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Anestésicos intravenosos e outros parenterais

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Anestésicos intravenosos e outros parenterais
Barbitúricos
· Derivados do ácido barbitúrico, formado pela uréia+ ácido malônico
· Modificações em sua estrutura tornaram com efeitos hipnóticos
· Agentes ideais: deve apresentar de 4 a 8 moléculas no C5
· 20 são usados clinicamente, sendo 10 anestésicos
Classificação
· Química: oxibarbitúricos e tiobarbitúricos
Período hábil:
· Longa: barbital (6 a 12h) e fenobarbital (6 a 12h)
· Curta: pentobarbital (60 a 120 mim)
· Ultracurta: tiopental (10 a 20 min), tiamilal (10 a 20 min) e meto-hexital (5 a 10 min)
Farmacocinética
· Via de administração exclusivamente IV
· Aplicação extravascular causa dor, inflamação e necrose
· Efeito acumulativo (doses complementares): leva a uma recuperação longa, com características indesejadas como hipotermia, bradicardia e excitação
· Tolerância aguda: maior dose inicial gera maior concentração cerebral
· Dose maciça: administração rápida e recuperação rápida 
· São ácidos fracos, que se ionizam na água (depende do pH do meio e do pKa do agente)
· Forma não ionizada é a forma ativa
· pH 7,4: o 61% do tiopental e 83% do pentobarbital estarão na forma não ionizada
· pH ácido: maior quantidade na forma não ionizada e maior o efeito anestésico 
Distribuição:
· Altamente lipossolúveis com latência e duração dos efeitos curtos
· Fazem ligação com proteínas plasmáticas, mas depende do pH sanguíneo
· pH 7,6 ocorre o máximo de ligação
· pH menor: ocorre menor ligação com proteínas e mais anestésico disponível
· Em caso de acidose, uremia e hipoalbuminemia ocorre menor ligação -> maior efeito anestésico
· Algumas sulfas e AINEs fazem competição pelas proteínas -> maior efeito anestésico
· Tiopental: 70 a 85% se liga a albumina
· Redistribuição para outros tecidos é influenciada pelo fluxo sanguíneo do tecido em questão -> os tecidos do organismo podem ser divididos em quatro grupos de acordo com seu fluxo regional (% de débito cardíaco que vai para um dado compartimento):
· Ricos em vasos sanguíneos: cérebro, coração, rins (perfazem 6 a 10% da massa corpórea e recebem cerca de 70% do DC).
· Órgãos magros: músculos estriados e pele (50% da massa corpórea e recebem 25% do DC)
· Tecido adiposo (20% da massa corpórea e recebem 4% do DC); 
· Pobre em vasos sanguíneos: ossos, cartilagens e tendões (20% da massa corpórea e recebem 1% do DC).
· Distribuição ocorre em 30 a 45 segundos, chegando na concentração máxima no cérebro e outros órgãos ricos em vasos
· Em 10 a 15 minutos, ocorre a máxima captação do tiobarbiturato pelo compartimento magro, tendo a recuperação dos tiobarbituratos
· Efeito sedativo residual do tiobarbiturato: ocorre deposição na gordura e quando liberados são biotransformados pelo fígado e excretados pela urina
· Redistribuição não tem ligação significativa na recuperação dos oxibarbituratos de curta e longa duração 
Biotransformação e excreção:
· Pentobarbital (oxibarbitúrico de curta duração): biotransformação hepática é determinada pela recuperação da anestesia. Em cães, 15% é biotransformado por hora. Após 30 a 45% da dose total ser biotransformada, ocorre a recuperação da anestesia
· Tiobarbitúricos (ultracurta duração): biotransformação no fígado, cérebro e rins. Em cães, ocorre 5% de biotransformação/h. Excreção é renal
· Fenobarbital (oxibarbitúrico de longa duração): pouca biotransformação hepática. Excreção renal é importante para a recuperação
· Administração de glicose na recuperação anestésica causa reanestesia, recorrente da redução da atividade enzimática hepática
· Evitar uso de cloranfenicol, pois reduz a atividade enzimática hepática 
Mecanismo de ação
· Potentes hipnóticos, com depressão dose-dependente: causa sedação leve e sono -> anestesia geral -> completa depressão bulbar -> morte
· Deprime córtex, tálamo e áreas motoras
· Causa depressão no Sistema reticular mesencefálico -> controle do grau de atividade do SNC (estado alerta-sono)
· Depressão dos centros medulares: centro termorregulador, vagal, centro respiratório e vasomotor
· Alteração da condutividade aos íons Na+, Ca++ e K+
· Ligação com o complexo receptor GABA causa aumento da condutância ao cloro= hiperpolarização
· Perifericamente: ocorre menor ligação e seletividade da acetilcolina com receptores pós-sinápticos, causando relaxamento muscular intenso e pontencializando bloqueadores neuromusculares
Efeitos farmacológicos, colaterais/tóxicos
Efeitos respiratórios:
· Depressão dose e velocidade de administração dependente
· Redução da frequência respiratória e volume por minuto
· Apnéia por tração da língua
· Depressão do centro respiratório
· Depressão intensa: hipercapnia e hipóxia
Efeitos cardiovasculares:
· Variam de acordo com a espécie e estado volêmico do paciente
· Cão: causa taquicardia, aumento do débito cardíaco e pressão arterial média
· Equino: redução da pressão arterial devido ao efeito de inotropismo negativo
· Paciente hipovolêmico, em choque, sepse, toxemia, instabilidade circulatória: causa hipotensão, colapso circulatória e para cardíaca
· Causa arritmia cardíaca
· Tiopental era a droga da eutanásia na segunda guerra
Efeitos hepáticos:
· Administração crônica: indução enzimática hepática, gerando tolerância
· Maior tolerância: menor índice terapêutico
Outros efeitos:
· Fluxo sanguíneo cerebral e a velocidade metabólica cerebral é reduzido, causando redução da pressão intracraniana
· Reduzem ou não alteram a pressão intracraniana
· Atravessa barreira placentária, causando depressão fetal (evitar uso em cesariana)
Usos terapêuticos
· Tiopental: exclusivo iV. Utilizado na indução anestésica. É uma anestesia de curta duração (10 a 15 minutos). Utilizado em pequenos e grandes animais
· Pentobarbital: exclusivo IV, com 60 a 120 minutos de duração. Utilizado em pequenos animais e animais de laboratório. Em grandes animais, provoca recuperação prolongada, agitada ataxia e incoordenação motora
· Utilização de medicação pré-anestésico (MPA), com fenotiazinicos, alfa 2 agonistas e benzodiazepínicos. A dose deve ser reduzida da dose anestésica. Deve ser evitado por ter efeitos excitatórios na indução e recuperação anestésica
· Tiopental: após 10 a 20 minutos da aplicação ocorre a perda da consciência e miorrelaxamento adequado
· Pequenos animais: deve aplicar de 1/3 a ½ da dose rapidamente e o restante lentamente, até alcançar o plano anestésico desejado
· Velocidade de administração:
· Muito rápido: aparecimento efeitos colaterais (apnéia e taquicardia acentuada)
· Muito lento: efeitos ou duração inferior a esperada
· Equinos: administração rápida
Posologia
· Dose varia de acordo com o objetivo: MPA, doença prévia, função cardiovascular e respiratória
· Apresentação em pó, frasco de 0,5g e 1g
· Diluição: solução cloreto sódio 0,9%, não pode ringer lactato
· Concentração: 2,5% (pequenos animais) e 5% (grandes animais)
Compostos Imidazólicos: etomidato
· Potente agente hipnótico
· Sem propriedades analgésicas
· 75% de liga a albumina
· São rapidamente distribuídos para cérebro, baço, pulmão, fígado e intestino
· Duração da anestesia depende da redistribuição e biotranformação hepática e plasmática
· Excreção: 87% urina e 13% biliar
· Sem efeito cumulativo
Mecanismo de ação
· Acredita-se que interfere com a modulação do receptor GABAa, aumentando receptores disponíveis, levando ao aumento da entrada de cloro
Efeito farmacológico, colaterais/tóxico:
· Duração de efeito de 10 a 15 minutos
· Sem ação analgésica
· Faz relaxamento muscular razoável
· Pode causar dor à injeção, mioclonias (miorrelaxante) e vômito
· Associação com bensodiazepínico evita excitação e mioclonias
· Efeitos cardiovasculares: sem alteração no ritmo e frequência cardíaca. Não reduz a pressão arterial e débito cardíaco. Não causa depressão da contratilidade miocárdica (pode ser usado em cardiopatas)
· Efeitos respiratórios: em doses clínica ocorre o aumento da frequência respiratória e redução do volume corrente. Em doses elevadas causa hipoxemia e acidose respiratória. Necessário fazer hipoventilação
· Outros efeitos: diminui o fluxo sanguíneo cerebral,metabolismo e pressão intra-craniana. Tem efeito colateral, causando insuficiência supra-renal após infusão prolongada. Utilizado em pacientes com trauma craniano
Uso terapêuticos
· Utilizados em pacientes cardiopatas, de risco elevado.
· Utilizado junto a benzodiazepínico e opióides que minimizam efeitos adversos
· Aplicação lenta 
Alquil-fenóis: propofol
· É um líquido branco, hidrofóbico à temperatura ambiente
· É uma emulsão aquosa a 1%, contendo 10% de óleo de soja, 2,25% de glicerol e 1,2% de fosfolipídio de ovo purificado
Farmacocinética
· Elevado grau de ligação com proteínas plasmáticas, cerca de 98%
· Depuração e distribuição é raída
· Biotransformação hepática e extra-hepática
· Propofol é biotransformado rapidamente por glicuronização e sulfoxidação. Metabólitos excretados na urina e bile
· Gatos possuem deficiência em conjugar fenóis 
Mecanismo de ação
· Ação pró-GABA, bloqueando o impulso nervoso dopaminérgico e não-dopaminérgico
· Potencialização do GABA em receptores GABAa, aumentando o influxo de cloro
· Induz diretamente a corrente do cloro mesmo na ausência do GABA
Efeitos terapêuticos, colaterais/tóxicos
· Depressão respiratória dose-dependente semelhante à do tiopental: redução da FR, aumento do volume minuto, aumenta PaCO2 e reduz PaO2, apnéia transitória
· É menos arritmogênico que o tiopental, não afeta a sensibilidade dos barorreceptores
· Faz hipotensão por vasodilatação (maior que o tiopental)
· Evitar em pacientes com função cardiovascular comprometida, geriátrico ou hipovolêmico
· Atravessa barreira placentária: filhotes mostram-se deprimidos, sendo o grau de depressão dose dependente
· Não compromete a função hepática nem renal
Usos terapêuticos
· Curta duração
· Aplicação exclusiva IV, não promove lesão tecidual se administrada extravascularmente
· Utilizado em bolus ou infusão contínua
· Causa dor a injeção quando injetada em veias de pequeno calibre
· Analgesia pequena e grau de miorrelaxamento moderado
· Utilizado em pequenos e grandes animais
· Recuperação rápida, mesmo após doses repetidas
· Apresentação em ampola de vidro ou frasco
Derivados da fenciclidina: Cetamina e tiletamina
· Anestésico dissociativo de uso IV e IM
· Cetamina: solução aquosa de 5% ou 10%. É uma mistura racêmica de dois isômeros, um positivo outro negativo 
· Tiletamina: anestésico dissociativo comercialmente associado ao zolazepam
Farmacocinética
Cetamina:
· Solução com pH baixo (3,5), causando dor IM
· É lipossolúvel (10x mais que o tiopental), tendo rápido início de ação. Atravessa barreira placentária e atinge feto
· Gatos: ficam em decúbito lateral após 90 segundos (IV) ou após 2 a 4 minutos (IM)
· Tem redistribuição para os tecidos magros
· Metabolismo hepático
· Excreção renal: 5% inalterada. Em gatos, cerca de 87% inalterada
· Metabolismo ativo: 1/5 a 1/3 da potência da cetamina
Tiletamina
· IM: tem efeito com 5 a 12 minutos
· IV: tem efeito com 30 a 90 minutos
· Cães: meia vida plasmática é de 1,2 hora na tiletamina e 1 hora para o zolazepam. Sinais de excitação na recuperação
· Gatos: 1/2 vida plasmática da tiletamina é de 2,5h e do zolazepam é de 4,5 h. Recuperação mais tranquila. Atravessa barreira placentária e atinge o feto
Mecanismo de ação
· Provavelmente atuam como antagonista de receptores colinérgicos centrais
· São agonista de receptores colinérgicos centrais
· São agonista de receptores opióides, causando analgesia e disforia
· Potencializam o GABA
· Bloqueio de receptores NMDA causando analgesia
· Maior liberação de seretonina e dopamina, causando hipertonia muscular
· Analgesia causada pela cetamina: causa bloqueio dos impulsos nervosos para o tálamo e áreas corticais
· Ativação do hipocampo e áreas subcorticais
· 11% de chance de convulsões
Efeitos terapêuticos, colaterais/tóxicos
· Anestesia dissociativa: sem perda dos reflexos protetores, olhos abertos, midríase e ausência de relaxamento muscular
· Causa sialorréia (felinos e ruminantes), analgesia do músculo esquelético
· A cetamina causa depressão respiratória dose-dependente, causando redução da FR e volume minuto -> ↑PaCO2 e ↓ pH e ↓ PaO2
· Respiração arrítmica (apnêustica)
Sistema cardiovascular
· Causa taquicardia, aumento da pressão arterial, do débito cardíaco, da resistência vascular periférica, da pressão intracrania e intra-ocular. Levando a inibição da captação de norepinefrina nas terminações nervosas
· Pacientes hipovolêmicos: hipotensão (menor do que os anestésicos inalatórios
Uso terapêutico
· Vantagens: ampla margem de segurança, outras vias de administração, utilizada em inúmeras espécies de animais domésticos e silvestres
· Associação da quetamina com alfa-2 agonistas, benzodiazepínicos ou ou fenotiazínicos com a cetamina ou tiletamina → melhorar o miorrelaxamento
· Associação cetamina + benzodiazepínico: traumatismo e para procedimentos cirúrgicos de emergência, troca de curativos, procedimentos radiológicos
· Cetamina em equino adulto: várias associações com fenotiazínicos, EGG, alfa-2 agonistas ou benzodiazepínicos
· Tiletamina + Zolazepam: uso limitado em equinos
· Recuperação: excitação, delírio, alucinações, ataxia, aumento atividade motora, catalepsia, hiperreflexia
· Cesariana: cães apresentam sinais de depressão do SNC. Caprinos : aumento da pressão arterial e da FC
· Contra-indicações: traumatismo craniano, glaucoma, cardiopatias
· Tiletamina + zolazepam: pó → diluir → 2 semanas geladeira ou 4 dias temperatura ambiente
· Indução de anestesia, com manutenção anestésica inalatória
· Realização de procedimentos cirúrgicos rápidos, exames físicos e procedimentos ambulatórios
· Fácil administração, não requer aparelhos específicos, nem mão de obra especializada
· Desvantagens: duração curta, sendo necessário repetição de dosas
· Promovem diferentes graus de depressão do SNC: sedação leve leva a ausência total de reações a estímulo cirúrgico
· Importante: conhecer cada agente anestésico pois promovem variados efeitos quanto a analgesia, miorrelaxamento, hipnose, depressão cardiovascular e respiratória

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