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Laura Costa tutoria FPS MED20 2021.2 Para cada caso, uma prescrição Objetivo: 1. Entender a farmacodinâmica e farmacocinética dos analgésicos (incluindo os opioides), anti-inflamatórios não hormonais e antipiréticos, analisando seus efeitos (esperados e colaterais) no organismo. Analgésicos; anti-inflamatórios; antipiréticos AINEs: anti-inflamatórios não esteroides Os AINEs são os derivados do ácido salicílico (ácido acetilsalicílico [AAS], diflunisal e salsalato), do ácido propiônico (ibuprofeno, fenoprofeno, flurbiprofeno, cetoprofeno, naproxeno e oxaprozina), do ácido acético (diclofenaco, etodolaco, indometacina, cetorolaco, nabumetona, sulindaco e tolmetina), do ácido enólico (meloxicam e piroxicam), de fenamatos (ácido mefenâmico e meclofenamato) e do inibidor COX-2 seletivo (celecoxibe). Esses têm atuação principal inibindo eximas cicloxigenase, reduzindo a síntese de PGs A inibição da COX-2 parece levar aos efeitos anti-inflamatório e analgésico dos AINEs a inibição da COX-1 é responsável pela prevenção dos eventos cardiovasculares e pela maioria dos eventos adversos. Ácido Acetilsalicílico (ASS)- É um AINE tradicional, porém só apresenta feitos anti-inflamatórios em dosagens altas. em dosagens baixas é usado para a prevenção de eventos cardiovasculares (o acidente vascular encefálico (AVE) e o infarto do miocárdio (IM)) Os AINEs (incluindo o ASS) realizam três ações terapêuticas principais: reduzem a inflamação (efeito anti-inflamatório), a dor (efeito analgésico) e a febre (efeito antipirético). - Usos terapêuticos: Anti-inflamatórios e analgésico: em dosagens baixas o ASS tem apenas atividade analgésicas e em mais altas anti- inflamatória Antipiréticos: ASS, ibuprofeno e naproxeno podem combater a febre Aplicações cardiovasculares: ASS é usado para inibir a aglutinação plaquetária Doses baixas de AAS são usadas profilaticamente para 1) reduzir o risco de eventos cardiovasculares recorrentes e/ou morte em pacientes com IM prévio ou angina de peito instável; 2) reduzir o risco de ataques isquêmicos transitórios (AITs) recorrentes ou AVEs; e 3) reduzir o risco de eventos cardiovasculares ou morte em pacientes de alto risco, como aqueles com angina estável crônica ou diabetes. Aplicações externas: o ASS é usado para tratamento de acne, calosidades, calos ósseos e verrugas - Eventos adversos: Efeitos GI- dispepsia até sangramento, aumento da secreção de ácido gástrico, diminuição da proteção da mucosa e aumento do risco de sangramento GI e ulcerações. Aumento do risco de sangramento (efeito antiplaquetário) - O AAS inibe irreversivelmente a formação de TXA mediada por COX-1, e outros AINEs a inibem reversivelmente. Outros AINEs não são usados por seu efeito antiplaquetário, mas podem prolongar o tempo de sangramento. Laura Costa tutoria FPS MED20 2021.2 Ação sobre os rins- retenção de sódio e água, podendo causar edema em alguns pacientes. Efeitos cardíacos- aumento do risco de eventos cardiovasculares, incluindo IM e AVE, é associado a todos os AINEs, com exceção do AAS. *pode causar desvio em direção à produção de leucotrienos e, consequentemente, aumentar manifestações de asma. Diclofenaco- apresenta maior ação anti-inflamatória. Usado em dor e inflamação no pós- operatório, dores articulares em geral, dores e inflamações ginecológicas, enxaqueca aguda. Funcionando através da farmacodinâmica de inibição seletiva do COX2, que tem o menor efeito antiplaquetário como esperado. Tem como contraindicações hipersensibilidade, último trimestre da gravidez e insuficiência renal/hepática/cardíaca. Efeitos adversos distúrbios no TGI, efeitos no SNC, edemas Paracetamol- O paracetamol não é considerado um AINE. - Uso terapêutico- O paracetamol é o analgésico/antipirético de escolha para crianças com infecções virais ou varicela, pois o AAS oferece risco de síndrome de Reye (Doença rara e grave que causa confusão mental, inchaço no cérebro e danos ao fígado.). - O paracetamol é rapidamente absorvido no TGI, com significativa transformações de primeira passagem no intestino e nos hepatócitos. Uma parte do paracetamol é hidroxilada, gerando N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI). O paracetamol e seus metabolitos são excretados na urina. - Efeitos adversos- em doses normais é praticamente livre de efeitos adversos significativos. Em dosagens altas, a glutationa disponível no fígado se esgota, e a NAPQI reage com o grupo sulfidrila das proteínas hepáticas, formando ligações covalentes, podendo causar necrose hepática (podendo ser fatal). Colocoxibe- É uma aprimoração dos anti-inflamatórios que causam o aumento da efetividade. Tem como farmacodinâmica inibir de forma reversível e seletiva a COX2, ocasionando menores efeitos adversos, por ser mais direcional. É indicado em tratamento de AR e osteoartrite e dores de leve a moderada. Podem causar certos efeitos adversos cardiovasculares (como trombose) e o sangramento da mucosa gástrica Ibuprofeno- maior ação anti-inflamatória que o paracetamol. É comumente utilizado para tratamento sintomático de doenças articulares, febre moderada, enxaqueca, dor moderada, mialgias. Atua impedindo de formar as PGs, diminuindo a ação dos mediadores no termostato hipotalâmico e da ação nos nociceptores. É contraindicado em casos de hipersensibilidade, úlcera, exantemas, cefaleia e tonturas. 15% dos pacientes que fizeram uso apresentaram efeitos adversos no trato GI. Os efeitos adversos menos frequentes do ibuprofeno consistem em exantema (3-9%), Laura Costa tutoria FPS MED20 2021.2 trombocitopenia (< 1%), cefaleia (1-3%), tontura (3-9%), visão embaçada (< 1%) e, em alguns casos, ambliopia tóxica (< 1%), retenção hídrica (1-3%) e edema (1-3%). Dipirona- Tem boa ação analgésica e antipirética; baixa ação anti-inflamatória. Que tem uso indicado para alívio de dor e febre. Atua inibindo as PGs no SNC e a COX3. É contraindicado para hipersensibilidade e gravidas. Pode causar efeitos adversos como distúrbios cardíacos, reações anafiláticas, edemas e agranulocitose. Opioides: Os opioides atuam principalmente alterando a percepção da dor. Classes de opioides Morfina- Tem a ação farmacodinâmica associada a proteína G, acoplada nos receptores alterando os canais iônicos, inibindo a passagem do estímulo nervoso por meio da hiperpolarização. Ela é indicada para alívio da dor intensa aguda e crônica. Porém, a morfina é contraindicada para doentes hepáticos e renais, grávidas e deve ser usada com cautela em asmáticos Apresenta como efeitos adversos alucinações, dependência, náuseas, vômitos, hipotensão e reação alérgica Codeína- É um analgésico de potência moderada, que é indicado para alívio de dor moderada. Ela vai atuar na conversão hepática à morfina pelo sistema CYP2D6 (apenas 30% apresentam essa conversão). Apresenta alguns efeitos adversos como constipação, vômitos tonturas, hipotensão. Sendo contraindicado para pacientes com hipersensibilidade, instabilidade emocional, aumento da pressão intracraniana e doentes hepáticos e renais. Fontes: Whalen, K., Finkell, R., & Panavelil, T. A. (2016). Farmacologia Ilustrada (6th edição). Brunton, L. L. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman (13th edição). Laura Costa tutoria FPS MED20 2021.2
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