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Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Fisiologia do Aparelho Digestivo Visão Geral do Aparelho Gastrointestinal: Alimentos e secreções glandulares Estrutura e função geral do TGI: • Movimento ao longo do tubo digestivo • Secreção: muco, tampões, hormônios e enzimas • Digestão dos alimentos: mecânica e química • Absorção dos produtos da digestão, água e eletrólitos • Armazenamento • Expulsão (defecação) • Circulação de sangue pelo TGI para transporte das substâncias absorvidas • Controle hormonal e pelo sistema nervoso • Proteção (HCl - antisséptico -, IgA e Placas de Peyer - função imunológica) Função dos órgãos do TGI: • Boca → mastigação + saliva + lipase lingual + alfa-amilase salivar + proteínas-R • Estômago: deglutição e transporte → eletrólitos e muco, armazenamento (De 1.200 a 2.00mL), secreção de enzimas digestivas e de ácido clorídrico, mistura e tritura o quimo. • Estômago: liquidificador, esterilizador, reservatório → HCl, fator intrínseco, pepsinogênios, lipase gástrica, muco, gastrina, somatostatina, histamina. • Pâncreas: secreção de enzimas (células exócrinas), de tampones (também células exócrinas), de hormônios (células endócrinas → glucagom, insulina, somatostatina) → regulação da digestão • Função Hepatobiliar (Fígado e vesícula biliar): regulação do metabolismo (hidratos de carbono, lipídeos, proteínas), secreção de bile, armazenamento de nutrientes, produção de combustíveis celulares, produção de proteínas plasmáticas, fatores de coagulação, desintoxicação, fagocitose - células de Kupfer “filtram". • Intestino grosso (IG): desidratação do quimo para a produção de fezes, armazenamento até a defecação. • Intestino delgado (ID) - imagem: digestão enzimática, absorção de água, íons, vitaminas, defesa do hospedeiro. 1 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Alimento na boca → mastigação + saliva + lipase lingual + alfa- amilase salivar + proteínas-R - deglutição e transporte no esôfago • As grandes funções do sistema digestivo são: MOTILIDADE, DIGESTÃO, SECREÇÃO, ABSORÇÃO E EXCREÇÃO! Histologia do TGI: • Musc lisa: circular, longitudinal, o b l í q u a . R e s p o n s á v e l p e l a propulsão e mistura do quimo. • M u s c u l a t u r a e s q u e l é t i c a : estriada, controle voluntário. Responsável pela deglutição e defecação. Suprimento sanguíneo do TGI: • Tronco celíaco → vaso curto e calibroso, origina-se da aorta abdominal. • Tronco celíaco divide-se em: A. gástrica esquerda, artéria esplênica e artéria hepática comum • Artéria mesentérica superior: extensa área de irrigação – pâncreas, todo intestino delgado, intestino grosso (do ceco até a flexura esplênica). • Artéria mesentérica inferior: irriga o colon descencente, sigmoide e parte superior do reto. Suprimento Sanguíneo pelo Sistema Portal: • Sistema portal: sistema que drena área extensa (porção inferior do esôfago até a parte superior do canal anal, incluindo baço, pâncreas e vesícula biliar). • A veia porta é formada: veias mesentéricas superiores + veia esplênica • A veia porta termina nos sinusoides hepáticos (v. porta → sinusoides → vv. Hepáticas → VCI) • Aplicação Clínica: em casos de hipertensão portal → varizes no esôfago (retorno de fluxo sanguíneo). • A circulação portal é de +- 1300 mL. Características: • Fluxo sanguíneo: 70% veia porta e 30% artéria hepática • Divisão histológica (lóbulos) e divisão metabólica (ácinos – com as tríades portais nas bases) • Sinusóides: de veia porta á veia porta dentro dos ácinos, com revestimento epitelial. Orifício virtual: canalículos biliares, sem revestimento epitelial, apenas um espaço onde corre a bile. • Entre o sinusoide e o hepatócito: espaço de disse (extrasinusoidal). Nesse espaço há as células estreladas, que são fibrócitos modificados. • Canal de Hering: canal entre os canalículos biliares, onde não há o revestimento epitelial • As gorduras e/ou materiais lipossolúveis são absorvidos sem passar pelo fígado, ele apenas ajuda na liberação da bile e, assim, na emulsificação. 2 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Sistema linfático: o Intestino: capilares linfáticos no interior dos vilos → absorção de lipídeos e proteínas; o Fígado: absorção de líquidos e proteínas. Princípios de transmissão de sinais no TGI: • Precisa de estímulos neurológicos, hormônios, enzimas. • A transmissão pode ser: o Endocócrina. (hormônio viaja através dos vasos sanguíneo, podendo ir agir em circ. local ou sistêmica) o Autócrina (autoestímulo) o Neurócrina (um estímulo neurológico estimulando a secreção de um hormônio, ex: acetilcolina) o Parácrina (células vizinhas). Princípios de Transmissão de Sinais no TGI: a) Transmissão endócrina: hormônios envolvidos: • Gastrina (produzida pelas células G) → secreção de HCl pelo estímulo da acetilcolina. • Colecistocinina (CCK) → secreção de bile pelas contrações da vesícula biliar → Saciedade. • Motilina • Secretina • Peptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP) • Peptídeo YY • Proglucagon derivado peptídio (GLP) o As células G produzem gastrina. É nesse local que age a acetilcolina, para produzir gastrina e consequentemente HCl. b) Transmissão neurócrina: neurotransmissores envolvidos. Muitas vezes relacionado ao nervo vago. • Acetilcolina • VIP (peptídeo intestinal vasoativo) • Substância P • Óxido nítrico • Colecistocinina • Serotonina (5-hidroxitriptanina) • Somatostatina c) Transmissão parácrina: estímulo de uma célula para sua célula vizinha, ou seja, um estímulo de uma célula para outra. Substâncias envolvidas: o Histamina (agonista mais forte na secreção de H+) o Prostaglandinas (aumentam o muco no estômago) o Somatostatina o Serotonina 3 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Controle neural da função gastrointestinal: • Sistema nervoso entérico → controla os movimentos e a secreção gastrointestinal. Possui dois plexos: 1. Plexo externo/mioentérico/Auerbach: entre as camadas musculares 2. Plexo interno/submucoso/Meissner: na submucosa • Ordem: plexo mioentérico → submucoso → epitélio. • Quando esses plexos são estimulados, agem na produção de enzimas e na motilidade (Estimulam). • Sist. nervoso entérico Simpático (principalmente pós ganglionar) e Parassimpático (pré ganglionar) Envolvem: • Quimiorreceptores, osmorreceptores e mecanorreceptores. (Slide Importante) 1. Plexo externo (mioentérico): age na regulação da musculatura local; tônus dos esfíncteres. 2. Plexo interno (submucoso): age na estimulação de células endócrinas para secreção hormonal. Diferenças entre os plexos do SN Entérico: • Plexo mioentérico (externo): o Cadeias lineares de neurônios o Principalmente excitatório (motoneurônios excitatórios: acetilcolina, substância P) o Função inibitória nos esfíncteres (motoneurônios inibitórios: VIP, NO (óxido nítrico)) • Plexo submucoso (interno): o Controla secreção, absorção, pregueamento da mucosa, fluxo sanguíneo local Interconexões entre o SN entérico e SN central: • Parassimpático: Nervo Vago o Porção craniana: fibras pré-ganglionares pelos nervos vagos. Inervam esôfago, estômago, pâncreas até a primeira metade do intestino grosso. o Porção sacral: originam-se em S2, S3 e S4 e passam pelos nervos pélvicos para a metade distal do intestino grosso. o Neurônios pós-ganglionares localizam-se nos plexos mioentérico e submucoso. • Simpático: o Fibras nervosas originam-se entre T5 e L2, passam por gânglios simpáticos. Destas cadeias simpáticas saem os neurônios pós-ganglionares para todas as partes do intestino, terminando em neurônios do SN entérico. Controle Neural da Função GI → Fibras aferentes: • Corpos celulares localizados no próprio SNE • Estimuladas por: irritação, distensão, determinadas substâncias químicas Tipos: • Fibras locais • Fibras com corpos celulares no SNE e enviam axônios pelos neurônios autonômicos para gânglios simpáticospré- vertebrais (celíacos, menestréis, hipogástricos) 4 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Fibras com corpos celulares nas raízes dorsais da medula espinhal ou nos gânglios dos nervos cranianos e enviam seus sinais para a medula espinhal ou tronco cerebral. Sistema Nervoso Autônomo: • Nervos parassimpáticos (Vago): o Iniciar salivação o Iniciar produção de HCl o Estimular enzimas pancreáticas (na fase cefálica e gástrica) o Estimular enzimas pancreáticas (na fase intestinal) o Estimular peristalse esofágica primária e secundária o Iniciar o relaxamento do esfíncter de Oddi (união do ducto colédoco com o ducto pancreático principal) o Relaxamento receptivo do estômago e duodeno o Estimular a síntese de bile o Estimular a motilidade intestinal Controle hormonal da motilidade gastrointestinal: • Principais hormônios gastrointestinais: Gastrina, secretina, colestocinina (esses três estão relacionados ao quimo) e o GIP. 1) Gastrina: • Local de secreção: células G no antro do estômago e duodeno • Estímulo primário: distensão, peptídios, aminoácidos, vago (GRP: peptídio liberador de gastrina) • Ações: secreção de HCl gástrico, mistura gástrica. Aumenta a motilidade do TGI inferior. 2) Secretina: • Local de secreção: células S do duodeno • Estímulo primário: quimo ácido • Ações: aumenta a secreção de bicarbonato, tampão biliar e do intestino delgado. Diminui a secreção de HCl através da diminuição da gastrina, diminui o esvaziamento gástrico. 3) Colecistocinina: • Local de secreção: células I do duodeno e jejuno • Estímulo primário: pequenos peptídios, aminoácidos, gorduras • Ações: aumenta as enzimas do pâncreas, contrai a vesícula biliar e relaxa o esfíncter de Oddi. Diminui o esvaziamento gástrico (para evitar refluxo, assim como a secretina). Também age aumentando a motilidade do TGI inferior. 4) Peptídeo Inibitório Gástrico (peptídio insulinotrópico glicose) – GIP: • Local de secreção: duodeno e jejuno • Estímulo primário: ácidos graxos, glicose, aminoácidos • Ações: diminui o HCl gástrico; aumenta a insulina; diminui o esvaziamento gástrico. 5) Motilina: • Local de secreção: células M do duodeno • Estímulo primário: jejum • Ações: aumenta as contrações (na fase III do complexo mioentérico migratório) → promove o esvaziamento do intestino 5 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Movimentos do TGI: 1) Movimentos propulsivos: • Condução dos alimentos no TGI • Peristaltismo é o movimento básico → ondas de contração • Estímulos: distensão, irritação química ou física do revestimento epitelial • Sinais parassimpáticos pelo neurotransmissor acetilcolina • Segmento do TGI é excitado pela distensão • Depende da integridade do plexo mioentérico • LEI DO INTESTINO ou “RELAXAMENTO RECEPTIVO” (reflexo peristáltico ou mioentérico) → relaxamento distal para a passagem do alimento • Percorre 5 a 10 cm • Velocidade: poucos cm/seg 2) Movimentos de mistura: Movimentos de mistura/ segmentares: mistura os alimentos com as enzimas para potencializar a digestão. 2.1) Movimentos propulsivos fracos 2.2) Contrações constritivas segmentares e temporárias • Mantém o conteúdo intestinal sempre triturando, separando, misturado. Ação de enzimas. Resumindo: • Movimentos ID: peristaltismo e segmentação • Movimentos IG: peristaltismo, movimentos segmentares e movimentos de massa Troca líquida e pH do TGI: • 9 litros percorrem o TGI • Estômago: pH 2 • Duodeno: pH 5 • Jejuno: pH 7,4 • Se houver alteração no pH, o ambiente não funciona bem Função imune: • Ingestão: bactérias e antígenos. • Proteção: Muco, peristaltismo. flora bacteriana, HCl (antisséptico), linfóticos e IgA e placas de Peyer o IgA → contra giárdia (diarreia em pacientes imunodeprimidos). o Flora (bactérias): proteção contra processos infecciosos e/ou alérgicos, auxilia o sistema imunológico. Estudos relacionam a presença de algumas bactérias ao controle da fome. • Grande camada de muco no estômago: para se proteger do ácido clorídrico. • Os antibióticos matam as bactérias boas, causando alteração da flora intestinal → se há aumento das bactérias ruins, o resultado é a diarreia. Regulação integrada da função gastrointestinal → aplicações clínicas: sede, apetite e fome: • Na desidratação (tanto por falta de água, quanto por diarréia): PA reduz, maior concentração (osmolaridade) e diminuição do volume sanguíneo → Vasopressina: estimula a contração dos vasos renais para reduzir a perda de água (sistema renina angiotensina) 6 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Sede: resposta à desidratação celular e vascular → aumento da osmolalidade e diminuição da pressão arterial, com diminuição do volume sanguíneo (desidratação). • Sede - Homeostase: líquidos e nutrientes. • Apetite e fome: pela diminuição da glicose sérica → impulso sensorial → ação dos hormônios • grelina. galanina e orexina, com a diminuição da colecistocinina e do peptídeo YY. o O hipotálamo é o centro da sede, fome e saciedade. o Grelina, insulina e queda de glicose: geram fome (aumenta apetite) o Apetite: ocorre diminuição da glicose sérica, impulso sensorial, agem os hormônios grelina, galanina e orexina, ocorre diminuição da colecistocinina e peptídeo YY. ▪ Apetite: a grelina, secretada pelas células do estômago, entra na corrente sanguínea e estimula a liberação do neuropeptídeo Y pelo hipotálamo, o qual aumenta o apetite. o Saciedade: leptina (tecido adiposo); resposta à insulina. ▪ Saciedade: ao ingerir quantidade suficiente de comida, os adipócitos sintetizam leptina e esta é secretada na corrente sanguínea, que age aumentando as taxas metabólicas e ao mesmo tempo inibindo a liberação do neuropeptídeo Y pelo hipotálamo. Com isso o apetite é inibido. o “Resposta à sensação de fome é afetada pela massa corporal, proverá nutrientes para o gasto energético”. 7 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Motilidade do Trato Gastrointestinal: Propulsão e mistura do alimento no tubo alimentar Motilidade TGI: mistura, propulsão Atividade elétrica: • Células intersticiais de “Cajal” (marca passos) – entre as camadas musculares • Potenciais de membrana de repouso – “ondas lentas” – ou “ritmo elétrico básico”: -70 e -80 milivolts (mV) • Potenciais de ação: -40 mV (ocorrem as contrações) • Parassimpático: neurotransmissores – acetilcolina, substância P, CCK, gastrina • Mecanorreceptores e quimiorreceptores Atividade elétrica do músculo gastrointestinal 1) Ondas lentas: Não há movimentos peristálticos. • Não são verdadeiros potenciais de ação • Alterações lentas e ondulares no potencial de membrana (variações de 5 a 15 mV) • Lenta ondulação da atividade da bomba de sódio-potássio • Frequência 3 a 12/min • Não produzem contração (Exceto estômago) 2) Potenciais em ponta (potenciais de ação): • Ocorre quando o potencial de membrana em repouso do músculo liso gastrointestinal fica mais positivo que -40 mV • São verdadeiros potenciais de ação • Frequência entre 1 e 10 / sem Canais de cálcio-sódio (influxo de cálcio e sódio): estes canais têm abertura e fechamento mais lentos. Alteração na voltagem do potencial de membrana: Despolarização: favorece o aparecimento dos potenciais em ponta Hiperpolarização: fibra muscular GI fica menos excitável (devido ao simpático: peptídio intestinal vasoativo (VIP) e óxido nítrico) Fatores que tornam mais excitável a fibra muscular (despolarizam): • Distensão do músculo • Estimulação pela Acetilcolina - Estimulação parassimpática (nervos secretam acetilcolina) - Estimulação hormonal (CCK, gastrina) Fatores que tornam menos excitável a fibra muscular (hiperpolarizam): • Efeito da Noradrenalina e Adrenalina • Estimulação simpática (nervos secretam adrenalina e noradrenalina) Influxo de cálcio (bomba sódio-cálcio) → ativação da ACTINA e MIOSINA - Nas ondas lentas não há entrada de cálcio – não há contração. ComplexoMotor Migratório (CMM): • Período: jejum (3 horas após a última refeição) • Limpeza interdigestiva • Contrações: porção média do estômago até o íleo • Quatro fases: ciclos de 75-120 minutos • Fases I, II e IV: baixa atividade • Fase III: motilina das células M do intestino delgado: 6 a 10 minutos/ciclo. Atua: nervos entéricos e autônomos. É principalmente nessa fase que ocorre a limpeza do intestino. 8 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Movimentos do TGI: Propulsão e mistura do alimento no tubo alimentar: • As ondas lentas são mais frequentes no estômago, duodeno, íleo e cólon proximal; e menos frequentes no cólon distal. As ações gerais das ondas lentas quando despolarizado acima do limiar são: o Estômago: mistura o Duodeno e íleo: propulsão o Colon proximal e colon distal: formação do haustro e armazenamento; movimentos de massa e propulsão Ingestão: 1) Mastigação • Músculos da mastigação: inervados pelo ramo motor do 5º par craniano (ramo motor trigêmeo) • Processo controlado pelo tronco cerebral (Reflexo Mastigatório) 2) Deglutição a) Fase voluntária: exercida pela língua. Estimulação de receptores da deglutição na faringe → início da fase involuntária (fases faríngea e esofágica) b) Fase faríngea: 1) palato empurrado superiormente (fechamento das narinas); 2) pregas palatofaringeanas formam a fenda faríngea; 3) fechamento das cordas vocais e elevação da laringe; 4) contração da faringe e relaxamento do ESE (esfíncter esofágico superior); 5) duração: cerca de 2 segundos. • Controle neural (ato reflexo): receptores faringe → impulsos aferentes via ramos sensitivos trigêmeo e glossofaríngeo → centro da deglutição (ponte e bulbo) → inibição do centro respiratório/ impulsos motores pelo 5º, 9º, 10º e 12º pares cranianos para faringe e esôfago superior c) Fase esofágica: - Ondas primárias: continuação da onda faríngea (duração onda: 8 a 10 seg) - Ondas secundárias: iniciadas pelo plexo mioentérico do esôfago e por arco reflexo (fibras aferentes vagais, bulbo e eferentes vagais) - Relaxamento receptivo do estômago: neurônios inibitórios mioentéricos do estômago são ativados - Esfíncter inferior do esôfago: contração tônica (10 a 25 mmHg). Relaxamento desde o início da fase esofágica até o fim da onda peristáltica. - Hiato diafragmático: função de válvula. - Aplicações: acalasia (megaesôfago), DRGE, hérnia hiatal. Acalásia: doença de Chagas: alterações na musculatura: esfíncter esofágico inferior não relaxa, causando disfagia. Leva ao megaesôfago. Hérnia hiatal → dificulta a passagem do alimento. Refluxo e queimações, regurgitação. Funções motoras do estômago: 1) Armazenamento • Reflexo vago-vagal (estômago – tronco cerebral – estômago): redução no tônus na parede do estômago (relaxamento receptivo) • Pressão permanece baixa até o conteúdo de 1,5 L • Obs: retirada do fundo: altera o relaxamento receptivo – cirurgia bariátrica 2) Mistura • Suco digestivo + alimentos → quimo • Ondas de mistura: - Iniciadas no corpo em direção ao antro - 3 a 4/min - Iniciadas pelo “ritmo elétrico básico” (ondas lentas) - Ondas progridem para o antro com aumento de intensidade → anéis constrictores peristálticos – empurram o quimo em direção ao piloro (RETROPULSÃO) • Contrações de fome (vazio por várias horas – níveis de glicemia) 9 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia 3) Esvaziamento gástrico • Contrações antriais peristálticas – bomba pilórica. 20% contrações intensas, sentido caudal. • Papel do piloro (camada muscular hipertrofiada) no controle do esvaziamento gástrico → permite a passagem de pequena quantidade de líquido. • Tempo: carboidratos 30 a 60 minutos; sólidos (carnes, gorduras) 3 a 4 horas. Controle do esvaziamento gástrico: 1) Fatores gástricos (FRACOS): a) Volume gástrico (distensão): estiramento da parede gástrica → reflexos mioentéricos (estimula a bomba pilórica, ligeira inibição do piloro) b) Gastrina: produção estimulada pela distensão e por certos alimentos. Aumenta a atividade da bomba pilórica. 2) Fatores duodenais (FORTES): a) Reflexos nervosos enterogástricos no duodeno: SN entérico (reflexos locais), SN simpático (estímulos aferentes: gânglios simpáticos pré-vertebrais → fibras simpáticas inibitórias), SN parassimpático (sinais inibitórios para o tronco cerebral via vagos). Desencadeantes: distensão do duodeno; irritantes (acidez do quimo – pH abaixo de 3,5 – 4; produtos de degradação de proteínas e gorduras) b) Feedback negativo dos hormônios intestinais (atuação parácrina): IMPORTANTE!!! - CCK: pelo jejuno, na presença de gordura - Secretina: pelo duodeno, na presença de quimo ácido - GIP: pelo duodeno, na presença de gordura e carboidratos. Movimentos do Intestino Delgado: 1) Contrações de mistura: • Contrações segmentares concêntricas, localizadas • Comprimento longitudinal: cerca de 1 cm • Provocadas pelas ondas lentas do músculo liso, controladas pelo plexo mioentérico (desencadeadas pelo estiramento do ID pelo quimo) • Função: fragmentação do quimo e mistura deste com as secreções intestinais. • Frequência: 1 a 3/min até 8 a 12/min • Bloqueadas pela Atropina (bloqueia peristaltismo) • Aplicação clínica: SII (síndrome do intestino irritável) – controle com serotonina 2) Contrações propulsivas: • Funções: impelir quimo do piloro até a VIC (3 a 5 horas); espalhar quimo sobre a superfície absortiva • Contrações fracas (em relação à bomba pilórica) – 1 cm/seg. Percorrem 3 a 5 cm. Controle do peristaltismo do ID: a) Neural (mais importante): movimentos propulsivos → resposta do plexo mioentérico à distensão do estômago à chegada de novos alimentos (reflexo gastroentérico) b) Hormonal: estimulantes: Gastrina, CCK, insulina, serotonina. Inibidores: secretina e glucagon. O quimo é bloqueado pela válcula íleo-cecal, até que ocorra nova refeição → reflexo gastroentérico Movimentos do ID: • Peristaltismo em jejum → complexo motor migratório • Descarga peristáltica: exarcebação peristáltica - Presença de substâncias irritativas (Ex: GECA – gastroenterocecolite aguda) - Nervos aferentes – gânglios autonômicos – tronco cerebral – nervos eferentes – plexo mioentérico • Aplicação clínica: diarreia • Muscular da mucosa: - pregas mucosas - ordenhamento dos quilíferos centrais nas vilosidades (fibras musculares das vilosidades) - controle pelo plexo submucoso (estímulo: quimo) 10 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Funções da válvula íleo-cecal: • Evita refluxo gástrico retrógrado do IG para o íleo • Controlar esvaziamento do íleo (aumenta tempo de absorção): - esfíncter ileocecal permanece em leve contração - reflexo gastroentérico (intensifica peristaltismo no íleo) Alterações na válvula íleo-cecal: diarreia Controle do esfíncter íleo-cecal por feedback: • Aumento da pressão no ceco • Presença de substâncias irritantes ou processos inflamatórios no ceco (apêndice inflamado) • Reflexo inibitório mioentérico e simpático (gânglios simpáticos pré-vertebrais) Movimentos do cólon: Funções do cólon: • Absorção de água e eletrólitos (metade proximal) • Armazenamento de fezes até que ocorra defecação (metade distal) Movimentos: 1) Propulsão segmentar – Movimentos de mistura (haustrações): • Contrações segmentares associadas à contração do músculo longitudinal (3 tênias) • Oclusão quase completa em um ponto e bolsas em outros – haustrações • Aplicação clínica: SII 2) Movimentos propulsivos: • Ocorrem normalmente na metade distal do cólon • Duram cerca de 30 segundos • Sequência dura até 30 minutos • Movimentos de massa • Ocorrem 1 a 3 vezes ao dia: após refeições - Reflexos gastrocólico e duodenocólico - Estimulantes: reflexos autonômicos (SN parassimpático e SNE) • Estimulam defecação Defecação • Esfíncter anal interno: espessamento da musculatura lisa circular interna alguns cm proximal ao ânus • Esfíncter anal externo: músculo estriado, circula o esfíncter interno; inervado pelo nervo pudendo;controle voluntário Reflexo intrínseco: desencadeado pela distensão. Fraco. Mediado pelo SN entérico. Provoca relaxamento do esfíncter anal interno (EAI). Reflexo parassimpático: via nervos pélvicos e medula espinhal sacral. Amplificam as ondas peristálticas no cólon distal e reto. Aplicação clínica: constipação/incontinência. No ser humano treinado, quando o momento não é apropriado, o esfíncter anal externo mantém-se contraído impedindo a defecação → desaparecimento do reflexo da defecação. O reflexo reaparece posteriormente, quando chegam mais fezes ao reto. Reflexos gastrointestinais 1) No Sistema Nervoso Entérico: Controlam secreção GI, peristaltismo, contrações de mistura, efeitos inibitórios locais 2) Reflexos do intestino para gânglios simpáticos pré-vertebrais que retornam para o TGI (sinais por longas distâncias): Movimentos de massa: cólon • Gastrocólico (excitatório) • Duodenocólico 11 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Irritação de cólon (retocolite ulcerativa) • Ileogástrico (inibitório) – quimo no íleo reduz o esvaziamento gástrico • Colonoileal (inibitório) 3) Reflexos do intestino para a medula ou para o tronco cerebral que retornam para o TGI: • Estômago e duodeno (através dos nervos vagos): relaxa o fundo e corpo do estômago com alimentos; atividade secretora • Reflexo entero-entérico (intestino-intestinal): se uma área do ID estiver superdistendida (infecção intestinal) o resto do ID irá relaxar, inibe a motilidade • Reflexos dolorosos (geralmente inibitórios) • Reto estincteriano (defecação): peristaltismo no reto e relaxamento do esfíncter anal interno. Resumo: Reflexos GI excitatórios: aumento da segmentação no intestino: • Gastro-entérico, gastro-ileal, gastro-cólico, duodeno-cólico Reflexos GI inibitórios: intestino delgado superdistendido: relaxar; cessão da motilidade: íleo-gastrico e intestino-intestinal. Distúrbios gerais do TGI: vômito Reflexo do vômito • Estímulos: mecânico, quimioterapia, infecções virais, intoxicações alimentares, gravidez, viagens (equilíbrio) Neurotransmissores (levam ao vômito quando liberados): • Serotonina (receptor 5-HT3): media estimulação vagal simpática e central • Dopamina (receptor D2): terminais vagais e zona quimiorreceptora • Substância P: nível periférico e central • Acetilcolina: receptor muscarínico (M) • Canabioides (CB1) • Histamina (H1) • Glicocorticoides Anti-peristaltismo (antecipação do vômito): • Relaxamento do esfíncter esofágico inferior • Abertura do esfíncter esofágico superior • Fechamento da glote e fossas nasais • Contração do diafragma e músculos abdominais • Zona de gatilho quimiorreceptora: assoalho do 4º ventrículo 12 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Estômago: Anatomia e fisiologia: • Possui três camadas. Funções do estômago: • Motora: armazenar, misturar (quimo), limpeza doméstica (complexo motor migratório) • Exócrina: suco gástrico • Endócrina: gastrina • Parácrina: histamina • Defesa: HCl, muco Vascularização: • Artéria gástrica direita • Artéria gástrica esquerda • Artérias gástricas curtas • Artéria gastroepiploica direita • Artéria gastroepiploica esquerda • TRONCO CELÍACO (formado pelas: artéria hepática comum, artéria lienal e artéria gástrica esquerda) Artéria gastroduodenal: úlceras → risco de sangramento arterial Inervação: • Plexos neurais internos (SN entérico) • Fibras nervosas extrínsecas (nervo vago) • Sistema simpático: adrenérgicas (inibem) • Plexos intramurais: fibras colinérgicas Acetilcolina: estimula células secretoras (HCl e gastrina) e células da musculatura lisa Glândulas pilóricas: • Células G (gastrina) → No Antro se localizam as células G (gastrina) e células Delta, as quais produzem SS. • Células D (somatostatina - SS) • Células principais (pepsinogênio) • Células mucosas (muco, bicarbonato) Glândulas fúndicas (oxínticas): • Células mucosas superfície • Células mucosas do colo (muco, bicarbonato) • Células parietais (HCl) • Células endócrinas (pepsinogênio) • Células principais (pepsinogênio, fator intrínseco (B12), gastroferrina (Fe ferroso)) Secreção gástrica: a) Glândulas oxínticas: • Produção de ácido clorídrico o Bomba Na+ Cl- o Bomba H+ - K+ ATPase (bomba de prótons) – IBP o Secreção final nos canalículos: ácido clorídrico (150 a 160 mEq/L), cloreto de potássio (15 mEq/L), pequenas quantidades de cloreto de sódio, anidrase carbônica • Células parietais: produzem o HCl • Secreção e ativação de pepsinogênio o pH ótimo para ativação: 1,8 a 3,5 o rápida inativação pH>5 b) Glândulas pilóricas: • Células G (gastrina) • Células D (somatostatina) = inibição das células G e células parietais. 13 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia o A inibição do HCl depende, portanto, da somatostatina. o Há uma bactéria que inibe a SS, assim, esse indivíduo terá mais HCl, gerando úlcera. o Já a acetilcolina estimula a produção de HCl. • Células principais (pepsinogênio) • Células da mucosa (muco e bicarbonato) Regulação da secreção gástrica neural e humoral: • Mediada pela Ach, via nervos vagos • Pepsinogênio, ácido clorídrico e muco (células mucosas) • Desencadeada: distensão, estímulos táteis, estímulos químicos (antiinflamatórios, peptídeos) Fases da secreção gástrica: relacionada com a motilidade a) Fase cefálica b) Fase gástrica c) Fase intestinal 1) Fase Cefálica: SNC: hipotálamo – núcleo dorsal do vago: estímulos químicos/psíquicos; regula células: - liberação vagal de acetilcolina (ACh) - G (gastrina) - ECL (enterocromafins like) – libera histamina, ativa receptor H2 das células parietais 2) Fase Gástrica: - Reflexos vasovagais longos (estômago – cérebro – estômago) - Reflexos entéricos locais - Gastrina (“estímulo”) - Distensão pelo alimento - proteínas: tirosina, fenilalanina - Secreção gástrica: 70% - 1500 mL - Somatostatina (células D): inibe em resposta ao pH ácido. 3) Fase Intestinal → Regulação da secreção ácida gástrica na fase intestinal: - Peptídio inibidor gástrico (GIP) - Secretina (duodeno) inibe células G - Peptídeo YY (quimo duodeno) Funções motoras do estômago: 1. Armazenamento: – Reflexo vago-vagal (estômago-tronco cerebral- estômago) → redução tônus na parede do estômago (relaxamento receptivo) – Pressão permanece baixa até o conteúdo de 1,5 L 2.Mistura: – Suco digestivo + alimentos → quimo – Ondas de mistura – Ondas de mistura o Iniciadas no corpo em direção ao antro o 3 a 4 / min o Iniciadas pelo “ritmo elétrico básico” (ondas lentas) o Ondas progridem para o antro com aumento de intensidade → anéis constrictores peristálticos ▪ Empurram quimo em direção ao piloro – RETROPULSÃO – Contrações de fome ( vazio por várias horas – níveis de glicemia) 3. Esvaziamento gástrico: - Contrações antrais peristálticas – Bomba pilórica o Obs: 20% contrações intensas são no sentido caudal – Papel do piloro (camada muscular hipertrofiada) no controle do esvaziamento gástrico → permite a passagem de pequena quantidade de líquido – Tempo : carboidratos 30 – 60 minutos o sólidos ( carnes,gorduras ) 3 – 4 horas 14 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Funções motoras do estômago: → Controle do esvaziamento gástrico: 1. Fatores gástricos (fracos) a) Volume gástrico (distensão): – Estiramento da parede gástrica → reflexos mioentéricos (estimula a bomba pilórica, ligeira inibição do piloro) b) Gastrina: – Produção estimulada pela distensão e por certos alimentos – Aumenta atividade da bomba pilórica 2. Fatores duodenais (fortes): a) Reflexos nervosos enterogástricos no duodeno: » SN entérico (reflexos locais): o SN simpático (estímulos aferentes → gg. simpáticos pré- vertebrais → fibras simpáticas inibitórias o SN parassimpático (sinais inibitórios para o tronco cerebral via vagos) Desencadeantes: distensão duodeno, irritantes, acidez do quimo ( Ph abaixo 3,5 – 4 ), produtos de degradação de proteínas e gorduras. b) Feedbacknegativo dos hormônios intestinais (atuação parácrina) o CCK → pelo jejuno na presença de gordura o Secretina → pelo duodeno na presença de quimo ácido o GIP → pelo duodeno na presença de gordura e CH Fatores afetando o esvaziamento gástrico: • Ácido: secretina, colecistocinina • Gorduras: GIP • Aminoácidos/peptídeos: gastrina Aplicações Clínicas: Doenças ácido-péptica: toda aquela decorrente da agressão clorídrico-péptica Úlcera: gástrica e duodenal • H. pylori – dependentes • AINES / AAS – dependentes • Hormonais: mastocitose / gastrinoma • Secundárias a doenças granulomatosas (Crohn) • Idiopáticas DRGE e suas complicações: • Sem esofagite endoscópica • Com esofagite endoscópica • Manifestações atípicas DROGAS QUE ATUAM NA SECREÇÃO GÁSTRICA: Importante!!! Estimulam a secreção gástrica: histamina, acetilcolina, gastrina Inibe a secreção gástrica: somatostatina A somatostatina também inibe a histamina e a gastrina! • Bloqueadores H2: agem nos receptores de histamina (H2) o Drogas : Cimetidina ( 800 mg/dia VO após jantar ou 300mg c/6h IV ) ▪ Ranitinia ( 300mg/dia VO ) “ “ ou 50 mg c/6hIV ) ▪ Famotidina ( 40 mg/dia VO ) ▪ Nizatidina ( 300mg/dia VO ) 15 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Inibidor da bomba de prótons (IBP): indicações: úlceras pépticas, DRGE, H. pylori o Funcionamento: ▪ Inibem H+K+APTase ▪ Maior ação antissecretora (100%) ▪ Prolongado tempo de ação (18-24h) ▪ Percentuais de cicatrização superiores aos BlH2 ▪ Cicatrização de úlceras refratárias aos BlH2 OBS: hipergastrinemia, uso prolongado em ratos ( 2 anos, dose 2000 vezes, aumento da densidade das células enterocromafins – carcinóide e Ca gástrico ( liberado FDA ) ▪ Tolerância: “boa “ ; cefaléia, diarréia,dor abdominal, erupções cutâneas, náuseas, flatulência e infecções respiratórias. ▪ Gravidez : categoria B1 : estudos em animais ( - ) / humanos não conhecido ▪ Leite : não conhecido o Omeprazol: 20 mg /dia VO ; 40mg IV lento 6-12hs / bolo 3hs o Lanzoprazol 30 mg o Pantoprazol 40 mg o Esomeprazol 40 mg o Rabenprazol 20 mg o INDICAÇÕES PARA IBP: - Úlcera péptica - DRGE - Profilaxia ( AINEs): acima de 60 anos,antecedentes de úlcera ou hemorragia,infecção pelo H.pylori,uso de anticoagulantes, corticóides ) - Erradiacação do H.pylori ( associado antibióticos ) - Pacientes de alto risco de hemorragia - Dispepsia funcional tipo úlcera .... Alterações na secreção de ácido: Estado hipersecretor: • Diminuição de células D • Diminuição de somatostatina • Aumento de gastrina • Aumento de metaplasia gástrica Estado hipossecretor: • Diminuição de glândulas oxínticas → atrofia do corpo gástrico Doença ulcerosa péptica • AINE: reduzem secreção de muco e bicarbonato • Síndrome de Zollinger-Ellison: tumor produtor de gastrina • Infecção pelo Heliobacter pylori: gastrite crônica – diminui mecanismos de defesa da mucosa gástrica ao pH ácido. H. pylori estimula a produção de gastrina pelas células G do antro, inibe as células D (somatostatina). CIRURGIA BARIATRICA : FISIOLOGIA • Alteração anatomia : Vol 20 ml ( alteração relaxamento receptivo ) o Passagem rápida nutrientes • GRELINA : - Diminuição células no fundo gástrico → Diminuição apetite • PYY : Redução do apetite • GLP-1 : estimula secreção de insulina • OXM ( OXYNTOMODULINA ) : redução do apetite 16 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Glândula Salivar, Mastigação, Deglutição e Esôfago Funções das glândulas do tubo digestivo: secretam enzimas digestivas; produção de muco (proteção e lubrificação). Tipos anatômicos:: Glândulas mucosas Ex: células caliciformes. Características do muco: • Aderência (filme) • Consistência (evitar o contato direto das partículas dos alimentos com a mucosa) • Baixa resistência ao deslizamento • Formação das fezes (partículas fecais aderem) • Resistente à digestão por enzimas • Tamponar ácidos ou bases Glândulas tubulares (epitélio colunar) • Presentes no estômago e no duodeno. • Invaginações do epitélio sobre a mucosa (ex: criptas de Lieberkun no ID). • Glândulas complexas associadas ao TGI (salivares, pâncreas e fígado). Mecanismo de secreção pelas células glandulares: 1. Secreção de substâncias orgânicas 2. Secreção de água e eletrólitos Mecanismo de estimulação das glândulas do TGI: • Estimulação epitelial (tátil, irritação química, distensão da parede intestinal) → estimulação via SNE • Parassimpático → secreção glandular, dilatação vascular, contração mioepitélio • Simpático → secreção transitória, contração vascular, contração mioepitélio. A secreção simpática pode bloquear a secreção abundante desencadeada pelo parassimpático ou por reflexos hormonais. • Estimulação hormonal (pp, suco gástrico, suco pancreático e bile) Glândulas Salivares: • São elas: parótidas, submandibulares, sublinguais e pequenas glândulas orais. Características da saliva: • Secreção serosa: amilase salivar (digestão de amido) • Secreção mucosa: mucina (lubrificação) • pH saliva: entre 6 e 7 • Secreção diária: 800 a 1500 mL • Rica em K+ e HCO3-, pobre em Na+ e Cl- Parótidas → exclusivamente serosas Submandibulares e sublinguais → mistas Glândula composta típica: ácinos e ductos • Ácinos → amilase e mucina em solução de íons • Ductos → modificação da composição (rica em K+ e pobre em Na+ e Cl-) 17 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia A. Parótida: secreta fluido aquoso, sem mucina (seroso). 25% do total. Nervo glossofaríngeo. B. Sumbmaxilar: mistura de fluido seroso/mucoso. 70% do total. Nervo facial. C. Sublingual: fluido mucoso, 5% do total. Nervo facial. • As células podem ser: acinares (serosa, mucosa ou sero-mucosa); ductais ou mioepiteliais. Ductos → dois mecanismos de transporte ativo: • Reabsorção ativa de sódio em troca de potássio. Cloreto reabsorvido passivamente. • Bicarbonato secretado pelo epitélio ductal (troca pelo cloreto + secreção ativa). A perda excessiva de saliva pode levar à hipocalemia (deficiência de potássio). • O paladar e estímulos táteis estimulam os núcleos salivares no tronco cerebral. • A área do apetite (no hipotálamo) regula parte da função dos núcleos salivares. • A maior parte da estimulação para a salivação é controlada pelo parassimpático. Componentes e funções da secreção salivar: • Água (solubilização) e eletrólitos (pH) • Muco (lubrificação, deglutição e fala) • Enzima ptialina (alfa-amilase) • Enzimas bactericidas (lisozima) • Núcleos salivatórios (ponte e bulbo) → regulação da secreção salivar → facial/glossofaríngeo → tônus PS (parassimpático) • Influências sensoriais: visão, olfação, tato, gustação, memória e do TGI Funções da secreção salivar: • Lubrificar o alimento • Iniciar a digestão: alfa-amilase (ptialina) – digestão do amido; lipase lingual (glândulas de Von Ebner – língua): hidrolisar triglicerídeos da dieta • Proteger a boca (resfriamento) • Funções antimicribianas (IgA) • Auxiliar no processo da coagulação: fator ativador de plaquetas • Higiene oral: tamponamento e limpeza (deglutir, cuspir) → Revisão – Ingestão (pagina 9) Aplicações clínicas: regulação do fluxo salivar: Aumenta o fluxo salivar: • Parassimpático (NC VII e IX), acetilcolina, VIP (peptídeo intestinal vasoativo) • SNC (na fase cefálica, sensorial) • Náusea • Distensão esofágica • Alimentos mastigáveis, saborosos • Alimentos secos, ácidos • Carnes, doces, alimentos amargos Reduz o fluxo salivar: • Simpático, NE • Hormônios: ADH, aldosterona – conservam água e sal quando o volume é reduzido • Sono • Desidratação (Ativa hormônios) • Drogas, quimioterapia • Envelhecimento (reduz o tônus do SNA; glândulas podem sofrer atrofia) 18 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Transtornos da ingestão: a) Transtornos estruturais: estenose luminal e divertículos b) Transtornos motores: paresia (debilidade do músculo); disfunção do esfíncter; transtornos espásticos Disfagia neurogênica→ esclerose lateral amiotrófica; lesão cerebral (trauma, cirurgia). • Clínica: disfagia (dificuldade na deglutição), regurgitação nasal, aspiração (pneumonia recorrente). Esôfago: Inervação do esôfago: • Vago: fibras musculares lisas e esqueléticas • Musculatura esquelética: neurônios motores somáticos (núcleo ambíguo) • Musculatura lisa: vago com sinapses do plexo mioentérico Secreção mucoide → função de proteção → Página 9: Revisão da fase faríngea e esofágica da deglutição. Ingestão: Esfíncter Inferior do Esôfago: • Contração tônica 10 – 25 mmHg • Relaxamento desde o início da fase esofágica até o fim da onda peristáltica • Hiato diafragmático → função de válvula Aplicações clínicas: • Alterações motoras → acalasia • DRGE, hérnia hiatal, câncer. Acalásia e megaesôfago: • Acalasia = falta de relaxamento • Esfíncter esofágico inferior não relaxa durante a deglutição • Lesão do plexo mioentérico nos 2/3 inferiores do esôfago • Etiologia: idiopática e chagásico • Consequência: dilatação a montante, atonia e estase esofágica Megaesôfago → Caso clínico 1: • 29 anos, sexo M, profissão caixa de banco. • Dor retro-esternal há 2 anos, episódica e intensa com duração de 10 a 20 minutos, aparece tanto espontaneamente quanto aos esforços e durante a alimentação. • Crises de dor e dificuldade para engolir alimentos sólidos. • Paciente em boas condições gerais ao exame físico. o Na manometria esofágica: alteração no esfíncter esofágico inferior (não relaxa – a pressão não diminui). o Diagnostico: megaesôfago DRGE (Doença do Refluxo GastoEsofágico) → Caso clínico 2: • 48 anos, sexo F, tabagista • Pirose, regurgitações, tosse noturna há 3 anos • Disfagia progressiva para sólidos há 6 meses com emagrecimento de 2kg há 3 meses. • Paciente em boas condições gerais ao exame físico. o Estenose esofágica após DRGE 19 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Fisiopatologia da DRGE: Fatores funcionais: • Disfunção do esfíncter esofágico inferior (hipotonia) Hipotonia: • Pressão : 14 – 30 mmHg o < 10 → episódios de refluxo o < 5 → refluxo freqüentes • Hipotonia primária: neural • Hipotonia secundária: a outras patologias (doença do colágeno, medicamentos hormônios, etc) Relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior (EIE) → RTEIE • Distensão gástrica • Refeição • Intubação faringeana → Fatores que modulam a frequência do relaxamento: postura, sono, anestesia → O nível de constratibildade, a onda peristáltica, é a mesma tanto para líquidos, quanto para sólidos. Fatores predisponentes: Hérnia hiatal: • 60% população normal acima de 40 anos • 9 % têm sintomas DRGE • Esofagite não erosiva 29 % • Esofagite erosiva 71% Fisiopatologia : • Dissociação entre esfíncter esofágico interior e crura diafragmática • Diminuição da extensão do EEI e pressão basal do EEI • Maior frequência de relaxamentos transitórios do EEI durante a distensão gástrica • Diminuição da depuração esofágica • Ocorrência de re-refluxo • Aumento da área transversal da junção esofagogástrica Câncer: Carcinoma Escamocelular no Esôfago → Caso clínico 3: • 59 anos, sexo masculino • Etilista, tabagista (1 maço há 20 anos) • Desconforto retroesternal há 1 ano • Disfagia progressiva há 4 meses • Rouquidão há 2 meses • Hematêmese há 24 horas • Emagrecimento de 8 kg • Diagnóstico: carcinoma escamocelular → esôfago Fisiologia dos Distúrbios Gastrointestinais Distúrbios da deglutição e do esôfago: paralisia do mecanismo da deglutição; acalasia. • Acalasia: peristaltismo esofágico defeituoso e falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante a deglutição. Sintomas esofágicos: • Disfagia: dificuldade de deglutição. • Pirose: azia, sensação semelhante a de queimação. • Regurgitações • Odinofagia: dor durante a deglutição do alimento, enquanto ele está passando pelo esôfago para chegar ao estômago. • Dor retoesternal: dor cardíaca causada pela doença arterial coronariana. • Sialorréia ou Ptialismo: Hipersalivação. 20 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Paralisia do mecanismo da deglutição Causas: • Lesões do 5º, 9º ou 10º pares cranianos (impulsos motores) • Poliomielite/encefalites (pode lesar o centro da deglutição no tronco) • Doenças neuromusculares (distrofia muscular, miastenia gravis, botulismo) Consequências: • Abolição completa da deglutição • Incapacidade de fechamento da glote → aspiração • Incapacidade do palato e úvula de fechar as fossas nasais superiores → alimento reflui pelas narinas Disfagia neurogênica → esclerose lateral amiotrófica; lesão cerebral (trauma, cirurgia). Clínica: • Disfagia (dificuldade na deglutição) • Regurgitação nasal • Aspiração (pneumonia recorrente) Acalásia e megaesôfago: Aclásia → peristaltismo esofágico defeituoso e falta de relaxamento do esfíncter esofágico inferior durante a deglutição. • Esfíncter esofágico inferior não relaxa durante a deglutição • Lesão do plexo mioentérico nos 2/3 inferiores do esôfago • Etiologia: idiopática (ao acaso, causa desconhecida) e chagásico (por Chagas) • Consequência: dilatação a montante, atonia e estase esofágica Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) • Conceito: é a afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenalpara o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra- esofagianos associados ou não a lesões teciduais. Mecanismos anti-refluxo gastroesofágico: 1. Fatores anatômicos: • Entrada oblíqua do esôfago • Pilar direito do diafragma • Anel diafragmático • Roseta da mucosa gástrica: pregas concêntricas da mucosa gástrica, na transição entre o esôfago e o estômago, ajuda na contenção do conteúdo gástrico 2. Fatores funcionais: • Esfíncter esofágico inferior P > 10 mmHg • Clareamento esofágico • Saliva • O tônus normal do EEI é uma barreira fisiológica ao refluxo. Uma redução do tônus do EEI ou encurtamento do segmento EEI permite o refluxo ácido. • Resistência da mucosa esofágica: o Pré-epiteliais (são as barreiras físicas, como muco, bicarbonato, camada líquida inativa); o Epiteliais (escamoso estratificado); fluxo sanguíneo a) Barreira anatômica: membranas celulares, junções intercelulares, matriz glicoproteíca intercelular b) Barreira fisiológica: Resistência elétrica secundária a uma diferença de potencial elétrico que dificulta a penetração do íon H+ /Mediado pelo bicarbonato intracelular “tampão” Bomba de Na / H ( Células) Pós epitelial: fluxo sanguíneo • Volume e esvaziamento gástrico → Esvaziamento gástrico e pressão intra abdominal: o Obesidade o Gravidez o Dieta o Alterações na motilidade gástrica: aumento da pressão intra gástrica, diminuição do esvaziamento, acomodação alterada 21 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Disfunção do EEI (hipotonia primária/secundária): o Pressão: 14 – 30 mmHg o < 10 “ episódios de refluxo o < 5 “ “ refluxo freqüentes o Primária: neural o Secundária: a outras patologias (doença do colágeno, medicamentos,hormônios etc ) • Relaxamento transitório do EIE (RTEIE): o Distensão gástrica o Refeição o Intubação faringeana o Fatores que modulam a freqüência do RTEIE: postura, sono, anestesia. • Natureza agressiva do material refluído: o combinação de refluxo ácido e do refluxo duodenogástrico estão correlacionados com lesões mais graves o ação lesiva do ácido: período de “tempo em contato” o a maioria dos pacientes apresenta secreção ácida normal o Natureza do refluxo: líquido / gasoso o Ação detergente da bile ( Barrett ), pepsina, osmolaridade o “Bolsa ácida” : ocorre no período pós-prandial se origina de um reservatório de ácido, sobrenadando o conteúdo gástrico ( 70 ml após as refeições e dura 2 horas ) • Clearance insuficiente devido às alterações motoras: o maior frequência de falhasnas contrações primárias o amplitudes de ondas peristálticas com média menor o propiciam um aumento do tempo de contato do material refluído o decorrentes da inflamação esofágica ou disfunção primária esofágica o Prolongamento do tempo de depuração esofágica ( elevar o pH acima de 4 ) 3. Fatores predisponentes: • Hérnia hiatal → 60% população normal acima de 40 anos; 9 % têm sintomas DRGE; Esofagite não erosiva 29%; Esofagite erosiva 71% o Fisiopatologia: ▪ Dissociação entre EEI e crura diafragmática ▪ Diminuição da extensão do EEI e pressão basal EEI ▪ Maior freqüência de relaxamentos transitórios do EEI durante a distensão gástrica ▪ Diminuição da depuração esofágica ▪ Ocorrência de re-refluxo ▪ Aumento da área transversal da junção esofagogástrica • Obesidade: o Hipotonia do EEI o Relaxamentos transitórios do EEI estimulados pela distensão gástrica o Alterações na motilidade esôfago: não específicos, nutcracker, o Hérnia hiatal o Alterações na motilidade gástrica: aumento da pressão intra gástrica diminuição do esvaziamento acomodação alterada • Gravidez • Sonda nasogástrica • Aumento da pressão intra-abdominal (ascite, gravidez, obesidade, exercícios) • Diminuição da força de fechamento esfincteriano (esclerodermia, hormônios, idiopático) • Sonda nasogástrica • Medicamentos (teofilina, bloqueadores dos canais de Ca, anticoncepcionais, anticolinérgicos, alendronato) • Alimentos (gordurosos, frituras, chocolate, mentas, frutas cítricas, álcool, café) Diagnóstico DRGE – Anamnese: • Pirose (azia) • Regurgitação ácida • Idade > 40 anos • Sinais de alarme: disfagia, odinofagia, anemia, hemorragia digestiva, emagrecimento • Outros: histórico familiar de câncer, náuseas, vômitos 22 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Intensidade dos sintomas • Ocorrência noturna • Manifestação esofágica: dor torácida retroesternal sem evidência de enfermidade coronariana (dor torácica não cardíaca). • Manifestação pulmonar: asma, tosse crônica, hemoptise, bronquite, bronquiectasia, pneumonias de repetição. • Manifestação otorrinolaringológica: rouquidão, pigarro (clareamento da garganta), laringite posterior crônica, sinusite crônica, otalgia. • Manifestação oral: desgaste no esmalte dentário, halitose, aftas. Fluxo Sanguíneo Gastrintestinal Sistema Portal: • O fígado tem uma dupla irrigação: arterial e venosa. • Tudo que é absorvido no intestino passa pelo fígado. Ao chegar no fígado tem a veia porta se ramifica e compõe a tríade portal (veia porta + artéria hepática + ducto biliar) e camadas de hepatócitos. • Lobo hepático: estrutura básica do fígado. • Os sinusóides ficam entre os hepatócitos. • V. Centro Globular (no centro do lobo hepático) compõe a V. Hepática • No fígado, o endotélio vascular é fenestrado: deixa L e moléculas sairem do vaso sanguíneo, para, assim, esses passarem pelos hepatócitos e realizar sua função: destoxificação (por conta do seu metabolismo). • O Sistema Portal drena área extensa (porção inferior do esôfago até a parte superior do canal anal, incluindo baço, pâncreas e vesícula biliar). o Veia porta = vv. mesentéricas superiores + v. esplênica o V. porta termina nos sinusóides hepáticos o V. porta ︎ sinusóides ︎→ vv. hepáticas ︎→ VCI Fígado: • Fígado ︎ encruzilhada entre o TGI e a circulação sistêmica. • Funções: o Processamento aas, CH, lipídios e vitaminas o Fagocitose de material particulado que chega à circulação esplâncnica • Mø no fígado é chamado de células de Kupffer (com função fagocitária). o Síntese de proteínas séricas • O fígado sintetiza: proteínas séricas (albumina), globulinas e fatores de coagulação (tanto que um dos sinais de doença hepática crônica são tendencias hemorrágicas - o individuo apresentar muitas equimoses) o Biotransformação de metabólitos circulantes o Detoxicação e excreção para a bile dos produtos endógenos de desgaste e dos xenobióticos poluentes • Fluxo sanguíneo hepático: 60 a 70% v.porta e de 30 a 40% a. hepática 23 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Classificações: a) Divisão histológica clássica ︎ lóbulos hexagonais (veias centro-lobulares) - classificação mais usada b) Divisão metabólica ︎ ácinos (tríades portais nas bases e veia hepática terminal) c) Zonas 1, 2 e 3 (mais afastada do suprimento sanguíneo) • Nessa imagem,, observamos a região central de um lóbulo hepático, composto principalmente por uma veia centro-lobular (V) e por cordões de hepatócitos que se distribuem radialmente ao redor da veia. As setas indicam os inúmeros vasos de pequeno calibre, principalmente capilares do tipo sinusóide, que compõem o estroma hepático. • Placas de hepatócitos • Sinusóides entre a trave de hepatócitos • Sinusóides revestidos por células endoteliais fenestradas e descontínuas • Espaço de Disse: ︎ extra-sinusoidal (entre placa de hepatócitos e sinusóides) o Espaço de Disse: é virtual, contém as células estreladas, onde é acumulado o líquido em casos de hipertensão portal. Esse líquido se acumula e gera ascite. • Na cirrose hepática há a capilarização o dos sinusóides (não serão mais fenestrados). Assim, dificulta o contato das substâncias com os hepatócitos. • Fibrose hepática em um estado grave → cirrose hepática • A fibrose endurece os tecidos, então na cirrose o fígado é enrijecido. • Função dos hepatócitos: desotoxificante e produtores de bile (emulsificante) Ascite: • Principalmente (mas não apenas) relacionada a distúrbios hepáticos: consequência da hipertensão portal. • Causas da ascite (acúmulo de líquido abdominal, inclusive, no espaço de Disse): 1ª. Cirrose hepática (70. - 80% das ascites) 2ª. Insuficiência cardíaca conjestiva (ICC) 3ª. Carcinoma Peritoneal 4ª. Tuberculose Peritonial (TB) - a tuberculose mais comum é a pulmonar 5ª. Causas miscelânias (menos comum): pode ser por hipotireoidismo, desnutrição, etc. Histologia Hepática: • Células de Kupffer (SRE) ︎ compartimento luminal das células endoteliais • Células de Ito ou células estreladas ︎ no espaço de Disse • Entre hepatócitos adjacentes delimitados por suas MP ︎ canalículos biliares • Os canalículos biliares começam na região centro- lobular e confluem progressivamente até os ductos biliares nos espaços porta (onde surge o epitélio biliar). o O ducto biliar começa na tríade portal, antes era canalículo biliar (espaço entre os hepatócitos, onde a bile escorre). 24 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Funções da circulação portal: • Remoção de bactérias e materiais particulados pelo SRE • Absorção de materiais hidrossolúveis pelos hepatócitos o Substâncias hidrossolúveis (alimentos como aa, carboidratos) são absorvidas pelas vênulas da microvilosidades intestinais. Essa veicula chegará na v. mesenéria, a qual vai para a veia porta e, depois, para o fígado. • Materiais lipossolúveis são absorvidos pelos sist. linfático intestinal e conduzido à circulação sistêmica pelo ducto torácico o Sua absorção inicial não passa pelo fígado, pois são absorvidos pelo sistema linfático). o Ducto torácico → circulação sistêmica → ai vai p/ o fígado. Mas sua absorção não depende dele, pois são os linfonodos que levarão essas subst. p/ circ. sist. Controle Nervoso do Fluxo Sg - Estimulação Neural: • Parassimpático ︎ estômago e parte inferior do cólon ︎ aumenta fluxo sanguíneo e secreção glandular • Simpático ︎ todo TGI ︎ vasoconstricção acentuada • Vasoconstrição acentuada / prolongada ︎ vasodilatação humoral (escape auto-regulador) • Controle nervoso permite vasoconstricção intestinal e esplâncnica durante exercício e choque ︎ redirecionamento do fluxo sanguíneo Efeitos da Atividade e Fatores Metabólicos sobre o Fluxo Sg: • Fluxo sanguíneo em cada área e camada depende da atividade (peristaltismo, secreção, absorção) • Hormônios vasodilatadores: colecistocinina, VIP, gastrina, secretina, calidina e bradicinina.o Estimulação Humoral: por hormônios locais que podem provocar vasodilatação, vasoconstrição… • Diminuição concentração O2 parede intestinal ︎ ADP (vasodilatador). Função Hepatobiliar Funções Básicas do Fígado: • Funções vasculares: armazenamento e filtração • Funções metabólicas • Funções secretoras e excretoras: formação da bile (a bile é com se fosse um “suco hepático - o que é produzido pelo fígado“). Anatomia Fisiológica: • Veia central (centro-lobular ou hepática terminal) ︎ deságua nas vv. hepáticas e sistema cava • Placas hepatocelulares • Vênulas porta ︎ nos espaços porta; recebe sangue intestinal pela v. porta • Sinusóides hepáticos ︎ células endoteliais fenestradas (com aberturas) e leitos vasculares amplos • Células de Kupffer (compartimento luminal das células endoteliais) • Arteríolas hepáticas ︎ nos espaços porta 25 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Espaço de Disse: extra-sinusoidal (entre placa de hepatócitos e sinusóides), conectam-se com os vasos linfáticos nos septos interlobulares Funções Vasculares do Fígado: • Fluxo sanguíneo hepático ︎ o 1450 ml/min ! 1000 ml/min ︎ sistema porta o 450 ml/min ︎ artéria hepática • Fígado armazena em cada momento ~400 ml (8% do volume total de sangue). • Baixa resistência ao fluxo sanguíneo pelos sinusóides: o Pressão v. porta ︎ 9 mmHg o Pressão v. cava ︎ 0 mmHg • Baixa resistência ao fluxo sanguíneo pelos sinusóides • Hipertensão portal ︎ → bloqueio ao fluxo sanguíneo pelo fígado:pressão das v.v. (que, como visto acima) é baixa começa a se elevar. • Formação de linfa ︎ espaços de Disse: o Metade da linfa formada no organismo procede do fígado o Linfa que sai tem concentração de proteínas semelhante ao plasma • Sistema hepático de macrófagos (células de Kupffer) ︎ impede translocação bacteriana • Ascite Hipertensão Portal: • Com o bloqueio sanguíneo, o sangue forma circulações colaterais, comumente, no esófago e no estômago → formando varizes esofágicas (maioria), varizes gástricas e varizes esôfago-gástricas. Essas varizes vão dilatando e podem até estourar, gerando um sangramento. • Se o paciente tiver sangramento esofágico: ou irá vomitar sangue ou ter melena (sangue parcialmente digerido nas fezes, com odor bem forte) o Causas cirrose (principal), trombose na veia porta, esquistossomose o Função de reservatório (ex. ICC) o A hipertensão portal pode ser: o Pré Sinsoidal o Sinsoidal o Pós Sinsoidal → por trombose ou por tamponamento cardíaco. Obs: outra possível circulação alternativa é a volta da circulação umbilical, ou circ. colateral no abdome, também gerando varizes, mas essas não costumam gerar sangramento. Funções. Metabólicas do Fígado: • Metabolismo dos CH : 1. Armazenamento de glicogênio 2. Conversão de galactose e da frutose em glicose 3. Gliconeogênese 4. Formação de substâncias importantes a partir de produtos intermediários do metabolismo dos CH Metabolismo dos Carboidratos: • Manutenção da glicemia (função de tamponamento • da glicose) o Fígado e músculo estriado armazenam maior quantidade de glicogênio 26 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia o Importância glicogênio ︎ armazenamento de grande quantidade de CH sem modificar a pressão osmótica LIC • Armazenamento da glicose sob a forma de gordura após saturação dos estoques de glicogênio o Esteatose hepática • Conversão da Frutose e da Galactose em Glicose o Produtos finais da digestão dos CH: glicose (80%), frutose e galactose o Frutose e galactose são convertidas no fígado por enzimas específicas em glicose - Glicogênese: formação do glicogênio. Quando há excesso de glicose, o organismo quer transf. Essa glicose em glicogenio para armazená-la no músculo e no fígado. - - - Glicogenólise: quebra glicogênio para fornecer glicose ao organismo. - - Gliconeogenese: No fígado. Forma glicose a partir de outros compostos (não sacarídeos), transf. Aa e gorduras em glicose. Ex: no jejum ou ao passar fome: 1º queima a glicose. 2ª fonte de energia: queimar o glicogênio, ao acabar a glicose e o glicogenio. 3º Fonte de Açúcar: organismo começa a quebrar as gorduras e proteínas. Gliconeogênese: • Formação de CH a partir de aas e do glicerol das gorduras. • 60% dos aas das ptns corporais podem ser facilmente convertidos em CH • Aas → ︎ processos de desaminação e de várias interconversões simples • Ex.: alanina ︎ ác. pirúvico ︎ glicose ︎ glicogênio • Interconversões semelhantes podem transformar glicerol em glicose ou glicogênio Metabolismo das Gorduras: 1. Oxidação dos ácidos graxos para a produção de energia 2. Formação de lipoproteínas 3. Síntese de colesterol e fosofolipídios o Fosfolipídios são componentes da bile e é um dos componentes que da a solenidade dos sais biliares na bile. o Colesterol: fígado pega o excesso de colesterol e consegue excretar junto a bile 4. Conversão de CH e ptns em gorduras e de ptns e gorduras em CH • Gorduras ︎ → quebradas em glicerol e ácidos graxos ! Beta oxidação de ácidos graxos • Ácidos graxos são clivados em radicais acetil • Radicais acetil ︎aceti lCoA • Acetil CoA entra no ciclo do ácido cítrico para a beta oxidação • Fígado incapaz de utilizar todo acetil CoA o 2 acetil CoA ︎ ácido acetoacético (solúvel nos líquidos corporais) o Nos tecidos, ácido acetoacético convertido em acetil CoA e oxidado para produção de energia 27 Glicogênese e Glicogenólise (Carboidratos): Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Metabolismo das Lipoproteínas/ Gorduras: • 3 lipoproteínas relacionadas com transporte de colesterol para depósitos nas células o VLDL → IDL → LDL • VLDL formada no fígado ︎ triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios, apoproteína B100 • HDL - função: retirar gordura das paredes arteriais. Como funciona o HDL? Recolhe cristais de gorduras das paredes das artérias, para não se depositarem e ocorrer a arteriosclerose. • Lipoproteína-lipase: o Parede dos capilares teciduais o quebra triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol • Estes são armazenados ou utilizados para produção de energia • VLDL se transforma em IDL e depois em LDL • Estrutura das LDL: o Centro: colesterol esterificado o Superfície: fosfolipídios, colesterol não esterificado e apo B100 o Maioria das células têm receptores apo B100 ︎ LDL liberam colesterol e fosfolipídios para as células (finalidades estruturais) • HDL (high density lipoprotein): o Formadas no fígado e enterócito o Não possuem apo B100 o Muitas possuem apo AI e apo AII o Absorvem cristais de colesterol que se depositam nas paredes arteriais • Síntese de colesterol e fosfolipídios • Fígado transforma excesso de energia (CH e ptns) em triglicerídios o VLDL transportam triglicerídios para tecido adiposo Metabolismo das Proteínas: 1. Desaminação dos aminoácidos 2. Transformação de amônia em uréia 3. Formação de proteínas plasmáticas 4. Interconversão entre diferentes aas e entre aas e outros compostos • Aminoácidos: possuem um radical amina (-NH2) e um radical acídico (-COOH). o Ligam-se entre si por ligações peptídicas formando proteínas. • Desanimação: o Início do processo que transforma os aas em glicogênio e gorduras o Ocorre no fígado o Excesso de proteínas / aas nos líquidos corporais o Transformados em compostos semelhantes a glicose e cetoácidos 28 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • Formação de uréia: o Amônia liberada durante a desaminação removida pela transformação em uréia ▪ 2 moléculas de amônia se ligam a CO2 para formar a uréia. o Processo se dá no fígado o Na presença de hepatopatia ︎ acúmulo de amônia ︎ encefalopatia hepática o Encefalopatia Hepática por excesso de uréia no sangue → Coma hepático (reversível e provavelmente voltará sem sequelas). Tratamento: medicamentos que reduzem a uréia sérica. Transformação da amônia emuréia: • Formação das Proteínas Plasmáticas: o Tipos de proteínas plasmáticas: ▪ Albumina ︎ responsável pela pressão coloidosmótica ▪ Globulinas ︎ formam os anticorpos ▪ Fibrinigênio e fatores de coagulação ︎ cascata de coagulação Maior parte sintetizadas no fígado e secretadas no sangue o Globulinas também produzidas nos tecidos linfóides o Fígado mantém a pressão coloidosmótica através da produção das proteínas ▪ Ascite o Produção de aminoácidos não essenciais: ▪ Mecanismo de transaminação a partir de um cetoácido ▪ Transaminação promovida por várias enzimas (aminotransferases são umas delas) No Child-Pugh: • Consideram -se pelo menos dois dados laboratoriais e dois dados clínicos para ver a função hepática. • Dados laboratoriais: o Valor da albumina sérica + tempo de atividade da protombina (mede coagulação no sangue) taxa de bilirrubina. • Dados Clínicos: o Ascite o Encefalopatia METABOLISMO DE MEDICAMENTOS E HORMÔNIOS: • Excreção de medicamentos na bile (sulfas, penicilinas) • Metabolização de hormônios (tiroxina, estrogênio, cortisol, aldosterona) 29 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Excreção de Bilirrubina na Bile: • Hemácias senecesntes degradadas pelos macrófagos (pp., baço) liberando hemoglobina • Hemoglobina ︎ heme + globina • Heme ︎ ferro + cadeia linear 4 núcleos pirrólicos (biliverdina) → Estudar o metabolismo da bilirrubina. Excreção de Bilirrubina na Bile: • Icterícia: coloração amarelada da pele e mucosas pelo acúmulo de bilirrubina nos líquidos corporais (> 1,5 – 2,0 mg/dL) • Concentração normal bilirrubina: até 1,2 mg/dL • Icterícia hemolítica: o Causas: Hemólise e reabsorção de hematomas o Rápida liberação de bilirrubina indireta o Aumento da concentração de bilirrubina indireta no sangue o Aumento da formação de urobilinogênio no intestino, com eliminação urinária • Icterícia obstrutiva: o Obstrução extra-hepática: cálculos, neoplasia cabeça de pâncreas o Obstrução intra-hepática: hepatopatia aguda, hepatopatia crônica (cirrose) o Aumento da bilirrubina direta no sangue o Aumento da bilirrubina direta na urina → Dimimuição do urobilinogênio urinário → Diminuição de estercobilina fecal o Colúria / acolia fecal • OBS: Coledocolitíase é a presença de cálculos nos dutos biliares 30 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia Glândulas e Secreções Digestivas - Fígado e Pâncreas Secreção Pancreática: Estrutura acinar: • Ácinos: produção de enzimas digestivas • Ilhotas de Langerhans: produção de insulina • Ductos pancreáticos → secreção bicarbonato (neutralização quimo) • O pâncreas possui uma parte endócrina (produção de insulina e glucagon) e exócrina Secreção pancreática – Secreção de enzimas • Proteolíticas: Tripsina, quimiotripsina (proteínas), carboxipolipeptidases (peptídeos), elastases e nucleases • Digestão CH: Amilase pancreática • Digestão gorduras: Lipase pancreática (gordura neutra em ác graxos e monoglicerídeos), Colesterol esterase (hidrólise ésteres de colesterol), Fosfolipase (hidrólise ác graxos de fosfolipídios) Enzimas digestivas: • Boca: amilase salivar e lipase lingual • Estômago: pepsinogênio → pepsina • Pâncreas: o Enzimas proteolíticas → tripsinogênio, quimiotripsinogênio, pró-carboxipolipeptidases, pró- elastase, pró- nuclease o Amilase pancreática, lipase pancreática, fosfolipase • Sais biliares → NÃO possuem função enzimática, não são considerados enzimas digestivas, mas são muito importantes para o funcionamento da lipase pancreática. • Intestino delgado: dipeptidase, tripeptidase, dissacaridiose (lactase, sacarose, maltase) • Secreção exócrina pancreática: lipase pancreática • • Secreção pancreática: o Enzimas proteolít icas armazenadas na forma inativa: Tripsinogênio, quimiotripsinogênio, procarboxipolipeptidase. o Tripsinogênio → tripsina (enteroquinase e tripsina) Mecanismos que evitam a auto-digestão pancreática: • Pró-enzimas • Inibidor da tripsina (produzida pelas células acinares e armazenadas no citoplasma) • Pancreatite aguda - Se não fosse pelas pró enzimas o pâncreas seria consumido por suas próprias enzimas digestivas de proteína como a tripsina em casos de choque onde as enzimas são liberadas no pâncreas, as enzimas inativadoras não conseguem fazer sua função em escala suficiente, e assim o pâncreas começa a se deteriorar em até horas, na chamada pancreatite aguda. • A secreção exócrina pancreática: a ativação das pró-proteases pancreáticas no intestino delgado pela enteroquinase (da borda-em-escova). 31 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • A presença de gordura e de ácido no duodeno estimula a secreção endócrina intestinal das células endócrinas S e I. • Células S → secretam a secretina que estimulam a secreção hidro-eletrolítica dos ductos pancreáticos. • Células I → Secretam a colecistoquinina (CCK) → Faz com que a vesícula biliar se contraia para a liberação da bile e estimula a secreção de enzimas pelos ácinos pancreáticos. Regulação da secreção pancreática: • Ach liberada terminações nervosas PS • CCK secretada ID proximal em resposta ao alimento • Secretina secretada ID proximal em resposta ao ácido • Ach e CCK estimulam céls acinares (enzimas digestivas) • Secretina estimula epitélio ductal (secreção aquosa e íons Na+ e HCO3) • A acetilcolins e a CCK liberam um grande número de enzimas porém não libera muita água e íons quando a acidez no intestino fica abaixo de 4,5 a secretina é ativada fortemente e esta acaba liberando água e íons bicarbonato pelo epitélio ductal. OBS: Principal causa de pancreatite aguda é a colelitíase → principal quadro é dor súbita e intensa. Principal causa da pancreatite crônica é o álcool → principal quadro é a má absorção intestinal As 3 Fases da secreção pancreática: 1. Fase Cefálica (20%): • Estímulo vagal → Ach • Enzimas digestivas nos ácinos e ductos • Pequena quantidade água e eletrólitos 2. Fase Gástrica (5 a 10%) • Estímulo vagal → Ach • Enzimas digestivas 3. Fase intestinal: Secretina: • Estimular secreção de solução rica em HCO3 – • Promover pH adequado (7 – 8) para ação das enzimas pancreáticas • Neutralização ácido Anidrase Carbônica • HCl + NaHCO3 -> NaCl + H2CO3 → H2O + CO2 o CCK: Produção de enzimas o Secreção diária pâncreas = 1000 a 1500 ml • Volume secretado pelo pâncreas no intestino delgado 1,5 L/DIA • Sais biliares: primeiramente, fazem a emulsificação das gorduras. (Emulsificação = Detergente) • Para quebrar gorduras é necessário: lipase (pâncreas), sais biliares (fígado), superfície de absorção (intestino delgado). • 80 – 90% da gordura absorvida pelo intestino é por esta via (quilomícrons). Distúrbios do Pâncreas: 1. Pancreatite Aguda: • Causas: biliar, álcool, hipertrigliceridemia, hipercalcemia, auto-imune • Enzimas pancreáticas lançadas nos ductos e ácinos pancreáticos • Auto digestão 32 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia 2. Pancreatite Crônica: • Pancreatite crônica calcificante (álcool) • Pancreatites crônicas obstrutivas (cálculo, estenose, neoplasia) • Destruição do parênquima pancreático: - Perda das enzimas no suco pancreático - Esteatorreia Fígado: • Funções da bile: - Emulsificação das gorduras → posterior ação lipase pancreática - Ácidos biliares → ajudam no transporte e absorção de produtos da digestão das gorduras através da membrana da mucosa - Meia de excreção de produtos de degradação: Bilirrubinas, excesso de colesterol • Bile: - Sais biliares, fosfolipídios (entre eles a lecitina), colesterol, bilirrubinas, água e eletrólitos - Sal biliar = Ácido biliar conjugado com um aminoácido • Sais biliares primários são desidroxilados por bactérias intestinais em sais biliares secundários. DIGESTÃO DAS GORDURAS: • Gorduras da dieta: - Gorduras neutras(triglicerídeos), fosfolipídeos, ésteres de colesterol (e colesterol) • Lipase lingual (< 10% da digestão das gorduras) • Agitação mecânica no estômago • Emulsificação das gorduras; - Ácidos biliares e lecitina (fosfolipídio): Porção hidrossolúvel e porção lipossolúvel - Diminuição da tensão interfacial das gorduras - Gordura desdobrada em partes menores → facilitação da ação da lipase pancreática PAPEL DOS SAIS BILIARES NA FORMAÇÃO DAS MICELAS: • Hidrólise dos triglicerídeos → processo altamente reversível. • Sais biliares: Núcleo esterol lipossolúvel e parte hidrossolúvel • Micelas: Núcleos esteróis de 20 a 40 moléculas de sais biliares sofrem agregação com um glóbulo de gordura no interior. • Funções: Remover os monoglicerídeos e ácidos graxos da vizinhança das gorduras em digestão. Transportar estes monoglicerídeos e ácidos graxos até a borda-emescova dos enterócitos. ABSORÇÃO DE GORDURAS: • Micelas → transporte de monoglicerídeos e ácidos graxos (produtos da degradação das gorduras) - Porção central lipofílica - Porção externa polar (mantém as micelas solúveis no quimo) 33 Isabelle Padilha P1 - Gastro Fisiologia • No citoplasma do enterócito: Ác. graxos e monoglicerídeos são captados pelo RE liso e recombinados a triglicerídeos. • No complexo de Golgi: Triglicerídeos, Colesterol, Fosfolipídeos, Apoproteína • Qulimícrons → exocitose do enterócito → vasos quilíferos centrais das vilosidades • Os quilomícrons seguem pelos vasos linfáticos até o ducto torácico, desembocando na circulação sistêmica. • 80 – 90% da gordura absorvida pelo intestino é por esta via (quilomícrons → Grandes partículas produzidas pelas células intestinais compostas de cerca de 85% a 95% de triglicerídeos de origem da dieta). • Pequena quantidade de ác. graxos de cadeia curta e média (mais hidrossolúveis) sofrem difusão direta do enterócito para o sangue das vilosidades. • Abetalipoproteinemia BILE: • Ácidos biliares, colesterol • Secreção pelo epitélio biliar: Água, bicarbonato e sódio o Ajuda o suco pancreático a neutralizar o quimo ácido • Armazenada na vesícula: Constante reabsorção ativa de sódio (água, cloretos, etc.) • Bile vesícula → Rica: sais biliares, colesterol, lecitina, bilirrubina • Bile hepática → Além das substâncias acima: água e eletrólitos FÍGADO – ESVAZIAMENTO VESÍCULA BILIAR • CCK: Estimula secreção pancreática o Estimula esvaziamento da vesícula biliar o Relaxamento do esfíncter de Oddi o Produzida pelas células “I” em resposta à chegada de gordura no ID proximal • Ach (menos intenso): Vagos e SNE • Esfíncter de Oddi normalmente em contração tônica. FÍGADO – SAIS BILIARES • Hepatócitos produzem 0,6 g/dia • Precurssores: colesterol (dieta ou produzido pelo fígado). • Funções → Emulsificação gorduras (ação detergente) Auxílio na absorção de gorduras (ácidos graxos, monoglicerídeos, colesterol) → formação de micelas • Colesterol é solúvel quando combinado com os sais biliares e com a lecitina • Colesterol → pode precipitar e formar cálculos • Bilirrubina desconjugada → núcleo • Cálcio pode também precipitar • Condições que predispõe à precipitação colesterol: o Absorção excessiva de água (armazenamento bile vesicular) o Secreção excessiva de colesterol na bile pelos hepatócitos o Absorção excessiva de sais biliares e lecitina o Inflamação do epitélio vesicular • REGULAÇÃO DA SECREÇÃO BILIAR: Produção de bile + circulação êntero-hepática dos sais biliares e esvaziamento da vesícula biliar e relaxamento de Oddi pela CCK. 34
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