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FISIOPATOLOGIA GERAL FLC 0271/2 Nutrição Ementa: Processos fisiopatológicos. Doença e enfermidade. Osteoporose. Osteoartroses. Fisiopatologia da dor. Fisiopatologia do trauma e da infecção. Conceito de homeostase. Miopatias degenerativas. Fisiopatologia cardíaca, do sistema digestório e respiratória. Fisiopatologia do sistema endócrino, dos tumores, das doenças reumáticas e auto-imunes, das doenças do sistema nervoso central, doenças infectocontagiosas e queimados. Objetivo: Aprender a origem e o desenvolvimento da fisiopatologia propriamente dita, suas modificações e os principais desenvolvedores dessa ciência. Abordar conceitos de saúde e doença, os quais tornam-se importantes e auxiliarão a melhor compreender a responsabilidade e atribuições acerca desse magnífico sistema Entender como acontece o desenvolvimento e a evolução humana. Tratar de algumas das principais doenças, seus mecanismos fisiopatológicos e desfechos clínicos, a fim de introduzir e fortalecer os conceitos de patologia e fisiologia. Conceituar inflamação e reparo para a base do processo de tratamento e cura das doenças. BASE DA FISIOLOGIA E PATOLOGIA Tópico 1 Patologia Deriva do grego pathos = doenças, sofrimento e logos = estudo. >> Quanto ao termo patologia, cabe destacar que apesar do seu significado, não se estuda todos os aspectos relacionados apenas às doenças, pois está focado em analisar as alterações que podem provocar, seja em nível celular, tecidual e/ou aos órgãos propriamente ditos. Segmento da Patologia: Etiologia: estuda as causas gerais e origens de um determinado fenômeno. Já associado à área da medicina, esse termo se atribui a compreender a causa das doenças, podendo ser determinado por fatores intrínsecos ou adquiridos. Patogenia ou patogênese: refere-se à origem ou evolução de um determinado processo de morbidade. É o processo de eventos relacionados a estímulos iniciais da doença (nosogenia, patogênese, patogenesia). Alterações morfológicas: é uma área que se refere a interpretar a existência de alterações estruturais nas células e tecidos, as quais podem ser caracterizadas pela presença de determinada doença ou diagnósticos (processos etiológicos ou origem etiológica). É o que pode ser visualizado macro ou microscopicamente. Exemplo de lesão macroscópica: fratura óssea – deformidade estrutural ou visceral. Quanto à presença de lesão microscópica podemos citar as alterações de cunho hemático – anemia falciforme, a qual se relaciona a uma deformidade estrutural, só que associada à alteração celular. PROCESSO PATOLÓGICO MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS – esse termo esta relacionado as consequências funcionais das alterações morfológicas (sinais e sintomas); Tosse / Mal estar Febre Dor lombarDor torácica Alteração parâmetros clínicos Fisiologia Deriva do grego physis = natureza e logos = estudo >> É uma área que sinaliza se as funções e o processo de funcionamento do corpo dos seres vivos (humanos) estão adequados, principalmente relacionando-os aos processos físico-químicos. >> Esse funcionamento pode estar relacionado aos aspectos circulatórios, bioquímicos, respiratórios, metabólicos, temporais, morfológicos, ecológicos, nutricionais, físicos, dentre outros. Fisiopatologia >> Estuda os distúrbios funcionais e significados clínicos. A natureza das alterações morfológicas e sua distribuição nos diferentes tecidos influenciam o funcionamento normal e determinam as características clínicas, tanto no seu curso (evolução) como no prognóstico da doença. >> O termo fisiopatologia refere-se à junção dos processos normais e patológicos que acontecem no corpo humano, integrando as diversas áreas como Biologia, Anatomia, Fisiologia, Histologia e outras áreas específicas de cada segmento (órgão) ou função. O termo “fisiologia” foi cunhado pelo médico francês Jean François Fernel (1497-1558), o qual descreveu que essa especialidade é o estudo que visa compreender as funções corporais. Conceito >> Podemos perceber que doença não é apenas o desaparecimento de uma ordem fisiológica, mas o aparecimento de uma nova ordem vital, gerando um sentimento de sofrimento e de impotência, sentimento de vida contrariada (CANGUILHEM, 2006). SAÚDE – pode ser compreendido como estado de saúde íntegra, “o estado de completo, harmônico e equilíbrio relacionado ao bem-estar, físico, mental e social, e não apenas a ausência do fator doença e enfermidade”. Pois uma vez havendo o desequilíbrio de algum desses termos (bem-estar, físico, mental e social), o sujeito (pessoa) fica predisposta a desenvolver alguma enfermidade (doença). Conceito DOENÇA – pode ser compreendido como doença, qualquer desvio, irregularidade ou interrupção da estrutura ou função de uma parte, órgão ou sistema do corpo, que se manifesta por um conjunto de características manifestado por sinais ou sintomas. Dalmolin et al. (2011) descrevem que as doenças podem ser divididas em várias subcategorias, e as mais comuns se referem às seguintes: infecções; doenças degenerativas; distúrbios nutricionais; disfunções metabólicas; distúrbios imunológicos; neoplasmas; distúrbios psiquiátricos; dentre outras. Métodos de estudo em Fisiopatologia Estrutura do Corpo Humano A homeostase celular (Homeostasia), é a capacidade das células se manterem em condições estáveis no meio interno, quando estas células sofrem alterações, perdem a homeostase (equilíbrio interno), gerando instabilidade e alterações nas suas funções, provocando o adoecimento das células. SHERWOOD, 2011. Precisamos de um meio interno e externo para a concretização de todas as funções vitais à vida e para que os órgãos e células funcionem corretamente. A atividade permanente dos nossos órgãos assegura a manutenção deste equilíbrio. HALL; GUYTON, 2017. Essas reações são chamadas de metabolismo, subdividido em Catabolismo e Anabolismo. Tópico 2 Dor, Agressão, Defesa, Adaptação e Lesão Reações que surgem no processo Patológico DOR Estudar a fisiologia da dor é o processo de entender como acontece a dor: como o cérebro recebe essa informação, processa e entende que é uma agressão, para o organismo reagir. Sabe-se que a dor é uma sensação “desagradável”. Nem sempre a sensação desagradável é dolorosa. Tudo depende de como o cérebro interpreta essa sensação. A palavra “dor”, vem do latim “dolore”, trazendo o significado de sofrimento. É uma sensação em que nosso cérebro nos avisa sobre algo que está em risco, SINAL DE ALERTA. “Dor fisiológica” é um reflexo protetor do organismo, para evitar uma injúria ou dano tecidual. Frente à lesão tecidual a dor patológica providenciará condições para cicatrização. SHERWOOD, 2011. Estimulação de um nervo que provoca manifestação de dor ou reflexo evidente. Dor é relativa Medicamento mais consumido no mundo Analgésico Transdução •Transdução dos estímulos mecânicos e químicos nocivos em sinais elétricos nos nociceptores. transmissão •Sinais neuronais são transmitidos pela medula vertebral aos centros mais elevados quando são reconhecidos como “dor”. Modulação •O sistema nervoso pode alterar a sensibilidade à dor pela inibição ou facilitação. Dor Nociceptiva Essas estruturas, são os terminais nervosos, livres do sistema nervoso periférico que fornecem um rápido aviso para o sistema nervoso central quando há uma lesão ou sinal de perigo (agressão). A função básica dos nociceptores, é de transmitir impulsos e informações aos neurônios de ordem superior, sobre a presença de algum agravo ou lesão apresentada no tecido. Dor Nociceptiva • Dimensão da Dor CONHECER A DOR OU SOFRIMENTO, SERVE COMO MEDIDA PARA BASEAR O TRATAMENTO OU A CONDUTA TERAPÊUTICA Física Social Espiritual Psicológica Dor Total “Dor como o 5º Sinal Vital” -Pulso -PA -Temperatura -Freq. Respiratória -Dor Existem cinco classes de nociceptores os quais já possuem seus conceitos previamente definidos e um que ainda esta em estudo, são eles: Quimioceptores: São nociceptores que reagemaos estímulos químicos que nossos tecidos liberam quando estão inflamados, ou apresentam doenças. Quando sofremos uma lesão, seja traumática, inflamatória ou isquêmica, substâncias como a serotonina, enzimas proteolíticas, bradicinina e a histamina são liberadas no sangue, fazendo com que os quimioceptores detectem. Termoceptores: São receptores de dor que são ativados quando há uma possível lesão ou elemento de elevada temperatura. Mecanorreceptores: Toda pressão mecânica que ultrapasse o limite no simples toque até causar uma lesão, como um impacto, vibração ou a deformação de algum tecido do nosso corpo, ativa os mecanorreceptores. Nociceptores silenciosos: Este tipo de nociceptores, diferentemente do anterior, são considerados inativos. São ativados somente em momentos de ameaça potencial. Nociceptores polimodais: ainda são um desafio para os cientistas. A partir do momento em que os nociceptores detectam sensações, disparam estímulos elétricos (potencial de ação). Esse primeiro processo de detecção do estímulo e o envio ao SNC é chamado de transdução. >> A continuidade do processo, que é a transferência da informação até o tálamo, é feita por neurônios chamados de neurônios de segunda ordem. É nesse processo que acontece o reconhecimento da dor. Já a transferência da informação do tálamo ao córtex cerebral é feita por neurônios chamados de terceira ordem. - No sistema nervoso, as fibras exercem a função de conduzir impulsos nervosos e ocorrem em dois tipos: dendritos e axônios. >> Os dendritos são prolongamentos finos, curtos e ramificados, cuja função é receber os estímulos do ambiente de outros neurônios ou de células sensoriais e conduzi-los ao corpo celular (região mais volumosa do neurônio). A maior parte dos impulsos nervosos que alcançam o neurônio são captados pelos dendritos, mais especificamente pelas suas projeções: as gêmulas (ou espinhas) (HALL; GUYTON, 2017). AGRESSÃO, DEFESA, ADAPTAÇÃO, LESÃO Lesão ou processo patológico, na visão de Hall e Guyton (2017), é o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões. As lesões podem ser dinâmicas: começam, evoluem e tendem para a cura ou para a cronicidade (um estado ainda mais crítico e maiores complicações, aas vezes irreversível). Existem algum passos cronológicos entre a invasão de um microorganismo e suas consequências, a saber: Causa (Fator vs invasão de algum microorganismo); Período de Incubação (geralmente sem manifestações); Período Prodrômico (Sinais e sintomas inespecíficos); Período de estado (Sinais e sintomas típicos); EVOLUÇÃO (Cura → sem sequela ou → com sequela / Cronificação / Complicações / Óbito). >> É importante salientar que toda lesão se inicia no nível molecular. Os mecanismos de defesa, quando acionados, podem gerar lesão no organismo. Isso é compreensível tendo em vista que os mecanismos defensivos em geral são destinados a matar (lesar) invasores vivos HALL; GUYTON, 2017. >> A literatura descreve que existem alguns passos cronológicos entre a invasão de um microrganismo e suas consequências, a saber: o Causa (fator vs invasão de algum microrganismo). o Período de Incubação (geralmente sem manifestações). o Período Prodrômico (sinais e sintomas inespecíficos). o Período de estado (sinais e sintomas típicos). o EVOLUÇÃO (Cura → sem sequela ou → com sequela / Cronificação /Complicações / Óbito). As etapas anteriormente pontuadas, segundo Cabrita e Abrahão (2014), resumem-se na ocorrência da: agressão; defesa; adaptação; lesão. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES >> As lesões celulares, podem ser consideradas em dois grupos: lesões letais e não-letais. As lesões não-letais, são aquelas compatíveis com a recuperação do estado de normalidade após cessada a agressão; a letalidade/não- letalidade está frequentemente ligada à qualidade, à intensidade e à duração da agressão, bem como ao estado funcional ou tipo de célula atingida. As agressões podem modificar o metabolismo celular, induzindo o acúmulo de substâncias intracelulares (degenerações), ou podem alterar os mecanismos que regulam o crescimento e a diferenciação celular (originando hipotrofias, hipertrofias, hiperplasias, hipoplasias, metaplasias, displasias e neoplasias). CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES >> Em relação as lesões letais, estas são representadas pela necrose (morte celular seguida de autólise) e pela apoptose (morte celular não seguida de autólise). As alterações do interstício (da matriz extracelular) englobam as modificações da substância fundamental amorfa e das fibras elásticas, colágenas e reticulares, que podem sofrer alterações estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou originadas da circulação (HALL; GUYTON, 2017). CÉLULA NORMAL (HOMEOSTASIA) ADAPTAÇÃO LESÃO CELULAR Morte celular Estresse Aumento da demanda Estímulo nocivo incapacidade Adaptação Situações de agressão celular ou de estresse para a célula, determinam um aumento da demanda funcional, ou seja, mais trabalho ou esforço da célula. Ela pode então modificar sua capacidade de trabalho, reorganizando suas organelas. Nesse caso, a célula prossegue como uma célula normal. Em outros casos, a célula não consegue se adaptar a agressão e/ou ao aumento da demanda funcional e ocorrem alterações denominadas de degenerações. As degenerações são processos reversíveis e, quando desencadeados por uma agressão leve ou moderada, podem evoluir para a cura, com o retorno à normalidade da célula. Por outro lado, se a agressão for severa e persistente, a degeneração progride até o ponto em que a célula envolvida morre. A distinção entre o ponto em que a célula ainda pode se recuperar e aquele no qual a lesão é irreversível e leva a célula à morte ainda é arbitrário. Adaptação Celular (Alteração do volume celular) • Hipertrofia • Atrofia ou Hipotrofia (Alteração da taxa de divisão celular) • Hiperplasia • Hipoplasia (Alteração da diferenciação) • Metaplasia (Alteração do crescimento e diferenciação celular) • Neoplasia Adaptação Celular Fisiológica Não implica na morfologia e função Célula muscular – hipertrofia ou atrofia Patológica Pode ser não letal ou letal Adaptação do volume celular: Hipertrofia é o aumento do tamanho das células e consequentemente do tecido e/ou órgão (amento na quantidade de massa tissular funcional). A hipertrofia, na maioria das vezes, é causada por demanda funcional maior ou estimulação hormonal (aumento de carga de trabalho imposta a um órgão ou parte do corpo). Atrofia (Hipotrofia) Diminuição na demanda de trabalho ou condições adversas, sendo que a maioria das células é capaz de reverter fisiologicamente o seu tamanho em níveis mais baixos, tornando-se mais eficientes quanto ao seu funcionamento compatível com a sobrevida. Essa etapa pode ser considerada uma atividade de compensação. As causas gerais de atrofia podem ser agrupadas em até cinco categorias, a saber: desuso, desnervação, perda de estímulo endócrina, nutrição inadequada e isquemia ou diminuição do fluxo sanguíneo. Hiperplasia: o referido termo traz o significado da presença de crescimento de um tecido ou órgão pelo aumento do número de células. Tal evento ocorre em células com capacidade de mitose (divisão celular que resulta na formação de duas células geneticamente idênticas à célula original) quando estimuladas para maior atividade. Hipoplasia (hipo = escassez; plasia = formação): formação deficiente de parte ou totalidade de um órgão ou tecido. Há diminuição do número de células, porém, estas conservam morfologia e função normais; o tecido ou órgão é que tem o volume e a função diminuídos. Podem ser Fisiológicas e patológicas Fisiológicas: involução do timo e das gônadas no climatério, do miométrio no pós-parto Patológicas: hipoplasia da medula óssea por agentes tóxicos ou infecções (AIDS, febre amarela, etc.) Consequências: reversíveis, salvo as congênitas. Metaplasia (meta = mudança; plasia= formação): uma célula adulta passa a adquirircaracterísticas de outro tipo de célula adulta. Pode se desenvolver em tecidos expostos a prolongados traumatismos ou a irritações crônicas. É a transformação de uma célula ou tecido em outro com características diferentes. A metaplasia pode ser considerada uma adaptação da célula a estímulos adversos, podendo ainda ser considerada um evento passível de reversão, na qual o tipo de célula adulta é substituído por outro tipo de célula adulta. Ex.: a célula cilíndrica dos epitélios respiratórios pode adquirir características de célula escamosa (semelhante a do epitélio cutâneo). Esse processo é denominado de metaplasia escamosa. Displasia: são alterações citológicas atípicas no tamanho e forma das estruturas celulares. O referido termo na maioria das vezes é utilizado para descrever o surgimento de anomalias durante o desenvolvimento de um órgão ou tecido corporal, ocorrendo uma proliferação celular, resulta em células com tamanho, forma e características variadas (a exemplo disso, células cancerígenas). A displasia implica em uma alteração inequívoca do programa de crescimento e diferenciação celular. INFLAMAÇÃO E REPARO >> Caracteriza-se como sendo uma resposta de defesa do organismo frente a um agente agressor, cujo objetivo é promover a cura e/ou reparo. A magnitude desse processo, esta vinculada e regulada por fatores como pró e antinflamatórios. A inflamação por si só, é considerada um processo altamente benéfico e essencial para a sobrevivência humana, uma vez que em conjunto com a ação de hormônios e outras moléculas sinalizadoras, são responsáveis pela regeneração e reparo das estruturas ora danificadas. INFLAMAÇÃO E REPARO Todo processo de reparação tecidual causa o aparecimento de 5 sinais cardeais que podem variar com o tamanho e profundidade da lesão: o Rubor; o Calor; o Edema (Tumor); o Dor; o Perda ou limitação funcional. Tipos de Inflamação 1. Aguda: é uma resposta rápida a fim de “recrutar” céls. sg, predominantemente os leucócitos e Ptn plasmática, responsáveis por chegar ao local da lesão e iniciar o processo de reparo. Ocorre aumento do fluxo sanguíneo com dilatação da arteríola, ação hormonal da serotonina e histamina, posteriormente ação das Ptn. C3 e C5, causando edema; neutrófilos polimorfonucleares emigram para o local da lesão e são ativados, aptos a eliminar o agente lesivo. • Estímulo para a inflamação aguda - Infecções - Traumas - Necrose tissular - Corpos estranhos - Reações imunológicas >> A resposta inflamatória deve cessar uma vez que atinja seu objetivo, devolvendo a homeostase ao tecido. Caso a inflamação não cesse por diversos motivos, irá se instalar a cronicidade, levando a doenças inflamatórias crônicas ou autoimunes. Tipos de Inflamação • Crônica: causada pela permanência do agente agressor, aumento dos graus de celularidade e a persistência de neutrófilos ativados ou mortos no tecido. A transição da inflamação aguda para crônica é variável, podendo ocorrer diretamente sem evidências de inflamação aguda ou em ataques recorrentes, tendo como principal característica morfológica a infiltração de céls. mononucleadas e fenômenos proliferativos como novos vasos. • Principais causas: - Infecções persistentes por microrganismos de baixa toxicidade (micobacterium tuberculosis); - Exposição a agentes tóxicos (endógenos ou exógenos); - Doenças autoimunes (artrite reumatoide, lúpus) MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO E SUAS FUNÇÕES SISTEMA OSTEOARTICULAR Tópico 3 PARTICULARIDADES DO TECIDO ÓSSEO • Aproximadamente 40% do nosso corpo é formado por músculos, que rodeiam o esqueleto e permitem a movimentação; • Com o tecido muscular e o tecido esquelético, temos o sistema esquelético-articular. • Nosso sistema ósseo, é formado por 206 ossos com uma infinidade de formatos (achatados, irregulares, cuboides, longos, etc); • Os ossos possuem função principal de proteger estruturas internas sensíveis como o cérebro e a medula espinhal. • Os ossos servem como alavancas para nos manter em movimento bípede. A estrutura óssea ainda tem uma grande função de armazenar sais de cálcio que podem ser absorvidos pelo sangue, quando houver falta no organismo. TORTORA; DERRICKSON, 2011. PARTICULARIDADES DO TECIDO ÓSSEO • O tecido ósseo possui seu próprio sistema de vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. • Os vasos sanguíneos são responsáveis em levar nutrientes aos ossos; • Já os vasos linfáticos são responsáveis em remover os restos metabólicos da atividade celular; • Os nervos tem a função de fazer o contato entre as células ósseas e o cérebro. SISTEMA ÓSTEO-ARTICULAR • O tecido ósseo, possui grande capacidade de adaptação aos estímulos mecânicos associados à atividade fisiológica, apresenta a chamada força-tensil e compressiva. Esta força é uma íntima ligação entre os cristais de cálcio e o colágeno do osso, que faz com que o osso seja resistente. Estas estruturas de cristais de cálcio e colágeno formam uma trama de tecidos que parecem os tijolos de uma parede. TORTORA; DERRICKSON, 2011. CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO • O tecido ósseo é composto de osteócitos, osteoclastos e osteoblastos. • Os osteócitos, são células maduras e responsáveis pela matriz óssea, pela formação do osso e com a forma de aranha, responsável pela sua sustentação. • Os osteoclastos, são células gigantes multinucleadas, responsáveis pelo processo de reabsorção ou decomposição do osso, nos casos de remodelamento, através da osteólise. O endurecimento ósseo só acontece em virtude da presença do colágeno, que além da dar dureza, permite certa flexibilidade, fazendo com que o osso não se torne quebradiço; • Já os osteoblastos, são células derivadas do colágeno e de proteínas. Estas proteínas são fundamentais no processo de mineralização, óssea, feita pelos osteoblastos (HALL; GUYTON, 2017). ETAPAS DO PROCESSO DE OSSIFICAÇÃO • O processo pelo qual o osso é formado segundo o entendimento de Hall e Guyton (2017), é chamado de “ossificação” (ossi = osso; ficação = fabricação), a qual ocorre em quatro etapas principais: 1. Formação inicial de ossos no embrião e feto; 2. Crescimento dos ossos durante a infância e a adolescência até atingir a fase adulta; 3. Remodelamento ósseo (substituição do tecido ósseo por tecido jovem); 4. Reparo de fraturas durante a vida. TIPOS DE TECIDO ÓSSEO A formação óssea, é uma das etapas importantes do ser humano por estar atrelada a independência futura desse ser, permitindo sua locomoção, sustentação e equilíbrio. Dependendo do tamanho e da distribuição dos espaços, as regiões de um osso podem ser classificados como compactas ou cortical e esponjosas. Cerca de 80% do osso propriamente dito, é compacto e 20% é esponjoso. TORTORA; DERRICKSON, 2011. Legenda: Bone Anatomy (Anatomia óssea); Spongy bone - Contains red marrow (Osso esponjoso - Contém medula vermelha); Compact bone (Osso compacto); Blood vessels in bone marrow (Vasos sanguíneos na medula óssea); Blood stem cell (Células-tronco do sangue); Red Blood cells (Glóbulos vermelhos); White Blood cells (Glóbulos brancos); Platelets (Plaquetas). MEDULA ÓSSEA A medula óssea, é formada de gordura e de substâncias responsáveis pela formação das células sanguíneas. Sem a medula óssea, seria impossível nosso corpo sobreviver, pois é a medula que produz todas as células sanguíneas o tempo todo, ou seja, durante toda a nossa vida (HALL; GUYTON, 2017). OSTEOPOROSE Síndrome clínica considerada como um dos distúrbios metabólicos que acomete a estrutura óssea, em especial a sua formação, onde há falta de depósitos normais de sais de cálcio e redução nas proteínas ósseas, tornando-os frágeis e susceptíveis a fraturas (quebradiços). CÁLCIO é o elemento estrutural do sistema esquelético e uma deficiência de cálcio na alimentação pode reduzir a resistência óssea e levar a osteoporose. Vitamina D auxilia na melhor absorção do cálcio por parte dos ossos. Fisiologia do controle Hormonal dos níveis de Ca no sangue OSTEOPOROSE – FATORES DESENCADEADORES:O aumento absoluto e relativo da população idosa e os hábitos pouco saudáveis dos infantes e adolescentes estão levando a um aumento muito grande da incidência de Osteoporose (OP). Segundo Souza (2010), são múltiplas as causas para o aparecimento e/ou desenvolvimento da OP e estas podem ser classificadas em primárias, secundárias e idiopáticas. A OP primária, quando as causas são naturais (menopausa e senilidade). A OP secundária, quando há uma causa primária (certos medicamentos, outras doenças, sedentarismo etc.). Já a OP idiopática, as causas desconhecidas. Legenda: Healthy bone (Osso saudável); Osteoporosis (Osteoporose). Fonte: Disponível em: https://www.odtmag.com/contents/view_breaking-news/2017-06-23/awareness-adherence- key-to-improved-osteoporosis-care/ Legenda: Normal Bone (Osso normal); Osteoporosis (Osteoporose). Fonte: Disponível em: https://drgayed.com/what-is-osteoporosis-or-osteopenia-and-what-do-you-need-to- know-6faecfa91486?gi=6825eee12a2d OSTEOPOROSE - COMPLICAÇÕES OSTEOPOROSE – TIPOS DE FRATURAS Os tipos de fraturas incluem as seguintes: Parcial: uma ruptura incompleta através do osso, como uma fissura. Completa: ruptura completa do osso. Significando que o osso esta quebrado em dois ou mais fragmentos. Fechada (simples): o osso fraturado não rompeu a pele. Aberta (composta): as extremidades fraturadas do osso projetam-se através da pele. OSTEOPOROSE – PROCESSO DE REPARAÇÃO DAS FRATURAS O processo de reparação de uma fratura é delicado, pois enquanto não acontece a calcificação do local, o osso não pode suportar peso. O processo de fixação do osso envolve o recrutamento das células inflamatórias, a liberação de citocinas para a ativação das células progenitoras, formando inicialmente, o calo ósseo. Este processo dura cerca de sete dias, em média. Após este período inicia a fixação do cálcio que dará dureza e resistência ao osso, e este processo pode durar semanas (DALMOLIN et al. (2013); HALL; GUYTON, 2017). Fonte: <http://missfittylizzienursing.blogspot.com/2016/04/anti-inflammatory-dieting-for- lower.html>. OSTEOPOROSE – FATORES LIMITANTES PARA REPARAÇÃO DAS FRATURAS • A cicatrização de uma fratura pode ser interrompida por diversos fatores e/ou mecanismos, tais como: • Deslocamento de fragmentos podem retardar a cicatrização; • Imobilização inadequada podem gerar movimento das partes ósseas, bloqueando a formação do calo ósseo entre as duas partes do osso; • Infecções podem acontecer geralmente em fraturas expostas, impedindo a formação do calo ósseo; • Doenças prévias ou deficiências nutricionais de cálcio ou fósforo, e outros nutrientes podem impedir a formação óssea. OSTEOARTRITE Também chamada de doença articular degenerativa, está relacionada as articulações, com consequente alterações estruturais do tecido ósseo e processo inflamatório recorrente. É a doença mais comum em pessoas acima de 65 anos. Rezende, Campos e Pailo (2013), descrevem que a Osteoartrite (OA) é a forma mais comum de doença articular e esta possui os seguintes fatores de risco que podem potencializar a existência da referida doença, tais como: gênero, idade, trauma, uso excessivo, genética e obesidade, contribuindo para iniciar o processo de lesão nos diferentes componentes articulares. A doença não tem cura, mas, tem controle pela dieta, exercícios físicos, uso de órteses, e a administração de medicamentos. Extremidades ósseas em contato (esfregando-se) Articulação normal Erosão óssea Membrana sinovial inflamada e inchada OSTEOARTRITE – VARIAÇÕES (GRAU) • A osteoartrite possui algumas classificações conforme seu estágio evolutivo, são estes: • Grau I: provável diminuição do espaço articular, com possível osteófitose; • Grau II: osteófitos bem definidos e possível diminuição do espaço articular; • Grau III: múltiplos osteófitos, clara diminuição do espaço articular e possíveis deformidades nas extremidades ósseas; • Grau IV: grandes osteófitos, intensa diminuição do espaço articular, esclerose grave e extremidades ósseas com deformidades definidas. REZENDE; CAMPOS; PAILO, 2013. Referência Bibliográfica Básica: FRANCO, M.; MONTENEGRO, M. R.; BRITO, T. DE; BACCHI, C. E.; ALMEIDA, P. CARDOSO DE. Patologia:. Processos gerais. (Plataforma on-line Pearson) . 5.ed. São Paulo: Atheneu, 2010. MARTINE, Frederic H.; OBER, William C.; BARTHOLOMEW, Edwin F.; NATH., Judi L.. Anatomia E Fisiologia Humana. (online Plataforma Pearson) :.São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. MARTINI, Frederic H.; OBER, William C.. Anatomia E Fisiologia Humana:. uma abordagem visual (online Plataforma Pearson). São Paulo: Pearson Education Brasil, 2014. Complementar: MAURER, Martin H.. Fisiologia Humana Ilustrada (online Plataforma Pearson):.2.ed. Barueri: Manole, 2014. ANGELO, I. da C. (Org.) . Patologia Geral (online Plataforma Pearson) :.São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. FALAVIGNA, Asdrubal; SCHENKEL, Paulo Cavalheiro. Fisiologia Prática (online Plataforma Pearson):.Caxias do Sul : Educs, 2010. FOX, S. I.. Fisiologia Humana. (online Plataforma Pearson) :.7.ed. Barueri - São Paulo: Manole, 2007. MARIEB, E. N.; WILHEM, P. B.; MALLATT, J.. Anatomia Humana (online Plataforma Pearson) :.São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. DALMOLIN, Fabíola et al. Biomecânica óssea e ensaios biomecânicos - fundamentos teóricos. Ciência Rural, [s.l.], v. 43, n. 9, p.1675-1682, set. 2013. HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017. PORTH, Carol Mattson; KUNERT, Mary Pat. Fisiopatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. REZENDE, Márcia Uchôa de; CAMPOS, Gustavo Constantino de; PAILO, Alexandre Felício. Conceitos atuais em osteoartrite. Acta Ortopédica Brasileira, [s.l.], v. 21, n. 2, p.120-122, abr. 2013. SHERWOOD, Lauralee. Fisiologia Humana das Células aos Sistemas. 7 ed., São Paulo: Cengage Learning, 2011. TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Obrigada! Até o próximo encontro na segunda-feira 31 de maio.
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