Buscar

3 2 direito processual e penal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Noções de Direito Processual Penal
2
A1-AP305
19/9/2011
© 2011 Vestcon Editora Ltda.
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 
19/2/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização 
prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, 
sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, 
fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam‑se também à editoração da obra, 
bem como às suas características gráficas.
Título da obra: Adendo – Noções de Direito Processual Penal
DIRETORIA EXECUTIVA
Norma Suely A. P. Pimentel
PRODUÇÃO EDITORIAL
Fabrícia de Oliveira Gouveia
SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO
Aline Assis
EDIÇÃO DE TEXTO
Cláudia Freires
Isabel Cristina Aires Lopes
CAPA
Ralfe Braga
ILUSTRAÇÃO
Micah Abe
PROjETO GRáfICO
Ralfe Braga
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO
Gabriela Tayná Moura de Abreu
Auxiliar de Produção
Geane Rodrigues da Rocha
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Antonio Gerardo Pereira
Carlos Alessandro de Oliveira Faria
Diogo Alves
REVISÃO
Érida Cassiano
Giselle Bertho
Micheline Cardoso Ferreira
ASSISTENTES DE REVISÃO
Ana Paula de Oliveira Pagy
Danilo Marques
SEPN 509 Ed. Contag 3º andar CEP 70750‑502 Brasília/DF
SAC: (61) 3034 9588 Tel.: (61) 3034 9576 Fax: (61) 3347 4399
www.vestcon.com.br
Publicado em Setembro/2011
(A1/AP 305)
SUMÁRIO
Noções de Direito Processual Penal
Prisões..................................................................................................... 5
5
PRISÃO, LIBERDADE PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES
Introdução
Trata-se de modalidade de restrição da liberdade por ordem judicial ou em hipótese 
de flagrante delito.
O art. 5º, LXI, da CF/1988, estabelece que ninguém será preso senão em flagrante 
delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciá ria competente, 
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
O art. 283 do CPP com a redação da Lei nº 12.403/2011 determina que 
ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sen-
tença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do 
processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.
O art. 139, II, da CF/1988, permite prisão sem ordem judicial ou prisão em flagrante. 
Com efeito, na vigência do estado de sítio decretado em face de comoção grave de 
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida 
tomada durante o estado de defesa, as pessoas poderão ser detidas em edifício não 
destinado a acusados ou condenados por crimes comuns.
O art. 684 do CPP estabelece, ainda, que “a recaptura do réu evadido não depende 
de prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer pessoa”.
Decretação das Medidas Cautelares durante o Inquérito Policial e na 
fase judicial
As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das 
partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade 
policial ou mediante requerimento do Ministério Público (art. 282, § 2º, do CPP, com 
a redação da Lei nº 12.403/2011).
O § 1º do art. 283 do CPP determina que as medidas cautelares não se aplicam à infração 
a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.
Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, 
ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, 
acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os 
autos em juízo (art. 282, § 3º, do CPP, com a redação da Lei nº 12.403/2011).
No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas nas medidas 
cautelares, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu 
assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, 
ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único) (art. 282, 
§ 4º, do CPP, com a redação da Lei nº 12.403/2011).
Gladson Miranda
NOÇõES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
6
O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí‑la quando verificar a falta de motivo 
para que subsista, bem como voltar a decretá‑la, se sobrevierem razões que a justifiquem 
(art. 282, § 5º, do CPP, com a redação da Lei nº 12.403/2011).
A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição 
por outra medida cautelar prevista no art. 319 (art. 282, § 6º, do CPP, com a redação 
da Lei nº 12.403/2011).
Portanto, ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventi-
va, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do 
art. 282 deste Código.
Trata‑se de modalidade de liberdade provisória, quando determina que, quando 
o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipó-
teses que autorizam a prisão preventiva (arts. 311 a 313 do CPP), deverá conceder a 
liberdade provisória.
No que diz respeito à prisão e à liberdade provisória, a Constituição Federal elegeu 
alguns delitos como inafiançáveis. Quanto a algumas infrações penais, declarou, de 
forma expressa, a inafiançabilidade e, quanto a outras, subordinou a vedação da fiança 
aos termos da lei ordinária. Os tribunais superiores sedimentaram o entendimento de 
possibilidade da liberdade provisória, nos termos estabelecidos pelo CPP, mesmo para 
o caso de inafiançabilidade proclamada expressamente pela Lei Fundamental.1 Com 
efeito, o art. 310, III, do CPP com a redação da Lei nº 12.403/2011 autoriza a concessão 
da liberdade provisória, com ou sem fiança.
Momento da prisão
O § 2º do art. 283 do CPP determina que “a prisão poderá ser efetuada em qualquer 
dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio”.
a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou 
para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
Se houver violação a tais determinações, configura‑se o delito de abuso de auto-
ridade previsto no art. 4º, a, da Lei nº 4.898/1965.
Sobre o conceito dia, com base no critério cronológico, seria o período compre-
endido das 6 às 18 horas. Referido critério é comumente utilizado pelas autoridades 
policiais e públicas, eis que se tem dado objetivo da materialização dos procedimentos 
de entrada em domicílios. Outro critério seria o astronômico, que considera o período 
em que há luz solar, definindo dia como o período entre a aurora e o crepúsculo.
Uso de algemas
Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou 
à ordenada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem 
poderão usar dos meios necessários para defender‑se ou para vencer a resistência, do 
que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas2 (art. 292 do CPP).
1 Cespe/DPU/Defensor Público Federal/2010/Questão 89.
2 NCE/Delegado da Polícia Civil de 3ª Classe do RJ/2002.
7
Para a efetivação das prisões não será permitido o emprego de força, salvo a 
indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso3 (art. 284 do 
CPP). Se o sujeito passivo da prisão vier a ser lesionado, em face da autorização legal do 
uso da força quando necessária e no limite necessário, não haverá crime por parte do 
sujeito ativo da prisão, em face da verificação das excludentes de ilicitude como estrito 
cumprimento de dever legal por parte dos policiais ou mesmo ou como o exercício 
regular de direito no caso do particular. Casohaja abuso, podem restar configurados 
os delitos de abuso de autoridade ou lesão corporal, respectivamente.
Em geral, a custódia de um indivíduo por parte da polícia com o uso de algemas não 
se encontra regulada na legislação. A legislação regula o tema apenas de forma pontual.
Com efeito, não se permite o uso de algemas no acusa do durante o período em 
que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos 
trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos pre-
sentes (art. 474, § 3º, do CPP).
Já o art. 234, § 1º, do Código de Processo Penal Militar, determina que o emprego 
de algemas deve ser evitado, desde que não haja perigo de fuga ou de agressão da 
parte do preso, e de modo algum será permitido quando o preso for uma das seguintes 
autoridades:
a) os ministros de Estado;
b) os governadores ou interventores de Estados, ou Territórios, o prefeito do 
Distrito Federal, seus respectivos secretários e chefes de Polícia;
c) os membros do Congresso Nacional, dos Conselhos da União e das Assem-
bleias Legislativas dos Estados;
d) os cidadãos inscritos no Livro de Mérito das ordens militares ou civis reco-
nhecidas em lei;
e) os magistrados;
f) os oficiais das Forças Armadas, das Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Mi-
litares, inclusive os da reserva, remunerada ou não, e os reformados;
g) os oficiais da Marinha Mercante Nacional;
h) os diplomados por faculdade ou instituto superior de ensino nacional;
i) os ministros do Tribunal de Contas;
j) os ministros de confissão religiosa.
O STF, em face da ausência de legislação sobre o tema, editou a Súmula nº 11, 
que estabelece:
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de 
fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou 
de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsa-
bilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da 
prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade 
civil do Estado.
3 Assunto cobrado nas seguintes provas: NCE/Delegado da Polícia Civil de 3ª Classe do RJ/2002 e ACP/Delegado da 
Polícia Civil de São Paulo/2002.
8
Com base na referida súmula, já existem diversos pedidos de relaxamento de prisão 
em face do uso injustificado de algemas.
Segundo o STJ,
O emprego de algemas é degradante, desonroso, humilhante e indigno, devendo 
ser utilizadas quando, e somente quando, demonstrada a sua necessidade. (STJ, 
HC nº 111.112/DF, Rel. Min. Jane Silva [desembargadora convocada do TJ‑MG], 
Terceira Seção, DJe 2/3/2009).
Para o STF,
O uso legítimo de algemas não é arbitrário, sendo de natureza excepcional, a ser 
adotado nos casos e com as finalidades de impedir, prevenir ou dificultar a fuga 
ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado 
receio de que tanto venha a ocorrer, e para evitar agressão do preso contra os 
próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. O emprego dessa medida 
tem como balizamento jurídico necessário os princípios da proporcionalidade 
e da razoabilidade. (STF, HC nº 89.429/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, Primeira 
Turma, Julgamento: 22/8/2006).
Prisão por mandado judicial
O art. 285 do CPP determina que a autoridade que ordenar a prisão fará expedir 
o respectivo mandado de prisão, que:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;4
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais 
característicos. Desta forma, o mandado de prisão poderá ser cumprido ainda que 
nele não conste o nome da pessoa a ser presa;5
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão. O ato que determina a ex‑
pedição de mandado de prisão – ainda que proveniente de tribunal (do relator de 
apelação, por exemplo) – não dispensa fundamentação;6
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar‑lhe execução.
O mandado de captura poderá ser cumprido por oficial de justiça ou por auto‑
ridade policial.7
O art. 297 do CPP determina que
Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a auto-
ridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, 
devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado original.
O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo de-
pois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. 
4 Assunto cobrado na prova da OAB‑MS/81º Exame de Ordem/2005.
5 Cespe/TJ‑BA/Oficial de Justiça/2005.
6 Assunto cobrado na prova do Cespe/1º Exame da Ordem/2007.
7 Assunto cobrado na prova do Ieses/TJ‑MA/Oficial de Justiça/2009.
9
Da entrega deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber 
ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas 
testemunhas8 (art. 286 do CPP).
Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, 
e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido 
o mandado9 (art. 287 do CPP).
A prisão em virtude de mandado entender‑se‑á feita desde que o executor, 
fazendo‑se conhecer do réu, apresente‑lhe o mandado e o intime a acompanhá‑lo 
(art. 291 do CPP).
Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou 
à determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem 
poderão usar dos meios necessários para defender‑se ou para vencer a resistência, do 
que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas (art. 292 do CPP).
Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra 
em alguma casa, o morador será intimado a entregá‑lo, à vista da ordem de prisão. 
Se não for obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, 
sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, 
o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar todas 
as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas 
e efetuará a prisão10 (art. 293 do CPP).
O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à pre-
sença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito (art. 293, 
parágrafo único, do CPP).
Nos termos do art. 236 do Código Eleitoral, nenhuma autoridade poderá, desde 5 
(cinco) dias antes e até 48 (quarenta e oito) horas depois do encerramento da eleição, 
prender ou deter qualquer eleitor, salvo em flagrante delito ou em virtude de sentença 
criminal condenatória por crime inafiançável. Não cabe, portanto, a prisão em face de 
cumprimento de mandado de prisão temporária ou preventiva.
A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser 
efetuada por qualquer pessoa.11
O art. 1º da Lei nº 11.473/2007 estabelece que a União poderá firmar convênio com 
os Estados e o Distrito Federal para executar atividades e serviços imprescindíveis à 
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. O art. 3º 
da referida lei considera atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem 
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, para os fins de convênio:
I – o policiamento ostensivo;
II – o cumprimento de mandados de prisão;
III – o cumprimento de alvarás de soltura;
IV – a guarda, a vigilância e a custódia de presos;
V – os serviços técnico‑periciais, qualquer que seja sua modalidade;
VI – o registro de ocorrências policiais.
8 Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ‑BA/Oficial de Justiça/2005.
9 Assunto cobrado na prova da DRS‑Acadepol/SSP‑MG/Polícia Civil do Estado de Minas Gerais/Delegado de Polí-
cia/2007.
10 Assunto cobrado na prova da NCE/Delegado da Polícia Civil de 3ª Classe do RJ/2002.11 Cespe/TJ‑SE/Juiz Substituto/2008.
10
Registro do Mandado de Prisão em Banco de Dados mantido pelo CNJ
O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em ban-
co de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade (art. 289‑A 
com a redação da Lei nº 12.403/2011).
Isso, com o objetivo de permitir que qualquer agente policial possa efetuar a pri-
são determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, 
ainda que fora da competência territorial do juiz que o expediu (art. 289‑A, § 1º, com 
a redação da Lei nº 12.403/2011).
Ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, qualquer agente policial 
poderá efetuar a prisão decretada, adotando as precauções necessárias para averi-
guar a autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo 
este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo 
(art. 289‑A, § 2º, com a redação da Lei nº 12.403/2011).
A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da 
medida o qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional 
de Justiça e informará ao juízo que a decretou (art. 289‑A, § 3º, com a redação da Lei 
nº 12.403/2011).
O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da 
Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será co-
municado à Defensoria Pública (art. 289‑A, § 4º, com a redação da Lei nº 12.403/2011). 
Agora a comunicação à Defensoria Pública não ocorre mais apenas quando da finaliza-
ção do auto de prisão em flagrante. Quando do cumprimento do mandado de prisão, 
também deve ser feita a comunicação quando o custodiado não tiver advogado.
Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do execu-
tor ou sobre a identidade do preso, poderão custodiar o sujeito passivo do mandado 
de prisão, até que fique esclarecida a dúvida (art. 289‑A, § 5º, com a redação da Lei 
nº 12.403/2011).
O Conselho Nacional de Justiça deve regulamentar o registro do mandado de prisão 
(art. 289‑A, § 6º, com a redação da Lei nº 12.403/2011).
Prisão fora do território do juiz
Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz proces-
sante, a sua prisão será deprecada, devendo constar da precatória o inteiro teor do 
mandado. Em havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio 
de comunicação, do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da 
fiança se arbitrada. A autoridade deprecada a quem se fizer a requisição tomará as 
precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação. Por sua vez, 
o juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 
(trinta) dias, contados da efetivação da medida (art. 289 do CPP com a redação da Lei 
nº 12.403/2011).
O STF entende que a ausência de expedição de precatória constitui mera irregu-
laridade. Vejamos:
11
EMENTA: HABEAS CORPUS. ILEGALIDADE DA PRISÃO OCORRIDA EM COMARCA 
DIVERSA DAQUELA EM QUE SE DETERMINARA A PRISÃO PREVENTIVA, SEM EX-
PEDIÇÃO DE CARTA PRECATÓRIA E SEM A PRESENÇA DE AUTORIDADES LOCAIS. 
VIOLAÇÃO DO ART. 289 DO CÓDIGO PENAL. A não expedição de precatória 
acarreta mera irregularidade administrativa, perfeitamente sanável. Situação 
de fato inalterada, que não impediria a imediata expedição de novo decreto 
prisional, porquanto persistem os pressupostos e fundamentos da prisão pre-
ventiva constantes do art. 312 do Código de Processo Penal. (STF, HC nº 85.712/
GO, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, Julgamento: 3/5/2005)
Prisão em perseguição
Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, 
o executor poderá efetuar‑lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando‑o ime-
diatamente à autoridade local, que providenciará para a remoção do preso depois de 
lavrado, se for o caso, o auto de flagrante (art. 290 do CPP). Segundo o STF, 
não havendo autoridade no local em que se tiver efetuado a prisão, deverá o 
preso ser, para a lavratura do auto de flagrante, apresentado à mais próxima”, 
sendo que “equivale a não haver a autoridade, recusar‑se a autoridade local a 
tomar qualquer providência. (STF, RHC nº 33.825, Rel. Min. Mário Guimarães, 
Primeira Turma, Julgamento: 19/10/1955)
Entretanto, tem‑se que não há nulidade do auto de prisão em flagrante se lavrado 
em local diverso.
Ainda como exemplo, após assaltarem uma loja comercial no centro de Sobradinho 
– Df, Lauro e Tadeu fugiram em direção a formosa – GO. Alguns policiais militares do 
Df que passavam próximo ao local do assalto saíram em perseguição aos bandidos 
e efetuaram a prisão dos assaltantes nessa cidade goiana. Nessa situação, a prisão 
é legal, podendo a prisão se dar em outra unidade da federação.12
Entender‑se‑á que o executor vai em perseguição do réu, quando: a) tendo‑o avistado, 
for perseguindo‑o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de vista; b) sabendo, 
por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco tempo, em tal 
ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço (art. 290, § 1º, do CPP).
Quando as autoridades locais tiverem razões fundamentadas para duvidar da legiti-
midade da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão 
por em custódia o réu até que fique esclarecida a dúvida (art. 290, § 2º, do CPP).
Espécies de Prisão
Têm‑se as seguintes modalidades de prisão:
a) Prisão‑pena
É imposta em virtude do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
Configura‑se durante o processo de execução, com base nas disposições da Lei de 
Execuções Penais, materializando o caráter repressivo da pena de prisão.
12 Assunto cobrado na prova da Movens/PC‑PA/Delegado/2009/Questão 30/Assertiva D.
12
b) Prisão processual (cautelar ou provisória)
A Constituição Federal estipula várias disposições pertinentes ao processo penal, 
com eficácia imediata. A natureza jurídica da necessidade do decreto de uma prisão 
cautelar, sob este viés, é o de medida excepcional.13
Modernamente, admite‑se que a prisão do réu ocorra antes do trânsito em jul‑
gado da sentença condenatória, mesmo diante do princípio constitucional penal do 
“estado de inocência”.14
É compatível com a Constituição Federal de 1988 a prisão processual15, eis que 
é sempre determinada por ordem judicial ou se verifica em face do flagrante de prá-
tica delitiva. Com efeito, em face da possibilidade da prisão em flagrante, pode‑se 
afirmar que nem todas as modalidades de prisão processual dependem de ordem 
fundamentada do juízo competente.16
Chama‑se prisão provisória a prisão decretada antes ou durante o processo penal, 
em sua fase judicial, ainda que já tenha sido prolatada sentença penal condenatória. 
Compreende:
1) a prisão em flagrante17 (arts. 301 a 310 do CPP);
2) a prisão preventiva18 (arts. 311 a 316 do CPP);
3) a prisão decorrente de pronúncia (art. 413, § 3º, do CPP);
4) a prisão decorrente de sentença penal condenatória sem trânsito em julgado 
(art. 387, parágrafo único, do CPP);
5) a prisão temporária19 (Lei nº 7.960/1989).
A decisão judicial que decreta prisão cautelar deve ser sempre fundamentada. 
Assim, com referência à prisão cautelar requerida pelo Ministério Público após o 
oferecimento de denúncia, o deferimento da medida cautelar deve ter como fun‑
damento os pressupostos previstos no Código de Processo Penal, devendo o juiz 
fundamentar a sua decisão.20
O art. 300 do CPP determinava que, sempre que possível, as pessoas presas proviso-
riamente deveriam ficar separadas das que já estivessem definitivamente condenadas. 
Com a edição da Lei nº 12.403/2011, agora a separação é obrigatória, eis que a nova 
redação do dispositivo determina que 
as pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem 
definitivamentecondenadas, nos termos da lei de execução penal.
c) Prisão especial
Trata‑se de forma de submissão diferenciada da prisão provisória, em face da fun-
ção de determinadas pessoas. As regras sobre prisão especial só se aplicam antes da 
condenação definitiva.21 Em geral, a prisão especial somente poderá ser concedida 
13 FCC/DP‑MA/Defensor Público/2009.
14 Assunto cobrado na prova do Ieses/TJ‑MA/Analista Judiciário/Direito/2009.
15 Cespe/OAB/3º Exame de Ordem/2007.
16 Assunto cobrado na prova da OAB‑PR/Exame 02/2006.
17 Assunto cobrado na prova da NCE/Polícia Civil RJ/2002 e OAB‑RJ/24º Exame de Ordem/2004.
18 Assunto cobrado na prova da NCE/Polícia Civil RJ/Papiloscopista Civil/2002 e OAB‑RJ/24º Exame de Ordem/2004.
19 Assunto cobrado na prova da OAB‑RJ/24º Exame de Ordem/2004.
20 Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ‑RR/Analista Processual/2006.
21 Assunto cobrado nas seguintes provas: OAB‑PR/Exame 02/2006; Cespe/TJ‑SE/Juiz Substituto/2008 e 13º Concurso 
Público para Procurador da República.
13
durante o processo ou inquérito policial, cessando o benefício após o trânsito em 
julgado.22
Nos termos do art. 295 do CPP, serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, 
à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação 
definitiva:
I – os ministros de Estado23;
II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do 
Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores 
e os chefes de Polícia;
III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e 
das Assembleias Legislativas dos Estados;
IV – os cidadãos inscritos no “Livro de Mérito”24;
V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Territórios. Determina, ainda, o parágrafo único do art. 300 do CPP, com a redação 
dada pela Lei nº 12.403/2011, que 
o militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos legais, 
será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à 
disposição das autoridades competentes;
VI – os magistrados;
VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República25;
VIII – os ministros de confissão religiosa;
IX – os ministros do Tribunal de Contas;
X – os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo 
quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela 
função;26 O legislador, no art. 439 com a redação da Lei nº 12.403/2011, retirou a 
previsão de prisão especial para os jurados, mas não alterou o art. 295, X, do CPP, que 
continua prevendo a prisão especial para jurado.
XI – os delegados de polícia e os guardas‑civis dos Estados e Territórios, ativos e 
inativos.
Nos termos do art. 296 do CPP, os inferiores e praças, onde for possível, serão recolhi-
dos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.
Há, ainda, diversas outras leis que preveem prisão especial. Com efeito, tem direito 
à prisão especial o dirigente de entidade sindical.27
O mesmo se aplica em relação ao advogado, já que o Estatuto da Advocacia, em 
seu art. 7º, inciso V, estabelece que o advogado não pode ser recolhido preso antes 
de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações 
e comodidades condignas (não sendo necessário que sejam assim consideradas pela 
OAB, conforme determina a ADIn nº 1.127‑8), e, na sua falta, em prisão domiciliar.
22 Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/TJ‑SE/Juiz Substituto/2008; 13º Concurso Público para Procurador 
da República e OAB‑PR/Exame 02/2006.
23 Assunto cobrado nas seguintes provas: TJ‑RN/Oficial de Justiça/2002 e TJ‑PR/Juiz Substituto/2006.
24 Assunto cobrado nas seguintes provas: TJ‑RN/Oficial de Justiça/2002 e TJ‑PR/Juiz Substituto/2006.
25 Assunto cobrado nas seguintes provas: TJ‑RN/Oficial de Justiça/2002 e TJ‑PR/Juiz Substituto/2006.
26 FGV/SSP‑RJ/Oficial de Cartório/2009.
27 Assunto cobrado na prova da OAB‑GO/1º Exame de Ordem/2003.
14
Segundo o STF, entende‑se que referida dependência se trata de
compartimento de qualquer unidade militar que, ainda que potencialmente, 
possa ser utilizado pelo grupo de Oficiais que assessoram o Comandante da 
organização militar para exercer suas funções, o local deve oferecer instalações 
e comodidades condignas (STF, Rcl nº 6.387/SC, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal 
Pleno, 21/11/2008).
Ainda segundo referido julgado, a questão referente à existência de grades nas 
dependências da Sala de Estado‑Maior onde o advogado deve ser recolhido, por si 
só, não impede o reconhecimento do perfeito atendimento ao disposto no art. 7º, 
V, da Lei nº 8.906/1994 (Rcl. 5.192, Rel. Min. Menezes Direito).28
Também têm direito à prisão especial:
a) juízes de paz (art. 112, § 2º, da Lei Complementar nº 35/1979);
b) Defensores Públicos (art. 44, III, da Lei Complementar nº 80/1994);
c) membros do Ministério Público (art. 18, II, e, da Lei Complementar 
nº 75/1993; e art. 40, V, da Lei nº 8.625/1993);
d) Dirigentes e empregados, eleitos, dos sindicatos (Lei nº 2.860/1966);
e) Jornalistas profissionais (art. 66, da Lei nº 5.250/1967), em qualquer caso;
f) Oficiais da Marinha Mercante (Lei nº 799/1949, e Lei nº 5.606/1970);
g) Pilotos de aeronaves mercantes nacionais (Lei nº 3.988/1961);
h) Professores de primeiro e segundo graus (Lei nº 7.172/1983);
i) Cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado do Tribunal 
do Júri (art. 439 do CPP); Com a edição da Lei nº 12.403/2011, o art. 439 do 
CPP passou não mais assegurar a prisão especial para o jurado, determinando 
apenas que “o exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público 
relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral”. Entretanto, o art. 
295, X, continua prevendo a prisão especial para jurado, conforme já destacado;
j) membro do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente (art. 135, da Lei 
nº 8.069/1990);
k) vogais e suplentes, juízes e Ministros classistas da Justiça do Trabalho (art. 665, 
da CLT);
l) funcionário da administração da justiça criminal (arts. 84, § 2º, e 106, § 3º, 
da Lei de Execução Penal – Lei nº 7.210/1984);
m) colaborador, nas hipóteses dos §§1º e 3º, da Lei nº 9.807/1999, que trata da 
proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado 
efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
A prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da 
prisão comum para os presos provisórios (art. 295, § 1º, do CPP), que, nos termos do 
art. 102 da Lei de Execuções Penais, são segregados nas cadeias públicas (ou centros 
de detenção provisória).
Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será reco-
lhido em cela distinta da cadeia pública (art. 295, § 2º, do CPP). De acordo com a 
28 Assunto cobrado na prova do Cespe/PC‑RN/Delegado de Polícia Civil Substituto/2009.
15
orientação do STJ, o direito do advogado, ou de qualquer outro preso especial, deve 
circunscrever‑se à garantia de recolhimento em local distinto da prisão comum. Não 
havendo estabelecimento específico, poderá o preso ser recolhido à cela distinta da 
prisão comum, observadas as condições mínimas de salubridade e dignidade da 
pessoa humana.29
Dessa forma, o que não é permitido é que o preso especial fique em mesma cela 
que o preso comum. A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo (desde 
que todos os que ali se encontrem sejam presos especiais), atendidos os requisitos 
de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e 
condicionamento térmico adequados à existência humana (art. 292, § 3º, do CPP). Na 
hipótese de acomodações adequadas ao preso especial, o titular do benefício poderá 
ser segregado em estabelecimentos militares.
Há possibilidade de prisão especial mesmoapós o trânsito em julgado. Com efei-
to, o art. 84, § 2º, da Lei de Execuções Penais, estabelece que o preso que, ao tempo 
do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência 
separada, não se referindo ao fato de o preso ser apenas provisório. O mesmo se diga 
em relação a Defensores Públicos e membros do Ministério Público.
O art. 292, § 4º, do CPP, estabelece, ainda, que o preso especial não será transpor‑
tado juntamente com o preso comum, sendo os demais direitos e deveres do preso 
especial os mesmos do preso comum30 (art. 292, § 5º, do CPP).
A Súmula nº 717 do STF destaca que 
não impede a progressão de regime de execução da pena, fixada em sentença 
não transitada em julgado, o fato de o réu se encontrar em prisão especial.
d) Prisão civil
O art. 5º, LXVII, da CF/1988, estabelece que não haverá prisão civil por dívida, 
salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação 
alimentícia e a do depositário infiel.
Quanto à prisão do depositário infiel, não é mais admitida.31
Com efeito, nos termos do art. 5º, § 2º, da CF/1988, os direitos e garantias expres-
sos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil 
seja parte.
Por sua vez, o Pacto de São José da Costa Rica (ratificado pelo Brasil – Decreto nº 678, 
de 6 de novembro de 1992), em seu art. 7º, item 7, estabelece que ninguém deve ser 
detido por dívidas, salvo nas hipóteses de mandados de autoridade judiciária competente 
expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação alimentar. Assim, a única exceção 
seria a possibilidade de prisão civil do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia.
Embora o referido Pacto não tenha caráter de emenda constitucional, eis que não 
foi aprovado, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, conforme exigência do § 3º do art. 5º da CF/1988, 
o STF tem ressaltado que o referido tratado tem hierarquia intermediária de norma 
29 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRF‑5ª Região/Juiz Federal Substituto/2005.
30 Assunto cobrado na prova da FGV/SSP‑RJ/Oficial de Cartório/2009.
31 Assunto cobrado: Cespe/DPE‑ES/Defensor Público/Questão 46/2009.
16
supralegal que autoriza afastar regra ordinária brasileira que possibilite a prisão civil 
por dívida, no caso, os arts. 652 do Código Civil e 904, parágrafo único, do Código de 
Processo Civil, mesmo que a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXVII, de eficácia 
restringível, permita a prisão do depositário infiel, e sejam as disposições do Código 
Civil posteriores às do referido Pacto:
EMENTA: HABEAS CORPUS. SALVO‑CONDUTO. PRISÃO CIVIL. DEPOSITÁRIO 
JUDICIAL. DÍVIDA DE CARÁTER NÃO ALIMENTAR. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM 
CONCEDIDA. 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou a orientação de 
que só é possível a prisão civil do “responsável pelo inadimplemento voluntário 
e inescusável de obrigação alimentícia” (inciso LXVII do art. 5º da CF/1988). 
Precedentes: HCs nos 87.585 e 92.566, da relatoria do Min. Marco Aurélio. 2. 
A norma que se extrai do inciso LXVII do art. 5º da Constituição Federal é de 
eficácia restringível. Pelo que as duas exceções nela contidas podem ser apor-
tadas por lei, quebrantando, assim, a força protetora da proibição, como regra 
geral, da prisão civil por dívida. 3. O Pacto de São José da Costa Rica (ratificado 
pelo Brasil – Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992), para valer como 
norma jurídica interna do Brasil, há de ter como fundamento de validade o 
§ 2º do art. 5º da Magna Carta. A se contrapor, então, a qualquer norma ordi-
nária originariamente brasileira que preveja a prisão civil por dívida. Noutros 
termos: o Pacto de São José da Costa Rica, passando a ter como fundamento 
de validade o § 2º do art. 5º da CF/1988, prevalece como norma supralegal em 
nossa ordem jurídica interna e, assim, proíbe a prisão civil por dívida. Não é 
norma constitucional – à falta do rito exigido pelo § 3º do art. 5º –, mas a sua 
hierarquia intermediária de norma supralegal autoriza afastar regra ordinária 
brasileira que possibilite a prisão civil por dívida. 4. No caso, o paciente corre o 
risco de ver contra si expedido mandado prisional por se encontrar na situação 
de infiel depositário judicial. 5. Ordem concedida. (STF, HC nº 94.013/SP, Rel. 
Min. Carlos Britto, Primeira Turma, Julgamento: 10/2/2009)
e) Prisão administrativa
Prisão administrativa é a decretada por autoridade administrativa. Essa modalidade 
de prisão não foi recepcionada pela Constituição de 1988. Era prevista na antiga reda-
ção do art. 319 do CPP, que falava sobre a prisão administrativa de quem não pagasse 
tributo ou de estrangeiro desertor. Referida modalidade de prisão foi retirada de nosso 
ordenamento jurídico com a edição da Lei nº 12.403/2011. Era prevista:
1) no art. 319 do CPP32, que falava sobre a prisão administrativa de quem não 
pagasse tributo ou de estrangeiro desertor;
2) no art. 35 da antiga Lei de Falências, quando o falido não cumpria suas obrigações;
3) nos arts. 81 e 84, caput, da Lei nº 6.815/1980, que previa a possibilidade de o 
Ministro da Justiça decretar prisão para fins de expulsão ou extradição de estrangeiro.
No procedimento administrativo de extradição, Capez (2009, p. 255) destaca a 
existência de julgado do STF permitindo a prisão administrativa, desde que decretada 
por juiz, posicionamento com o qual não concorda e por nós é tangenciado, tendo em 
vista as disposições constitucionais.
32 Assunto cobrado nas seguintes provas: TRF‑1ª Região/X Concurso/Juiz Federal Substituto; NCE/Delegado da Polícia 
Civil do DF/2004 e OAB‑DF/3º Exame de Ordem/2003.
17
Referidos artigos não foram recepcionados pelo art. 5º, LXI e LXVII, da CF/1988, 
que exige decisão judicial para a decretação da prisão.
f) Prisão disciplinar
O art. 5º, LXI, da CF/1988, permite a prisão disciplinar de militar para o caso de 
transgressão militar. E mais, o art. 142, § 2º, da CF/1988, estabelece não caber habeas 
corpus em relação a punições disciplinares militares.
A jurisprudência tem abrandado o rigor de tal proibição permitindo o questiona-
mento por habeas corpus. Nesse sentido, o STF destaca que
a legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento 
administrativo castrense, pode ser discutida por meio de ha beas corpus. (STF, 
RHC nº 88.543/SP, Rel.Min. Ricardo Lewandowski, Órgão Julgador: Primeira 
Turma, Julgamento: 3/4/2007)
Se a punição disciplinar militar atender aos pressupostos de legalidade, quais 
sejam, a hierarquia, o poder disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de 
ser aplicada disciplinarmente, é incabível a impetração de habeas corpus, eis que não 
se pode questionar, com base em referida ação autônoma de impugnação, questões 
referentes ao mérito da punição disciplinar. (STF, RE nº 338.840/RS, Rel. Min. Ellen 
Gracie, Segunda Turma, Julgamento: 19/8/2003)
g) Prisão para averiguação
É incompatível com a Constituição Federal de 1988 a prisão para averiguação.33 
Além de inconstitucional, o autor de prisão para averiguação comete o crime de 
abuso de autoridade previsto no art. 3º, a e i da Lei nº 4.898/1965.34
A equipe policial, para constatar se há algum mandado contra o agente, deve se 
valer de seus meios de comunicação. Só poderá efetivar a prisão se restar configurada 
alguma das modalidades de flagrante ou se houver ordem judicial contra o sujeito.
Entretanto, poderá haver prisão em flagrante se o sujeito recusar a fornecer à 
autoridade quando esta, justificadamente, solicitar ou exigir dados ou indicações con-
cernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência, pois o sujeito 
incidirá, assim, na contravenção prevista no art.68 do Decreto‑Lei nº 3.688/1941. Isso 
mesmo se for uma infração em que o agente se livre solto, por não ser punida com 
pena privativa de liberdade. Já se o sujeito fizer declarações inverídicas a respeito de 
sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência, também responde 
pela referida contravenção, que, no caso, prevê pena privativa de liberdade.
Medidas Cautelares Diversas da Prisão
O art. 319 com a redação da Lei nº 12.403/2011 trouxe as seguintes medidas 
cautelares diversas da prisão:
I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, 
para informar e justificar atividades;
33 Assunto cobrado na prova do Cespe/3º Exame de Ordem/2007.
34 Assunto cobrado na prova do Cespe/TRE‑MA/Analista Judiciário/2009.
18
II – proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circuns-
tâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses 
locais para evitar o risco de novas infrações;
III – proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circuns-
tâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;
IV – proibição de ausentar‑se da Comarca quando a permanência seja conveniente 
ou necessária para a investigação ou instrução;
V – recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o 
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;
VI – suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza eco-
nômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de 
infrações penais;
VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com 
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-
‑imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;
VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a 
atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência 
injustificada à ordem judicial;
IX – monitoração eletrônica.
Prisão em flagrante
Conceito
A Prisão em Flagrante é um ato administrativo do Estado, como deixa entrever o 
Código de Processo Penal; é uma medida cautelar de natureza processual que dispensa 
ordem escrita e é prevista expressamente na Constituição Federal.35
Natureza jurídica
Trata‑se de modalidade de prisão que dispensa ordem judicial, sendo prevista na 
própria Constituição Federal36, tendo cabimento quando o agente:
1) está cometendo a infração penal;
2) acaba de cometê‑la;
3) é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, 
em situação que faça presumir ser autor da infração; ou
4) é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração (art. 302 do CPP).
É possível a prisão em flagrante não só de quem esteja cometendo crime, mas 
também a de quem esteja cometendo contravenção.
É cabível a prisão em flagrante em crime de ação penal privada.37 Entretanto, nos 
crimes de ação penal privada a lavratura do auto de prisão em flagrante depende 
35 Delegado de Polícia Substituto de Santa Catarina/2001.
36 FGV/TJ‑SE/Analista Judiciário/2004.
37 Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Delegado da Polícia Fe deral/2002; OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004; 
Cespe/TJ‑RR/Oficial de Justiça/2001; OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004; Cespe/TJ‑RR/Oficial de Justiça/2001; 
Cespe/Delegado da Polícia Federal/2002; OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004 e OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004.
19
de requerimento do ofendido.38 Deve‑se, portanto, diferenciar a prisão em flagrante 
da lavratura do auto de prisão em flagrante.
Em crime de ação penal pública condicionada à representação, o delegado de 
polícia também não poderá prender o autor do crime em flagrante sem a referida 
representação.39
O estado de flagrante delito é uma das exceções constitucionais à inviolabilidade 
do domicílio, nos termos da Constituição Federal.40
Momento
A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as 
restrições relativas à inviolabilidade do domicílio.
Sujeito ativo
Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender 
quem quer que seja encontrado em flagrante delito (art. 301 do CPP).
Com relação à possibilidade de qualquer do povo efetuar prisão em flagrante, 
tem-se hipótese de flagrante facultativo, sendo que até mesmo a vítima do crime 
pode prender aquele que for encontrado em flagrante delito, não havendo, entretanto, 
qualquer obrigatoriedade, mas sim possibilidade de que se efetue a prisão.
Já as autoridades policiais e seus agentes têm o dever legal de efetivar a prisão, 
sendo hipótese de flagrante obrigatório ou compulsório.41
Sujeito passivo
É o indivíduo que se encontra em situação flagrancial, sendo que qualquer pessoa 
pode ser sujeito passivo de prisão em flagrante.
Entretanto, não são sujeitos passivos de flagrante:
1) Menores de 18 anos, nos termos do art. 228 da CF/1988 e do art. 27 do Código 
Penal, que consideram o menor inimputável. Com efeito, nos termos do art. 172 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente, o adolescente apreendido em flagrante de ato 
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente. Não há 
prisão em flagrante e nem lavratura de auto de prisão em flagrante.
Obs.: Se a inimputabilidade for por doença mental, não há óbice à prisão. Nesse 
sentido, vejamos o seguinte exemplo: em um sábado à noite, Lúcia, enfermeira do 
hospital psiquiátrico Dr. PINEL, solicita a presença de policiais militares, alegando que 
Semprônio, paciente portador de grave distúrbio mental que o impede inteiramente de 
entender o caráter ilícito de seu próprio comportamento, está agredindo dolosamente 
o zelador Nilo. De fato, os policiais militares chegam ao hospital e flagram Semprô-
nio ofendendo a integridade corporal de Nilo. Diante da intervenção dos milicianos, 
38 OAB‑DF/3º Exame de Ordem/2003.
39 Assunto cobrado na prova do Cespe/Delegado da Polícia Federal/2002.
40 Cespe/2º Exame da Ordem/2006.
41 Assunto cobrado nas seguintes provas: OAB‑DF/1º Exame de Ordem/2005; OAB‑PR/Exame 01/2006; OAB‑RS/1º 
Exame/2007; FGV/TJ‑SE/Analista Judiciário/2004; OAB‑DF/1º Exame de Ordem/2004; TJ‑SC/Oficial de Justiça/2003; 
Cespe/Defensoria Pública da União/Defensor Público da União de 2ª Categoria/2001 e Unama/Defensoria Pública 
do Estado do Pará/Defensor Público de 1ª Entrância do Estado do Pará/2006.
20
Semprônio é detido e levado, juntamente com Nilo e Lúcia, à presença da autoridade 
policial. Nilo imediatamente representa pelo processo criminal em face do agressor e 
é encaminhado a exame de corpo de delito, constatando os peritos que foram leves 
as lesões suportadas pela vítima. Encontrando‑se suficientemente demonstradas 
as informações anteriores, a autoridade policial deverá lavrar auto de prisão em 
flagrante e, diante da notícia de que o autor do fato é doente mental, representar 
à autoridade judiciária pela instauração de incidente de insanidade mental e pela 
imediata transferência de Semprônio para hospital de custódia e tratamento.42
2) A pessoa do agente diplomático não poderá ser objeto de nenhuma forma de 
detenção ou prisão (Decreto nº 56.435/1965, que promulgou a Convenção de Viena 
sobre Relações Diplomáticas).
Os funcionários consulares não poderão ser detidos ou presos preventivamente, 
exceto em caso de crime grave e em decorrência de decisão de autoridade judiciária 
competente (Decreto nº 61.078/1967, que promulgou a Convenção de Viena sobre 
Relações Consulares). Entretanto, pode ser sujeito passivo do flagrante o diplomata43 
nacional.
3) O presidente da República, nos termos do art. 86, § 3º, da CF/1988, que esta-
belece que, enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, 
o Presidente da Repúblicanão estará sujeito a prisão.
Tal proteção poderá não alcançar os governadores, ainda que haja previsão nas 
constituições estaduais.44
Nesse sentido, citemos a seguinte emenda do STF:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE 
MATO GROSSO – OUTORGA DE PRERROGATIVA DE CARÁTER PROCESSUAL 
PENAL AO GOVERNADOR DO ESTADO – IMUNIDADE A PRISÃO CAUTELAR – 
INADMISSIBILIDADE – USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO 
– PRERROGATIVA INERENTE AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENQUANTO CHEFE 
DE ESTADO (CF/1988, art. 86, § 3º) – AÇÃO DIRETA PROCEDENTE. IMUNIDADE 
A PRISÃO CAUTELAR – PRERROGATIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – IM-
POSSIBILIDADE DE SUA EXTENSÃO, MEDIANTE NORMA DA CONSTITUIÇÃO 
ESTADUAL, AO GOVERNADOR DO ESTADO. O ESTADO‑MEMBRO, AINDA QUE 
EM NORMA CONSTANTE DE SUA PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO, NÃO DISPÕE DE 
COMPETÊNCIA PARA OUTORGAR AO GOVERNADOR A PRERROGATIVA EXTRA-
ORDINÁRIA DA IMUNIDADE À PRISÃO EM FLAGRANTE, A PRISÃO PREVENTIVA 
E A PRISÃO TEMPORÁRIA, POIS A DISCIPLINAÇÃO DESSAS MODALIDADES DE 
PRISÃO CAUTELAR SUBMETE‑SE, COM EXCLUSIVIDADE, AO PODER NORMATIVO 
DA UNIÃO FEDERAL, POR EFEITO DE EXPRESSA RESERVA CONSTITUCIONAL DE 
COMPETÊNCIA DEFINIDA PELA CARTA DA REPÚBLICA. A NORMA CONSTANTE 
DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL – QUE IMPEDE A PRISÃO DO GOVERNADOR DE 
ESTADO ANTES DE SUA CONDENAÇÃO PENAL DEFINITIVA – NÃO SE REVESTE DE 
VALIDADE JURÍDICA E, CONSEQUENTEMENTE, NÃO PODE SUBSISTIR EM FACE 
42 Assunto cobrado nas seguintes provas: NCE/Faepol/Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro/2001 e Defensoria 
Pública do Estado do Ceará/Defensor Público/2002.
43 Assunto cobrado na prova da DRS‑Acadepol/Polícia Civil do Estado de Minas Gerais/SSP/MG/Delegado de Polí-
cia/2007.
44 Assunto cobrado na prova do Cespe/PC‑RN/Delegado de Polícia Civil Substituto/2009.
21
DE SUA EVIDENTE INCOMPATIBILIDADE COM O TEXTO DA CONSTITUIÇÃO FEDE-
RAL. PRERROGATIVAS INERENTES AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENQUANTO 
CHEFE DE ESTADO. – OS ESTADOS‑MEMBROS NÃO PODEM REPRODUZIR EM 
SUAS PRÓPRIAS CONSTITUIÇÕES O CONTEÚDO NORMATIVO DOS PRECEITOS 
INSCRITOS NO ART. 86, §§ 3º E 4º, DA CARTA FEDERAL, POIS AS PRERROGATIVAS 
CONTEMPLADAS NESSES PRECEITOS DA LEI FUNDAMENTAL – POR SEREM UNICA-
MENTE COMPATÍVEIS COM A CONDIÇÃO INSTITUCIONAL DE CHEFE DE ESTADO 
– SÃO APENAS EXTENSÍVEIS AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. PRECEDENTE: 
ADIN Nº 978‑PB, REL. P/ O ACÓRDÃO MIN. CELSO DE MELLO (STF, ADI nº 1.010/
MT, Rel. Min. Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, DJ 17/11/1995).
4) Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não pode-
rão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão 
remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da 
maioria de seus membros, resolva sobre a prisão (art. 53, § 2º, da CF/1988). Trata‑se 
da imunidade formal (processual ou relativa). Nos termos do art. 27, § 1º, da CF/1988, 
os deputados estaduais também possuem imunidade relativa. Já os vereadores não 
têm imunidade processual. Os senadores, os deputados federais e estaduais e os ve-
readores (no exercício do mandato e na circunscrição do Município) também gozam 
de imunidade material, nos termos dos arts. 53, caput, e 29, VIII, da CF/1988, sendo 
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Não 
cometem, portanto, os crimes contra a honra (arts. 138 a 140 do CP) e apologia ao 
crime (art. 287 do CP).
Assim, se um deputado federal foi surpreendido e detido por agentes de polícia, 
em um restaurante, no momento em que efetuou seis disparos de revólver contra um 
desafeto, ceifando‑lhe a vida. A autoridade policial autuou o parlamentar em flagran‑
te delito, remetendo os autos, em dezesseis horas, à Câmara dos Deputados. Nessa 
situação, a Câmara dos Deputados, pelo voto secreto da maioria de seus membros, 
resolverá sobre a prisão e autorizará, ou não, a formação de culpa.45
Por outro lado, o STF entende que o art. 53 da Constituição da República dispõe 
que os Senadores, Depu tados Federais e Estaduais são isentos de enquadramento 
penal por suas opiniões, palavras e votos, ou seja, têm imunidade material no exercí-
cio da função parlamentar, ou seja, as palavras devem estar absolutamente ligadas ao 
exercício do mandato. (STF, Inq. nº 2.297/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, 
Julgamento: 20/9/2007)
O mesmo ocorre em relação aos vereadores, sendo que
o Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que a imunidade material 
concedida aos vereadores sobre suas opiniões, palavras e votos não é absoluta, 
e é limitada ao exercício do mandato parlamentar sendo respeitada a pertinência 
com o cargo e o interesse municipal. (STF, RE‑AgR nº 583.559/RS, Rel. Min. Eros 
Grau, Segunda Turma, Julgamento: 10/6/2008)
5) São prerrogativas do magistrado não ser preso senão por ordem escrita do 
Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de 
45 Cespe/Delegado da Polícia Federal/2002.
22
crime inafiançável (neste caso, a autoridade fará imediata comunicação e apresentação 
do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado). (art. 33, II, da Lei 
Complementar nº 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional)
6) Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público ser preso somente 
por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável (neste caso, a auto-
ridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação) e a apresentação 
do membro do Ministério Público ao Procurador‑Geral de Justiça (art. 40, III, da Lei 
nº 8.625/1993 – Lei Orgânica Nacional do Ministério Público).
7) O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da 
profissão, em caso de crime inafiançável (art. 7º, § 3º, da Lei nº 8.906/1994). O art. 7º, 
IV, da Lei nº 8.906/1994 estabelece ainda que o advogado tem direito à presença de 
representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da 
advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, 
a comunicação expressa à seccional da OAB.
8) A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência de infração de me-
nor potencial ofensivo lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente 
ao juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando‑se as requisições dos exames 
periciais necessários. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediata‑
mente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não 
se imporá prisão em flagrante46, nem se exigirá fiança (art. 69, parágrafo único, da Lei 
nº 9.099/1995). Assim, há possibilidade de se lavrar auto de prisão em flagrante no 
caso de infrações de menor potencial ofensivo, bastando o autor se recusar a assinar 
o compromisso de comparecer ao juizado. Entretanto, após a lavratura do auto de 
prisão em flagrante, muitas vezes será colocado em liberdade se restar configurada, 
por exemplo, hipótese em que o agente se livre solto, pelo fato de a figura penal não 
prever pena de prisão, como ocorre com a conduta prevista no art. 28 da Lei de Drogas 
(Lei nº 11.343/2006), embora haja na doutrina entendimento de que não é cabível 
sequer a prisão em flagrante (CAPEZ, 2009, p. 269). Nesse sentido, observa‑se que o 
crime de constrangimento ilegal, cuja pena é de detenção de três meses a um ano 
ou multa, é da alçada do juizado especial criminal. Nessa situação, o delegado de 
polícia não deve lavrar o auto de prisão em flagrante, mas termo circunstanciado, 
desde que o autor da infração seja imediatamente encaminhado para o juizado ou 
assuma o compromisso de fazê‑lo.47
Seguindo a mesma linha de raciocínio, na manhã de segunda‑feira, dia normal de 
trabalho, agentes penitenciários de serviço na Penitenciária de Bangu prendem em 
flagrante João, que estava agredindo José. Tanto João como José cumprem pena na 
referida instituição,condenados que foram, definitivamente, a oito anos de reclusão 
por tráfico de drogas. Levados à presença do Diretor da unidade, este determinou 
a condução do agressor, da vítima e das testemunhas para a delegacia de polícia 
da área, uma vez que josé manifestou a vontade de representar pelo processo 
em face de João. Na delegacia de polícia, José ratifica a representação e é levado 
a exame de corpo de delito, constatando os peritos que se trata de lesão corporal 
de natureza leve. Diante disso, a autoridade policial lavrará termo circunstanciado 
e providenciará o imediato encaminhamento do autor do fato ao juizado Especial 
Criminal competente.48
46 OAB‑MG/1º Exame de Ordem/2005.
47 Cespe/Defensoria Pública do Estado de Sergipe/Defensor Público de 2ª Categoria/2005.
48 Assunto cobrado na prova da NCE/Faepol/Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro/2001.
23
9) A apresentação espontânea do acusado à autoridade impedirá sua prisão em 
flagrante, por não configurar a apresentação espontânea hipótese prevista no art. 302 
do CPP. Entretanto, o CPP não veda expressamente a prisão em flagrante do agente que 
se apresente à autoridade policial, ainda que logo após a prática de crime.49 Não tem 
cabimento a prisão em flagrante do agente que, horas depois do delito, entrega‑se 
espontaneamente à polícia, que não o perseguia, e confessa o crime diante da auto‑
ridade policial.50 Assim, Jorge imediatamente após matar a esposa e o amante desta, 
flagrados em adultério, Jorge, arrependido, procurou autoridade policial e confessou 
a autoria do crime, até então desconhecido pela polícia. Nessa situação, Jorge poderá 
ser preso, mas não em flagrante.51
Nada obstará, entretanto, seja decretada prisão preventiva nos casos em que a lei 
a autoriza. Havia disposição expressa nesse sentido na antiga redação do art. 317 do 
CPP, que foi suprimido pela Lei nº 12.403/2011. Entretanto, entendemos que ainda é 
cabível a prisão preventiva se presentes as hipóteses dos arts. 312 e 313 do CPP, com 
a redação dada pela Lei nº 12.403/2011. Caso alguém, após matar sua companheira, 
apresente‑se, voluntariamente, à autoridade policial, comunicando o ocorrido e in‑
dicando o local do crime, essa apresentação voluntária tornará inviável a prisão em 
flagrante mas não a preventiva, caso, por exemplo, esse indivíduo dê argumentos 
de que fugirá do país.52
10) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante53, nem se exigirá fiança, se prestar pronto 
e integral socorro àquela (art. 301 da Lei nº 9.503/1997).
Espécies de flagrante
Segundo a lei processual penal, são consideradas espécies de prisão em flagrante: 
próprio, impróprio e presumido.54
flagrante próprio (real, propriamente dito ou verdadeiro)
São duas as possibilidades, nos termos do art. 301, I e II, do CPP. O flagrante próprio 
ocorre quando o agente está cometendo a infração penal ou acaba de cometê‑la.55
Na primeira hipótese, o agente é encontrado praticando os atos executórios do 
delito.
Já na segunda hipótese, os atos executórios já foram realizados, sendo o agente 
preso imediatamente após o cometimento da infração no local dos fatos. A título de 
exemplo, um policial rodoviário federal, durante um patrulhamento ostensivo, foi 
alvejado com um tiro de revólver desfechado pelo condutor‑infrator de um veículo, 
sofrendo lesões corporais de natureza gravíssima, que ocasionaram deformidade 
permanente. Neste caso, estará configurado o denominado flagrante próprio, na 
hipótese de o condutor do veículo ter sido preso ao acabar de desfechar o tiro de 
revólver no policial rodoviário federal.56
49 Assunto cobrado na prova do Cespe/ TRF 2ª Região/Juiz Substituto/2009/Questão 19/Assertiva C.
50 Assunto cobrado na prova de Delegado de Polícia Substituto de Santa Ca tarina/2001.
51 Cespe/TJ‑MT/Juiz Substituto/ 2004.
52 Assunto cobrado na prova do Cespe/PC‑RN/Delegado de Polícia Civil Substituto/2009.
53 TJ‑PI/Juiz Substituto/2001.
54 FCC/TJ‑PI/Analista Judiciário – Escrivão Judicial/Questão 50/Assertivas A, B, C, D e E/2009.
55 Assunto cobrado nas seguintes provas: FCC/TRE‑RN/Analista Judiciá rio e FCC/TRE‑RN/Analista Judiciário/2005.
56 Cespe/PRF/2004.
24
Flagrante impróprio (irreal ou quase‑flagrante)
Denomina‑se flagrante impróprio a prisão daquele que é perseguido, logo após 
cometer o delito, em situação que faça presumir ser o mesmo o autor da infração57, 
nos termos do art. 302, III, do CPP.
No flagrante irreal, o agente é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação 
que faça presumir ser ele o autor da infração.58
A perseguição deve ser iniciada “logo após”, ou seja, deve haver um pequeno 
intervalo de tempo entre o fato e o início da perseguição, como, por exemplo, o prazo 
para a polícia chegar ao local, levantar as primeiras evidências e sair no encalço do 
suspeito, dando início à perseguição.
Uma vez iniciada a perseguição, não há prazo para o seu término, desde que seja 
ininterrupta. Assim, não é nula a prisão em flagrante realizada 24 horas após o crime.59
Diligências policiais montadas com o objetivo de prender o agente configuram 
“perseguição”.
A perseguição exigida no flagrante impróprio pode ser caracterizada pelo patru‑
lhamento e guarda visando à prisão do autor do delito, uma vez que a legislação não 
explicita as diligências que a caracteriza.60
Flagrante presumido (ficto ou assinalado)
Nos termos do art. 302, IV, do CPP, considera‑se flagrante presumido quando o 
agente é encontrado, logo depois do crime, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir seja ele o autor da infração.61
O que caracteriza a referida modalidade de flagrante é o agente ter sido “encontra-
do”, seja por uma viatura policial em ronda de rotina ou mesmo por uma blitz montada 
aleatoriamente sem visar prender o agente.
A expressão “logo depois” permite a prisão após lapso temporal maior do que o 
necessário no flagrante impróprio. Entretanto, não se pode ter um lapso temporal muito 
dilatado, sob pena de se descaracterizar o flagrante. Nesse sentido, em uma ronda de 
rotina, policiais militares avistaram Euclides, primário, mas com maus antecedentes, 
portando várias jóias e relógios. Consultando o sistema de comunicação da viatura 
policial, via rádio, os policiais foram informados de que havia uma ocorrência policial 
de furto no interior de uma residência na semana anterior, no qual foram subtraí‑
dos vários relógios e joias, que, pelas características, indicavam serem os mesmos 
encontrados em poder de Euclides. Com relação a essa situação hipotética, Euclides 
não deverá ser preso, pois não há que se falar em flagrante no caso mencionado.62
Ainda como exemplo, Motorista, cujo carro fora roubado em rodovia federal, 
dirige‑se imediatamente ao Posto da Polícia Rodoviária Federal mais próximo e 
relata o fato. O agente policial registra a ocorrência e alerta, pelo rádio, todos os 
policiais rodoviários federais que patrulham aquela rodovia. Vinte minutos depois, 
57 Assunto cobrado nas seguintes provas: Cespe/Defensoria Pública do Estado de Alagoas/Defensor Público de 1ª 
Classe/2003; Cespe/TJ‑DF/Analista Judiciário/2003; Cespe/IPAJM/Advogado/2006 e FCC/TRE‑RN/Analista Judiciá-
rio/2005.
58 Cespe/PC‑PB/Delegado de Polícia/2009.
59 Assunto cobrado na prova da OAB‑DF/1º Exame de Ordem/2005.
60 Cespe/Defensoria Pública do Estado do Amazonas/Defensor Público de 4ª Classe/2003.
61 Assunto cobrado nas seguintes provas: TRF‑3ª Região/X Concurso/Juiz Fe deral Substituto; Cespe/TRE‑AL/Analista 
Judiciário/2004; OAB‑MG/1º Exame de Ordem/2005; Fapeu/TRE‑SC/Analista Judiciário/2005 e MS/TRE‑SC/Analista 
Judiciário/Questão 66/Assertiva B/2009.
62 Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ‑RJ/Analista Judiciário/2008.
25
dois policiais interceptam o veículo roubado, que estava sendo conduzido por um 
homem cuja descriçãocoincide com a que fora feita pela vítima. Considerando essa 
narrativa, os policiais devem apreender o carro roubado e efetuar a prisão em fla‑
grante do suspeito, pois a hipótese é de flagrante presumido.63
Flagrante preparado (provocado, putativo por obra do agente provocador, de 
ensaio, de expe riência)
No flagrante preparado, o crime é impossível.64
O chamado flagrante preparado não é admitido no processo penal, por ser a 
conduta do suposto autor do delito obra do agente provocador.65 A vontade do 
agente, que existe perfeitamente, é, entretanto, viciada, eis que a ele foi instigada ou, 
de qualquer forma, facilitada a prática do delito, por uma simulação.
Além disso, tomam‑se as precauções para que o delito não se consume. Assim, 
não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua 
consumação.66 É o teor da Súmula nº 145 do STF67.
Tem‑se, portanto, que o flagrante preparado traz a hipótese de crime impossível, 
eis que se afasta a possibilidade de produção do resultado ou mesmo da fuga.
No flagrante provocado ou preparado, não haverá, em nenhuma hipótese, 
a consumação do delito, exceto no caso de drogas, em razão de a eventual conduta 
precedente já configurar o delito consumado.68 Com efeito, se um policial, passando‑se 
por viciado, com o fim de comprar drogas, deu voz de prisão ao traficante, conduzin‑
do‑o à presença da autoridade policial competente, à qual apresentou o conduzido, 
juntamente com grande quantidade de droga apreendida em seu poder no ato da 
suposta venda. Em relação a essa situação hipotética, caberá à autoridade policial 
a autuação em flagrante do conduzido não pela venda da substância, mas porque 
trazia ou tinha em depósito substância entorpecente destinada ao comércio ilícito, 
sendo tais condutas preexistentes à ação policial.69 Entretanto, verifica‑se flagrante 
preparado na conduta do policial que dá voz de prisão em flagrante a agente que, 
induzido por policial a fornecer‑lhe a droga que, no momento não possuía, mas que 
retorna com a substância entorpecente.
Assim, tem‑se como exemplo do chamado “flagrante preparado” e não do 
“flagrante esperado”, a prisão oriunda da conduta da vítima que, proprietária de 
lanchonete, percebendo a subtração de alguns gêneros alimentícios de seu estabele‑
cimento, deixa bandeja de petisco cuidadosamente arranjada, com linguiça, azeitona, 
refrigerante e cerveja, para atrair os prováveis meliantes.70
Os conceitos de flagrante preparado e esperado não se confundem.71 Não há o 
chamado “flagrante preparado”, mas, sim, o “flagrante esperado”, se os policiais, com 
base em escuta telefônica, efetuaram busca e apreensão na residência do suspeito, 
ali encontrando vários papelotes de cocaína, dando‑lhe, em consequência, voz de 
63 Funrio/PRF/Policial Rodoviário Federal/Questão 71/Assertivas A, B, C, D e E/2009.
64 Assunto cobrado na prova do Cespe/PC‑PB/Delegado de Polícia/2009.
65 Assunto cobrado nas seguintes provas: OAB‑PR/3º Exame de Ordem/2004; OAB‑DF/3º Exame de Ordem/2003 e 
Cespe/Espírito Santo/1º Exame da Ordem/2004.
66 Assunto cobrado nas seguintes provas: TJ‑PR/Juiz Substituto/2006 e OAB‑MG/1º Exame de Ordem/2005.
67 Assunto cobrado na prova do Cespe/PC‑RN/Delegado de Polícia Civil Substituto/2009.
68 Cespe/TJ‑RR/Técnico Judiciário/2006.
69 Cespe/TJ‑RR/Analista Processual/2006.
70 UEG/Delegado de Polícia de 3ª Classe de Goiás/2003.
71 Assunto cobrado na prova do Cespe/2º Exame da Ordem/2006.
26
prisão no ato.72 Na modalidade referida, não houve qualquer instigação ou facilitação 
para a prática do crime, não estando a vontade do agente viciada por atuação do 
agente provocador.
flagrante esperado
O nosso ordenamento Jurídico não repudia o flagrante esperado.73
É legal a prisão decorrente de flagrante esperado.74 No flagrante esperado, a po‑
lícia aguarda e observa a atuação do agente, sem ocorrer indução ou provocação 
de crime.75
A título de exemplo, a corretora de imóveis Carla foi indiciada em inquérito policial, 
juntamente com os três sócios, pela prática reiterada do crime de estelionato. Seu 
modus operandi era vender o mesmo imóvel a mais de uma pessoa. Em uma de suas 
empreitadas, ofereceu um lote a Vasco, que, sabedor da conduta de Carla, foi a uma 
delegacia e noticiou o fato à autoridade policial, comunicando data, horário e local 
marcado por ela para concretizarem o negócio. Na data informada e no momento 
em que Carla e Vasco estavam no caixa do banco objetivando transferir a quantia 
de uma conta para outra, surgiu a polícia. Quanto a essa situação hipotética e à 
prisão em flagrante, o fato em consideração trata do flagrante esperado, podendo 
ser lavrado o auto de prisão respectivo por tentativa de estelionato.76
flagrante forjado (maquinado ou fabricado)
Não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a 
sua consumação.
Flagrante preparado não é sinônimo de flagrante forjado.77
No flagrante forjado, os policiais ou mesmo algum particular criam provas de um 
crime inexistente. Por exemplo, intitula‑se flagrante forjado a hipótese em que é 
colocada, no bolso de quem se submete a revista pessoal, quantidade de substância 
entorpecente, no intuito de criar falsa prova de crime inexistente.78
Na hipótese de flagrante forjado, a prisão é totalmente ilegal, além de o “forjador” 
da prisão responder por abuso de autoridade, se policial, ou denunciação caluniosa 
se for particular.
flagrante prorrogado ou retardado (ou ação controlada)
O flagrante retardado tem previsão no art. 2º, II, da Lei do Crime Organizado, 
devendo ser concretizado no momento mais eficaz para a formação de provas e o 
fornecimento de informações.79
72 UEG/Delegado de Polícia de 3ª Classe de Goiás/2003.
73 Assunto cobrado na prova do MPDFT/28º Concurso para Promotor/2009.
74 Assunto cobrado na prova da OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004.
75 Assunto cobrado na prova da FCC/TRE‑RN/Analista Judiciário/2005.
76 Cespe/TJ‑SE/Juiz Substituto/2003‑2004.
77 Assunto cobrado na prova da OAB‑DF/3º Exame de Ordem/2003.
78 Cespe/Defensoria Pública do Estado de Alagoas/Defensor Público de 1ª Classe/2003.
79 Assunto cobrado nas seguintes provas: TRF‑3ª Região/X Concurso/Juiz Federal Substituto; Cespe/Defensoria Pública 
do Estado de Alagoas/ Defensor Público de 1ª Classe/2003; TJ‑PI/Juiz Substituto/2001; NCE/Delegado da Polícia 
Civil do DF/2004; OAB‑MG/1º Exame de Ordem/2005; OAB‑MS/80º Exame de Ordem/2004; FGV/TJ‑SE/Analista 
Judiciário/2004 e OAB‑DF/3º Exame de Ordem/2003.
27
O referido dispositivo legal estabelece que
a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se 
supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde 
que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se 
concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas 
e fornecimento de informações.
Referida lei permite inclusive a infiltração de agentes nas organizações criminosas, 
que é prática admitida em nosso ordenamento.80
Há entendimentos doutrinários, como o de Capez (2009, p. 266 a 267) de que esta 
modalidade de flagrante só é cabível nas ações praticadas por organizações criminosas. 
Nesse sentido, determinada organização criminosa voltada para a prática do tráfico 
de armas de fogo esperava um grande carregamento de armas para dia e local pre‑
viamente determinados. Durante a investigação policial dessa organização criminosa, 
a autoridade policial recebeu informações seguras de que parte do bando estava 
reunida em um bar e receberia o dinheiro com o qual pagaria o carregamento das 
armas, repassando, ainda no local, grande quantidade de droga em troca do dinheiro. 
Mantido o local sob observação, decidiu a autoridade policial retardar a prisão dos 
integrantes que estavam no bar de posse da droga, para que os policiais pudessem 
segui‑los, identificar o fornecedordas armas e, enfim, prendê‑los em flagrante. 
Nessa situação, não obstante as regras previstas no Código de Processo Penal, são 
válidas as diligências policiais e as eventuais prisões, em face da denominada ação 
controlada, prevista na lei do crime organizado.81
Entretanto, a figura do flagrante prorrogado é muito comum na apuração de diversos 
tipos de crimes, principalmente em crimes permanentes, sendo prática corriqueira da 
polícia que age com discricionariedade para buscar o melhor momento para efetuar 
a prisão, buscando o maior resultado possível com a medida restritiva de liberdade. 
Seguindo o mesmo raciocínio, analise a seguinte situação hipotética: após força‑tarefa 
policial que consistiu em investigação detalhada das ações de um grupo do qual José 
faz parte, houve a efetivação, mediante autorização judicial, de busca e apreensão e 
de interceptação telefônica e concluiu‑se pela coautoria de José em crime de tráfico de 
entorpecentes. Na situação apresentada, o policial poderá prender José em flagrante 
no momento da venda de drogas, não sendo obrigado a prendê‑lo imediatamente, 
tendo em vista que é cabível, na hipótese, o flagrante prorrogado ou esperado.82
Embora haja doutrinadores que destaquem que o flagrante prorrogado também 
teria previsão na Lei nº 11.343/2006 (CAPEZ, 2009, p. 267), na referida lei há previsão 
de modalidade diversa do flagrante retardado. Com efeito, o que se prevê no art. 53, 
II, da referida lei é a possibilidade de
a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores quí-
micos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no 
território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior 
número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da 
ação penal cabível.
80 Assunto cobrado na prova do MPDFT/28º Concurso para Promotor/2009.
81 Cespe/PGE‑ES/Procurador de Estado/2008.
82 Assunto cobrado na prova do Cespe/TJ‑PA/Analista Judiciário/2006.
28
Esta medida, nos termos do parágrafo único do artigo citado, exige‑se autorização 
judicial, que só será concedida caso sejam conhecidos o itinerário provável e a identi-
ficação dos agentes do delito ou de colaboradores.
Se não restar configurada alguma das hipóteses de flagrante acima delineadas, 
a prisão será ilegal. Desta forma, analise a situação: Manoela de jesus foi presa em 
flagrante, quando estava em sua casa assistindo à televisão, porque supostamente 
teria jogado um bebê recém nascido no rio. Os responsáveis pela prisão foram dois 
policiais civis que realizavam diligências no local a partir de uma denúncia anônima. 
Ao realizar a prisão os policiais identificaram Manoela a partir da descrição forne‑
cida pela denúncia anônima. A prisão é ilegal, pois não está presente nenhuma das 
situações autorizadoras da prisão em flagrante.83
Prisão em flagrante e crimes permanentes
Nas infrações permanentes, entende‑se o agente em flagrante delito enquanto 
não cessar a permanência84 (art. 303 do CPP).
A apreensão de moeda falsa na residência do agente e simultânea prisão em 
local diverso caracteriza o flagrante delito.85
Sabe‑se que a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante inaugura o Inquérito 
Policial. No entanto, quando diante de crimes permanentes, haverá a possibilidade 
de prisão em flagrante, mesmo que já haja a instauração do Inquérito Policial.86
Prisão em flagrante e crimes continuados
O crime continuado tem previsão no art. 71 do CP e se verifica
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou 
mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira 
de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como 
continuação do primeiro, aplica‑se‑lhe a pena de um só dos crimes, se idênti-
cas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto 
a dois terços.
Trata-se da modalidade de concurso de crimes.
Em tais crimes, as condutas por si só já configuram crimes, podendo haver a prisão 
em flagrante.
Prisão em flagrante e crimes habituais
O crime habitual configura‑se quando há reiteração de práticas que, por si só, não 
configuram modalidade delitiva. Apenas quando as práticas forem configuradas como 
um todo, como estilo ou modalidade de vida, que o delito será materializado.
83 Assunto cobrado na prova da FGV/TJ‑PA/Juiz de Direito/2009.
84 Assunto cobrado nas seguintes provas: OAB‑DF/2º Exame de Ordem/2004 e OAB‑RS/1º Exame/2007 e Cespe/DPE‑ES/
Defensor Público/Questão 61/2009.
85 TRF‑3ª Região/IX Concurso/Juiz Federal Substituto.
86 NCE/Delegado da Polícia Civil do DF/2004.
29
A título de exemplo, tem‑se:
1) Casa de prostituição (art. 229 do CP). Manter, por conta própria ou de terceiro, 
casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja ou não 
intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente.
2) Rufianismo (art. 230 do CP). Tirar proveito da prostituição alheia, participando 
diretamente de seus lucros ou fazendo‑se sustentar, no todo ou em parte, por quem 
a exerça.
3) Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica (art. 282 do CP). 
Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, 
sem autorização legal ou excedendo‑lhe os limites.
4) Charlatanismo (art. 283 do CP). Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou 
infalível.
5) Curandeirismo (art. 284 do CP). Exercer o curandeirismo: I – prescrevendo, 
ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; II – usando gestos, 
palavras ou qualquer outro meio; III – fazendo diagnósticos.
Há controvérsia na doutrina sobre o cabimento da prisão em flagrante nos crimes 
habituais, que são aqueles em que o crime se aperfeiçoa com a reiteração de condutas. 
(CAPEZ, 2009, p. 267)
O crime habitual, cuja consumação se dá por meio da prática de várias condutas, 
como o delito de casa de prostituição, de acordo com o STF (STf, HC nº 36.723, Min. 
Nelson Hungria, Tribunal Pleno, julgamento: 27/5/1959) e STj, admite prisão em 
flagrante.87
Auto de prisão em flagrante
Ao se deparar com uma situação flagrancial, o delegado decide se homologa ou 
não o flagrante lhe apresentado, ratificando ou não a voz de prisão do condutor que 
deteve o sujeito passivo. A autoridade policial pode, por exemplo, verificar que o fato 
ocorrido não é típico. Sobre as hipóteses de exclusão de antijuridicidade, há doutrina 
no sentido de que pode‑se deixar de lavrar o auto quando for evidente a exclusão. 
Capez (2009, p. 271) destaca, entretanto, que
nessa fase, vigora o princípio do in dubio pro societate, não podendo o dele-
gado de polícia embrenhar‑se em questões doutrinárias de alta indagação, 
sob pena de antecipar indevidamente a fase judicial de apreciação de provas; 
permanecendo a dúvida ou diante de fatos aparentemente criminosos, deverá 
ser formalizada a prisão em flagrante.
Entendemos que, ainda que seja evidente uma excludente de ilicitude, o delegado 
deve instaurar o inquérito para que, quando relatá‑lo, a acusação forme ou não sua 
opinio delicti sobre os fatos apurados.
Caso a autoridade policial não homologue a prisão, como ainda não se formalizou a 
prisão, não se configura relaxamento de prisão, modalidade que só pode ser efetivada 
por meio de autoridade judicial.
Uma vez homologada a prisão, far‑se‑á a lavratura do auto de prisão em flagrante. 
Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade 
lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal (art. 305 do CPP).
87 Assunto cobrado na prova TJDFT/Juiz de Direito Substituto/2007.
30
Dessa forma, a prisão em flagrante deve ser seguida da lavratura do respectivo 
auto de prisão em flagrante, que deve observar todos os requisitos legais, sob pena de 
tornar ilegal a prisão.88 Isto porque o auto de prisão em flagrante é ato administrativo

Continue navegando