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FILOSOFIA E ÉTICA

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feFILOSOFIA E ETICA
Aula 06
Você lembra da aula passada? Nela, vimos diversos exemplos (como o do boxeador e da cleptomaníaca, entre outros) que demonstraram atos acerca da responsabilidade moral a partir da pressuposição de ausência tanto de coação externa em termos dos atos voluntários, quanto de coação interna no que concerne aos atos compulsivos ou involuntários. A responsabilidade só é desencadeada quando consideramos a existência de um ser humano livre, deliberando e agindo por conta própria.
	Nesta aula veremos que os homens interagem no exercício do poder, dos negócios e das leis, estando sujeitos a limites impostos pelo Estado, pela Economia e pelo Direito. 
Ficamos bem longe da idéia de que os homens têm o direito de exercer livremente sua vontade no campo moral: um grau parcial de autonomia marcaria os diversos comportamentos e relações humanas na vida em sociedade. E é justamente esta graduação que nos permite refletir sobre a existência de ações nas quais, sob o peso de referências sociais, econômicas e jurídicas, tornamo-nos responsáveis moralmente por aquilo que escolhemos fazer, proporcionando-nos uma margem de liberdade ética. 
Daniela é uma senhora que está na “melhor idade”. Aos 62 anos, ela é muito ativa, mas tornou-se viúva e seus filhos moram longe. Enfim, ela se sente sozinha morando em uma casa na qual só há um habitante. Sua irmã, Tatiana, resolveu lhe presentear com um gato para fazer companhia, e Daniela ficou muito feliz com o presente. Passados alguns meses, Daniela e o gato eram inseparáveis, e ela adquiriu o hábito de levar o pequeno felino a todo lugar que ia.  
Ao tentar entrar em um supermercado com seu gato, a funcionária Ariane, que trabalha no estabelecimento, barrou Daniela, dizendo: “neste recinto não é possível entrar com animais”. Daniela ficou indignada, pois alegou que nunca se separa de seu gato, e que se responsabilizaria por qualquer dano. Mesmo assim, Daniela foi impedida de entrar.
As determinações que incidem sobre a responsabilidade
Como vimos na tela anterior, logo no começo, o sujeito moral só é capaz de agir em relação a si mesmo e aos outros na medida em que suas ações são coagidas por determinadas causas, a saber:
Liberdade versus necessidade
Duas grandes dimensões se opõem, a este respeito. Pois se estamos falando de um determinismo que nos leva a encontrar causas para guiar a vida em sociedade, o modo pelo qual agimos não é ordenado segundo nosso querer, mas conforme o que tem e não pode necessariamente deixar de ser: liberdade versus necessidade. Sem analisarmos o sentido desta oposição, não podemos resolver o problema ético fundamental colocado pela responsabilidade moral. E é uma reflexão de tal porte que nos conduz a três posições filosóficas básicas (clique nas caixas para ver):
Ainda sobre Determinismo
O matemático, físico e astrônomo francês Pierre-Simon Laplace (1749-1827) resumiu bem o valor do determinismo para as ciências da natureza no século XVIII, ao afirmar que “um calculador divino, que conhecesse a velocidade e a posição de cada partícula do universo num dado momento, poderia predizer todo o curso futuro dos acontecimentos na infinidade do tempo” (VÁZQUEZ:2002,121).
Sandro é um jovem que sofreu um trágico acidente de carro, e quase morreu ao colidir. Ele era um atleta de alta performance, e o acidente praticamente tirou tudo que ele mais gostava de fazer: nadar. No momento em que saiu do quarto, Sandro viu uma imagem que o abalou profundamente: uma cadeira de rodas. No mesmo momento em que viu tal objeto, tomou a decisão: não queria mais continuar vivendo. Durante uma das diversas idas ao hospital, Sandro solicitou ao médico que o acompanhava que injetasse nele uma substância poderosa o suficiente para lhe tirar a vida. O médico imediatamente disse que não, que não poderia fazer isso. Sandro alegou que sim, pois deveria ter a liberdade de decidir se continua vivendo ou não.
Ainda sobre liberdade
A liberdade, neste sentido, manifestaria um poder de agir sem nenhuma outra causa que não fosse a própria existência desse poder. Um dos grandes defensores desta posição na filosofia foi Charles Renouvier (1815-1903), nascido em Montpellier, tendo estudado na Escola Politécnica de Paris. Entre temáticas diversas desenvolvidas por sua reflexão, concentrou-se, do ponto de vista prático, numa forte defesa da liberdade contra qualquer espécie de determinismo.
Aula 07
Por onde começa a Ética?
Oriente versus Ocidente
Com Aristóteles, a ética torna-se uma disciplina filosófica. Sua filosofia critica o dualismo ontológico de Platão, a separação dos mundos sensível e inteligível, sendo marcada por três etapas:
Período platônico – corresponde aos anos que Aristóteles permaneceu na Academia (367-348/7 a.C), nome da escola fundada por Platão em Atenas (ali ensinava-se dialética, encontrando-se o saber por constantes questionamentos, o que trouxe para o termo Academia, desde então, a acepção de local onde o saber não apenas é ensinado, mas produzido), Uma primeira obra desse período é o Eudemo (352 a.C, aproximadamente), em que mantém as teses características do platonismo: a existência do mundo das idéias separadas, a substancialidade da alma, a imortalidade e a transmigração. A esse período pertenceriam também diálogos que se relacionam com o livro I da Metafísica, bem como partes mais antigas dos textos de lógica;
Período de transição (347-335 a.C) – Aristóteles critica as doutrinas platônicas, nomeadamente a teoria das idéias transcendentes, dos números ideais e da eternidade do mundo tal como Platão desenvolveu no Timeu, e revisa suas próprias concepções, esboçando já um pensamento original. A composição dos livros da Metafísica aparece em três séries: (primeira) – dominada pelo conceito da Filosofia como ciência de substâncias transcendentes e supra-sensíveis, mas iniciando já uma crítica do platonismo; (segunda) – a Filosofia entendida como ciência de um ser suprasensível, contraposta à Física que versa sobre os seres sensíveis; (terceira) – a Filosofia primeira possuindo como objeto o ser enquanto ser, em toda a sua amplitude;
Período aristotélico – corresponde à segunda estância em Atenas, quando o Liceu é fundado (335-323 a.C). Aristóteles chega à formulação do seu próprio sistema, ainda que conserve alguns traços do platonismo inicial. Relega a Filosofia a um segundo plano, ocupando-se preferencialmente de estudos sobre as ciências naturais, em que se ressaltam a valorização do que é empírico, ou seja, o mundo concreto dos seres viventes (cf. FRAILLE:1965a).
As essências das coisas diferem entre si pelos elementos que entram em suas composições, existindo uma única essência simplíssima, a de Deus, que não necessita possuir nem matéria, nem potencialidade, não estando sujeita a qualquer transformação. Mas, as demais essências compõem-se de ato, potência, forma e matéria, e seus graus de perfeição dependem de seus princípios formais. Por isso, há um bem próprio de Deus, e outros bens encontrados respectivamente nas substâncias celestes, nos homens, nos animais, nas plantas e nos minerais. O objeto da ética consiste em investigar as características do bem, da perfeição e da felicidade que são atribuídas ao homem, com o fim de ajustá-los à orientação prática da conduta humana. Segundo Aristóteles, o homem deve contentar-se com o ser e o bem que possui, pois está limitado, essencial e temporalmente, pela sua substância mortal e corruptível.
Como determinar o bem?
O conceito de realidade, assim, condiciona a formulação da ética aristotélica, dominada por um relativismo radical. Ele considera que toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão unidos o prazer e a felicidade. O problema é determinar em que consiste esse bem. Para tal, algumas condições deveriam ser preenchidas:
	1. o bem deve ser perfeito e suficiente por si mesmo, para que o homem que o possua seja feliz;
2. o bem deve buscar-se por si mesmo e não com o fim de conseguir outro bem qualquer;
3. o bem deve ser uma coisa presente;4. o bem deve consistir de atividade mais elevada que o homem possa consagrar-se;
5. o bem deve tornar o homem bom;
6. a posse do bem deve ser fixa, estável e contínua, encontrada ao longo de uma vida completa.
Começando a terminar...
O homem ético seria aquele que conseguisse viver conforme manda a razão, alcançando o ideal de uma vida virtuosa. No primeiro livro da Ética a Nicômaco, com você viu na Aula 1, Aristóteles apenas esboça seu ideal de perfeição humana; no décimo livro, no entanto, demonstra que o bem próprio do homem consiste na realização de uma vida teórica ou contemplativa, na qual se manifeste a atividade da maior potência humana que é a inteligência.
Para Aristóteles, os prazeres sensíveis, assim como as riquezas, seriam excluídos da noção de bem.
Aula 08
Revendo a Idade Média
O período medieval caracteriza-se por uma profunda fragmentação econômica e política. Vamos conhecer um pouco mais sobre esse período? Então continue nesta tela o passeio:
Tal fragmentação se deve ao surgimento de duas classes que marcam o regime feudal. 
Nesse quadro, a religião garante uma certa unidade social, pois a política depende da Igreja – instituição que defende a religião – exercendo um forte poder espiritual e centralizando integralmente a vida intelectual.
Os senhores feudais, donos absolutos de terras ou feudos
Os camponeses e servos, os quais eram vendidos e comprados com as terras às quais pertenciam e que não podiam abandonar.
Sob essas circunstâncias, “a moral concreta, efetiva, e a ética – como doutrina moral – estão impregnadas (...) de um conteúdo religioso que encontramos em todas as manifestações da vida medieval” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:2002,275-276).
Neoplatônicos e pensadores cristão
Ética cristã
Em linhas gerais, a ética cristã não foi necessariamente de índole ascética, ainda que parta de um conjunto de verdades reveladas a respeito de Deus, das relações do homem com seu criador e do modo de vida prático que os homens devem seguir para obter a salvação no outro mundo.
A Ascética consiste no esforço metódico e continuado, com a ajuda da graça, para favorecer o pleno desenvolvimento da vida espiritual, aplicando meios (oração, penitência, retiro, exame de consciência etc.) e superando obstáculos.
Deus, gerador do mundo e dos homens, é considerado como um ser bom, onisciente e todo-poderoso. O ser humano pertenceria a Deus, concentrando na esfera divina seu fim último e tomando-a como bem mais alto e valor supremo. Deus exige obediência e sujeição a seus mandamentos, que, no mundo humano, terreno, tomam a forma de imperativos supremos.
Entendendo a ética cristã
O cristianismo acredita na elevação do homem do mundo terrestre, perecível e imperfeito à assunção de uma ordem sobrenatural, a partir da qual se concretiza uma vida plena, feliz e verdadeira, sem as desigualdades e injustiças terrenas. Sob o caminho dessa concretização, propondo, assim, a solução de graves problemas do mundo.
“o cristianismo introduz uma idéia de enorme riqueza moral: a da igualdade entre os homens. Todos os homens, sem distinção - escravos e livres, cultos e ignorantes -, são iguais diante de Deus e são chamados a alcançar a perfeição e a justiça num mundo sobrenatural” (SÁNCHEZ VÁZQUEZ:1972,277).
A mensagem cristã de igualdade é lançada num mundo em que os homens conhecem as maiores desigualdades: a divisão entre escravos e homens livres, ou entre servos e senhores feudais. Como ressalta Vázquez (1972,277), a ética cristã medieval, no entanto, “não condena esta desigualdade social e chega, inclusive, a justificá-la. A igualdade e a justiça são transferidas para um mundo ideal, enquanto aqui se mantém e sanciona a desigualdade social”.   
Começando a terminar
Podemos afirmar que a formulação conceitual da ética cristã herda conceitos platônicos e aristotélicos, submetendo-os a um processo de cristianização, que transparece nas éticas de Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1226-1274). 
	
	Para Santo Agostinho, a ascensão da alma que em Platão se eleva do mundo sensível ao inteligível, transforma-se na elevação até Deus, cujo fim é o êxtase místico ou felicidade (ainda que a experiência, a experiência pessoal, a interioridade, a vontade e o amor sejam valorizadas na filosofia agostiniana). 
	Para São Tomás de Aquino, retomando Aristóteles, destacam-se a contemplação e o conhecimento que daí decorre; ele se afasta da divisão das virtudes e da ética como doutrina dos costumes, no entanto, quando afirma que o fim supremo do conhecimento é Deus, entendido como bem objetivo, cuja posse gera felicidade, bem subjetivo.
Aula 09
Esse período (o da ética moderna) é marcado pela criação de uma nova sociedade que substitui a ordem feudal da Idade Média, sob uma série de mudanças. Vamos ver como essas mudanças se deram?
No plano econômico, incremento de forças produtivas em relação ao desenvolvimento científico, constituindo a ciência moderna, mediante uma perspectiva científica mais prática (tendo, como maior defensor, Francis Bacon, 1561-1626), e pela importância atribuída à técnica e experiência, inaugurando o método das ciências naturais, com Galileu-Galilei (1564-1642).
No plano social, aparecimento de uma nova classe social – a burguesia – inicialmente na França (com a Revolução Francesa, 1789), desenvolvendo-se, no século seguinte, principalmente na Inglaterra.
Implantou-se, assim, um sistema em que o trabalhador, ao trocar sua força de trabalho por um salário, não é dono dos meios de produção.
O meios de produção passam ao domínio da classe burguesa que, ao vender as mercadorias produzidas pelos trabalhadores, atribui um sobrevalor ao produzido, obtendo uma mais-valia ou lucro: o capitalismo.
No plano espiritual, perda do papel de guia atribuído à Igreja Católica, pois a religião deixa de ser a forma ideológica dominante. Separam-se, em linhas gerais: razão/fé, natureza e homem/Deus, Estado/Igreja.
Teoria moral de Kant
	
	No século XVIII, marcado pelo movimento intelectual denominado Iluminismo, exalta-se a capacidade que tem o homem de conhecer e agir por uma luz própria da razão. São criticadas posições éticas que conduzem à heteronomia, debatendo-se, antes, a liberdade da vontade em relação ao determinismo da natureza, ou do vínculo entre leis morais e naturais. 
Para Kant, o único bem em si mesmo é a boa vontade, aquela que age por puro respeito ao dever, visando à sujeição do homem à lei moral – autonomia humano-moral. O dever torna-se, nesse quadro, incondicionado ou absoluto, abrangendo algo que se estende a todos os seres humanos em quaisquer tempos ou condições: forma universal que não tem um conteúdo concreto – formalismo ético kantiano.
Deontologia da norma
Como devemos agir, que tipos de atos somos moralmente obrigados a realizar, por sua vez, conduzem à elaboração de uma teoria da obrigação moral em Kant, denominada deontologia da norma (do grego déon, dever): aquela que não faz a obrigatoriedade de uma ação depender exclusivamente das consequências dos atos ou das normas.
A tendência de derivar a obrigatoriedade de uma ação unicamente de suas consequências marca, nos séculos XVIII e XIX, uma ética utilitarista, abrangendo dois sentidos (cf. formulação original de Jeremy Bentham e John Stuart Mill):
Numa outra vertente do século XIX, encontramos o intuicionismo ético, desenvolvido principalmente na Inglaterra, cujos representantes principais foram George Edward Moore (1873-1958), William David Ross (1877-1971), Harold Arthur Prichard (1871-1947) e Henry Sidgwick (1838-1900).
Para esses autores, a bondade e a obrigatoriedade (avaliação de que algo constitui um dever) não são propriedades apreendidas pela observação empírica, dos fatos, nem tampouco mediante um processo racional de análise e demonstração. O bom seria indefinível (cf. Moore), impondo-se os deveres sem necessidade de prova, por serem evidentes e captados de uma maneira direta e imediata: através da intuição (Prichard, Ross). Segundo Sidgwick, a intuição abrangeria a coincidência do dever individual com o dever dosseres humanos nas mesmas circunstâncias.
Nietzsche e Brentano
	
	Duas últimas importantes contribuições para o domínio ético são encontradas ainda no século XIX: Friedrich Nietzsche (1844-1900) e de Franz Brentano (1838-1917). O primeiro, analisando os valores da cultura européia, os quais vê encarnados no cristianismo, socialismo e igualitarismo democrático, sustenta que são formas de uma moral a ser superada mediante a formulação de um ponto vista além do bem e do mal, pois são manifestações de uma vitalidade decadente, ou ascetismo. 
A essa degradação valorativa, ele opõe a vontade de viver ou vontade de potência, girando em torno da dimensão de forças e instintos como criadoras de valores situados fora da moral tradicional. 
	
	Já para Brentano, seria possível estabelecerem-se leis universais de caráter axiológico (axiologia – filosofia dos valores), na medida em que há um subjetivismo ético que se relaciona a uma teoria objetiva do valor. Este é enunciado sob atos de preferência (valorização) ou repugnância (desvalorização); assim, a experiência que algo seja bom inclui um aspecto subjetivo (para alguém) e a intenção que leva um homem a preferir algo.
Aula 10
Breve síntese
Analisamos três posições filosóficas ao tratarmos da relação entre liberdade e responsabilidade moral, pois somente é responsável quem é livre (ou seja, possui autonomia) para decidir e agir. 
Como determinar o bem?
O conceito de realidade, assim, condiciona a formulação da ética aristotélica, dominada por um relativismo radical. Ele considera que toda ação humana está orientada para a realização de algum bem, ao qual estão unidos o prazer e a felicidade. O problema é determinar em que consiste esse bem. Para tal, algumas condições deveriam ser preenchidas:
	1. o bem deve ser perfeito e suficiente por si mesmo, para que o homem que o possua seja feliz;
2. o bem deve buscar-se por si mesmo e não com o fim de conseguir outro bem qualquer;
3. o bem deve ser uma coisa presente;
4. o bem deve consistir de atividade mais elevada que o homem possa consagrar-se;
5. o bem deve tornar o homem bom;
6. a posse do bem deve ser fixa, estável e contínua, encontrada ao longo de uma vida completa
Fim

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