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Entrevista de estágio

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Entrevista de estágio – Educação Infantil 
 
 
No dia 15 de Maio, realizei a entrevista com uma professora que atua no 
Ensino Infantil há 10 anos. Ela relatou, em sua entrevista, que o planejamento 
das suas aulas, tem sido feito em sua residência, individualmente com recursos 
próprios como computador e internet, buscando sempre atividades não muito 
complexas, mas voltado para jogos, brincadeiras e atividades que possam ser 
realizadas com materiais que as pessoas costumam ter em casa, tipo giz, lápis, 
folha de papel comum, sem nenhum tipo de especificidade com relação a isso. 
Ela ressalta que esse planejamento é feito individual até mesmo porque é uma 
das formas de contar a presença do professor na escola onde trabalha. 
Quando a questionei se ela recebe algum apoio/orientação profissional da 
escola ou da Secretaria de Educação, ela me informou que acontece em forma 
de troca de ideias com a coordenadora da escola onde trabalha, pois por ser 
um momento onde todos estão se adaptando, ambos estão aprendendo como 
lidar com essa mudança no ensino. Informou-me também que depois de seis 
meses de distanciamento social (ensino remoto) a Secretaria de Educação 
ofereceu um curso básico de informática para os professores, na qual ela 
realiza de manhã as terças e quintas com duração de 2 horas, das 9h00 às 
11h00. Destaca que sua coordenadora é muito paciente, quando alguma coisa 
não está legal ela pontua e quando está bem feito, ela também elogia. Logo em 
seguida, perguntei como tem sido a organização de sua rotina de trabalho 
semanal, quais as atividades permanentes são propostas e se há projetos. Ela 
me respondeu que todas as atividades planejadas são enviadas para a 
coordenação que revisa e encaminha para a supervisão. Lá há a seleção de 
quais atividades serão encaminhadas para a plataforma online, que todos os 
professores enviam o planejamento de todos os dias da semana com 
atividades de matemática, artes, movimento, leitura e escrita, diariamente. Ela 
relatou que após uma pesquisa realizada com as famílias que se queixavam da 
quantidade de atividades e a falta de tempo, a escola começou a enviar apenas 
uma atividade de matemática, artes, movimento, leitura e escrita. As atividades 
de leitura e escrita envolvem conhecimento de letras como, parlendas cantigas 
e até mesmo trabalhar com o nome próprio da criança, dos demais integrantes 
de sua família, entre outros. As atividades de matemática envolvem questões 
que representam (quantidades) com algarismos, também envolvem formas, ex: 
retângulo, triângulo, quadrado, e questão de lateralidade como esquerda, 
direita, em cima, embaixo, na frente. Em relação às atividades de movimento 
ela disse que trabalha com atividades que envolvam motricidade fina, como 
enrolar um papelzinho pequenininho, recortar, mexer com massinha, receitas, 
pois é uma atividade que precisa mexer bastante a massa então pode por a 
criança para mexer também e consequentemente a criança estará trabalhando 
o movimento. Em artes ela trabalha desde leitura e interpretação de imagens 
de obras como pintura com diversos tipos de material, por exemplo, pintura 
com pincel, pintura com dedo, pintura com esponja, porém sempre focando 
com o que a maioria tem em casa que é lápis de cor. No início os professores 
orientaram as famílias sobre práticas de leitura, escrita e brincadeiras 
tradicionais que poderiam compor as atividades permanentes em casa. E me 
disse que não há projetos nem aulas síncronas. Perguntei a ela quais materiais 
e recurso tem utilizado para planejar as atividades e se havia algum recurso 
tecnológico, ela disse que as famílias da escola onde trabalha são muito 
carentes, então a maioria das famílias vão à escola quinzenalmente para retirar 
as atividades de forma impressa, por esse motivo as atividades precisam ser 
pensadas sem recurso tecnológico algum. Os professores não podem colocar 
atividades com discriminação de cores, pois a versão impressa das atividades 
é em preto e branco, sem PDFs ou links de vídeos, pois muitos não poderão 
baixar ou assistir, não por falta de equipamentos, mas de dados móveis 
suficiente. Ela observou que as famílias que têm outras crianças estudando no 
ensino fundamental priorizam seus recursos para este segmento. Logo após 
essas informações, tive a curiosidade de perguntar a ela quais espaços e/ou 
ambientes (espaços presenciais ou virtuais) que ela utiliza para o 
desenvolvimento das atividades? Ela me disse que as atividades são 
planejadas de forma que as crianças possam realizar os jogos e brincadeiras 
em casa, pois cada criança tem a sua versão impressa com um passo a passo 
para os pais seguirem, com sugestão de intervenções e interações para 
enriquecer a experiência. Após esses relatos eu pedi que ela me explicasse 
como ela avalia as atividades realizadas pelos alunos (as), e como são 
registrados os avanços e/ou as dificuldades dos alunos (as). A mesma me 
informou que a avaliação se dá de forma qualitativa, analisando as atividades 
entregues quinzenalmente. Os registros dos avanços e dificuldades são 
realizados de forma individual para que possa ser encaminhado para a escola, 
que receberá a criança no próximo ano, uma vez que não há reprovas na 
Educação Infantil, já foi decretado o não retorno das aulas presenciais neste 
ano e que é notório que os professores dos primeiros anos do Ensino 
Fundamental terão que realizar um resgate de muitas experiências que não 
puderam ser realizadas por conta do distanciamento social. Logo em seguida a 
questionei, de que forma ela interage com as famílias dos alunos (as)? E nesse 
período de pandemia como ela tem organizado o seu trabalho docente? Ela 
disse que é através de mensagens em redes sociais (Facebook ou WhatsApp), 
ligação telefônica e quinzenalmente nos encontros presenciais. E sobre a 
adaptação ela informou que foi difícil, pois seu marido está trabalhando em 
casa também e a mesma tem dois filhos em idade escolar. Então ela inicia 
planejando suas atividades, os horários para atendimento aos pais que a 
mesma optou na quarta-feira (metade da turma em cada semana), o curso de 
informática duas vezes na semana na modalidade à distância e a formação em 
serviço sobre a BNCC que realiza semanalmente. Ela ressalta que seu 
aparelho de celular fica ativo para atender seus alunos durante todo o dia, 
inclusive final de semana. Por fim, perguntei a ela, quais os maiores desafios 
do seu trabalho nesse período de distanciamento social e alteração da sua 
atividade docente, o que ela acredita que daria maior qualidade em relação à 
aprendizagem dos seus alunos (as) e se a mesma, enquanto professora, 
deseja complementar algum aspecto importante que não tenha sido abordado 
nessa entrevista. Ela me disse que um dos desafios é mostrar para as famílias 
a importância de realizar as atividades com as crianças, pois percebe a falta de 
vontade e esforço em investir tempo na educação dos próprios filhos, como se 
toda a obrigação da educação fosse do Estado. Salienta que os pais mais 
jovens nunca precisaram cuidar de seus filhos por tanto tempo, afinal com 
quatro meses já os matriculam em Centros de Educação Infantil e até os 17 
anos, ficam com eles em período integral apenas nas férias escolares. Destaca 
que ela acredita que para os pais, não está sendo fácil esse “desmame” do 
assistencialismo em que a escola mergulhou nas últimas décadas. Informa-me 
que as atividades docentes ficaram basicamente no sentido de planejamento e 
que ela se tornou “animadora de torcida” para não deixar os pais desanimarem 
continuarem fazendo as atividades com as crianças. E em relação ao o que ela 
acredita que daria maior qualidade na aprendizagem dos seus alunos (as), ela 
informa que seria o comprometimento das famílias e a compreensão da 
importância do afeto no desenvolvimento cognitivo das crianças pequenas. 
Talvez isso pudesse ser alcançado com umaespécie de formação para os 
cuidadores das crianças. A professora não quis complementar nada mais 
nessa entrevista. 
 
 
 
Nome: Katherine Grimaldi Olbera 
RA: 2061219 
Polo: Aquarius 
Modalidade: Educação Infantil

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