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RCC 03-ITU EM CRIANÇAS

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RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
: 
 
Identificação: L.R.O.P., sexo feminino, branca, 2 anos, natural e procedente de Macéio 
Informante : a mãe 
P: “Febre e dor ao urinar” 
 HDA relatado pela mãe: Há três dias a menor iniciou quadro de febre de 38-39º C, associado a 
dor na parte baixa do abdome de forte intensidade e dor ao urinar. Relata no período dois episódios de 
vômitos. 
 IS: Nega sintomas respiratórios. Aceita parcialmente a dieta. Diurese presente. Fezes presentes 
e sem alterações. 
Antecedentes Pessoais: Mãe G2P2A0, gestação a termo, parto vaginal; fez pré natal; sem 
intercorrências; chorou ao nascer; PN : 3185g. Vacinação completa. Nega alergia medicamentosa. 
Internação em maio de 2013 por quadro de ITU 10 dias internada; nega quadros anteriores de ITU. 
História Familiar: Mãe (25 a): dona de casa, tem um “problema na tireóide” que não sabe 
informar. Pai (39 a): pedreiro, hipertenso, etilista social. Nega tabagismo. Irmã (5 a): saudável. 
História Social: Reside em casa de alvenaria (7 cômodos) com mais 3 pessoas. Saneamento 
básico presente. Sem animais domésticos. 
Exame físico: Eupneica, corada, hidratada, afebril(no momento do exame) SNC: Ativa e reativa; 
sem sinais de irritação meníngea. Orofaringe e Otoscopia: NDN. AR: Murmúrio vesicular presente, sem 
ruídos adventícios. ACV: RCR em 2T, BNF, sem sopros. Abdome: flácido, doloroso á palpação profunda 
em andar inferior. Giordano: + ? Extremidades: boa perfusão; sem edema 
Exames Complementares (da admissão): Hemograma: 11.000 leu (74 seg; 03 bast; 18 linf); hg 
11,3; ht 33; plaquetas 208.000. VHS: 49 mm. Bioquímica: uréia 41; creat. 0,5; Ca 10,7; Na 131; K 4,5; Cl 
99. EAS: dens. 1,020; ph 5; prot. +; acetona ++; hemoglobina +++; CED 6 p/campo; leucócitos numerosos; 
hemácias 10 p/campo; flora bacteriana +++; muco +; nitrito positivo. 
PONTOS IMPORTANTES 
- Internação em maio de 2013 por quadro de ITU 10 dias internada→Pielonefrite c/ febre baixa 
- acetona ++→ mostra déficit calórico 
- hemoglobina +++→ mostra hemoglobina presente sugere sangue na urina por infecção ou calculo 
-nitrito positivo → bactérias 
LISTA DE PROBLEMAS 
• Febre-39º C 
• dor na parte baixa do abdome de forte intensidade 
• dor ao urinar 
• 2 episódios de vômitos 
• Aceita parcialmente a dieta 
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS 
1. ITU 
2. Pielonefrite 
 
-A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma doença bastante comum na infância, caracteriza-se 
pela multiplicação bacteriana em qualquer segmento do aparelho urinário, incluindo próstata 
e epidídimo, que resulte em sintomas 
-A ITU alta, pielonefrite, pode levar a cicatrizes renais, hipertensão e doença renal crônica. 
Embora crianças c/ pielonefrite geralmente se apresentem c/ febre, é sempre difícil distinguir 
clinicamente entre cistite e pielonefrite, particularmente nas crianças c/ menos de 2 anos. 
-C/ exceção daquela que ocorre no período neonatal, a maioria das ITUs são infecções 
ascendentes, em que as bactérias penetram pela uretra, chegam à bexiga e, eventualmente, 
ascendem pelo ureter, atingindo os rins. 
 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
EPIDEMIOLOGIA 
-A prevalência geral em crianças < de 2 anos e febris é de aproximadamente 7%, mas pode 
variar de acordo c/ a idade, a raça, o sexo e a presença ou ñ de circuncisão nos meninos 
-No 1º ano de vida é + prevalente em meninos, isso se deve a infecção na fase 
neonatal(observado sepse em RN masculino por disseminação hematogênica ocorre a infecção 
do trato urinário) 
-Lactentes do sexo feminino têm 2 a 4 vezes + ITUs do que meninos circuncidados, 10: 1 
meninas p/ cada menina 
-De maneira geral, predominam no sexo feminino (exceto nos 1º 6 meses de vida, quando 
ocorre + no sexo masculino). Seu pico de incidência acontece ao redor de 3 a 4 anos. 
-No 1º ano de vida, a infecção de urina febril pode corresponder a pielonefrite aguda na 
maioria dos casos (90%). 
-Os RN de mães que apresentaram, na gestação, ITU de repetição têm risco> , até 4 vezes, de 
ter ITU no período neonatal. 
ETIOLOGIA 
-Escherichia coli é o agente bacteriano + comum da ITU, responsável por 75% a 90% dos casos 
nas meninas, já nos meninos observa-se se um equilíbrio entre as infecções por Escherichia 
coli e Proteus 
-Outras bactérias Gram negativas incluem: Klebsiella, Proteus e Enterobacter. Patógenos 
bacterianos Gram positivos incluem Staphylococcus saprophyticus, Enterococcus e, raramente, 
Staphylococcus aureus. 
-As ITUs causadas por bactérias que não a E. coli estão + associadas a: 
• anomalias do trato urinário 
• ITU materna no período neonatal 
• tratamento prévio c/ antibióticos 
-Vírus e fungos também são causas menos comuns de ITUs em crianças. Quando for de 
etiologia viral onde eu tenho uma cistite hemorrágica pelo adenovírus 
-A patogênese das ITUs, principalmente as relacionadas c/ a E. coli, deve-se à contaminação 
pela flora fecal da região periuretral, que chega à bexiga ou às vias urinárias altas pela via 
ascendente 
-Proteus é responsável por cerca de 30% das cistites e apresenta > incidência em meninos ñ 
circuncisados, pois as bactérias que ascendem pela uretra são provenientes do prepúcio 
-Em RN a infecção pode ocorrer pela via hematogênica. Muitas vezes, a ITU no RN é oriunda 
da disseminação transplacentária da infecção urinária materna 
-Já em adolescentes, 20% a 30% das ITUs são causadas pelo Staphylococcus saprophyticus 
-Etiologia: 
 Klebsiella sp: + frequentes em recém-nascidos; 
 Proteus sp: 30 a 40% dos meninos; 
 Staphylococcus saprophyticus: 30% dos adolescentes de ambos os sexos; 
 Enterococcus, Pseudomonas, Staphylococcus aureus ou epidermidis: crianças c/ malformação 
ou disfunção do trato urinário. 
-A ITU pode levar a insuficiência renal crônica se ñ for tratada no tempo correto e ela for 
repetitiva o que leva a lesão renal 
FATORES DE RISCO 
• Idade: é bem > nos meninos c/ menos de 1 ano e nas meninas c/ menos de 4 anos. 
• Sexo: em meninas é + comum devido a possuírem uma uretra + curta 
• Meninos não circuncisados: meninos ñ circuncidados c/ febre de origem desconhecida têm 
até 20 vezes + chances de estarem c/ ITU do que meninos circuncidados da mesma idade. A 
mucosa do prepúcio é + suscetível à colonização de uropatógenos, a obstrução parcial do 
meato uretral também está relacionada c/ > facilidade a colonização e consequente 
desenvolvimento de ITU 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
• Disfunção miccional temporária: 
• Anormalidades anatômicas 
• Bexiga neurogênica 
• Atividade sexual(mulheres) 
• Constipação 
• Uropatia obstrutiva: crianças c/ esta condição podem apresentar esvaziamento incompleto 
da bexiga, a urina estagnada é um excelente meio de cultura p/ a maioria dos patógenos. A 
predisposição às anormalidades obstrutivas pode ser anatômica (válvula de uretra posterior, 
estenose de junção ureteropélvica e estenose de junção ureterovesical, neurológica 
(mielomeningocele c/ bexiga neurogênica) ou funcional; alterações que podem cursar 
simultaneamente c/ refluxo vesicoureteral e, em alguns casos, levar a hidronefrose e lesões 
parenquimatosas renais. Essas lesões serão + graves se estiverem associadas à ITU. Em 
meninos, a válvula da uretra posterior é a principal causa obstrutiva primária de uropatia. A 
obstrução pode ocorrer em qualquer nível do trato urinário, do meato uretral aos infundíbulos 
dos cálices renais. Pode ser causada por processos traumáticos, neoplasia (tumor de Wilms, 
neuroblastoma), cálculos, processos inflamatórios (tuberculose) ou mesmo procedimentos 
cirúrgicos. 
• Refluxo vesicoureteral: é a anomalia urológica + comum nas crianças e compreende a 
passagem retrógrada da urina da bexiga p/ o trato urinárioalto.Crianças c/ refluxo 
vesicoureteral apresentam risco ↑p/ o desenvolvimento de ITUs recorrentes e pielonefrite 
clínica à medida que a urina presente na bexiga retorna em direção ao ureter, podendo chegar 
até os cálices renais, na dependência da gravidade do refluxo. 
PATOGÊNESE 
-Apresenta uma infecção ascendente na maioria dos casos, exceto nos RNs que é por 
disseminação hematogênica 
-Bactérias c/ fimbrias p causam a pielonefrite, pois elas possuem a capacidade de se aderirem 
ao uroepitelio da ureter chegando até o rim 
 QUADRO CLÍNICO 
-A ITU pode apresentar-se c/ sinais e sintomas inespecíficos, particularmente nos lactentes 
jovens. O quadro clínico varia conforme a faixa etária e o segmento do trato urinário 
acometido. 
-Faixa etária: 
 Recém-nascidos e lactentes: os sintomas são pouco específicos, principalmente nos RN 
(apresentam-se geralmente c/ um quadro séptico) e nos lactentes jovens (nos quais a febre é o 
principal sinal clínico). Caracterizam-se por febre ou hipotermia, vômitos, anorexia, 
irritabilidade, icterícia, distensão abdominal e baixo ganho ponderal. Nos casos + graves, 
apresentam-se sob a forma de bacteriemia ou sepse. Até os 2 anos, raramente se identificam 
sintomas urinários. É importante lembrar que os < de 1 ano apresentam risco elevado p/ 
pielonefrite e, consequentemente, cicatriz renal. Lactentes jovens c/ quadros febris sem sinais 
localizatórios do processo infeccioso devem ser sempre investigados p/ ITU 
 Acima de 2 anos: a partir dessa idade surgem os sintomas urinários típicos, como disúria, 
polaciúria, urgência miccional, incontinência urinária, enurese secundária e sintomas sistêmicos 
c/ febre e dor abdominal, + predominantemente hipogástrica. A presença de febre, tremores e 
dor lombar é altamente sugestiva de pielonefrite em crianças + velhas. 
 Adolescência: em adolescentes e jovens, é uma importante causa de morbidade no sexo 
feminino. Nas adolescentes, as alterações hormonais favorecem a colonização vaginal por 
bactérias nefrogênicas, que, migrando para a área periuretral, podem ascender pelo trato 
urinário, causando ITU. As infecções baixas são as + frequentes. C/ exceção dos abscessos 
perirrenais e renais decorrentes de bacteriemia, as infecções urinárias altas são secundárias a 
cistites. A disseminação ascendente envolve diversos fatores: urodinâmicos, de virulência, de 
suscetibilidade da medula renal e obstrução ou refluxo vesicoureteral (RVU). 
-Segmento acometido: 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
 Pielonefrite aguda: ocorre o comprometimento do parênquima renal, que pode resultar em 
cicatriz pielonefrítica, ou seja, lesão renal faz sequela localizada ou global, o que pode levar a 
insuficiência renal 
 Cistite: ocorre comprometimento na bexiga urinária ou desta em direção ao meato uretral, já 
que a localização precisa pode ser difícil. 
 Bacteriúria assintomática: há urocultura positiva p/ bactérias sem existirem sintomas 
indicativos de infecção. No entanto, pode evoluir p/ ITU sintomática. 
-Sinais e sintomas na pielonefrite: dor abdominal, mal-estar geral, prostração, febre, náuseas 
e vômitos.O exame do sedimento urinário pode demonstrar cilindros leucocitários. 
-Sinais e sintomas na cistite: disúria, polaciúria, estranguria, dor suprapúbica, incontinência 
urinária e urina c/ mau cheiro, dor ao urinar, ñ causa febre, ñ causa lesão renal 
- Sinais e sintomas na bacterúria assintomatica: é + comum em mulheres, apresenta uma 
urocultura positiva e sem manifestações clínica. Ñ há necessidade de tratamento, exceto em 
casos de gestante, pois nela pode levar a uma cistite 
DIAGNÓSTICO 
-Diagnóstico: EAS(urina I)+ urinocultura 
-P/ o diagnóstico serão necessárias: Uroanálise c/ piúria ou bacteriúria+ Cultura mostrando no 
mínimo 50.000 UFC/mL de um único patógeno, em urina colhida por cateterismo ou PSB 
→ A anamnese detalhada e o exame físico podem direcionar o quadro p/ o diagnóstico de ITU, 
mas a sua confirmação deve ser feita pela cultura de urina, que evidencia a proliferação de 
micro-organismos no trato urinário. 
-A avaliação laboratorial da criança c/ suspeita de ITU inclui a obtenção de urina p/ avaliação 
bioquímica ou de celularidade e p/ cultura. 
→ A cateterização vesical ou punção suprapúbica são os métodos de escolha p/ a coleta de urina 
p/ cultura em lactentes e crianças sem controle esfincteriano. 
→ P/ crianças já treinadas, a urina de jato médio é o método preferencial. 
→ As urinas coletadas por meio de sacos coletores estéreis ñ são recomendadas devido aos altos 
índices de falsos positivos. 
→ A urina coletada deve ser analisada o + rápido possível p/  a chance de resultados falsos 
positivos ou falsos negativos 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
-Urina tipo I: 
1. Leucocitúria: em 80% dos casos, nos 1º surtos de ITU há leucocitúria. Entretanto, isso ñ é 
suficiente p/ o diagnóstico, pois em outras patologias se pode encontrar leucocitúria estéril, 
como na leucorreia, balanopostite, glomerulonefrite, gastroenterocolite, litíase e mesmo 
processos febris de etiologia viral. Leucocitúria é definida como + de 10 leucócitos/mm3; 
2. Hematúria: hematúria microscópica e, ou cilindros leucocitários podem estar presentes; 
3. Teste de nitrito: quando positivo, é sugestivo de infecção urinária, pois é altamente específico, 
c/ poucos falsos positivos, porém é necessário que a urina esteja na bexiga por pelo menos 4 
horas p/ os nitritos serem detectados; 
4. Bacterioscopia: é definida pela presença de qualquer bactéria por intermédio da coloração de 
Gram. 
-Urocultura:o diagnóstico de certeza só pode ser feito na presença de urocultura positiva, e o 
seu resultado depende diretamente da técnica de coleta. A urocultura deve ser solicitada 
juntamente c/ a avaliação de antibiograma. 
1. Critérios de Kass: quando a amostra de urina utilizada p/ a cultura é colhida por jato médio, 
são necessárias + de 100.000 Unidades Formadoras de Colônia (UFCs) do mesmo patógeno ou 
> 50.000 UFC associada a exame de urina I com piúria p/ que se possa diagnosticar ITU. 
Uroculturas c/ < nº de colônias devem ser consideradas como possível contaminação. Quando 
a amostra de urina é coletada por cateterismo vesical sob condições adequadas de assepsia, 
qualquer valor > 1.000 UFC é diagnóstico, alguns serviços consideram 5.000 UFC; quando a 
amostra é coletada por punção suprapúbica, qualquer crescimento bacteriano é considerado 
positivo 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
2. Uso do saco coletor: a coleta por meio do saco coletor ñ é considerada adequada. Terá valor 
se mostrar urinoculturas negativas, haja vista o grande risco de contaminação c/ resultados 
falsos positivos. 
Punção suprapubica 
EXAMES DE IMAGEM 
-Estudos de imagem: USG, cintigrafia renal com DMSA, uretrocistografia miccional(usada na 2º 
ITU), urografia excretora, cistoscopia 
° Ultrassonografia: poderá revelar  do volume renal, alterações da ecogenicidade do 
parênquima, perda da visualização normal das pirâmides e dilatação pielocalicial. É um exame ñ 
invasivo e ñ expõem o paciente à radiação, mas é examinador dependente. Deve ser realizado 
em todas as crianças c/ ITU febril < de 3 anos, no 1º episódio. É também indicado a partir do 2º 
episódio de ITU, independentemente da idade do paciente, p/ pesquisa de malformações e 
presença de lesão renal. 
° Cintilografia: utiliza-se o ácido dimercaptossuccínico. Observam-se hipocaptação do 
radioisótopo focal ou difusamente e  do volume renal. Está indicada em casos selecionados 
onde o diagnóstico de pielonefrite aguda é necessário e ñpode ser realizado por meio dos 
exames de urina, uso de antibiótico prévio, por exemplo.É indicada nos casos de ITUs de 
repetição, complicadas, por agentes que ñ E. coli ou c/ refluxo vesicoureteral associado, alémdas ITUs febris nos lactentes e pielonefrites em < de 6 anos de idade. Deve ser realizado cerca 
de 5 a 6 meses após o episódio de ITU p/ a detecção de cicatrizes pielonefríticas, é exame 
padrão-ouro p/ identificar cicatrizes. 
° Uretrocistografia miccional (UCM): exame realizado c/ administração de contraste iodado 
intravesical. Nele podemos visualizar alterações da coluna, visualizar uretra, RVU e alterações 
da bexiga. Deve ser realizado em pacientes que apresentam USG de rins e vias urinárias e, ou 
cintilografia c/ DMSA alterada e, ou quadros repetitivos de infecção urinária associados à 
disfunção miccional. 
-ITU c/ febre: faz US de vias urinarias 
-Uretocistografia miccional: eu faço na 2º ocorrência de ITU , na 1º eu so realizo esse exame 
caso haja alteração no USG renal 
TRATAMENTO 
-Os objetivos incluem: 
a) Eliminação da infecção e prevenção de sepse – e tratamento da sepse quando houver; 
b) Prevenção da recorrência e de complicações em longo prazo, incluindo hipertensão, cicatrizes 
renais e alterações da função renal; 
c) Alívio dos sintomas agudos. 
Antibioticoterapia 
-O tratamento c/ antibióticos deve ser instituído imediatamente quando há suspeita de ITU em 
crianças sintomáticas (febre ou sintomas locais), mesmo antes do resultado da urocultura e do 
antibiograma 
→ A instituição da terapêutica imediata visa evitar o  da gravidade da infecção e a possibilidade 
de lesão renal. 
- Antibiótico p/ lactente c/ febre sem foco: colher urina antes da 1ª dose 
-Febre sem foco sem necessidade de uso imediato de antibiótico: avaliar a probabilidade de 
ITU, se for alta teste da urina nesse momento 
-Crianças c/ + de 2 meses: a maioria pode ser tratada ambulatorialmente, desde que estejam 
garantidos as reavaliações e o acompanhamento. 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
-RN e lactentes c/ menos de 2 meses: quando a infecção ocorre em RN lactentes jovens c/ 
estado comprometido, imunodeprimidos ou crianças de qualquer idade c/ suspeita de 
pielonefrite, deve-se proceder a internação e antibioticoterapia intravenosa c/ cefalosporinas 
de 3º geração ou aminoglicosídeos. 
-Conforme resultado da bacterioscopia e da urocultura: quando a urocultura estiver disponível 
c/ o antibiograma correspondente, o antibiótico deverá ser adequado à sensibilidade do 
agente etiológico. Em lactentes ou outras faixas etárias sem suspeita de pielonefrite, o 
tratamento pode ser iniciado empiricamente por via oral, até o resultado da urocultura e do 
antibiograma. 
-Antibióticos: desse grupo fazem parte as cefalosporinas de 1º, 2º e 3º gerações, 
sulfametoxazol-trimetoprima e amoxicilina-clavulanato. As fluoroquinolonas são eficazes 
contra E. coli e podem ser utilizadas em casos selecionados e complicados de ITU e 
pielonefrite, embora sua segurança em crianças ainda ñ tenha sido totalmente determinada. 
Também podem ser utilizadas nas ITUs por Pseudomonas aeruginosa ou outras bactérias 
multirresistentes. A duração do tratamento nunca deve ser inferior a 7 dias, dando preferência 
aos tratamentos por 10 dias, e, no caso de pielonefrites, deve-se estender por 14 dias 
 
Conduta cirúrgica 
-Crianças c/ abscesso renal ou perirrenal e aquelas c/ ITU obstruído devem ser submetidas a 
procedimento cirúrgico p/ a drenagem do abscesso e medidas que visem à liberação do fluxo 
urinário, além da introdução de antibióticos. 
REFLUXO VESICOURETERAL 
-Refluxo vesicoureteral: ocorre um fluxo retrógrado de urina da bexiga p/ o ureter e a pelve 
renal 
-É classificado segundo a aparência do trato urinário na UCM. 
-Classificação: 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
• Grau I: refluxo p/ 1 ureter ñ dilatado; 
• Grau II: sistema coletor superior sem 
dilatação; 
• Grau III: ureter dilatado e, ou presença de 
apagamento dos fórnices cabeceais; 
• Grau IV: ureter dilatado grosseiramente; 
• Grau V: refluxo maciço, c/ dilatação 
ureteral significativa c/ tortuosidade e perda da 
impressão papilar. 
-Grau I e II: apresenta resolução espontânea 
-Grau III: apresenta fatores favoráveis à resolução, é unilateral, detectado em criança pequena 
-Grau IV e V: a resolução espontânea é rara 
-No refluxo vesicoureteral primário, há deformidade anatômica da junção ureterovesical. 
Quando produzido por pressão intravesical ↑, por processos inflamatórios ou como resultado 
de procedimentos cirúrgicos envolvendo a junção ureterovesical, o refluxo é chamado 
secundário. 
-O momento + apropriado p/ a realização da UCM ainda é controverso; alguns autores 
sugerem que seja adiada em 2 a 6 semanas após a resolução da ITU, p/ permitir a resolução do 
processo inflamatório na bexiga 
-É importante ressaltar que esse exame ñ deve ser 
realizado sob anestesia geral, por invalidar uma parte do 
exame (esvaziamento vesical ou fase miccional). Alguns 
autores recomendam que crianças c/ menos de 2 anos 
recebam antibioticoterapia profilática até a realização da 
UCM. 
-Tratamento: clínico(ATB profilático) + cirúrgico, o 
tratamento tem como finalidade evitara pielonefrite e 
lesões renais 
 
PREVENÇÃO 
-Alguns grupos de crianças necessitam de profilaxia das ITUs c/ antibióticos administrados 
diariamente. Os casos em que deve ser considerado esse tipo de profilaxia c/ o objetivo de 
prevenir recidivas e, ou dano renal são: 
a) Pacientes c/ achados ultrassonográficos do pré-natal sugerindo uropatias; 
b) Crianças em curso de investigação ultrassonográfica de alterações do trato urinário; 
c) Dilatação grave no trato urinário; 
d) Refluxo vesicoureteral graus 3, 4 e 5. 
-ITUs de repetição, mesmo na ausência de malformação de trato genitourinário, têm sua 
indicação de antibioticoterapia profilática discutível, e varia a cada serviço. Não há 
recomendação específica p/ essa situação, e o uso de antimicrobiano  o risco de seleção de 
cepas resistentes. 
-Os antimicrobianos de escolha são nitrofurantoína, sulfametoxazol-trimetoprima e 
cefalosporina de 1º geração. 
 
-Convém ressaltar que ñ se recomenda nitrofurantoína antes de 2 meses de vida 
RCC- Caso Clínico 03 Carolina Ferreira 
-Algumas recomendações básicas de higiene e hábitos devem ser realizadas em todas as 
crianças, mesmo as que ñ apresentam malformações do trato urinário. Em meninas, deve ser 
orientada a higiene anal sempre de frente p/ trás, visando evitar levar bactérias da flora 
intestinal em direção à vagina. Além disso, o hábito de ingerir grandes quantidades de líquidos 
p/  a diurese também é eficaz p/ a prevenção de ITU, já que a urina eliminada serve como 
limpeza mecânica do urotélio, eliminando as bactérias da região uretral. Dieta rica em fibras, 
atividade física e prevenção da obesidade são outros fatores protetores do trato urinário, 
principalmente em meninas, uma vez que a constipação intestinal é um grande fator de risco 
p/ ITU. 
 
Como fazer o seguimento por imagens após quadro de ITU, conforme recomendação da American 
Academy of Pediatrics? 
1. USG de rins e vias urinárias: deve ser realizada em todas as crianças < de 3 anos c/ ITU febril, no 1º 
episódio; entre 3 e 7 anos de idade a realização da USG no 1º episódio de ITU febril é discutível. É também 
indicada a partir do 2º episódio de ITU, independentemente da idade do paciente, p/ pesquisa de 
malformações e presença de lesão renal; 
2. Cintilografia: indicada nos casos de ITUs de repetição, complicadas, por agentes que não E. coli ou c/ 
refluxo vesicoureteral associado, além das ITUs febris nos lactentes e pielonefrites em < de 6 anos de 
idade. Deve ser realizada cerca de 5 a 6 meses após o episódio de ITU p/ a detecção de cicatrizes 
pielonefríticas (é exame padrão-ouro p/ identificar cicatrizes); 
3. Uretrocistografia miccional: deve ser realizada empacientes que apresentam USG de rins e vias 
urinárias e/ou cintilografia c/ DMSA alterada e/ou quadros repetitivos de infecção urinária associados a 
disfunção miccional.

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