todas ainda em testes, proteção de curta duração. 5) Evitar área de risco ao anoitecer (hábito noturno do Anopheles) 6) Tratamento do doente 7) Uso de bactérias em rios para combater as larvas 8) Educação e conscientização da população Água filtrada, higiene dos alimentos, população de gatos, cuidados com os gatos, descarte de areia utilizada pelos gatos, proteção de caixas de areia em escolas, não se alimentar de carne crua ou mal passada e nem de leite cru, gestante não pode manipular carne crua, acompanhamento pré-natal da gestante e tratamento em fase aguda, vacinas em pesquisa. Epidemiologi a e outras informações Doença infecciosa e parasitária que mais causa problemas sociais e econômicos no mundo. Importante zoonose Brasil: prevalência de mais de 60% Risco: fetos, transplantados e HIV Fatores socioeconômicos: pode dar cegueira, gasto com gestantes, licença, prejuízos no feto (natimortos, abortos). TAQUIZOÍTOS: o complexo apical é formado por várias estruturas conoide, anel polar, microtúbulos subpeculiares, micronemas (reconhecimento e adesão), roptrias (penetração), grânulo denso (remodelação do vacúolo). A liberação do conteúdo dos micronemas e roptrias é muito importante para penetração na célula. Larissa Murici Sousa - 71C FCMMG - @medcomlari Diagnóstico diferencial Leishmaniose visceral, leucemias. Mononucleose
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