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15/04/2021 1 Segurança dos alimentos na produção de refeições & Suporte Operacional Profº. Raí Nabichedí da Silva rai.nabichedi@unp.br ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE NUTRIÇÃO CONTROLE HIGIÊNICO E SANITÁRIO DOS ALIMENTOS 2021.1 Introdução Legislação Brasileira: Resolução RDC216 de 15 de setembro de 2004 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde: Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. É preciso conhecer as leis que regem os serviços de alimentação! 15/04/2021 2 Introdução Portaria 1.428 de 26 de novembro de 1993 do ministério da Saúde: Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos. SSST – Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho – Legislação em Segurança e Saúde do Trabalhado – Lei nº 6514 de 22/12/1977. NR6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI. NR7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. Consulte a legislação! http://antigo.anvisa.gov.br/legislacao#/ 15/04/2021 3 Procedimentos de regularização das indústrias e serviços de alimentação Quais estabelecimentos estão sujeitos ao controle e fiscalização sanitária? Requisitos para a regularização do estabelecimento Apresentação do projeto arquitetônico (com prévia licença ambiental) Vistoria para concessão do Alvará Sanitário (condicionada ao cumprimento de normas de Boas Práticas de Fabricação – BPF e presença de responsável técnico legalmente habilitado). 15/04/2021 4 Requisitos para a regularização do estabelecimento O que é o Alvará Sanitário? É um documento administrativo expedido pelo órgão de vigilância sanitária, o qual atesta que o estabelecimento possui condições operativas, físico-estruturais e sanitárias, concedendo o direito ao estabelecimento de desenvolver atividade econômica de interesse à saúde. Requisitos para a regularização do estabelecimento Alvará Sanitário: documentos necessários Documentos da Pessoa Jurídica: Inscrição Estadual; CNPJ; Número de telefone; Contrato Social; Estatuto e Ata; Comprovante de endereço; Contrato de Aluguel ou título de propriedade. Documentos da Pessoa Física responsável: Cópia do RG e do CPF do representante legal; Comprovante de endereço com CEP; Número do telefone; Cópia da carteira profissional. Documentos do responsável técnico: Cópia da carteira profissional; Cópia do RG e do CPF; Cópia do comprovante de endereço. 15/04/2021 5 Requisitos para a regularização do estabelecimento No caso de renovação de licença sanitária, a inspeção poderá ser realizada posteriormente, a critério do órgão de vigilância sanitária competente; Obs.: O Alvará Sanitário tem validade para o ano em que é concedido e poderá, a qualquer tempo, ser suspenso, cassado ou cancelado, no interesse da saúde pública. O estabelecimento poderá funcionar somente após a concessão do Alvará Sanitário. Boas Práticas de Fabricação “São um conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de alimentos, abrangendo, desde as matérias-primas, até o produto final, de forma a garantir a saúde e a integridade do consumidor”. Fonte: SENAI/DN (2002) “São procedimentos que devem ser adotados por serviços de alimentação a fim de garantir a qualidade higiênico-sanitária e a conformidade dos alimentos com a legislação sanitária”. Fonte: BRASIL (2004) – RDC 216 15/04/2021 6 Boas Práticas de Fabricação Âmbito de aplicação Aplica-se aos serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como: cantinas, bufês, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres. Boas Práticas de Fabricação Benefícios Alimentos com melhor qualidade e mais seguros; Melhoria na relação da empresa com o consumidor final; Menor incidência de reclamações dos consumidores; Melhor relacionamento com órgãos fiscalizadores; Ambiente de trabalho mais agradável, limpo e seguro; Redução de riscos de acidentes; Colaboradores mais motivados e produtivos; Aumento na produtividade e competitividade da empresa. 15/04/2021 7 Boas Práticas de Fabricação Alcance Boas Práticas de Fabricação Requisitos exigidos Higiene e Saúde Pessoal Higiene Ambiental Edificações, Instalações e Saneamento Controle de Água, Controle de Resíduos e Layout Condições Ambientais Internas e Externas Controle de Pragas Seleção de fornecedores Processo – manipulação Embalagem e Rotulagem Armazenamento e Transporte Exposição ao consumo 15/04/2021 8 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Abastecimento de água Origem; Material da caixa de água; Frequência de higienização; Registro das operações; Análise físico-química; Análise bacteriológica. Água potável, inclusive para o gelo utilizado e o vapor em contato com alimentos. O reservatório de água deve ser lavado e desinfetado quando for instalado, a cada 6 meses e na ocorrência de acidentes que possam contaminar a água. A higienização dos reservatórios deve seguir os métodos recomendados pelos órgãos oficiais e a escola deve ter implantado e implementado o Procedimento Operacional Padronizado (POP): Higienização do reservatório de água. RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Reservatório de água 15/04/2021 9 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Reservatório de água RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Reservatório de água 15/04/2021 10 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 POP de higienização do reservatório de água Feche o registro, retire toda a água da caixa d’água. Feche a saída de água da caixa d’água. Retire a sujeira. Lave as paredes e o fundo da caixa d’água com água e sabão. Os utensílios, como vassoura, escova, rodo e pano, devem ser de uso exclusivo. Abra a saída de água e retire todo o sabão com água corrente. Feche a saída de água. Prepare a solução desinfetante, diluindo 1 litro de água sanitária em 5 litros de água. Este volume é apropriado para uma caixa d’água de 1000 litros. Espalhe a solução nas paredes e fundo da caixa d’água com uma broxa ou pano. Aguarde por 30 minutos. Enxágue a caixa d’água com água corrente, retirando todo o resíduo de desinfetante. Esgote toda a água acumulada. Encha a caixa d’água. Neste tempo de pandemia, é recomendado que cada manipulador traga seu próprio copo ou garrafa para abastecimento de água. Deve-se orientar tanto a higienização frequente dos bebedouros quanto dos copos ou garrafas individuais. Higienização de bebedouros e similares Higienizar as mãos Desligar o equipamento da tomada Umedecer com esponja (de uso exclusivo) com água e detergente neutro Esfregar todas as superfícies do bebedouro (inclusive torneiras e botão de acionamento) Procedimento para a higienização de bebedouros de águas industriais e de acionamento manual: 15/04/2021 11 Higienização de bebedouros e similares Enxaguar com água e secar Borrifar álcool 70% em todas as superfícies do bebedouro Deixar secar naturalmente Para limpeza interna de bebedouros e troca de filtros, orienta-se solicitar a assistência técnica autorizada do fabricante Cont. Procedimento para a higienização de bebedouros de águas industriais e de acionamento manual: Procedimento para a higienização de bebedouros de água domésticos e purificadores de água, suportes e bombas para galão: Higienizar as mãos Desligar o equipamento da tomada Umedecer o pano descartável com água e detergente neutro Esfregar todas as superfícies externas do bebedouro (inclusive o galão e botão de acionamento)Enxaguar com água e secar Borrifar álcool 70% em todas as superfícies do bebedouro e galão Deixar secar naturalmente Para limpeza interna de bebedouros e troca de filtros, orienta-se solicitar a assistência técnica autorizada do fabricante Higienização de bebedouros e similares 15/04/2021 12 •Limpar com pano descartável umedecido e detergente neutro •Secar o galão com pano descartável seco e limpo •Borrifar álcool 70% em toda superfície •Retirar a vedação do gargalo do galão com utensílio higienizado e acoplar ao bebedouro Antes de utilizar: Procedimento para a higienização de galão de água Higienizar as mãos Fazer o recebimento em local apropriado Verificar a validade dos galões Limpar o galão com pano descartável umedecido e detergente neutro Armazenar o galão em local adequado e não apoiar diretamente no chão Higienização de bebedouros e similares RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Manejo dos resíduos sólidos Recipientes: Fácil higienização e transporte; Número e capacidade para resíduos; Identificados; Com saco plástico; Com tampa e sem acionamento manual; Retirada frequente. 15/04/2021 13 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Manejo dos resíduos sólidos Procedimentos: A lixeira deve ter tampa e acionamento por pedal para evitar o toque com as mãos; A lixeira deve ser higienizada diariamente; A retirada dos resíduos deve ser realizada na ausência dos funcionários, no mínimo duas vezes ao dia ou a cada troca de turno e ao final do período; Caso o local realize a coleta seletiva, atenção para evitar o descarte de descartáveis nos recipientes destinados aos resíduos recicláveis. RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Manejo dos resíduos sólidos 15/04/2021 14 Procedimentos: Após a retirada dos ambientes, colocar os resíduos em sacos resistentes, bem fechados, respeitando sua capacidade e em local específico para tal armazenamento, higienizado diariamente; O funcionário responsável pela coleta e manuseio deve usar luvas de borracha de cano longo e avental plástico (exclusivos para manuseio de resíduo), uniforme de cor diferenciada dos demais, máscaras, se possível máscara tipo N95/PFF2 (máscara profissional), e uso de escudo facial ou óculos de proteção. RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Manejo dos resíduos sólidos RDC 216, de 15 de setembro de 2004 RDC 275, de 21 de outubro de 2002 Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas Controle Integrado de Pragas: sistema que incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a segurança do alimento. 15/04/2021 15 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas A edificação, as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser livres de vetores e pragas urbanas. Deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas de controle de vetores e pragas urbanas, com o objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação dos mesmos. Quando as medidas de prevenção adotadas não forem eficazes, o controle químico deve ser empregado e executado por empresa especializada, conforme legislação específica, com produtos desinfestantes regularizados pelo Ministério da Saúde. Quando da aplicação do controle químico, a empresa especializada deve estabelecer procedimentos pré e pós-tratamento a fim de evitar a contaminação dosalimentos, equipamentos e utensílios. Quando aplicável, os equipamentos e os utensílios, antes de serem reutilizados, devem ser higienizados para a remoção dos resíduos de produtos desinfestantes. RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas Animais domésticos pode? NÃO! 15/04/2021 16 RDC 216, de 15 de setembro de 2004 Sistema de Controle de Pragas Medidas de prevenção; Controle químico executado por empresa especializada. Referências ABREU, E.S.; SPINELLI, M.G.N.; PINTO, A.M.S. Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição: um modo de fazer. 7. ed. rev. ampl. São Paulo: Ed. Metha, 2019. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Cartilha Boas Práticas para Serviços de Alimentação. Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/manuais-guias-e- orientacoes/cartilha-boas-praticas-para-servicos-de-alimentacao.pdf/view>. Acesso em: 28 março 2021. ANTUNES, M.T.; DAL BOSCO, S. M. Gestão em Unidades de Alimentação e Nutrição: da teoria à prática. 1. ed. Curitiba-PR: Appris editora, 2019. ASSIS, Luana de. Alimentos seguros: ferramentas para gestão e controle da produção e distribuição. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011. 360 p. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados aplicados aos Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos e a Lista de Verificação das Boas Práticas de Fabricação em Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. SILVA JR, E. A. Manual de Controle Higiênico-sanitário em Alimentos. 6a. ed. São Paulo: Varela, 2006. GERMANO, P. M. L; GERMANO, M. I. S. Sistema de Gestão. São Paulo: Editora Manole. 2013. 578p. STOLARSKI, Márcia Cristina; DORIGO, Andréa Bruginski; CUNHA, Fernanda Brzezinski da; OLIVEIRA, Stela de (orgs). Boas práticas de manipulação de alimentos. Curitiba: SEED-PR, 2015.
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