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* CÁLCULO DO ESPAÇAMENTO ENTRE DRENOS FLUXO HORIZONTAL E VARIÁVEL EQUAÇÃO DE GLOVER-DUMM * 4. FLUXO EM DIREÇÃO AOS DRENOS Quanto ao regime: fluxo permanente fluxo variável Quanto à direção: fluxo horizontal fluxo radial fluxo horizontal e radial A escolha da equação para o cálculo do espaçamento entre drenos é feita em função do regime de escoamento e da direção do fluxo para os drenos. * 4.1. FLUXO PERMANENTE Nesta situação supõe-se que o nível freático encontra-se estabilizado no tempo e no espaço: A quantidade de água que chega ao lençol freático (recarga), é igual à quantidade que é eliminada pela drenagem (descarga). Na prática, esta situação ocorre em dois casos: Precipitações de intensidade constante e longa duração (situação típica que ocorre no inverno europeu); Irrigação em regiões semi-áridas, com freqüência e lâmina aplicada conhecidas. * 4.1. FLUXO PERMANENTE: CRITÉRIO DE PROJETO Capacidade de descarga dos drenos MAIOR QUE recarga do lençol freático Esta condição impede que o nível freático se eleve. * 4.1. FLUXO VARIÁVEL Situação típica de regiões tropicais Nesta situação supõe-se que em conseqüência de uma chuva ou de uma irrigação, o nível freático eleva-se a uma certa altura acima do nível inicial, e depois de cessada a recarga, começa a descer. * 4.1. FLUXO VARIÁVEL: CRITÉRIO DE PROJETO “N” dias após a recarga, o nível freático deve ser rebaixado até uma profundidade “p”, definida em função da espécie vegetal cultivada. Como as recargas são muito intensas (precipitações de verão), a capacidade de escoamento da rede de drenagem será menor que a recarga. ADMITE-SE QUE O NÍVEL FREÁTICO SERÁ ELEVADO E DEPOIS COMEÇARÁ A DESCER. * 4.2. DIREÇÃO DO FLUXO 4.2.1. FLUXO HORIZONTAL A trajetória das linhas de fluxo é paralela, não há cruzamento ou convergência. É o caso de fluxo para drenos tipo valetas escavadas até a camada impermeável. camada impermeável * 4.2.2. FLUXO RADIAL Neste caso há convergência das linhas de fluxo, com aumento da resistência ao escoamento. 4.2. DIREÇÃO DO FLUXO * 5. ESPAÇAMENTO ENTRE DRENOS PRIMÁRIOS Equação de GLOVER-DUMM para fluxo horizontal e variável S é o espaçamento entre os drenos para fluxo variável e horizontal (m); K0 é a condutividade hidráulica do solo saturado (m/dia); * h0 ht h0 é a altura do nível freático sobre os drenos após uma chuva crítica (m); D0 é a altura entre o nível da água nos drenos e a camada impermeável (m); ht é a altura do nível freático sobre os drenos após o tempo t (m). * t é o tempo estabelecido para que o nível freático baixe de h0 até ht (dias); é a porosidade drenável do solo. A porosidade drenável é um parâmetro que estima a quantidade de água que o solo irá liberar assim que o nível freático começa a ser rebaixado. 5. ESPAÇAMENTO ENTRE DRENOS PRIMÁRIOS * CONCEITO E ESTIMATIVA DA POROSIDADE DRENÁVEL DO SOLO Quando a rede de drenagem promove o rebaixamento do nível freático, os macroporos (aqueles nos quais os fenômenos capilares são desprezíveis) perdem água imediatamente, gerando um volume que deve ser coletado pelos drenos. O restante da água que saturava os poros do solo vai sendo drenada mais lentamente. Esta parcela do volume de poros total do solo que perde água neste primeiro momento é denominada porosidade drenável (). * A determinação da porosidade drenável () pode ser feita em câmara de pressão ou mesa de tensão, submetendo uma amostra do solo a uma pressão ou sucção de 60 cmH2O. O volume de poros drenado a esta tensão é a porosidade drenável procurada. CONCEITO E ESTIMATIVA DA POROSIDADE DRENÁVEL DO SOLO * * Exemplo: Uma amostra com porosidade total P=50% foi saturada, colocada em uma mesa de tensão e submetida a uma sucção de 60 cmH2O. Após o equilíbrio (quando cessa a drenagem ou 24 horas depois), a amostra foi retirada e colocada em estufa para permitir a determinação de umidade volumétrica. O valor obtido foi =35%. Qual o valor da porosidade drenável ()? = P - = 50% - 35% = 15% CONCEITO E ESTIMATIVA DA POROSIDADE DRENÁVEL DO SOLO * 5.1. CORREÇÃO DA EQUAÇÃO PARA FLUXO HORIZONTAL E RADIAL Sc = S – C Sc é o espaçamento corrigido para fluxo horizontal e radial (m); S é o espaçamento para fluxo horizontal (m); C é a correção (m). * P é o perímetro molhado do dreno tubular (m) Considera-se, por segurança, que o dreno deve escoar a meia seção, o que faz que P seja dado por: P = *r r é o raio do dreno tubular (m). 5.1. CORREÇÃO DA EQUAÇÃO PARA FLUXO HORIZONTAL E RADIAL * 5.2. ESTIMATIVA DE h0 h0 é a altura do nível freático sobre os drenos após a recarga (m); hi é a altura inicial do nível freático, no centro do espaçamento entre os drenos no momento da recarga – definido arbitrariamente (m); hr é a elevação provocada no nível freático por uma precipitação escolhida R (m); R é o valor da altura de precipitação igualada ou superada 5 vezes num ano (m); é a porosidade drenável do solo. * Camada impermeável Superfície do Solo Z Camada impermeável Superfície do Solo Z hi hi = 0 * CHUVA CRÍTICA PARA A ESTIMATIVA DE H0 -/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/-/- Ni = 5462 MJ = nº de dias em que precip. > intervalo da classe. * 5.3. ESTIMATIVA DE ht E t ht = Z – pr Z é a profundidade de instalação dos drenos abaixo da superfície do solo (m); pr é a profundidade recomendada para o nível freático, para diferentes tipos de culturas, no tempo t após a recarga (m). * p0 h0 pr1 ht1 Camada impermeável Z 5.3. ESTIMATIVA DE ht E t * VALORES RECOMENDADOS PARA PROFUNDIDADE DO NÍVEL FREÁTICO (PR), APÓS A RECARGA, PARA TRÊS CLASSES DE CULTURAS. Classe A: Hortaliças e forrageiras Classe B: Cereais Classe C: Pomares * Exemplo: Z = 1,0 m (ht = Z - pr) Após a chuva Se p0 = 0,2 m (profundidade do nível freático após a chuva) h0 será 0,8 m (inadequado para hortaliças) Pois a recomendação é: Dia 1: (pr1) = 0,30 m ht1 = 0,70 m Dia 2: (pr2) = 0,50 m ht2 = 0,50 m Dia 3: (pr3) = 0,70 m ht3 = 0,30 m Dia 4: (pr4) = 0,80 m ht4 = 0,20 m * 5.4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS TUBULARES CORRUGADOS Vazão escoada pelos drenos (regime de fluxo variável) Q é a vazão máxima escoada em cada dreno tubular (m3/s); k0 é a condutividade hidráulica do solo saturado (m/dia); Sc é o espaçamento entre drenos corrigido para fluxo horizontal e radial (m); * L é o comprimento do dreno tubular (em torno de 200 m); h0 é a altura inicial do nível freático sobre os drenos após uma chuva crítica; D é a zona do perfil do solo onde se dá o fluxo de água em direção aos drenos (m) 5.4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS TUBULARES CORRUGADOS * Dimensionamento do diâmetro de drenos tubulares corrugados d é o diâmetro interno do dreno (m); i é a declividade da linha de drenos tubulares (0,1m a 0,15m de desnível a cada 100m de comprimento); Q é a vazão máxima escoada em cada dreno tubular (m3/s). 5.4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS TUBULARES CORRUGADOS * EXEMPLO Com os dados abaixo, calcule o espaçamento entre drenos tubulares e o seu diâmetro utilizando a equação de GLOVER. Profundidade de instalação dos drenos: 1,1m Profundidade da camada impermeável: 3,0m Porosidade drenável do solo: 10% Condutividade hídrica: 1,3 m/dia Profundidade do nível freático antes da recarga crítica: 0,9 m Recarga crítica (precipitação igualada ou superada 5 vezes num ano): 45 mm Diâmetro dos drenos tubulares a ser testado: 100 mm Rebaixamento desejado do lençol freático: compatível com o cultivo de hortaliças. Assumindo que o comprimento dos drenos tubulares será de 250 m e que serão instalados com declividade de 0,2%, dimensione que diâmetro atende as necessidades do projeto. * SOLUÇÃO: Alguns parâmetros, tais como e k0 foram fornecidos diretamente; os demais precisam ser obtidos para que possamos utilizá-los na equação. Para calcular h0 utiliza-se a seguinte fórmula: h0 = hi + hr Calcula-se hi utilizando a fórmula: hi = Z – pi pi é a profundidade em que o nível freático está estabilizado antes da precipitação crítica, que é um dado fornecido pelo enunciado do problema (0,9 m neste caso); Z é a profundidade de instalação dos drenos, que é de 1,1 m para este problema; hi = 1,1 – 0,9 = 0,2 m Geralmente estabelecemos um valor em torno de 0,2 a 0,3 m para hi. * Calcula-se hr mediante o emprego da seguinte fórmula: hr = R/ R é a altura de precipitação igualada ou superada 5 vezes num ano, que é de 45 mm para este problema, portanto 0,045 m. foi fornecido como 10%, portanto utiliza-se o valor 0,1. hr = 0,045 / 0,10 = 0,45 m h0 = 0,2 + 0,45 = 0,65 m * Para a determinação do valor de ht segue-se o procedimento exposto a seguir: Classe A: Hortaliças e forrageiras Classe B: Cereais Classe C: Pomares OBSERVAÇÃO: Visto que a profundidade de instalação dos drenos é 1,1 m e á altura h0 é de 0,65 m, a zona do perfil do solo livre de saturação será de 0,45 m de profundidade após a recarga. * Vamos determinar a maior taxa necessária de rebaixamento do nível freático considerando o cultivo de hortaliças: 1º dia) pr=0,30 (tabela), porém a zona não saturada estende-se até 0,45m, portanto não há necessidade de rebaixamento do nível freático; 2º dia) pr=0,50, porém a zona não saturada continuaria estendendo-se até 0,45m de profundidade se não houver rebaixamento do nível freático. Portanto, a profundidade do nível freático deverá ser rebaixada de 0,45 m até 0,50 m em dois dias: 0,50 - 0,45 = 0,05 / 2dias = 0,025 m/dia (taxa de rebaixamento) 3º dia) 0,70 – 0,45 = 0,25/3dias=0,0834 m/dia 4º dia) 0,80 – 0,45 = 0,35/4dias=0,0875 m/dia maior taxa de rebaixamento. Escolha de ht e de t: ht = Z – pr = 1,1 – 0,8 = 0,3 m * Consideração: A profundidade recomendada (pr) adotada foi de 0,8 m, o que nos levou a ter um valor de ht = 0,3 m e um tempo t estabelecido para que o nível freático baixe de h0 até ht de quatro dias. * Estimativa do valor de D: D é a zona do perfil do solo onde se dá o fluxo de água em direção aos drenos (m). Para calcular D se usa a seguinte fórmula: D0 é a altura entre o nível da água nos drenos e a camada impermeável (m), ou seja, é a diferença entre a profundidade da camada impermeável (3,0 m) e a profundidade de instalação dos drenos (1,1 m). D0 =3m – 1,1m = 1,9m D = 1,9 + (0,65 + 0,3)/2 = 2,375 m * Após obter todos os dados: S = 36,40 m A segunda equação a ser utilizada é a correção da equação de GLOVER para fluxo horizontal e radial em drenos tubulares. Sc = S – C Em que: Sc é o espaçamento corrigido para fluxo horizontal e radial (m); C é a correção (m). * Para calcular C utiliza-se a seguinte fórmula: C = D * ln(D/P) Em que: P é o perímetro molhado do dreno tubular (m) e D é o valor já visto anteriormente. Para calcular P utiliza-se a seguinte fórmula, que considera, por segurança, que o dreno deve escoar a meia seção: P = * r Em que: r é o raio do dreno tubular (m); como comercialmente os tubos de drenagem tem diâmetros definidos, utiliza-se um valor de raio ao acaso, e posteriormente no cálculo do diâmetro, verificaremos se a tubulação é a adequada. * Para a marca comercial KANANET, temos tubulações com os seguintes diâmetros: 65 mm; 100 mm; 150 mm; e 200 mm. Neste exemplo utilizaremos a de 100 mm de diâmetro (50 mm de raio). Então: P = * 0,05 = 0,157 m Tendo todos os valores: C = 2,375 * ln(2,375 /0,157) = 6,45 m Sc = 36,40 m – 6,45 m = 29,95 m * Determinação da vazão escoada pelos drenos primários e do diâmetro desses drenos (considerando drenos tubulares de plástico com corrugações). Vazão escoada pelos drenos (regime de fluxo variável): Q = [(7,3x10 –5 x k0 x D x h0)/Sc] x (L + (Sc/2)) Em que: Q é a vazão máxima escoada em cada dreno tubular (m3/s); L é o comprimento do dreno tubular (m geral, em torno de 200 ma 400 m); no nosso exemplo será de 250 m; Q = (7,3x10 –5 x 1,3 x 2,375 x 0,65)/ 29,95 x (250 + (29,95 /2)) Q = 0,0013 m3/s = 1,3 l/s * Esquema da rede de drenagem Dreno primário Coletor Área drenada por cada dreno primário L Sc/2 Sc S L * Dimensionamento do diâmetro de drenos tubulares corrugados: d = 0,2557 x Q0,375 x i-0,187 Em que: d é o diâmetro interno do dreno (m) i é a declividade da linha de drenos tubulares (0,1 a 0,15 %), o valor deve ser decimal (0,001 a 0,0015); d = 0,2557 x 0,0013 0,375 x 0,001-0,187 = 0,077 m Como o valor do diâmetro está próximo do valor utilizado na equação da correção do espaçamento, consideramos que o tubo de drenagem de 100 mm é o ideal. Caso o valor do diâmetro calculado fosse maior ou muito menor, seria necessário um novo cálculo.
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