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Luísa Ribeiro- MED 105 Fisio dos distúrbios gastrointestinais Caso clínico 1 • Fibrose cística- espessamento anormal do muco • Mutações no gene CFTR- muda canal de cloreto- não consegue ser bombeado para fora da célula- água não entra • Ductos pancreáticos ficam entupidos pelo muco- enzimas não conseguem ir para o duodeno- má digestão de gordura o Acúmulo de gordura nas fezes • Gordura eliminada pelas fezes- pâncreas (suco pancreático), fígado (bile- emulsificação), parede intestinal Caso clínico 2 • Gastrina liga no receptor de membrana CCK-B • CCKB liga na ptn G- parte beta liga na enzima fosfolipase C • Fosfolipase C ativa- quebra difosfato inusitol em trifosfato inusitol e diacilglicerol • Diacilglicerol ativa ptn canais- Ca+ entra na célula e é liberado da mitocôndria • Ca se liga na calmodulina- ativa ptn quinase • Ptn quinase estimula a secreção de histamina e HCl- ativa bomba de prótons o Histamina também libera HCl pela bomba de prótons • K do líquido intersticial entra na célula pela bomba de Na/K • H2O é quebrada em H+ e OH- • K+ e H+ vão para a luz do canalículo do estômago- K+ sai e Na+ entra • OH liga no CO2- vira HCO3 (bicarbonato)- abre canal de cloro • HCO3 sai para o líquido intersticial e Cl entra na célula- Cl vai para a luz do canalículo do estômago • Cl e H+ se ligam- formação de HCl (ácido clorídrico) • Gastrinoma- 10 x 160= 1600mEq/l o Multiplica valor normal em 10 o Barreira não aguenta o Formação de úlceras na parede do estômago Patologias da mastigação Paralisia no mecanismo de deglutição • Risco de broncoaspiração- glote não fecha traqueia- alimento vai para o pulmão • Lesão nervosa- 5º(trigêmeo), 9º (glossofaríngeo) e/ou 10º (vago) • Doenças musculares- da placa motora (miastenia) • Outras doenças neurológicas comprometem nervos com funções motoras Patologias do esôfago Acalasia • Distúrbio de motilidade esofágico- lesão da rede neural do plexo mioentérico nos 2/3 inferiores do esôfago • Peristaltismo esofágico defeituoso- falta de relaxamento do esfíncter Luísa Ribeiro- MED 105 esofágico inferior durante a deglutição- alimento não passa e fica acumulado- esôfago dilatado (megaesôfago) Megaesôfago • Aumento difuso do esôfago, associado a uma disfunção da sua musculatura • Pode ser consequência da aclasia Patologias do estômago Gastrite • Aguda ou crônica- leve, moderada ou grave • Sintomas- ulcerações superficiais ou completas, dor epigástrica, atrofia da mucosa gástrica • Causas- infecção por H pylori, hiperprodução de HCl, irritativas (álcool e AINES) • Ocorre aumento da permeabilidade da barreira gástrica- lesão celular/ tecidual pelo H+ e tripsina • Barreira gástrica- células mucosas resistentes, secreção de muco aderente e viscoso, junções entre as células epiteliais de baixa permeabilidade Crônica • Lesão permanente da mucosa gástrica- atrofia da mucosa- perda da capacidade das glândulas de secretarem muco e HCl- acloridria • Acloridria- células parietais ficarão lesadas e não conseguirão mais produzir HCl em quantidades suficientes o A acloridria prejudica a digestão das proteínas- pepsinogênio precisa do meio ácido para se transformar em pepsina, enzima que digere • Não há ativação da pepsina- autodigestão das células • Pode estar relacionada a autoimunidade- algum fator causa resposta imunológica no organismo, produzindo anticorpos/citocinas que agridem as células do estômago o Por exemplo, o anticorpo anti-célula parietal, que destrói as células parietais • Pode levar a anemia perniciosa, atrofia da mucosa (cél e glând), perda da capacidade de produção de fator intrínseco, deficiência na absorção de vit B12 Úlcera péptica • Perda do equilíbrio entre a intensidade da secreção de suco gástrico e o grau de proteção o Pela barreira da mucosa gastroduodenal o Pela neutralização do ácido gástrico pelos sucos duodenais • Causas o Conteúdo ácido e péptico alto- excesso de secreção de ácido e de pepsina pela mucosa gástrica (pode ser por infecção, distúrbios psíquicos, excesso de estresse produz muita acetilcolina e HCl) o Irritação (álcool, tabagismo, aspirina/ AINES) Luísa Ribeiro- MED 105 o Baixo suprimento sanguíneo (aterosclerose ou anemia) o Pouca secreção de muco- diminui a barreira mucosa, facilitando o acesso de microrganismos o Infecção (H. pylori) • Helicobacter Pylori- gram negativo, espiralado e flagelado o Urease produzida pela bactéria transforma ureia em amônia e bicarbonato o Aumenta o pH local- protege a bactéria o Ela adere às células epiteliais da mucosa- quebra essa barreira- o H+ e a pepsina começam a agir- destruição • Teste da urease- pequeno fragmento da parede do estômago é retirado e colocado em um frasco contendo ureia e um indicador de pH o Se após alguns minutos o meio mudar de cor, é dito que o teste é urease positiva, confirmando a infecção pela H. pylori o Nesse caso, a bactéria irá degradar a uréia, aumentando o pH Feedback de neutralização completa do suco gástrico • Excesso de ácido entra no duodeno- reflexo- inibe a secreção gástrica e peristaltismo no estômago- diminui esvaziamento gástrico (para dar tempo de neutralizar o excesso de quimo ácido ali o duodeno) o Reflexos nervosos o Feedback hormonal • Presença de ácido no intestino delgado- libera secretina pela mucosa intestinal para o sangue- estimula o pâncreas a secretar suco pancreático com concentração alta de bicarbonato de sódio • Suco pancreático chega no duodeno- neutralização- aumento do pH Patologias do intestino delgado/ pâncreas Insuficiência pancreática • Digestão anormal do alimento no intestino delgado • Causas o Pancreatite (álcool) o Ducto pancreático bloqueado (cálculo na papila de Vater)- não chega suco pancreático no duodeno o Remoção da cabeça do pâncreas (neoplasia maligna)- tem poucas cel pancreáticas- não produz secreção exócrina • Perda de tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase, amilase pancreática, lipase pancreática o Sem essas enzimas, até 60% da gordura que entra no intestino delgado pode não ser absorvida o 30 a 50% das proteínas e carboidratos não são digeridos • Primeiro sintoma- esteatorréia ESPRU- má absorção pela mucosa do intestino delgado • Carência nutricional pode ser por uma baixa produção de enzimas pelo Luísa Ribeiro- MED 105 pâncreas (sua absorção é boa, mas ela não tem as enzimas para realizar as quebras) ou se o problema é na mucosa do intestino delgado • Início do espru- absorção intestinal de gorduras é mais comprometida que a de outros nutrientes • Casos muito graves de espru- disabsorção de gorduras e comprometimento da absorção de proteínas, carboidratos, cálcio, vitamina K, ácido fólico e vitamina B12 • Sintomas- caquexia (desnutrição), osteomalácia (vit D), coagulação sanguínea inadequada (cálcio e vit K) e anemia macrocítica (vit B12) • Espru não tropical ou doença celíaca o Má absorção pela mucosa do intestino delgado o Efeitos tóxicos do glúten presente em certos tipos de grãos (trigo e centeio)- inflama mucosa- perde vilosidades- má absorção o Diarreia, inchaço, dor abdominal, emagrecimento, deficiência de vitaminas (A,D,E,K , B12) e osteomalácia • Espru tropical o Ocorre nos trópicos o Decorrente da inflamação da mucosa do intestino delgado provocada por agentes infecciosos (água contaminada) o Pode ser tratado com agentes antibacterianos o Diarreia, inchaço, dor abdominal, emagrecimento, deficiência de vitaminas (A,D,E,K , B12) e osteomalácia Patologias do intestino grosso Constipação • Movimento lento das fezes pelo intestino grosso • Associadaà grande quantidade de fezes ressecadas e endurecidas no cólon descendente o Pode gerar fecaloma • Causas o Reabsorção excessiva de água e líquidos no geral o Ingesta insuficiente de líquidos o Dieta pobre em fibras- faz com que a água se desloque para o lúmen o Obstrução por tumores, aderências o Psicológico Megacólon (Doença de Hirschsprung) • Falta ou deficiência de células ganglionares no plexo mioentérico na região do sigmoide • Região sigmoide fica estreita- não contrai e dilata bem- acúmulo de fezes superior Diarreia • Movimento rápido de material fecal pelo intestino grosso • Diarreia psicogênica- estímulo excessivo parassimpático- acetilcolina aumenta secreção e motilidade Luísa Ribeiro- MED 105 Enterite • Inflamação do trato intestinal- aumento da secreção e da motilidade • Causas- vírus, bactéria, helmintos, protozoários, autoimunidade (doença de Crohn ou retrocolite ulcerativa) • Cólera- a toxina do cólera estimula diretamente a secreção excessiva de eletrólitos e líquido pelas criptas de Lieberkühn no íleo distal e no cólon o A quantidade de líquido eliminado- 10 a 12 litros por dia o Sem tratamento a mortalidade é em torno de 50% o Ingestão de água contaminada pode ser causa Doença de Crohn e retrocolite ulcerativa • São doenças autoimunes que provocam lesão na parede intestinal • No geral, são tratadas com imunossupressores, para reduzir essa resposta imunológica do corpo Vômito • Irritação do trato gastrointestinal excessiva ou hiperdistenção- antiperistaltismo • Causas o Estímulos externos- olfatórios, visuais, vestibulares, gustativos, movimento (zona labiríntica) o Impulsos que venham do trato gastrointestinal, causados por irritação (antinflamatórios) o Impulsos que se originem no mesencéfalo, associados à cinetose o Impulsos do córtex cerebral o Área de obstrução no trato gastrointestinal o Hipertensão intracraniana • Inspiração profunda- onda antiperistáltica- abre esfíncter esofágico inferior e superior- contração do diafragma e músculos abdominais Obstrução gastrointestinal • Causas o Câncer o Constrição fibrótica decorrente de ulceração ou aderências peritoneais o Espasmo de segmento do intestino o Paralisia de segmento do intestino (íleo paralítico) • No piloro- vômito ácido • Abaixo do duodeno- vômito neutro ou básico • Baixa- constipação extrema com menos vômitos Gases no trato intestinal- flatos • Causas o Ar deglutido o Gases formados no intestino pela ação bacteriana o Gases que se difundem do sangue para o trato gastrointestinal • No intestino grosso, a ação bacteriana produz a maior parte dos gases • Alimentos- feijão, repolho, cebola, couve-flor, milho o Contém carboidrato indigerível que entra no cólon e é substrato para as bactérias colônicas Luísa Ribeiro- MED 105 • A maior parte dos gases produzidos no intestino se difunde através da parede intestinal- sangue- eliminação pulmonar Patologias hepáticas Fígado • Possui 450 ml de sangue- 10% do volume corporal • Em determinadas situações (pressão sanguínea retrograda do átrio)- pode se expandir e armazenar de 500ml a 1 litro de sangue extra o Alta complacência das células o O sangue vai se acumulando em todo o sistema anterior: veia cava inferior → veia porta → fígado • Conclusão: o fígado é um grande órgão venoso expansível, capaz de atuar como reservatório de sangue nos momentos de excesso e apto a fornecer sangue nos momentos de volume sanguíneo diminuído Funções metabólicas- carboidratos 1. Armazenamento de grandes quantidades de glicogênio 2. Glicogênese- síntese de glicogênio pela glicose 3. Glicogenólise- quebra de glicogênio em glicose 4. Gliconeogênese- não carbo transformados em glicose • Aumento da glicose sérica- fígado armazena glicogênio • Redução da glicose sérica- glicogenólise restaurando a glicemia normal • Em pessoa com função hepática precária- glicemia após refeição rica em carbo aumenta de 2 a 3x o Não consegue transformar em glicogênio- não armazena- mais glicose Funções metabólicas- proteínas 1. Desaminação de aminoácidos 2. Formação de uréia para remoção da amônia dos líquidos corporais 3. Formação das proteínas plasmáticas- Albumina (exceto imunoglobulinas) • Produz a maior parte das ptn do plasma • Doença hepática crônica= níveis de albumina muito baixos- reduz pressão oncótica- extravasamento de líquido dos vasos- edema generalizado • Encefalopatia hepática- fígado não transforma amônia em ureia o Acúmulo de amônia no sangue leva ao coma hepático e morte Funções metabólicas- lipídeos 1. Síntese de grandes quantidades de colesterol, fosfolipídeos e da maior parte das lipoproteínas 2. Síntese de gordura, a partir das proteínas e carboidratos Outras funções • Armazena vitaminas A, D, E, K • Armazena ferro na forma de ferritina • Sintetiza substâncias utilizadas na coagulação sanguínea o Fibrinogênio, protrombina, Fator VII o Alguns destes processos exigem a vitamina K, especialmente a protrombina e os fatores VII, IX e X • Remove ou excreta fármacos, hormônios e outras substâncias o Antibióticos, barbitúricos, hormônios esteróides e cálcio • Produção da bile • Conjugação da bilirrubina o Formação da bilirrubina não conjugada pelo baço o Transporte da BNC pela albumina o Captação da BNC pelo hepatócito o BNC vira conjugada o Excreção as vias biliares e duodeno Luísa Ribeiro- MED 105 o Funções digestivas e coloração das fezes Icterícia • Hemolítica– destruição acentuada das hemácias e o fígado não consegue excretar a bilirrubina com a mesma intensidade o Aumento de bilirrubina livre (não conjugada) • Obstrutiva– obstrução dos ductos biliares ou pela lesão dos hepatócitos o A bilirrubina se forma normalmente, é conjugada e é devolvida ao sangue por ruptura dos canalículos hepáticos congestionados, drenando de forma direta a bile para a linfa que deixa o fígado Cirrose hepática • Causas o Hepatites virais (B e C) o Esteato-hepatite não alcoólica- acumula gordura nas células hepáticas, podendo gerar inflamação crônica, comum em pessoas obesas o Hepatite alcoólica • A resistência ao fluxo sanguíneo nos sinusóides hepáticos é muito baixa (1,3L de sangue por minuto) • Células parenquimatosas (hepatócitos) destruídos– células de Ito se tornam ativadas– miofibroblastos– produzem fibras colágenas– forma-se um tecido cicatricial fibroso (conjuntivo denso) • Este conjuntivo denso contrai em torno dos sinusóides, dificultando a passagem do sangue, aumentando a pressão- Hipertensão Porta • O aumento da pressão pode resultar em ascite • Sinais e sintomas o Encefalopatia- amônia o Icterícia- conjugada o Varizes esofágicas, cabeça de medusa o Derrame pleural, ascite, edema o Diabetes mellitus- pela hiperglicemia constante o Ginecomastia- por hipogonadismo, inibição de LH e FSH, pode ocorrer inibição da testosterona e o estrogênio acaba se sobrepondo o Falência renal
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