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MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS DOR 3 PREPARO DO PACIENTE 4 EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE 5 USO DE CRISTALÓIDES E COLÓIDES EM CÃES E GATOS 9 USO DE INOTRÓPICOS E VASOPRESSORES EM CÃES E GATOS 10 REPOSIÇÃO DE BICARBONATO 11 REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO 12 CHOQUES 13 RCCP 15 AINES 16 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA) 26 ANTICOLINÉRGICOS 28 FENOTIAZÍNICOS 29 BUTIROFERONAS 29 BENZODIAZEPÍNICOS 29 AGONISTAS Α-2 ADRENÉRGICOS 30 OPIOIDES 31 DOR AGUDA EM EQUINOS 33 ANESTESIA INTRAVENOSA EM EQUINOS NO CAMPO 35 ANESTESIA INALATÓRIA DE EQUINO 36 ANESTESIA DISSOCIATIVA 37 ANESTESIA LOCAL EM EQUINOS 40 BLOQUEIOS PERINEUAIS - CABEÇA 40 BLOQUEIOS PERINEUAIS - MEMBROS 41 BLOQUEIOS PERINEUAIS - OUTROS 41 ANESTESIA LOCAL EM CÃES E GATOS 43 ANESTESIA TÓPICA 43 ANESTESIA INFILTRATIVA 43 ANESTESIA INTRAVENOSA REGIONAL (BIER) 43 BLOQUEIOS PERINEUAIS - CABEÇA 43 ANESTESIA ESPINHAL 47 ANESTÉSICOS GERAIS IV 49 TÉCNICAS DE INFUSÃO CONTÍNUA 52 EM CÃES E GATOS 52 ANESTESIA GERAL INALATÓRIA 53 VENTILAÇÃO E BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 56 MODALIDADES 56 VENTILADORES 56 BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES 57 ANESTESIA PARA CÓLICA EQUINA 60 ANESTESIA EM GERIATRAS 62 OBSERVAÇÕES TRAUMATIZADOS 63 VALORES PADRÃO VENTILAÇÃO 64 E PRESSÃO 64 FORMULAÇÃO FLK 65 PLANOS DE GUEDEL 66 DOPAMINA 67 DOBUTAMINA 70 EMERGÊNCIA 73 ANOTAÇÕES 74 TERMOS E DIREITOS AUTORAIS 75 BIBLIOGRAFIA 76 AGRADECIMENTOS 78 CANAIS DE COMUNICAÇÃO 79 S U M Á R I O MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 3DOR DOR O QUE É DOR? DOR: experiência sensorial e emocional desagradável que pode ou não estar associada a dano tecidual. É subjetiva e varia de acordo com grau de lesões, doença ou problema emocional. Nociceptor (recepção) → Condução (fibras aferentes) → Formação Reticular (↑ FC, FR) e Hipotálamo → Sistema Nervoso Simpático e Hipófise (↑ adrenalina/norad. + glicocorticoides) → Sist. Límbico (emoções) Trato espinocervicotalâmico – toque e dor superficial Trato espinorreticular – dor profunda e viscerais Na tabela abaixo são apresentados mielinização, diâmetro, velocidade de condução, funções e grau sensibilidade ao bloqueio das fibras nervosas a anestésicos locais. FIBRAS BAINHA MIELINA DIÂMETRO FUNÇÕES SENSIBILIDADE AO BLOQUEIO A (10 a 120 m/s) -Alfa -Beta -Gama -Delta +++ +++ +++ +++ 12 a 20 µm 5 a 12 µm 3 a 6 µm 2 a 5 µm Propriocepção e Motora Tato e Pressão Muscular Dor e Temperatura + ++ ++ +++ B (10 a 20 m/s) + < 3 µm Autonômica pré-ganglionar ++++ C (0,5 a 2 m/s) -Raiz dorsal -S. N. Simpático - - 0,4 a 1,2 µm 0,3 a 1,3 µm Dor Autonômica pós-ganglionar ++++ ++++ MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS PREPARO DO PACIENTE4 PREPARO DO PACIENTE Classificação do estado físico e risco anestésico segundo a American Society of Anesthesiology CLASSIFICAÇÃO ASA DESCRIÇÃO EXEMPLOS I Pacientes hígidos Ausência de doença sistêmica; animais submetidos a OSH ou Orquiectomia eletivas. II Paciente com doença sistêmica discreta/leve Tumor de pele, fratura sem choque, hérnia não complicada, criptorquidismo, infecção localizada, doença cardíaca compensada. III Paciente com doença sistêmica grave Frebre, desidratação, anemia, caquexia, ou hipovolemia moderada. IV Pacientes com doença sitêmica grave de constante ameaça à vida Uremia, toxemia, desidratação grave e hipovolemia, anemia, doença cardíaca descompensada, emaciação ou febre alta. V Pacientes moribundos sem expectativa de vida nas próximas 24h com ou sem operação Choque e desidratação, doença terminal ou infeccçao/trauma grave. * Atualizado 2015 - Traduzido e Adaptado de American Society of Anesthesiologists Lactentes: não é recomendável jejum. Neonatos (< 8 semanas cães e gatos) são dispensados do jejum. Aves, pequenos mamíferos e neonatos podem desenvolver hipoglicemia quando em jejum. Cães e Gatos Adultos Jejum Alimentar: 6 – 8 h / Hídrico: 4 - 6h Cães e Gatos Filhotes (3 a 4 meses) Jejum Alimentar: 4 h / Hídrico: 2h Equinos Jejum Alimentar: 12h / Hídrico não é necessário Não há risco de regurgitação MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 5EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE TERMINOLOGIA ASSOCIADA AOS FÁRMACOS. INFORMAÇÕES ÚTEIS. Os fármacos são melhor absorvidos na sua forma não-ionizada, mais lipofílicos, e quando não ligados às proteínas plasmáticas. Porém, quem age nos receptores é a sua forma ionizada. Opióides e Relaxantes Musculares agem como Bases fracas; Barbitúricos agem como Ácidos Fracos; HA H+ + A- PROTONADA NÃO PROTONADA Não ionizada Ionizada Molecular/de base Catiônica Não dissociada Dissociada Apolar Polar Melhor absorvidos Menos absorvidos Lipossolúveis Hidrossolúveis BH+ B + H+ PROTONADA NÃO PROTONADA Ionizada Não ionizada Catiônica Molecular/de base Dissociada Não dissociada Polar Apolar Menos absorvidos Melhor absorvidos Hidrossolúveis Lipossolúveis • Ka = [H+ + A-] / [HA] • Ác Fortes possuem ↑ constate de dissociação (Ka) e produzem ↑ impacto no pH da solução; • Ác Fracos possuem ↓ Ka e produzem mudanças ↓ intensas no pH • Tampão Ác fraco; Ex: Bicarbonato / Ác Carbônico; Proteínas (Hemoglobina, Albumina); Fosfatos • pH do fluido extracelular (pH fisiológico) = 7,4 • Existe uma relação inversa entre PaCO2 e Ventilação alveolar (vol. min) (vol. min = FR x vol. corrente Vt) • Ânion GAP = (Na+ + K+) - (Cl- + HCO3-) • Acúmulo de lactato (ânion não mensurado) leva a ↓ HCO3- e assim ↑ Ânion GAP • Tratamento de acidose metabólica hipovolêmica (lática): administrar Ringer Lactato para reexpandir volume circulante, normalizando oferta de O2, metabolismo deixa de ocorrer sob anaerobiose, interrompendo produção de ác. lático. • R. Lactato tem composição eletrolítica semelhante ao plasma sanguíneo, além do efeito alcalinizante (ao ser metabolizado no fígado, se liga a íons H+ formando glicose) • Em casos de acidose metabólica severa (HCO3-<15 mmol/L ou BE < -10): repor bicarbonato em 15 a 30 minutos. HCO3- (mmol) = peso (Kg) x Déficit de Bases x 0,3 MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE6 Cuidado para não induzir alcalose metabólica (iatrogênica) ou levar a acidose paradoxal do SNC (formação de ác carbônico a partir do bicarbonato com consequente ↑ CO2; por isso administrar (adm) lentamente) • Tratamento de alcalose metabólica (ex de causa: vômito): adm fluido acidificante, para ↑ Cl- e ↓ HCO3- (aumenta excreção pelos rins) normalmente também há hipocalemia (k+ plasmático reduzido), é preciso adicionar KCl à sol. NaCl 0,9% • Acidose respiratória ocorre por hipoventilação alveolar (decúbito, obstrução vias, doenças, etc); • Poucos “shunts” levam a ↑ ventil. alveolar resultando em hipocapnia (↓ PaCO2) a fim de manter PaO2 acima do limite hipóxico (> 60mmHg) • % significativa de shunts representa: hipoxemia (↓ PaO2) acompanhada de hipercapnia/acidose respiratória (↑ PaCO2) • Alcalose respiratória ocorre por hiperventilação alveolar (hipoxemia, doença neurológica, hipertermia, etc); • Cl- corrigido = Cl- (mensurado) x 146/Na+ (mensurado) CÃES • Cl- corrigido = Cl- (mensurado) x 156/Na+ (mensurado) GATOS • Na+ é intimamente relacionado com volume extracelular, funcionamento do SNC e geração de potencial de ação; • Cl- acompanha distribuição do sódio; • K+ tem como uma das principais funções, reestabelecer o potencial de membrana em repouso; • Sódio, Glicose e Ureia são as principais partículas osmoticamente ativas no LEC. Tampão Bicarbonato/Ác carbônico é o mais importante do Líquido Extra Celular (LEC); Tampão Fosfato é o mais importante no Líquido Intracelular (LIC); ↑ Na+ (hipernatremia) → Água sai do espaço intra para o extracelular, resulta em desidratação celular, convulsão, coma e morte. Tratamento: Cristaloide Isotônico (RL) → manutenção c/ hipotônico (NaCl 0,45%). Obs: rápida correção admnistrando fluido hipotônico, pode resultar em complicações muito severas (edema cerebral, coma e morte). ↓ Na+ (hiponatremia) → Edema celularTratamento → Cristaloide isotônico Obs: rápida correção poderia causar lesões neurológicas degenerativas. Insuficiência Cardíaca Esquerda ICE → estase sanguínea e ↑ pressão capilar pulmonar → edema intersticial e pulmonar. Insuficiência Cardíaca Direita ICD → ↑ pressão hidrostática nos capilares da circ sistêmica → edema generalizado e ascite. Choque/hipovolemia → Água vai para o interior dos vasos. Albumina mantém água no interior do vaso. Se há ↓ Albumina → edemas generalizados. % DESIDRATAÇÃO CLASSIFICAÇÃO 4-5% Leve 6-8% Moderada 9-12% Severa > 12% Grave HEMATÓCRITO PROTEÍNA TOTAL Cão 45-55% 5.5 - 8.5 g/dL Gato 35-45% 5.7 - 8.5 g/dL MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 7EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Desidratação → hemoconcentração Acepramozaina, Tiopental → vasodilatação esplênica → ↓ Hematócrito (Ht) Volume sangue cães: 8% peso vivo (80mL/Kg) • Cristaloides balanceados: Ringer (R ou RS), Ringer lactato (RL) • Cristaloides não balanceados: NaCl 0,9%, Glicose 5%, NaCl 7,5% • Isotônicos: R, RL, NaCl 0,9% • Hipotônicos: Glicose 5%, NaCl 0,45% • Hipertônicos: NaCl 7,5% Fluidoterapia para desidratação 1) Peso (Kg) x Desidrataçaõ (%) x 10 = Volume (mL/4-6h) 2) Manutenção 50 - 70 mL/Kg/24h 3) Perdas 20-50 mL/Kg/24h (apenas se presente) Primeiras 6 horas = 1 + 2 + 3 Próximas 18h = 2 + 3 Tratamento desidratação severa: Cristaloide 90mL/Kg (cães) ou 40-60mL (gatos) na 1ª hora • Reposição: 10mL/Kg/h ou 5mL/Kg/h • Se necessário bólus: 10 - 20mL/Kg (cães) ou 5 - 15mL/Kg (gatos) em 15min 2-3X • Coloides ampliam o volume na proporção 1:1 • Considera-se que o volume de cristaloide isotônico necessário para se obter o mesmo efeito expansor do volume é 3-4 X maior que o volume de coloide sintético; Tratamento de Hipocalemia → suplementação com K+ se <3mEq/L; cristaloide isotônico com 20mEq/L de K+ a 10mL/Kg/h (resulta na velocidade de 0,2mEq/Kg/h) Tratamento de Hipercalemia → Deve-se pelo menos manter K+ <6 mEq/L antes da indução, para minimizar um pouco os riscos; • Bicarbornato de sódio: neutraliza os H+ que estão entrando nas células para serem tamponados e acabam expulsando o K+ • Glicose → ↑ Insulina → K+ vai para dentro das células • Gluconato de cálcio (casos de cardiotoxidade: ausência de ondas P, ondas T muito elevadas) Veja mais estes e outros cálculos de forma automática e precisa, no aplicativo Anestesia Animal, disponível para Android no link, clique aqui. COMPOSIÇÃO Plasma (cão) NaCl 0,9% Ringer simples Ringer Lactato Glicose 5% NaCl 7,5% pH 7,4 5,0 5,5 6,5 4,0 5,0 Omolalidade 300 308 310 272 252 2400 Na+ (mmol/L) 150 154 147,5 130 0 1280 Cl- (mmol/L) 110 154 156 109 0 1280 K+ (mmol/L) 4 0 4 4 0 0 Cálcio (mmol/L) 5 0 4,5 3 0 0 Glicose (g/L) 1 0 0 0 50 0 https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE8 • Desidratação severa e/ou hipovolemia significativa → cristaloide na taxa máxima 90mL/Kg/hora geralmente só na 1ª hora, depois reduz. • Felinos ou cardiopata → taxa máx é 40-60 mL/Kg/h. • Pode usar cristaloide também em casos de choque traumático/hemorrágico (3-4x volume de sangue perdido) → cuidado com redução do Ht, se for <20% pode ser necessário transfusão sanguínea e se PPT <3,5g/dL plasma ou coloide talvez sejam necessários. • Casos de hipovolemia aguda (traumático/hemorrágico) → solução salina hipertônica 4ml/Kg durante 5min; pouca duração (1,5-2h) logo após, fazer cristaloide isotônico ou outro fluido. • Choque hipovolêmico/hemorrágico, pode administrar Dextran 70 na mesma proporção do sangue perdido (não ultrapassar volume total diário de 20mL/Kg); Outra opção é associar: Dextran 70 diluído em Solução Salina Hipertônica e fazer 4mL/Kg durante 5min (efeito sinergístico). • Alternativa aos dextranos é o Amido de Hidroxietila (maior duração de feito expansor plasmático e menos efeito na coagulação sanguínea que os dextranos). • Aparentemente usar solução hipertônica + coloide favorece melhor sobrevida a paciente com choque traumático, e evidência de ser benéfica no choque séptico de cadelas com piometra. MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 9USO DE CRISTALÓIDES E COLÓIDES EM CÃES E GATOS USO DE CRISTALÓIDES E COLÓIDES EM CÃES E GATOS Cristaloides Manutenção: 5 mL/Kg/h ou 10 mL/Kg/h na 1ª hora com diminuição de 25% da taxa a cada hora adicional. 1. Hipotensão (PAS<90mmHg ou PAM<60mmHg) não responsiva à correção de plano anestésico: • Bolus de 15mL/Kg em 15min (cães) ou 7 mL/Kg em 15 min (gatos) em caso de perda significativa de sangue / hipovolemia • Se Ht e PPT estão normais: até 2 ou 3 bolus não causam hemodiluição excessiva • Se PPT baixa (< 3,5 g/dL): considerar colóide • Se Ht e PPT baixos (Ht<20% e PPT< 3,5g/dL): considerar sangue total Coloides 1. Hipoproteinemia (PPT<3,5g/dL) 2. Hipotensão/Hipovolemia não responsiva até 3 bolus de cristaloide e ainda não responsiva à inotrópico positivo (dopamina) • Bolus de 5mL/Kg (cães) ou 2-3mL/Kg (gatos) em 15 min em caso de perda de sangue / hipovolemia • Pode-se repetir caso necessário os bolus até um volume máximo de 20mL/Kg/dia (coloide) - cuidado com lesão renal pré-existente. • Se Ht e PPT baixa (Ht<20%< 3,5 g/dL): considerar transfusão sanguínea Veja mais estes e outros cálculos de forma automática e precisa, no aplicativo Anestesia Animal, disponível para Android no link, clique aqui. https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS USO DE INOTRÓPICOS E VASOPRESSORES EM CÃES E GATOS10 USO DE INOTRÓPICOS E VASOPRESSORES EM CÃES E GATOS Hipotensão (PAS<90mmHg ou PAM<60 mmHg) não responsiva à correção de plano anestésico e também não responsiva à desafio hídrico (2 a 3 bolus de fluido), realizar a seguinte ordem de opções de fármacos: DOPAMINA (200µg/mL) • Infusão inicial: 5 a 7,5 µg/Kg/min • Sem resposta em até 10min, elevar a taxa para 10 a 15 µg/Kg/min • Ver tabela de DOPAMINA neste manual (aqui) ou (baixe o app) DOBUTAMINA (12,5mg/mL) • Infusão inicial: 5 a 10 µg/Kg/min • Sem resposta em até 5min, elevar a taxa para 10 a 20 µg/Kg/min • Ver tabela de DOBUTAMINA neste manual (aqui) ou (baixe o app) EFEDRINA (5mg/mL) • Bolus IV de 0,1 a 0,2mg/Kg: eficaz apenas por 30min • Não usar em pacientes com DRC ou em risco de IRA ou em casos de procedimentos que demandam mais tempo. Cuidado com a vasoconstrição rápida e intensa além do risco de cegueira momentânea. NOREPINEFRINA (16µg/mL) • Infusão inicial: 0,1 a 1 µg/Kg/min • Ajustar de maneira a manter PAS 90 mmHg • Só usar caso as outras opções acima já tenham sido descartadas #diluições • EFEDRINA: 1 amp [1 mL de 50mg/mL] + 9mL de soro = 5mg/mL • DOPAMINA: 1 amp [10 mL de 5mg/mL] + 250mL de soro = 200 µg/mL • NOREPINEFRINA: 1 amp [4 mL de 1mg/mL] + 250mL de soro = 16 µg/mL MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 11REPOSIÇÃO DE BICARBONATO REPOSIÇÃO DE BICARBONATO HCO3- (mEq) = 0,3 x PESO (Kg) x BE (mEq) Administrar 1/3 ou 1/2 em 15 a 20min Obs: 1 mL de NaHCO3 (8,4%) = 1 mEq de HCO3- 1mL de NaHCO3 (3%) = 0,36 mEq de HCO3- Outra abordagem: Calcular a diferença do BE para chegar em -5mEq/L e repor todo o volume entre 15 e 20 min REPOSIÇÃO DE BICARBONATO Déficit de Bases > 10 mEq/L(BE mais negativo que -10) Bicarbonato < 15 mEq/L pH < 7,2 MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO12 REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO Você pode realizar o cálculo de reposição de potássio em Cães e Gatos através do nosso aplicativo (baixe o app) REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO - GRANDES ANIMAIS Taxa máxima de infusão: 0,5 mEq/Kg/h Ringer Lactato ou Ringer Simples Solução Fisiológica [ ] sérica K+ Taxa de reposição mEq de KCl em 1000mL de RL ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 100mL de RL ( 10mL/Kg/h) mEq de KCl em 500mL de SF ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 500mL de SF ( 10mL/Kg/h) < 2,0 0,5 mEq/Kg/h 24 ( 9,3 mL de KCl 19,1%) 11,5 ( 4,5 mL de KCl 19,1%) 25 ( 9,7 mL de KCl19,1%) 12,5 ( 4,9 mL de KCl 19,1%) 2,1 a 2,5 0,4 mEq/Kg/h 19 ( 7,4 mL de KCl 19,1%) 9 ( 3,5 mL de KCl 19,1%) 20 ( 7,8 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 2,6 a 3,0 0,3 mEq/Kg/h 14 ( 5,4 mL de KCl 19,1%) 6,5 ( 2,5 mL de KCl 19,1%) 15 ( 5,8 mL de KCl 19,1%) 7,5 ( 2,9 mL de KCl 19,1%) 3,1 a 3,5 0,2 mEq/Kg/h 9 ( 3,5 mL de KCl 19,1%) 4 ( 1,5 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 5 ( 1,9 mL de KCl 19,1%) 3,6 a 5,0 0,1 mEq/Kg/h 4 ( 1,5 mL de KCl 19,1%) 1,5 ( 0,6 mL de KCl 19,1%) 5 ( 1,9 mL de KCl 19,1%) 2,5 ( 1 mL de KCl 19,1%) * 1mL de KCl 19,1% = 2,56 mEq de K+ ** Ringer Lactato e Ringer Simples têm 4 mEq/L de K+ REPOSIÇÃO DE POTÁSSIO - CÃES E GATOS Taxa máxima de infusão: 0,5 mEq/Kg/h Ringer Lactato ou Ringer Simples Solução Fisiológica [ ] sérica K+ Taxa de reposição mEq de KCl em 250mL de RL ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 250mL de RL ( 10mL/ Kg/h) mEq de KCl em 500mL de RL ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 500mL de RL ( 10mL/ Kg/h) mEq de KCl em 250mL de SF ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 250mL de SF ( 10mL/Kg/h) mEq de KCl em 500mL de SF ( 5mL/Kg/h) mEq de KCl em 500mL de SF ( 10mL/Kg/h) < 2,0 0,5 mEq/ Kg/h 24 ( 9,3 mL de KCl 19,1%) 11,5 ( 4,5 mL de KCl 19,1%) 48 ( 18,7 mL de KCl 19,1%) 23 ( 9 mL de KCl 19,1%) 25 ( 9,7 mL de KCl 19,1%) 12,5 ( 4,9 mL de KCl 19,1%) 50 ( 19,5 mL de KCl 19,1%) 25 ( 9,7 mL de KCl 19,1%) 2,1 a 2,5 0,4 mEq/ Kg/h 19 ( 7,4 mL de KCl 19,1%) 9 ( 3,5 mL de KCl 19,1%) 38 ( 14,8 mL de KCl 19,1%) 18 ( 7 mL de KCl 19,1%) 20 ( 7,8 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 40 ( 15,6 mL de KCl 19,1%) 20 ( 7,8 mL de KCl 19,1%) 2,6 a 3,0 0,3 mEq/ Kg/h 14 ( 5,4 mL de KCl 19,1%) 6,5 ( 2,5 mL de KCl 19,1%) 28 ( 10,9 mL de KCl 19,1%) 13 ( 5 mL de KCl 19,1%) 15 ( 5,8 mL de KCl 19,1%) 7,5 ( 2,9 mL de KCl 19,1%) 30 ( 11,7 mL de KCl 19,1%) 15 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 3,1 a 3,5 0,2 mEq/ Kg/h 9 ( 3,5 mL de KCl 19,1%) 4 ( 1,5 mL de KCl 19,1%) 18 ( 7 mL de KCl 19,1%) 8 ( 3,1 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 5 ( 1,9 mL de KCl 19,1%) 20 ( 7,8 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 3,6 a 5,0 0,1 mEq/ Kg/h 4 ( 1,5 mL de KCl 19,1%) 1,5 ( 0,6 mL de KCl 19,1%) 8 ( 3,1 mL de KCl 19,1%) 3 ( 1,2 mL de KCl 19,1%) 5 ( 1,9 mL de KCl 19,1%) 2,5 ( 1 mL de KCl 19,1%) 10 ( 3,9 mL de KCl 19,1%) 5 ( 1,9 mL de KCl 19,1%) * 1mL de KCl 19,1% = 2,56 mEq de K+ ** Ringer Lactato e Ringer Simples têm 4 mEq/L de K+ https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 13CHOQUES CHOQUES HIPOVOLÊMICO DISTRIBUTIVO CARDIOGÊNICO OBSTRUTIVO Compens. Inicial Descomp. Inicial Descomp. Tardia ( Final ) Anafilático Depressão do miocárdio ↓ retorno venoso e ↓ DC Séptico ( Sepse* + Hipotensão + Alteração da consciência ) ↑ PA; Congestão órgãos; ↓ PvO2; Acidose Lática Manifestações semelhantes aos choques hipovolêmico, distributico e cardiogênico Neutrogênico ↓ DC; ↓ PA * Sepse = SRIS + Infecção por bactérias, vírus ou protozoários • Hematócrito normal ou elevado na fase inicial. Posteriormente tende a reduzir devido a fluidoterapia; • Leucocitose leve a moderada é comum em estresse ou hemorragia; mas leucocitose severa com desvio à esquerda é indicativo de infecção; • Leucopenia geralmente está associado à evolução de sepse; • ↑ contínua enzimas hepáticas pode significar progressão de lesão hepática; • ↑ Glicemia no início e posteriormente hipoglicemia; • Hipoproteinemia (pois há ↑ permeabilidade vascular, e perda de Pt p/ interstício) pode resultar em edema; • Azotemia (↑ creatinina); • Metabolismo anaeróbico, por causa da hipóxia → ↑ Lactato sanguíneo → Acidose Metabólica; • Hiponatremia (pp casos de diarreia); • Hipercalemia (associada à acidose metabólica, pois K+ é trocado (expulso da cél) por H+ numa tentativa de elevar o pH sanguíneo); Tratamento dos choques: • Restabelecer volemia; Otimizar DC e PA; Otimizar transporte O2 • Inicialmente com Cristaloide Isotônicos (RL); se positivo → Ok • Se não → Usar coloides (se PPT <3,5 g/dL ou se Albumina <1,5g/dL) ou usar sangue total (se Ht <20%) (Ver Cáp 4 e 5) • Se ainda falhar → Dopamina 5µg/Kg/min ( ↑ DC e PA por aturam em recep β adrenérgicos: ↑ contratilidade miocárdio, Vol. sistólico); • Se falhar → aumentar Dopamina para tx 10µg/Kg/min (nesse caso, atuará tb em recep α adrenérgicos: ↑ RVS e PA) • Se falhar → Noradrenalina (Norep) [não atua em β, só nos α adrenérgicos] Tratamento do Choque Cardiogênico Dobutamina 2,5µg/Kg/min (age principalmente em β adrenérgicos, levando a ↑ DC e ↓ pós carga) β1: inotrópico positivo e ↑ DC / β2: ↓RVS Tratamento do Choque Anafilático Adrenalina 0,01 mg/Kg [age em α e β adrenérgicos: ↑ contratilidade (DC) e PA, e broncodilatação] MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS CHOQUES14 TIPOS DE FLUIDOS EM CASOS DE CHOQUE/TRAUMA FLUIDOS TRAUMAS - CHOQUES HIPOVOLÊMICO E SÉPTICO Cristloides 80 - 90 mL/Kg 1ª hora (cães)50 mL/Kg 1ª hora (gatos) Coloides Sintéticos até 20 mL/Kg (cão) Sangue Total 10 a 30 mL/Kg Plasma 10 a 40 mL/Kg Papa de hemácias 5 a 15 mL/Kg NaCl 7,5% 4 mL/Kg (durante 5 min) Use o aplicativo AnestesiaAnimal (disponível atualmente para Android) e faça o cálculo de transfusão sanguínea (baixe o app) https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 15RCCP RCCP REANIMAÇÃO CÁRDIO CÉREBRO PULMONAR Os passos descritos abaixo são uma sugestão de ordem a ser seguida, não necessariamente a equipe estará preparada para as manobras abaixo descritas. Recomenda-se o mínio de 3 pessoas para uma RCCP adequada. 1 CICLO = 2 minutos Diagnóstico da PCR (para cardiorrespiratória); 1. SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) Iniciar massagem cardíaca externa (MCE), 100 a 120 massagens por minuto. Pacientes abaixo de 10 kg: decúbito lateral, e acima de 10 kg: decúbito dorsal. Solicitar a caixa de material cirúrgico para uma possível toracotomia e consequente massagem cardíaca interna (MCI), principalmente em pacientes onde a MCE não está sendo responsiva. Pacientes com peso superior a 20 kg a MCI é mais indicada. Estabelecer a via área respiratória do paciente com sonda endotraqueal de calibre adequado; Instituir duas ventilações iniciais para verificar a complacência respiratória e posteriormente intercale a ventilação com as compressões cardíacas, na proporção 5:2; 2. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA (SAV) Inicie a monitoração (pulso, eletrocardiograma, capnografia); Obtenha acesso vascular; Administre reversores: Opióides-Naloxona; Alfa2Agonistas-Atipamezole, Benzodiazepínicos- Flumazenil 3. AVALIE O PACIENTE (Cheque ECCG e Pulso) 3.1 Se há Fibrilação ventricular ou Taquicardia Ventricular sem pulso Continuar o SBV Carregar DESFIBRILADOR , afastar e dar 1 choque ou dar um golpe pré-cordial (na ausência do desfoibrilador); Em caso de FV ou TV prolongadas, considerar AMIODARONA 5 mg/kg/IV ou LIDOCAÍNA 1mg/Kg/IV; EPINEFRINA ou ainda aumentar a carga do DESFIBRILADOR em 50% 3.2 Se há Assistolia ou Atividade Elétrica sem pulso Baixa dose de epinefrina (adrenalina) 0,01mg/Kg/IV ou vasopressina 40 UI/Kg/IV Considere atropina 0,022mg/Kg/IV ou 0,04mh/K endotraqueal CLICO SIM, CICLO NÃO Em RCP >10min, considerar alta dose de epinefrina (adrenalina) 0,1mg/Kg e terapia com bicarbonato. E se necessário, aumentar dose de atropina para 0,044 mg/Kg/IV 4. OBSERVAÇÕES Fluidoterapia agressiva em casos de choque hipovolêmico ou hemorrágico; Continuar as massagens por no mínimo 20 minutos. Embora tem autores que indicam um RCCP por uma hora. Caso a circulação retorne. Estabelecer o SAV. Verificar os sinais clínicos (TPC, diâmetro pupilar, freqüência cardíaca e respiratória, pulso) e estabelecer a hemodinâmica do paciente usando os fármacos de maneira correta. Hemogasometria: estabelecer o equilíbrio hidro-eletrolítico e acido básico. Reposição de bicarbonato de sódio, cálcio emagnésio se necessário. Identificar e tratar as complicações pós-reanimação, como: arritmias cardíacas, fratura de costela, distúrbios respiratórios, edema cerebral, hipotermia e outros. Confira os principais fármacos e faça os cálculos previamente a cirugia, através do nosso aplicativo (baixe o app) https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS AINES16 AINES ANTINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS Ác fracos, lipofílicos com propriedades antiinflamatória, analgésica e antipirética; Alto grau de ligação às proteínas plasmáticas, principalmente albumina → limita passagem para o interstício, mas facilita passagem para o exsudato inflamatório. Hipoproteinemia = mais risco de intoxicação. As prostaglandinas (PGs) são as principais subsâncias do processo inflamatório e responsáveis pelas manifestações clínicas da inflamação (eritema, calor), por meio da vasodilatação local. Leucócitos produzem e ativam citocinas e mediadores inflamatórios (IL, TNF, Histamina, Bradicinina e PGs) ↑ permeabilidade capilar (histamina + bradicinina + PGs) → Edema. As PGs por si só não estimulam nociceptores, mas intensificam os estímulos nociceptivos produzidos por outros mediadores (histamina e bradicinina). Os AINES agem inibindo as enzimas COX → bloqueando síntese de PGs e os efeitos deletérios destas • Classe I – AINES se ligam de forma simples, competitiva e reversível • Classe II – ligação tempo-dependente rápida, complexo se dissocia de forma lenta • Classe III – ligação tempo-dependente, competitiva e irreversível Ácido acetilsalicílico é o único que se liga irreversível ao complexo COX COX-1 responsável pela regulação da homeostase (produz PGs na mucosa gastrointestinal, agregação de plaquetas e mantém o fluxo sanguíneo renal) COX-2 Em [baixas] também é expressa em músculos liso, condrócitos, fibroblastos, cél. sinoviais, ovários, cérebro, rins... mas primariamente é induzida pelo dano tecidual → ativando cascata de inflamação e produzindo eicosanoides, mediadores inflamatórios → aumenta transmissão de impulsos nociceptivos para medula COX-3, identificada no SNC de cães, pode explicar os efeitos de analgesia central pelos AINES Felinos têm deficiência enzima glicuronil transferase, alguns AINES são tóxicos, devido a meia-vida prolongada; paracetamol e fenacetina, são extremamente tóxicos (convertem hemoglobina em metemoglobina: não transporta O2) Ação analgésica decorre da inibição da produção de PGE2 e PGF2α Evite usar inibidor da enzima conversora de angiotensina (↑ produção de PGs) junto com AINES, estes podem ter eficácia diminuída. Corticóides (inibe liberação de AA) e AINES (inibe conversão do AA) também devem ser evitados, devido ao maior risco de efeitos adversos A inibição da COX-1 leva a efeitos adversos, inibição da COX-2 é a responsável pela ação antiinflamatória. Inibidores não seletivos: (piroxicam, ác acetilsalicílico, paracetamol, fenilbutazona, cetoprofeno, diclofenaco) geralmente não usar por mais de 3 dias Inibidores preferenciais de COX-2: (meloxicam, carprofeno, nimesulida) Inibidores seletivos de COX-2: coxibs de 1ª e 2ª geração; (ex: firocoxib, vedaprofeno); menos efeitos colaterais que os não seletivos; mais lipossolúveis (atravessam mais fácil a barreira sangue/cérebro); promissor no tratamento de cél neoplásicas Mesmo os seletivos de COX-2 podem causar úlceras gastrintestinais, principalmente se usada dose e intervalos inadequados, ou quando associados a corticoides. A recirculação enterohepática (excretado na bile chega ao intestino e volta ao fígado) pode estar ligada às ulcerações. A excreção dos AINES e metabólitos é principalmente via urina. Meloxicam e Carprofeno: únicos que podem ser usados no pré e trans operatório, os outros AINES só pós- operatório Diclofenaco parece também influenciar na síntese de leucotrienos; intoxica cães e gatos (deprime mto COX-1, levando a gastroenterite hemorrágica, vômito, hipovolemia e morte) Dipirona e Paracetamol, possuem boa propriedade analgésica (mas curta duração) e antipirética; fraco antiinflamatório Flunexim meglumine é o AINE de eleição para atenuar ação das endotoxinas (doses baixas; dose alta tem efeito analgésico) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 17AINES DOSES TERAPÊUTICAS DE AINES DOSES PRINCIPAIS AINES UTILIZADOS EM CÃES, GATOS E CAVALOS AINES Canino Felino Equino Meloxicam 0,2 mg/Kg depois 0,1 mg/Kg/VO/SC q24h 0,1 mg/Kg (2-3 d) depois 0,0025 mg/Kg depois 0,1 mg/gato (2x semana) 0,5 - 1 mg/Kg/IV/VO q24h Dipirona 25 mg/Kg/IM/SC q8h ou q12h 10 - 25 mg/Kg/IM/SC q24h 5 - 22 mg/Kg/IV q18h Carprofeno 2,2 mg/Kg/VO/SC q 12h ou4 mg/Kg q24h 4 mg/Kg/SC/IV depois 2 mg/Kg (+1 dia) 0,7 mg/Kg/IV/VO q 24h Cetoprofeno 2 mg/Kg/VO/SC depois1 mg/Kg q24h (até 5 d) 2 mg/Kg;VO;SC (dose única) 2 mg/Kg/IV/IM q 24h Piroxicam 0,3 mg/Kg/VO q24h (2x) depoisq48h Não recomendado 0,3 - 1 mg/Kg/VO q24h Deracoxib 1 - 2 mg/Kg/VO q 24h 1 mg/Kg/VO (dose única) Ácido meclofenâmico 0,5 - 1 mg/Kg/VO q24h por 7 dias 2 mg/Kg/VO q24h por 5 dias Etodolac 10 - 15 mg/Kg/Vo q24h Fenilbutazona Não recomendado 2 mg/Kg/IV/VO q24h ou4 mg/Kg q48h Firocoxib 5 mg/Kg/VO q24h Flunixin meglumine 1 mg/Kg/IV/IM/VO q24h ou 0,25 mg/Kg/IV q8h (antiendotoxêmica) Paracetamol 10 mg/Kg/VO q12h (antiendotoxêmica) (uso controverso) Não recomendado Vedaprofeno 0,5 mg/Kg/VO (dose única) 0,5 - 1 mg/Kg/VO/IV q24h MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS AINES18 OPIOIDES Naturais: morfina; codeína etc Sintéticos: meperidina; metadona; fentanila etc Produzem analgesia, sem perda de consciência e de propriocepção, mas pode haver narcose (sono profundo, não responsivo) Mecanismos de ação: inibe adenilato ciclase → AMPc. Inibe canais de Ca++ voltagem-dependetens Estímula receptores GABAenérgicos Abertura dos canais de K+ → hiperpolarização da célula RECEPTORES + OPIOIDES GMPc PROTEÍNA G K+ Hiperpolarização da célula ADENILATOCICLASE AMPc PkA Ca++ Alteração de transdução e liberação neurotransmissores Canal voltagem dependente de Ca++ + + - - - - - Receptores: OP1 (δ delta); OP2 (k kappa); OP3 (μ mu); Receptores μ estão presente em alta densidade nas áreas centrais que processam informações nociceptivas (formação reticular, medula, amígdala do cérebro); Os três estão presentes nas lâminas do corno dorsal e na substância gelatinosa da medula e perifericamente (coração, rim, pâncreas, líquido sonivial) Ex: ↓ motilidade gastrointestinal; Peptídeos opioides endógenos: encefalinas, endorfinas e dinorfinas, além de analgesia, também estão relacionadas a resposta ao estresse e funções cognitivas (aprendizado e memória); OP3 (μ) → analgesia supraespinhal, depressão respiratória, bradicardia, dependência, hiperpolarização dos nervos periféricos e euforia (satisfação e felicidade excessiva) – opiodes seletivos deste receptor são os de maior efeito clínico OP2 (k) → média analgesia espinhal, miose, sedação e disforia (perturbação e ansiedade excessiva) OP1 (δ) → analgesia espinhal, alucinação, estímulo vasomotor e respiratório, atividade psicomimética, modulação de OP3 (μ) Agonistas puros (total/pleno): ↑ afinidade e ↑ atividade nos seus receptores principalmente OP3 (μ); resposta máxima (quanto maior a dose, maior a resposta); Agonistas parciais: afinidade por alguns receptores e atividade significativa nos seus receptores; apresentam efeito teto (aumentando a dose, a partir de um ponto, não há aumento do efeito analgésico); Agonista-Antagonista: apresenta efeito teto; afinidade por todos receptores, mas atividade apenas em um e pouca ou nenhuma em outro receptor; • Não se deve administrar agonista puro associado às outras formas; • Pode-se reverter efeitos adversos de agonista puro (ex: depressão respiratória, euforia) administrando agonista-antagonista (os antagonistas revertem efeitos dos agonistas por competição pelos receptores) Além do efeitoanalgésico, a maioria dos opioides causa sedação e reduz ansiedade e estresse; Quando administrados na MPA, produzem analgesia preemptiva (previne sensibilização central ao estímulo doloroso); MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 19AINES Depressão respiratória e indução de apneia em animais ocorre principalmente com fentanil, com os demais opioides essa depressão é pouco relevante, visto que o volume-minuto mantem-se normal. Antitussígenos: principalmente codeína, morfina e butorfanol pelos efeitos em receptores OP3 (μ) e OP2 (k) Opioides potentes no trans, ou em animais sem dor na MPA: inibem tônus simpático cardíaco (ativa recep do tronco cerebral e coração) → bradicardia (atropina, hioscina pra reverter) e hipotensão (cristalóides pra reverter) Morfina e Meperidina → libera histamina pelos mastócitos → vasodilatação, hipotensão; também pode haver broncoespasmo e prurido (em cavalos pode ocorrer o inverso: ↑ FC, PA e DC) ↓ peristaltismo intestinal (inicialmente há ↑); ↑ tônus musculatura lisa e esfíncter anal Náuseas e vômitos principalmente em cães e gatos (ativação da zona quimiorreceptora do gatilho) Epidural de Morfina → pode reter urina ( ↑ esfíncter vesical e ↓ m. detrusor da bexiga) Sedação e ↓ atividade locomotora em cães Em equinos e felinos → pode haver ação excitatória, ↑ locomotor (atividade dopaminérgica) Remifentanila é bom para hepatopatas, pois é metabolizado por esterases plasmáticas (independente do fígado, a maioria dos outros opioides dependem deste órgão) Amígdala e córtex frontal de cães e primatas possuem o dobro de sítios receptores de opióides em comparação aos equinos e felinos, o que poderia explicar a ≠ de excitação e ↑ atividade locomotor em equinos e felinos. Doses clínicas não causam excitação em gatos, mas pode ter efeito analgésico reduzido (devido a ↓capacidade de glicuronização hepática) RECEPTORES OPIODES MEDICAMENTOS OP3(μ ) OP2 (k) OP1(δ ) POTÊNCIA COMPARADA A MORFINA Agonistas plenos Morfina +++ + ++ 1x Fentanila +++ + 80 a 100x Sulfentanila +++ + + 500 a 1000x Remifentanila 800x Petidina (meperidina) +++ ++ + 0,1x Codeína ++ + + 0,1x Agonistas misto Tramadol + + 0,5x Metadona +++ 1 a 1,5x Agonistas parcial OP3 Buprenorfina ++ - ¿ 30x Agonistas - Antagonistas Butorfanol ++ +++ ¿ 3 a 5x Pentazocina ++ ++ 0,25 a 0,5x Nalbufina -- ++ 1x Antagonistas Naloxona - - - - - - Nalmefeno - - - - - - - +++; ++; + = alta, média e baixa intensidade - - -; - -; - = alto, médio e baixo antagonismo ¿ = atividade não totalmente conhecida MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS AINES20 PRINCIPAIS DOSES OPIOIDES MEDICAMENTO CÃO GATO EQUINO VIA(confirmar na bula) DURAÇÃO MORFINA 0,2 A 1 mg/Kg ou0,2 + 0,1 mg/Kg/h 0,1 a 0,3 mg/Kg 0,05 a 0,2 mg/Kg IM, SC ou IV infusão 3-4h PETIDINA 3 a 5 mg/Kg 1 a 3 mg/Kg 2 a 3 mg/Kg IM 45min-2h METADONA 0,2 a 1 mg/Kg 0,2 mg/Kg 0,05 a 0,1 mg/Kg IM, Iv 3-4h HIDROMORFONA 0,1 a 0,4 mg/Kg 0,05 a 0,1 mg/Kg IM, IV 3-4h TRAMADOL 2 a 5 mg/Kg 2 mg/Kg 1 mg/Kg IM, SC 4-6h FENTANILA 2,5 a 5 μg/Kg + 3 a 6 μg/Kg/min 2 μg/Kg + 2-3 μg/Kg/min 0,07 a 0,15 mg/Kg IV Bolus = 30min/ infusão SULFENTANILA 5 μg/Kg+0,1 μg/Kg/min 0,1 μg/Kg +0,01 μg/Kg/min IV Infusão REMIFENTANILA 0,3 μg/Kg/min 0,2 μg/Kg/min IV Infusão BUTORFANOL 0,2 a 0,4 mg/Kg 0,1 a 0,4 mg/Kg 0,05 a 0,2+23 μg/Kg/min IM, SC, IV 1-3h NALBUFINA 0,3 a 0,5 mg/Kg 0,03 a 0,1 mg/Kg IM, SC, IV 3-4h BUPRENORFINA 0,01 a 0,05 mg/Kg 0,01 a 0,03 mg/Kg 0,005 a 0,01 mg/Kg IM, SC, IV sublingual 4-8h NALOXONA 5 a 15 μg/Kg 5 a 15 μg/Kg IV 1h NALMEFENE 0,25 a 30 μg/Kg 0,25 a 30 μg/Kg IV 1-2h OPIOIDES AGONISTAS PLENOS MORFINA Codeína e Hidromorfona causam menos emese do que a morfina; Náusea e vômitos são comuns (devido estimulação de receptores domapinergicos e de 5-HT3, e atividade da ZQRG), pode-se administrar acepromazina para ↓ este efeito; Meia-vida no cão entre 1-2h e no gato 3X mais. Via epidural a analgesia é mais prolongada que a meia-vida “normal”; Euforia é mais comum que a disforia, mas este último pode acontecer caso animal não tenha dor; Administração IV deve ser lenta principalmente pela liberação de histamina (vasodilatação e hipotensão), além disso diminui o risco de excitação breve inicial que poderia ocorrer em cães; Normalmente há ↓ (depressão) dos centros vasomotor, tosse e medular respiratório, ccom ↓ vol minuto e ↑ CO2 Duração: 3-4h CODEÍNA 1/10 de potência da morfina; normalmente usada com antitussígeno; MEPERIDINA (PETIDINA) 1/10 de potência da morfina; latência 15-30min; NÃO induz vômito nem defecação; também pode causar liberação de histamina; evitar usar em cardiopatas ( ↓ contr. miocárdio); duração do efeito: 45min (cães); 90-120min (gatos); 30min (equinos) METADONA Também age em receptores NMDA, semelhante aos anestésicos dissociativos, alternativa para os dependente de morfina; potência similar a morfina; com menor liberação de histamina e NÃO induz vômito; mais bradicardia em cães; dose de 0,6mg/Kg da mistura racêmica, em gatos, causa excitação. Duração: 2-6h MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 21AINES FENTANILA 80-100x mais potente que a morfina; curta latência e ação; muito usada no trans; alta lipossolubilidade (longa meia-vida, não se usa por mais de 2h, devido ao efeito acumulativo); bradicardia (revertida c/ atropina); ↓ DC e ↓ PA NÃO causa liberação de histamina Depressão respiratória dose-dependente; usar ventilação artificial se tiver em infusão contínua. Existe a apresentação em emplastros (adesivos) Duração: 20-30 min REMIFENTANILA 50x mais potente que a morfina; ação ultra-curta (analgesia intensa durante o trans c/ rápida recuperação e metabólitos pouco ativos) Mais seguro que o fentanil em pacientes hepatopatas e nefropatas e em outras situações que necessitem de recuperação anestésica rápida pois são degradados por esterases plasmáticas. Não libera histamina; Duração: 9 a 10 min ETORFINA Usado p/ captura e contenção de silvestres de grande porte (importado); 800-1000x mais potente que a morfina; causa bradicardia, hipetensão, depressão respiratória, atonia ruminal, hipotermia; antagonista: Diprenorfina CARFENTANIL 10000x mais potente que morfina, também restrito a captura e contenção de animais silvestres TRAMADOL Também é agonista puro, algumas classificações o enquandra em agonista misto, pois não atua apenas sobre receptores opioides, baixa afinidade, 6000x inferior a morfina; potência similar à petidina; talvez inibe recaptação de noradrenalina, inibe liberação de serotonina; pode ter efeito reduzido em felino (pelo mesmo motivo da morfina: glicuronização) Antagonizado pela naloxona, mas também pela ioimbina OPIOIDE AGONISTA PARCIAL BUPRENORFINA Agonista parcial de OP3 (μ) e antagonista OP2(k); devido a ↑ afinidade, o antagonismo é difícil; felinos podem inicialmente ter euforia e midríase, mas ao longo do tempo tornam-se calmos; ↑ lipossolub, latência é longa (45min); 30x mais potente que morfina; mas devido ao efeito-teto, doses altas podem não ser efetivas; melhor analgesia que a morfina; discreta sedação em cães com menos efeitos colaterais de excitação/disforia e depressão respiratória (antagonismo parcial μ); excitação em equinos ( ↑ DC, PA e ↓ motilidade intestin); Duração ação: 6-12h (é o opioides de maior duração) OPIODE AGONISTA-ANTAGONISTA BUTORFANOL Agonista OP2(k) e Antagonista OP3 (μ); disforia e midríase em doses elevadas (pp gatos); dose baixa mas pode reverter disforia/excitação e depressão resp causados por agonistas totais (antagon μ); apesar de 5x mais potente que a morfina, não possui melhor analgesia (não deve usar para dor severa); apresenta efeito-teto; bom analgésico para dor visceral (0,2mg/Kg cães) (0,22mg/Kg IM equinos); Duração ação: 45 min (gatos) e de 2h (cães); é $ MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS AINES22 ANTAGONISTAS DE OPIOIDES NALORFINA Agonista se usada isolada, mas antagonistase usada após agonistas 1mg para cada 10mg de morfina; ou 20mg de meperidina NALOXONA Antagonista clássico, doses elevadas tb revertem a analgesia (indesejável); administração lenta e doses mínimas; dura aproximadamente 1h (após esse tempo animal pode voltar a apresentar efeitos do agonista, em gatos dura mais devido à deficiência na enzima glicuronil transferase) NALMEFENO Poucos estudos; mais duração de ação que a naloxona. MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 23AINES ANESTÉSICOS LOCAIS Agem na membrana celular, impedem geração e condução do impulso nervoso, através do bloqueio dos canais de Na+, de maneira reversível; causando perda temporária de sensibilidade dolorosa. Usado para anestesia regionais, mas também para potencializar anestesia intravenosa, inalatória e tratar disritmias cardíacas. Ex: Cocaína; Procaína; Lidocaína; Bupivacaína; Ropivacaína ESTRUTURA • 3 cadeias: grupo aromático, cadeia intermediária e grupo amina • O grupo aromático (lipofílico) se une aos lipídeos da membrana • Grupo amina se une às proteínas. AL do tipo éster → facilmente hidrolisáveis pela pseudocolinesterase hepática e plasmática Ex: cocaína, procaína e tetracaína Duração ação mais curta AL tipo amida → metabolismo + lento pelo sistema microssomal hepático. Ex: lidocaína, bupivacaína e ropivacaína AL geralmente são apresentados na forma de sal solúvel (cloridrato): Ác forte HCl + Base fraca Amina AL tem de atravessar as camadas: epineuro, perineuro e endoneuro Fibras não mielinizadas: condução lenta (± 5-20 fibras por cél Schwann); canais iônicos ao longo dos axônios Fibras mielinizadas: condução rápida/saltatória; canais iônicos restritos aos nodos de Ranvier (interrupções das memb mielina) CONDUÇÃO NERVOSA Influxo de Na+ para meio intracelular → Potencial de Ação → Despolarização → fechamento canais de Na+ → Saída lenta do K+ Os AL são bases fracas Os ALs atravessam facilmente a barreira hematoencefálica Se pKa do AL é mais próx do fisiológico (7,4) → facilita penetração e efeito Em meio ácido (tecido inflamado, isquemia, acidose local, abcessos, uso de adrenalina) → o AL mantem-se mais na forma ionizada (catiônica): menos absorvido → efeito prejudicado Quanto ↑ ligação às prot plasmáticas → ↑ duração de ação (devido à menor disponibilidade da forma livre) Quanto ↑ lipossolubilidade → ↓ latência e ↑ duração e intensidade de bloqueio Quanto ↑ concentração → mais indicado para cirurgias mais prolongadas Uso de vasoconstritores (ex: adrenalina) → vasoconstrição leva ↑ latência (absorção lenta), ↑ duração ação e ↓ toxicidade (isso possibilita doses ou concentr. maiores) NÃO usar em extremidades (membros, orelha, cauda, bordas de feridas, devido ao risco de necrose) o AL com “vaso”, o pH fica mais ácido, mais dor à injeção e risco de necrose. Quanto ↓ metabolismo hepático → ↑ duração do AL Alcalinização da urina dificulta eliminação do AL Eliminação é favorecida se acidificar a urina Obs: excessiva concentr. de AL pode causar: hiperdistensão da membrana e ruptura da arquitetura. ↑ [Ca++] no meio que banha o nervo → reduz o bloqueio anestésico (pois o cálcio altera o potencial da membrana, tornando-a mais excitável) Pode ocorrer, além da perda sensitiva dolorosa, também bloqueio autônomo e motor; Fibras de menor diâmetro são bloqueadas antes das de maior diâmetro; Fibras mielinizadas são bloqueadas antes das não mielinizadas; MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS AINES24 FIBRAS BAINHA MIELINA DIÂMETRO FUÇÕES SENSIBILIDADE AO BLOQUEIO A (10 a 120 m/s) -Alfa -Beta -Gama -Delta +++ +++ +++ +++ 12 a 20 μm 5 a 12 μm 3 a 6 μm 2 a 5 μm Propriocepção e Motora Tato e Pressão Muscular Dor e Temperatura + ++ ++ +++ B (10 a 20 m/s) + < 3 μm Autonômica pré-ganglionar ++++ C (0,5 a 2 m/s) -Raiz dorsal -S. N. Simpático - - 0,4 a 1,2 μm 0,3 a 1,3 μm Dor Autonômica pós-ganglionar ++++ ++++ Ordem de bloqueio por função: dor, calor, tato, pressão profunda e função motora Quanto ↑ grau de desenvolvimento SNC → ↑ risco de toxicidade sistêmica Risco em Ser humano > Outros mamíferos > Répteis Sintomas de intoxicação: excitação do SNC (inquietude, tremores, vômito, olhar fixo, opistótono, fasciculação musc, contraturas, convulsão tônico-clônica) podendo ainda levar à depressão do SNC (perda de FC, vasodilatação, hipotensão e morte). Em casos de acidose metabólica e ↑ PaCO2 → ↓ limiar convulsivo (pois há maior quantidade do AL na forma ionizada, e portanto na circulação, chega mais no cérebro) Lidocaína tem efeito ambivalente (doses baixas IV produzem sedação, analgesia e ativ anticonvulsivante, com ↑ limiar e ↓ duração e intensidade da convulsão; doses altas podem ocorrer fasciculações, tremores e até convulsão) AL pode ser usado como antiarrítmico ventricular (↓tx de despolarização) 1-2 mg/Kg lidocaína. Cuidado com doses altas: pode causar efeito inotrópico e cronotrópico negativo, até parada por assistolia. Clorafenicol, Prometazina e outros depressores do SNC podem potencializar os efeitos cardiodepressores dos ALs MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 25AINES LIDOCAÍNA AL hidrossolúvel de curta/moderada duração, rápido início 10-20% excretada inalterada na urina de cães Doses baixas IV têm efeito sedativo e antiarrítmico Reduz catecolaminas plasmáticas (aumentadas pelo estresse) Potencializa 40-70% anestesia intravenosa e inalatória (↓descarga elétrica das fibras nervosas periféricas e deprime córtex cerebral) Via SC ou IM: latência 1-2min Via epidural: 3-12min Relaxamento musc. +rápido e +intenso que a bupivacaína (por isso associa, para prolongar duração) • Doses tóxicas de lidocaína: • 7 mg/Kg (gato) • 7 mg/kg sem vaso ou 9mg/Kg com vaso (cão) • 20 mg/Kg (equino) Preparo da solução lidocaína com vasoconstritor: Proporção 5 mcg para cada 1mL de Lidocaína, ou seja = 0,1mL de Andrenalina em 20mL de lidocaína. BUPIVACAÍNA 3-4x mais potente que a lidocaína (↑duração e ↑ligação às prot plasmáticas); mas também é mais cardiotóxica. De acordo com a dose, pode-se obter apenas bloqueio sensitivo, mantendo a função motora. Dose tóxima 3 mg/Kg ROPIVACAÍNA 99% é na forma de S-enantiômero Homóloga à bupivacaína (↑duração) Bloqueio sensitivo e motor de duração igual ou menor que a bupivacaína Menos tóxica que a bupivacaína (a forma levógira: S apresenta menor tempo de ligação com o receptor)→ boa margem de segurança para sistema cardiovascular e SNC Os animais toleram melhor a sobredose de “lido”, depois de “ropi” e por último de “bupi” Ropi e Bupi promovem analgesia suficiente para cirurgias, relaxamento muscular e recuperação rápida dos movimentos ESPÉCIE DOSE CONVULSIVA LIDOCAÍNA Cão 22 - 27 mg/Kg Gato 10 - 12,5 mg/Kg Coelho 5 - 6 mg/Kg Cavalo 4 mg/Kg Ser humano 6 - 7 mg/Kg Primata 14 - 23 mg/Kg Rato 32 mg/Kg MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA26 MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA (MPA) MPA prepara o animal para indução anestésica, tem como objetivos: sedar o animal, ↓ estresse, agressividade, ↓ efeitos indesejáveis de outros fármacos, aliviar dor (tratar ou prevenir), ↓ incidência de vômito, ↓ doses dos anestésicos intravenosos e inalatórios Após administração, os pacientes devem ser mantidos em local calmo e sem estímulos externos durante o período de latência (IV: 5-15 min IM ou SC: aprox. 30min) Pequenos animais geralmente utilizamos as vias IM ou SC permitindo maior tempo de adaptação do animal aos efeitos do fármaco. Equinos, normalmente utiliza-se via IV ou em casos de animais agressivos, utilizar via IM CONVERSÃO DE VOLUMES Exemplo: 2,5% → 2,5g/100mL → 25mg/mL Para mais conversões de pesos e volumes baixe o app • Anticolinérgicos: atropina, hioscina, glicopirrolato. • Fenotiazínicos: acepromazina, clorpromazina, levomepromazina. • Butirofenonas: droperidol, azaperone. • Benzodiazepínicos: midazolam e diazepam. • Agonistas alfa-2 adrenérgicos: xilazina,detomidina, romifidina, dexmedetomidina e medetomidina. • Opioides: morfina, meperidina, fentanil, remifentanil, butorfanol, buprenorfina e tramadol. https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 27MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA MEDICAMENTO DOSES CÃES E GATOS EQUINOS ANTICOLINÉRGICOS Atropina 0,02 - 0,04 mg/Kg IV, IM, SC Glicopirrolato 5 - 10 μg/Kg IV, Im, SC FENOTIAZINICO Acepromazina 0,02 - 0,1 mg/Kg IV, IM, SC 1,0 mg/Kg VO dose máx 3 mg 0,03 - 0,05 mg/Kg IV, IM Clorpromazina 0,2 - 0,5 mg/Kg IV, IM, SC dose máx 25mg Levomepromazina (metrotrimeprazina) 0,2 - 0,5 mg/Kg IV, IM, SC dose máx 25mg BENZODIAZEPÍNICOS Diazepam 0,2 - 0,5 mg/Kg IV Midazolan 3 - 0,5 mg/Kg IV, IM AGONISTAS α-2 adren Xilazina 0,2 - 2,0 mg/Kg (cães) IV, IM, SC 0,5 -1,0 mg/Kg IV Dexemedetomidina 3 - 10 μg/Kg IM OPIOIDES Morfina 0,2 - 1,0 mg/Kg (cães) 0,1 - 0,3 mg/Kg (gatos) IM, SC 0,1 - 0,2 mg/Kg IM Meperidina 5 - 10 mg/Kg (cães) 2 - 5 mg/Kg (gatos) IM, SC Metadona 0,2 - 0,5 mg/Kg IV, IM 0,1 - 0,2 mg/Kg IM Fentanil 2,5 - 10 μg/Kg IV, IM Butorfanol 0,2 - 0,4 mg/Kg (cães) 0,2 - 0,6 mg/Kg (gatos) IV, IM, SC 0,02 - 0,1 mg/Kg IV Buprenorfina 5 -20 μg/Kg IV, IM, SC 3 μg/Kg IV MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA28 ANTICOLINÉRGICOS Antagonistas competitivos de receptores muscarínicos Também denominados: parassimpatolíticos, ou vagolíticos (Ø efeitos do nervo vago (principal nervo do SNPS) Sistema Cardiovascular: Ø recep muscarínicos no nodo SA e AV, ↑ FC (inotropismo positivo), acelera condução atrioventricular (dromotropismo positivo); usados para prevenir ou tratar bradicardia Sistema Respiratório: ↓ secreções (saliva, e secr traqueobrônquicas); broncodilatação (relaxante musculatura lisa brônquios e bronquíolos, cuidado com agravamento de hipoxemia e desequilíbrio relação ventilação/perfusão pulmonar) Sistema Digestório: ↓ secreções e motilidade gastrointestinal (cuidado com equinos, pode causar cólica; e em bovinos, timpanismo) Olho: Midríase (dilatação da pupila); ↓ produção lágrimas SNC: doses elvevadas → torpor e confusão mental. Glicopirrolato (Derivados da amina quaternária, ñ atravessam barreira hematoencefálica) é isento dos efeitos centrais ATROPINA Bradicardia e bloqueio atrioventricular (BAV) transitório. Efeito este persiste por mais tempo e ocorre mais frequente quando se utiliza adose baixa 0,022mg/kg. Menos observado quando se utiliza dose cheia 0,044mg/kg. Como é derivado do amônio terciário → atravessa barreira hematoencefálica e pode causar fenômenos centrais em doses elevadas Não é recomendado associar com barbitúricos → pode causar arritmia ventricular Associada com anestésicos dissociativos (cetamina, tiletamina) → taquicardia excessiva (por que ambos têm ação cronotrópica +) Pode associar com α-2 agonistas (xilazina) e opioides (morfina) → tratar bradicardia provocadas por estes (controverso se for para prevenir, pois pode agravar a fase inicial de bradicardia e BAV!!!) Previne efeitos muscarínicos (sialorreia, bradicardia) provocados por anticolinesterásicos (Ex: neostigmina) Gatos, ratos e coelhos degradam rapidamente a atropina (enzima atropina esterase no fígado) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 29MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA GLICOPIRROLATO Como é derivado amônio quaternário → não atravessa barr hematoencefálica e placentária ↑ duração ação e ↓ risco de taquicardia excessiva do que atropina Também pode associar com α-2 agonistas (xilazina) e opioides (morfina) → tratar bradicardia de origem vagal. FENOTIAZÍNICOS Tranquilizantes, sem efeito hipnótico e sem perda de consciência (podem despertar sob estímulo doloroso); Também usados como antieméticos Antagonismo dopaminérgico Potencializa os efeitos analgésicos, e também os agentes anestésicos inalatórios e intravenosos; Outros efeitos: antihistamínico, antiserotoninérgico, antiespasmódico e anticolinérgico (↓secreções) Sistema Cardiovascular: Ø recep α-adrenérgicos → vasodilatação periférica (↓ RVperiférica), perda da regulação vasomotora com consequente ↓PA e taquicardia reflexa. Evitar em casos de choque/hipovolemia Há ↓[Hg] (devido à dilatação esplênica) Efeito antiarritmogênico (protegendo miocárdio contra arritmias ventriculares pelo Ø recep α) Sistema Respiratório: ↓secreções, pode haver ↓FR (s/ alterações hemogasométricas) Sistema Digestório: Antiemético, e ↓saliva; Não interfere na motilidade gastrintestinal Temperatura: hipotermia (devido à vasodilatação periférica, ↓atividade muscular e depressão do centro termorregulador no hipotálamo) ACEPROMAZINA ↑ potência e duração de efeito do que outros fenotiazínicos Tranquilização de cães para transporte (Via oral) Na MPA, é geralmente associada a opioides → Neuroleptoanalgesia Hipotermia e Hipotensão Se quiser efeito antiemético deve ser adm ≥15min antes do opioides CLORPROMAZINA Melhor antiemético dentre os fenotiazínicos LEVOMEPROMAZINA Efeito analgésico ??? (questionável) BUTIROFERONAS Mecanismo de ação similar aos fenotiazínicos, ↓atividade motora e induz Tranquilização Antieméticos e Ø recep α-adrenérgicos→ vasodilatação periférica e ↓PA. Também age no centro termorregulador no SNC→ HIPOTERMIA DROPERIDOL Raramente utilizado; melhor antiemético que a clorpromazina Usado com opioide fentanil para Neuroleptoanalgesia Combina com benzodiazepínico provoca boa sedação em suínos BENZODIAZEPÍNICOS Sedativo, hipnótico, anticonvulsivante, miorrelaxante Antagonizam estados de hiperexcitabilidade (↓sist. límbico no SNC) ↑tônus GABAenérgico central ↑GABA→ Hiperpolarização neurônios SNC→ Ø neurotransmissões Sistema Cardiovascular: pouca importância; discreta ↓PAM com discreto ↑FC e ↑RVP Sistema Respiratório: geralmente não interferem. Porém no homem podem produzir apneia de curta duração e potencializar depressão respiratória dos barbitúricos. Se usados isolados em gatos, causa efeito paradoxal, excitação; por isso usar com anestésico dissociativo por exemplo. MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA30 DIAZEPAM Não é hidrossolúvel, veículo é oleoso → lenta absorção por via IM Dor na injeção Não é indicado isolado (devido à excitação paradoxal) Seguro para pacientes com instabilidade circulatória, chocados, hipotensos Antagoniza hipertonia muscular e hiperexcitabilidade da cetamina MIDAZOLAN É hidrossolúvel→ facilita absorção quando administrada via IM ↓duração de ação e ↓meia-vida plasmática do que o diazepam Mesmas indicações e contra indicações que o diazepam FLUMAZENIL (antagonista benzodiazepínico) 0,05 mg/Kg IV AGONISTAS Α-2 ADRENÉRGICOS Sedativo, analgésico e miorrelaxante Estimula recep α-2 no SNC e periférico Ação analgésica devido à estimulação recep α-2 pré-sinápticos no corno dorsal da medula (Ø liberação da substância P e de outros neuropeptídios que modulam transmissão de impulsos nociceptivos na medula) e à estimulação de receptores α-2 pós- sinápticos (hiperpolarização de neurônios responsáveis pela modulação do estímulo nociceptivos) Efeitos geralmente dose-dependente Cães e gatos sedam profundamente (depende da dose), com decúbito e miorrelaxamento Equinos: abaixamento de cabeça, ataxia, ptose labial e palpebral, discreta exposição pênis (não é priapismo) Sist Cardiovascular: efeitos pós sinápticos dos alfa-2: vasoconstrição transitória (α recep nos vasos periféricos)→ ↑PA (↑ativ barorreceptores→ ↑tônus vagal)→ bradicardia reflexa→ ↓DC Bradicardia e BAV 2º grau: Representação esquemática do traçado eletrocardiográfico: 1- onda P (despolarizaçào atrial); 2- complexo QRS (despolarização ventricular); 3-repolarização ventricular, 4-bloqueio AV de 2º grau. No bloqueio AV de 2º grau alguns impulsos elétricos gerados pelo nodo SA, apesar de resultarem em despolarização atrial (onda P) não são conduzidos para os ventrículos.Os alfa-2 agonistas, inicialmente devido ao aumento reflexo do tônus vagal, resultam em bradicardia e bloqueio AV de 2º grau. Após isso, prevalece os efeitos pré-sinápticos: ↓tônus simpático→ ↓RVS e ↓PA com bradicardia permanente (por que tônus vagal/parassimpático prevalece) Controverso usar anticolinérgicos para prevenir bradicardia (apesar de antagonizarem a bradicardia e o BAV de 2º, podem agravar os efeitos fase inicial de hipertensão arterial e aumentar ainda mais a pós-carga) Sistema Respiratório: podem causar depressão respiratória: ↓FR e ↓vol corrente(Vt) Sistema Digestório: ↓motilidade gastrointestinal (Ø liberação de acetilcolina) Ømotilidade ruminal (pode levar a timpanismo) Vasoconstrição intestinal em equinos (cuidado com viabilidade) Vômito em cães e gatos pode ocorrer (por estimular centro do vômito no SNC) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 31MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA Sistema Reprodutivo: Não usar no 1/3 final gestação (compromete viabilidade fetal e induz aborto) devido à contração musculatura lisa do útero→ ↑pressão intrauterina (semelhante à ocitocina) Sistema endócrino e urinário: Ø liberação insulina (evitar uso em em diabéticos)→ ↑glicose sérica Diurese em equinos e bovinos (devido à Ø liberação de ADH) Sempre usar em animais hígidos, iniciando com doses reduzidas, suplementando caso necessário (recomendação para todos os alfa-agonistas) XILAZINA Evitar em animais idosos, ou com doença cardíaca ou sistêmica É o que tem menor relação alfa-2/alfa-1 dentre os alfa2agonistas MEDETOMIDINA e DEXMEDETOMIDINA Tem substituído a Xilazina, por ser mais potente e maior seletividade por alfa-2 recep ROMIFIDINA Mais usada em equinos IOIMBINA (antagonista alfa-2 adrenérgico) Antagonista seletivo alfa-2 centrais e periféricos 0,1 – 0,2 mg/Kg (cães) 1mg/Kg (felinos) IV, IM Tb usado para antagonizar amitraz (carrapaticida e tratamento de sarna) ATIPAMEZOLE (antagonista alfa-2 adrenérgico) Mais seletivo que a ioimbina. Dose: 4x mais que a do agonista OPIOIDES Analgésicos, através de estimulação dos receptores opioides principais OP2 (k kappa) e OP3 (μ mu): Ø transmissão nociceptiva no corno dorsal da medula, Ø impulsos somatosensórios aferentes supraespinhais Ativa vias inibitórias descendentes Agonistas totais (morfina, fentanil) têm maior eficácia, sem efeito-teto Agonistas/antagonistas (butorfanol, pentazocina) têm menor eficácia e possuem efeito teto Equinos e felinos mais susceptíveis à excitação/disforia Sistema Cardiovascular: estabilidade, apesar de poder induzir bradicardia (↑tônus vagal) Libera histamina (morfina e meperidina)→ ↓PA Equinos: ↑FC e PA Sistema Respiratório: taquipneia (se agonista total for adm isoladamente em cães), podem causar depressão respiratória→ hipercapnia (↑PaCO2) mas não é severa Sistema Digestório: induz vômito, defecação inicial (contração da musculatura do trato) sem estimular motilidade. Constipação (hipomotilidade intestinal) se uso for prolongado. Sistema Urinário: Retenção urinária (pequenos animais, por contração da musculatura lisa do esfíncter uretral) Veja mais sobre cada fármaco opioide no Cáp 11.6 MORFINA Pode ser associada a fenotiazínico (acepromazina): neuroleptoanalgesia Geralmente causa taquipnéia ou não interfere no sistema respiratório, mas pode causar depressão respiratória em animais que já têm comprometimento respiratório (pneumotórax) ou depressão do SNC. Dura de 3 – 4h MEPERIDINA 10x menos potente que morfina; Menor indução de vômito Tb pode causar liberação de histamina se adm IV rapidamente Curta duração (1-2h): analgesia pode não se estender ao trans e pós operatório MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS MEDICAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA32 METADONA NÃO induz liberação de histamina, nem vômito, pode ser adm IV Mesma potência que morfina Duração de 2-6h FENTANIL 100-200x mais potente que morfina e NÃO causa liberação de histamina, e gg ñ induz vômito Usado no trans em infusão contínua (20 – 45 µg/Kg/h IV) ou em bólus (5 µg/Kg IV) a cada 15-20min Pode haver depressão respsignificativa no trans quando junto de anestesia inalatória Bradicardia é frequente Duração curta: 20-30 min ALFENTANIL 1/5 da potência do fentanil; também de curta duração; melhor para infusões contínuas que demorem >3h SULFENTANIL e REMIFENTANIL Sulfentanil é 5-10x mais potente que o fentanil (1000x mais que a morfina); também de curta duração; mais adequado para infusões contínuas prolongadas (>3h) Menos tempo para recuperação anestésica comparado ao fentanil Remifentanil tem ultra curta duração, degradado por esterases plasmáticas; também adequado para infusões contínuas prolongadas BUTORFANOL Pode ser associado com fenotiazínico (0,4 mg/Kg Butorfanol + 0,03-0,05 mg/Kg Acepromazina)→ sedação moderada a intensa (seguro p/ cães hígidos e menos risco de excitação em felinos) Duração de ação: 2h, latência: 15min BUPRENORFINA Evitar usar com fenotiazínico em paciente c/ instabilidade cardiocirculatória→ reduz mto FC, DC e PA Útil como analgésico pós-operatório para dor discreta/moderada, mas eficácia é limitada Duração de ação: 6-12h, mas latência longa: 30-45min NALOXONA (antagonista opioide) Antagonista competitivo de todos receptores Reverte efeitos desejáveis também (analgesia e sedação) 1-4 µg/Kg V, IM, SC Aspira-se a dose total e fraciona, administrar 1 µg/Kg a cada 2-3min até obter efeito desejado (isso ↓risco de reverter analgesia) Veja mais sobre cada fármaco opioide no Cáp 11.6 MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 33DOR AGUDA EM EQUINOS DOR AGUDA EM EQUINOS DOR AGUDA ABDOMINAL - EQUINOS MEDICAMENTO DOSE IV EFICÁCIA Dipirona 10 mg/Kg Discreta Dipirona +hioscina 0,04 mL/Kg(associados) Discreta a moderada Flunecin meglumine 1 mg/Kg Boa Xilazina 0,5 - 1 mg/Kg Boa a excelente Detomidina 10 - 20 µg/Kg Excelente Butorfanol 0,05 - 0,1 mg/Kg Boa Flunixin meglumine (AINE) só é usado em casos de diagnóstico já estabelecido ou casos de dor intensa não controlável por outros analgésicos (evitando mascarar sinais clínicos de obstruções severas, endotoxemia). Alfa-2agonistas facilitam a palpação retal em equino com síndrome cólica; ótimos no controle da dor abdominal severa (cuidado com pacientes com comprometimento circulatório, devido à bradicardia e ↓DC e diurese causados pelos alfa-2; atenção a ↓motilidade que pode correr por até 2h). Estrangulamentos de maior gravidade: torções de cólon maior, de intestino delgado→ muitas vezes, a dor no é controlável mesmo com analgésicos potentes. Evitar doses elevadas de butorfanol (excitação); mas apresenta boa analgesia sem muita interferência cardiorrespiratória. MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS DOR AGUDA EM EQUINOS34 EQUINOS - SEDAÇÃO / TRANQUILIZAÇÃO FÁRMACO DOSE INDICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS ACEPROMAZINA 0,03 - 0,05 mg/KgIV, IM MPA / Tranquilização Latência 30min IV ou 60min IM Raramente funciona para cavalos nervosos Risco de priapismo (evitar em garanhões) XILAZINA 0,3 - 0,5 MG/KG IV ou 1,0 mg/Kg V (intensa) MPA / Analgesia / Outros procedimentos Cuidados em paciente com distúrbios cardiovascular. Não usar em potro < 1 mês Raças de tração: dose reduzida 0,2 - 0,3 mg/Kg; devido ao risco de ataxia ex- cessiva DETOMIDINA 10 -20 µg/KgIV MPA / Outros procedimentos Dura mais que a Xilazina Potente analgesia Raças de tração: 5 - 10 µg/Kg BUTORFANOL 0,02 - 0,1 mg/KgIV Boa analgesia para dores viscerais abdominais agudas de moderada a intensa Cuidado com excitação se usada em animal hígido ACEPROMAZINA + XILAZINA 0,03 - 0,05 mg/Kg IV, IM Após 30 min adm Xilaz: 0,02 - 0,07 mg/Kg IV MPA / Animal em estação Administrar primeiro acepromazina em local seguro e restrito (baia). Se a via for IM o tempo altera de 30 min para 1h de intervalo antes da Xilazina Depois pode induzir com quetamina XILAZINA + BUTORFANOL Xilaz: 0,3 -0,5 mg/Kg IV Butorf: 0,02 - 0,05 mg/Kg IV MPA / Alto grau de sedação e analgesia / Animal em estação Pode juntar na mesma seringa Associar bloqueio local, se for realizar laparotomia em estação Sedar no local do procedimento, risco de ataxia Pode substituir Xilazina pela Detomidina (ajustar doses) XILAZINA + BUPRENORFINA Xilaz: 0,3 - 0,5 mg/Kg IV Buprn: 3 µg/Kg IV MPA / Alto grau de sedação e analgesia / Animal em estação Pode juntar na mesma seringa Sedar no local do procedimento ACEPROMAZINA + BUPRENORFINA Acepr: 0,0 mg/Kg IV Buprn: 3 µg/Kg IV MPA Pode juntar na mesma seringa Menor grau de analgesia e ataxia comparado as duas acima MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 35ANESTESIA INTRAVENOSA EM EQUINOS NO CAMPO ANESTESIA INTRAVENOSA EM EQUINOS NO CAMPO Intravenosa por infusão contínua (TIVA) Vantagens: menor depressão cardiovascular que os anestésicos iInalatórios; sem resposta de estresse endócrino Comum o uso de EGG/Quetamina/Xilazina Reflexos protetores se mantém (laringotraqueal e oculopalpebral) ≠ da anestesia inalatória e até nistagmo em planos adequados Melhor parâmetro para avaliar o plano é a movimentação do animal EQUINOS - SEDAÇÃO - ANALGESIA FÁRMACO DOSE IV INDICAÇÃO CARACTERÍSTICAS XILAZINA + QUETANAMINA + DIAZEPAM 1 mg/Kg 10min após: 2-3/Kg 0,05 - 1 mg/Kg Indução para inalatória Cirurgias de curta duração Duração < 10min Se necessário repetir 1/3 de Xilazina + Quetamina e/ou associar EGG ACEPROMAZINA + XILAZINA + QUETAMINA + DIAZEPAM 0,05 mg/Kg + 13min após: 0,3 - 7 mg/Kg 10min após: 2 - 3 mg/Kg 0,1 mg/Kg Indução para inalatória Cirurgias de curta duração Semelhante a anterior XILAZINA + TELAZOL (TILETAMINA + ZOLAZEPAN) 1,0 mg/Kg + 10min após: 1 - 1,5 mg/Kg Cirurgias de curta duração Duração aprox. 20min Recuperação com ataxia e mais prolongada que técnicas acima XILAZINA + EGG + QUETAMINA 0,3 - 0,5 mg/Kg + 10min após: 100 mg/Kg 2 mg/Kg IV Indução para inalatória Cirurgias de curta duração Relaxamento muscular adequado e anestesia de boa qualidade. Obs.: não tem analgesia suficiente, associas bloqueios XILAZINA + EGG + TIOPENTAL 0,3 - 0,5 mg/Kg + 10min após: 100 mg/Kg 2 - 4 mg/Kg Indução para inalatória Cirurgias de curta duração Relaxamento muscular adequado. Apneia transitória. Não usar em paciente desidratado ou em choque. Revuperação lenta. Obs.: não tem analgesia suficiente, associar bloqueios. TRIPLE DRIP MPA: 0,5 – 1 mg/Kg/IV Xilazina ou 10 – 20 µg/Kg/IV Detomidina INDUÇÃO: 2 mg/Kg/IV Quetamina MANUTENÇÃO: em 500mL de soro fisiológico NaCl 0,9% diluir os seguintes medicamentos abaixo descontando os volumes e infundir na taxa de 1 a 1,5mL/Kg/h • EGG 10% (50g em 500mL = 100mg/mL) + • XILAZINA (5mL 10% = 1mg/mL) + • QUETAMINA (10 mL 10% = 2mg/mL) Para procedimentos cirúrgicos animal em estação Infusão contínua de Detomidina (diluir 4mL do medicamento em 500mL de solução fisiológica = 80 µg/mL) Bolus inicial: 8 µg/Kg IV Infusão: 0,5 µg/Kg/min nos 15min iniciais Redução: 0,3 µg/Kg/min durante mais 15min Redução e manutenção de 0,15 µg/Kg/min até 10min antes do término da cirurgia * Morfina 0,1mg/Kg/IV lento 20min após início infusão de detomidina MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS ANESTESIA INALATÓRIA DE EQUINO36 ANESTESIA INALATÓRIA DE EQUINO CÁLCULO / PESO EGG Pegar 50mg a 100 mg/Kg do pó e diluir para solução ficar entre 5-10% Ex: 7g de EGG em 100 mL = 7% 50g em 500mL = 10% 100g em 1L (1000mL) = 10% Infundir na indução anestésica com “torneira aberta sob pressão” a solução de EGG puro diluído acima a 10%. Depois trocar para a solução Triple Drip (EGG + Xilazina +Quetamina), caso o procedimento seja a campo, ou suspender após indução, por solução RL sem medicamento e realizar manutenção anestésica com anestesia inalatória. CÁLCIO 0,5 – 1 mL/Kg (aprox 1 frasco pra um 1L RL) Melhora força muscular na recuperação aproximadamente 200 – 300 mL/cavalo PROTOCOLO SUGERIDO MPA Acepromazina 0,05 mg/Kg IM 1h após: Xilazina 0,5 mg/Kg IV Indução Quetamina 2,0 mg/Kg IV EGG 100 mg/Kg infusão IV Manutenção Inalatória Lidocaína 1,3 mg/Kg (bolus em 15min)* + Infusão: 35 µg/Kg/min 50 µg/Kg/min 60 µg/Kg/min Dobutamina infusão: 1 µg/Kg/min 2 µg/Kg/min Flunixin Meglumine 1,1 mg/Kg Recuperação Xilazina 0,2 mg/Kg * Cálculo das taxas de Lidocaína Ex: [ 35 x 455Kg (peso animal) x 60 (min→ hora) ] ÷ 20000 (concentração em µg) = 47,7 mL/h * Cálculo das taxas de dobutamina Ex: [ 1 x 455Kg (peso animal) x 60 (min→ hora) ] ÷ 5000 (concentração em µg) = 5,5 mL/h Você pode calcular as Infusões de Lidocaína e Dobutamina diretamente pelo aplicativo (baixe o app); https://anestesiaanimal.com.br/#aplicativo MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 37ANESTESIA DISSOCIATIVA ANESTESIA DISSOCIATIVA MEDICAMENTO DOSES CÃES E GATOS EQUINOS DISSOCIATIVOS Quetamina 5,0 - 7,5 mg/Kg IV 10 - 20 mg/Kg IM 2,0 mg/Kg IV Tiletamina / Zolazepam 2,0 - 5,0 mg/Kg IV 7,5 - 10 mg/Kg IM 1 - 1,5 mg/Kg IV ASSOCIAÇÕES (quetamina +) Acepromazina +Butorfanol 0,05 mg/Kg IM 0,2 mg/Kg IM 0,05 mg/Kg IV 0,02 - 0,05 mg/Kg IV Midazolam ou Diazepam 0,2 - 0,5 mg/Kg IV, IM 0,05 - 1 mg/Kg IV Xilazina 1,0 mg/KgIM 1 mg/Kg IV ASSOCIAÇÕES (tiletamina/zolazepam +) + Acepromazina + Butorfano 0,05 - 0,1 mg/Kg IM 0,2 mg/Kg IM 0,05 mg/Kg IV 0,02 - 0,05 mg/Kg IV Administrar vias IM ou IV Apresentam DL50 mto elevada em relação às doses clínicas utilizadas (boa margem de segurança) ↑tônus serotoninérgico e dopaminérgico ↑atividade GABAenérgica Dor na injeção, pois o pH é muito baixo Dissociação entre atividade neuronal no tálamo (depressão) e sistema límbico (ativação) Catalepsia (rigidez muscular c/ perda tônus postural), Amnésia (homem) e Analgesia profunda Fenômenos excitatórios advém da estimulação do sistema límbico, por isso geralmente se associa com benzodiazepínicos ou alfa-2 agonistas Antagonizam receptores NMDA (poderia explicar os efeitos analgésicos preemptivos), semelhante a metadona. QUETAMINA - CETAMINA - KETAMINA Inconsciência e Analgesia dose-dependentes Latência curta: ±1min (IV) Melhor analgesia somática do que visceral Rápida recuperação Duração ação: 10 – 20 min (IV) Sistema Nervoso Central: ↑consumo O2 e do fluxo sanguíneo cerebral, ↑pressão intracraniana, ↑pressão do Líq cérebro- espinhal (evitar em pacientes com trauma crânio e epilépticos) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS ANESTESIA DISSOCIATIVA38 Sistema Cardiovascular: estimulação generalizada (devido ao ↑ativ simpática); isolada causa ↑FC, ↑contratilidade e ↑DC, ↑PA (mas o efeito direto é depressor do miocárdio, ñ usar em cardiopatas descompensados ou chocados) Sistema Respiratório: apneia transitória dose-dependente, respiração apnêustica (irregular); mas não deprime ventilação (não leva a hipóxia e ñ interfere nas trocas gasosas) Reflexos protetores podem se manter presentes se isolada Gatos com nefropatia ou obstrução uretral podem ter os efeitos prolongados (80% eliminação da cetamina em gatos é renal) ↑salivação e secreções trato respiratório Associações com quetamina: Fenotiazínicos melhoram anestesia pelo efeito tranquilizante prolongado (inibe os efeitos excitatórios da cetamina); também potencializam hipotermia; bloqueia a estimulação cardiovascular (pode até haver depressão cardiovascular); ↓salivação Opioide potencializa os efeitos analgésicos Benzodiazepínicos (midazolam, diazepam potencializam neurotransmissões GABAérgicas): efeitos anticonvulsivantes, bloqueiam hipertonia muscular e excitabilidade causados pela Quetamina Agonistas alfa-2 adrenérgicos (Xilazina): administrar previamente ou na mesma seringa com quetamina (evitar dose elevada IV); antagoniza a hipertonia muscular e excitabilidade causados pela quetamina. Boa analgesia para dor visceral; efeitos cardiovasculares dos alfa-2 prevalecem (bradicardia, ↓DC, BAV 2º, ↑PA transitória) TILETAMINA Maiores potência,efeito analgésico e duração de ação Recuperação mais prolongada que a quetamina Comercializada com o Zolazepam (benzodiazepínico) na proporção 1:1 SNC: semelhante à cetamina Sistema Cardiovascular: isolada é parecido com quetamina; mas a associação com Zolazepam pode ↓PA e depois ↑PA, com ↑FC, mas ↓contratilidade e ↓DC Sistema Respiratório: semelhantes à quetamina, mas doses elevadas→ hipercapnia (↑PaCO2) e ↓PaO2 Reflexos protetores podem se manter presentes se isolada Excreção do Zolazepam é um pouco mais rápido que o da tiletamina (cães)→ pode ocorrer efeitos fenômenos excitatórios na recuperação Em gatos, Zolazepam têm ↑meia-vida que a tiletamina, e a recuperação é 2x mais demorada que no cão (sem efeitos excitatórios) Associações c/ tiletamina: Associação com fenotiazínico promove melhor recuperação, suprindo efeitos excitatórios (devido a tranquilização prolongada); mas cuidado com hipotermia e hipotensão (vasodilatação perfiérica) Atropina para combater sialorréia ???? (questionável) Fenotiazínico ajuda ↓secreções Associação com alfa-2 agonistas: assim como ocorre com a quetamina+xilazina→ prevalece a depressão cardiorrespiratória. PROTOCOLO PARA DISSOCIAR GATOS • Acepromazina: 0,03 mg/Kg • Cetamina: 5 mg/Kg • Metadona ou Morfina 0,2mg/Kg • Midazolan: 0,2 mg/Kg Obs: Quetamina na dose analgésia é de 0,5-2,0 mg/Kg e a dose para dissociar é 5-10 mg/Kg MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 39ANESTESIA DISSOCIATIVA CÃES - ANESTESIA DISSOCIATIVA + ANALGESIA FÁRMACO DOSE INDICAÇÃO CARACTERÍSTICAS ACEPROMAZINA + MORFINA + QUETAMINA + DIAZEPAM MPA: 0,05 mg/Kg/IM + 0,3 mg/Kg/IM + 15min depois: 0,25 mg/Kg/ IV + 5 mg/Kg/IV (indução) MPA + Indução para inalatória Aprox. 10 a 15 min Se necessário realizar bolus adicionais de 1/2 dose inicial de QUETAMINA + DIAZEPAM ACEPROMAZINA + METADONA + XILAZINA + QUETAMINA MPA: 0,05 mg/Kg/IM + 0,3 mg/Kg/IM + 15min depois: 1 mg/Kg/IM + 15 mg/Kg/IM (indução) Cirurgias de curta dura- ção Relaxamento muscular e analgesia supe- riores a técnica acima. Se necessário adm bolus adicionais 2 - 3 mg/Kg/IV Cuidado com depressão cardiorrespiratória ACEPROMAZINA + MORFINA + TELAZOL MPA: 0,05 mg/Kg/IM + 0,3 mg/Kg/IM + 15min depois: 5 mg/Kg/IV (indução) Cirurgias de até 60 min Se necessário adm bolus adicionais de 1/3 dose inicial de Telazol Recuperação prolongada ACEPROMAZINA + BUPRENORFINA Acepr: 0,0 mg/Kg/IV + Burn: 3 µg/Kg/IV MPA Pode juntar na mesma seringa Menor grau de analgesia e ataxia comparado as duas acima MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS ANESTESIA LOCAL EM EQUINOS40 ANESTESIA LOCAL EM EQUINOS A: Bloqueio do n. mentoniano. B: Bloqueio do n. infraorbitário (anestesia de lábio superior, narinas e caso a injeção de anestésico seja dentro do forâmen: anestesiará os dentes incisivos até 1º molar, cavidade nasal e seio maxilar); C: Bloqueio do n. infratroclear (anestesia da comissura medial do olho); D: Bloqueio n. zigomático (anestesia da pálpebra inferior); E: Bloqueio do n. lacrimal (anestesia comissura lateral do olho); F: Bloqueio do n. supraortbitário (anestesia da pálpebra superior); G: Bloqueio do n. auriculopalpebral (aquinesia de pálpebra superior). BLOQUEIOS PERINEUAIS - CABEÇA N. mentoniano→ anestesia porção anterior mandíbula (lábios inferiores) (mas se administrar dentro do forâmen: anestesia também ramo anterior da mandíbula, dentes incisivos e até 3º pré-molar) 5mL no local N. infraorbitário→ anestesia do maxilar superior (narinas, lábios superiores e tec moles craniais ao forâmen) (mas se adm dentro do forâmen: anestesia tb de de caninos, incisivos superiores até o 1º molar, seio maxilar, palato, mucosas oral e nasal) 5mL no local N. infratrocelar→ anestesia da comissura medial da pálpebra inferior 3mL no local N. zigomático→ anestesia da pálpebra inferior 3mL no local N. lacrimal→ anestesia da comissura lateral da pálpebra superior 3mL no local N. supraortbitário→ anestesia da pálpebra superior (pp porção medial) N. auriculopalpebral→ aquinesia da pálpebra superior (é ramo do nervo facial), o bloq dele não produz anestesia 3-5mL no local, dois poontos ventral e dorsal. Bloqueio retrobulbar→ anestesia para enucleação, introduz agulha 150x12 na comissura medial do olho, tangenciando o globo, rente ao tabique ósseo, até o nervo óptico (profundidade 10cm – volume 15 a 20mL com vasoconstritor) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 41ANESTESIA LOCAL EM EQUINOS Os círculos indicam os locais de inserção das agulhas para os bloqueios BLOQUEIOS PERINEUAIS - MEMBROS Bloqueio Digital palmar→ anestesia 1/3 posterior do casco (agulha é introduzida nas faces lateral e medial da quartela, abaixo do boleto) 3mL no local Bloqueio Sesamoideano abaxial→ anestesia de quartela e caso (AL é administrado no n. palmar antes da bifurcação em digital palmar) 3-5mL no local Bloqueio 4 pontos baixo (palmar baixo)→ anestesia 1/3 distal do metacarpo até casco (bloqueio n. metacarpianos lateral e medial, e n. palmares lateral e medial) Figura 2A 3-5 mL cada ponto Bloqueio 4 pontos alto (palmar alto)→ anestesia 1/3 médio do metacarpo até casco (altura do bloqueio 5cm abaixo da articulação carpo-metacarpiana) Figura 2B 3-5 mL cada ponto Bloqueio dos n. ulnar, mediano e musculocutâneo→ anestesia distal do carpo (inclusive) ulnar, na porção posterior 5-10 mL; mediano, na porção medial 10-15mL; musculocutâneo na porção anterior, margeando veia cefálica 10 mL Localização: n. Ulnar (face posterior, 10cm acima do acessório do carpo) n. mediano (porção medial, no 1/3 proximal do rádio- ulna); n. musculocutâneo (porção medial, no 1/3 proximal da borda anterior do rádio-ulna) N. fibular (=peroneo), safeno e tibial→ anestesia distal do tarso (inclusive) fibular, na face lateral, entre os m. extensor digital lateral e extensor digital comum, 10cm próx maléolo lateral da tíbia, são 2 pontos para pegar o fibular superficial e o fibular profundo 10 mL cada ponto; safeno, na face medial, acima da articulação fêmur tíbio-rotuliana, dorsal e paralelo a veia safena 10 mL; tibial, na face medial, 15cm acima do tarso, cranial ao tendão de Aquiles 10 mL BLOQUEIOS PERINEUAIS - OUTROS Anestesia para Orquiectomia→ em cordão no local da incisão 5mL (infiltrativa subcutânea) 5mL + injeção perineural no cordão espermático (próx anel inguinal externo 10mL cada lado) MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS ANESTESIA LOCAL EM EQUINOS42 Anestesia para Orquiectomia 2→ em cordão no local da incisão 5mL (infiltrativa subcutânea) 5mL + injeção intratesticular (20mL no centro de cada testículo e aguardar latência 10min) Epidural Anestesia de cauda, períneo, vagina e vulva→ anestesia epidural no espaço da 1ª articulação intercoccígea (Co1 e Co2) erguer e abaixar a cauda Botão subcutâneo → introdução agulha até atravessar ligamento amarelo até espaço peridural 0,015mL/Kg (volume total) e Latência: 20-30min Opção 1: Lidocaína 2%→ duração de ação 90min (ou mais se tiver vasoconstritor) Opção 2: Xilazina (diluída em 6-10 mL de solução fisiológica) 0,17mg/Kg; latência longa: 30min, mas duração 165 a 180min (não há ataxia, sedação e nem alterações cardiorrespiratórias evidentes) Opção 3: Xilazina 2% (0,17mg/Kg) + Lidocaína 2% (0,22 mg/kg)→ latência 5-10min; duração: 330min MANUAL PRÁTICO DE ANESTESIA | CÃES, GATOS E EQUINOS 43ANESTESIA LOCAL EM CÃES E GATOS ANESTESIA LOCAL EM CÃES E GATOS Preferencialmente deve-se fazer com animal: sedado, sob anestesia dissociativa ou anestesia geral. ANESTESIA TÓPICA Insensibilização de pele ou mucosas Lidocaína, Bupivacaína, Ropivacaína (injetáveis e tópicas: creme, pomada, spray e aerossol) ANESTESIA INFILTRATIVA Bloqueio de uma área Ex: retirada de nódulo, anestesia de membros Tricotomia e Antissepsia.Vias: Intradérmica, SC (mais usada) e IM de forma lenta ao longo e/ou ao redor do local de incisão; Evitar usar adrenalina
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