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Doença de chagas

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DOENÇA DE CHAGAS 
A	doença	de	Chagas	possui	uma	elevada	
prevalência	e	expressiva	mortalidade.	Ela	
apresenta	 um	 curso	 clínico	 bifásico,	
composto	por	uma	 fase	aguda	 (pode	ser	
sintomática	 ou	 não)	 e	 uma	 fase	 crônica,	
que	 pode	 se	 manifestar	 nas	 formas	
indeterminada,	 cardíaca,	 digestiva	 ou	
cardiodigestiva.	
Ela	é	causada	pelo	Trypanosoma	cruzi,	um	
protozoário	 hemoflagelado,	 o	 qual	 é	
transmitido	por	um	inseto	hematófago,	o	
barbeiro	 (hospedeiro	 intermediário/	
vetor),	 para	 alguns	 mamíferos	
(reservatório)	 e	 para	 o	 ser	 humano	
(hospedeiro	definitivo).		
MODO DE TRANSMISSÃO 
VETORIAL 
Ocorre	pelo	contato	do	ser	humano	com	
as	fezes	contaminadas	do	barbeiro,	que	ao	
picar	 os	 vertebrados	 costuma	 defecar	
após	 se	 alimentar,	 eliminado	 formas	
infectantes	 do	 parasita,	 que	 adentra	 as	
células	 do	 hospedeiro	 pela	 lesão	 da	
picada.	
VERTICAL 
Ocorre,	 principalmente,	 pela	 via	
transplacentária,	 podendo	 ocorrer	 em	
qualquer	fase	da	doença.	A	contaminação	
pode	acontecer	durante	a	gestação	ou	no	
parto.	
	
	
	
	
	
	
VIA ORAL 
Acontece	 quando	 há	 ingestão	 de	
alimentos	 contaminados	 com	o	 parasita,	
seja	pela	ingestão	do	barbeiro	ou	de	suas	
fezes.		
OUTRAS FORMAS 
• Transfusão	 de	 sangue	
hemoderivados	
• Transplante	de	órgãos	
• Acidentes	 laboratoriais	 e	
perfurocortantes	
CICLO DE TRANSMISSÃO 
NO SER HUMANO 
1. O	 barbeiro	 pica	 e	 defeca	 ao	 mesmo	
tempo,	de	 forma	que	o	Trypanosoma	
cruzi,	 na	 forma	 de	 tripomastigota,	
adentra	 no	 hospedeiro	 pela	 lesão	
deixada	na	picada.	
2. 	Os	 tripomastigotas	 invadem	 as	
células	 do	 hospedeiro	 e	 se	
transformam	em	amastigostas.	
3. Os	amastigotas	se	multiplicam	dentro	
das	 células	 e	 se	 transformam	 em	
tripomastigotas,	destruindo	as	células	
e	indo	para	o	sangue.	
4. Os	 tripomastigotas	 invadem	 novas	
células	 e	 se	 multiplicam	 como	
amastigotas.	
NO BARBEIRO 
1. O	 barbeiro	 pica	 um	 mamífero	
(hospedeiro	 ou	 reservatório)	
contaminado,	 absorvendo	 os	
tripomastigotas.	
2. Ao	chegar	no	intestino	do	inseto	eles	
se	transformam	em	epigastigotas	
3. Em	 seguida,	 os	 epimastigotas	 se	
multiplicam	 esse	 transformam	 em	
tripomastigotas	 (fase	 infectante	 do	
protozoário).	
Durante	 a	 fase	 aguda	 da	 doença,	 a	
transmissão	pode	ocorrer	pelo	leite.	
Na	fase	crônica	a	transmissão	pode	
ocorrer	 por	 meio	 de	 algum	
sangramento	 na	 mama	 e	 não	
propriamente	pelo	leite.	
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
FASE AGUDA 
Durante	a	fase	aguda,	o	parasita	encontra-
se	 em	 maior	 número	 na	 corrente	
sanguínea.		
A	 manifestação	 mais	 característica	 é	 a	
febre	 constante,	 inicialmente	 elevada,	
podendo	apresentar	picos	vespertinos.	
Sintomatologia	inespecífica	
• Prostração,	 diarreia,	 vômitos,	
inapetência,	 cefaleia,	 mialgia,	
aumento	de	linfonodos	
• Exantema	cutâneo	
• Irritação	em	crianças	menores	
Sintomatologia	específica	
• Sinais	e	sintomas	de	miocardite	difusa	
• Sinais	 de	 pericardite,	 derrame	
pericárdico	e	tamponamento	cardíaco	
• Manifestações	 sindrômicas	 de	
insuficiência	 cardíaca,	 derrame	
pleural	
• Edema	 de	 face,	 de	 MMII	 ou	
generalizados	
• Tosse,	 dispneia,	 dor	 torácica,	
palpitações,	arritmias	
• Hepatomegalia	e/ou	esplenomegalia		
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
FASE CRÔNICA 
Durante	 a	 fase	 a	 parasitemia	 é	 baixa	 e	
intermitente.	 Inicialmente	 ela	 é	
assintomática,	 mas	 pode	 se	 apresentar	
como	as	seguintes	formas:	
Forma	indeterminada	
O	 paciente	 encontra-se	 assintomático	 e	
sem	 sinais	 de	 comprometimento	 do	
sistema	 circulatório	 e	 do	 digestivo.	 Essa	
forma	pode	perdurar	por	toda	vida	ou	ela	
pode	 evoluir	 para	 forma	 cardíaca,	
digestiva	ou	mista.	
Forma	cardíaca	
Nessa	forma,	o	paciente	pode	evoluir	para	
quadros	 de	 miocardiopatia	 dilatada	 e	
insuficiência	 cardíaca	 congestiva.	 Ela	
ocorrem	em	30%	dos	casos	de	doença	de	
Chagas	e	é	considerada	a	responsável	pelo	
maior	 número	 de	 mortes	 no	 estágio	
crônico	da	doença.	
Forma	digestiva	
Na	 forma	 digestiva	 há	 acometimento	 do	
aparelho	digestivo	que	pode	evoluir	para	
megacólon	e/ou	megaesôfago.	
Forma	mista	(cardiodigestiva)	
	Ocorrem	 concomitantemente	 lesões	
compatíveis	 com	 as	 formas	 cardíacas	 e	
digestivas.	
DIAGNÓSTICO 
O	 método	 diagnóstico	 depende	 da	 fase	
clínica	da	doença	
Em	 casos	 de	 transmissão	 por	 via	
oral	 o	 paciente	 pode	 cursar	 com	
exantema	 cutâneo,	 hemorragia	
digestiva,	 icterícia,	 aumento	 das	
aminotransferases,	 além	 de	
quadros	 mais	 frequentes	 e	 mais	
graves	de	insuficiência	cardíaca	
Anticorpos	 IgM	 podem	 ser	
detectados,	 que,	 gradativamente,	
são	 reduzidos	 juntos	 com	
parasitemia	 levando	 o	 aumento	
gradual	de	anticorpos	IgG.		
 
 
FASE AGUDA 
• Métodos	 parasitológicos	 diretos	
(mais	indicado)	
o Pesquisa	 a	 fresco	 dos	
tripanossomatídeos	
o Métodos	de	concentração	
o Lâmina	corada	de	gota	espessa	ou	
de	esfregaço	
• Métodos	sorológicos	
o Hemaglutinação	indireta	(HAI)	
o Imunofluorescência	indireta	(IFI)	
Método	imunoenzimático	(ELISA)	
	
	
	
	
	
FASE CRÔNICA 
O	diagnóstico	nessa	fase	é	essencialmente	
sorológico,	 onde	 deve	 ser	 feito	 um	 teste	
com	 elevada	 sensibilidade	 em	 conjunto	
com	outro	de	alta	especificidade.	
• Hemaglutinação	indireta	(HAI)	
• Imunofluorescência	indireta	(IFI)	
• Método	imunoenzimático	(ELISA)	→	
usado	preferencialmente	
A	confirmação	ocorre	quando	pelo	menos	
dois	testes	(distintos)	são	reagentes.	
TRATAMENTO 
O	 benznidazol	 é	 o	 fármaco	 de	 escolha	
disponível.	 Em	 casos	 de	 intolerância	 ou	
ausência	 de	 resposta,	 o	 nifurtimox	 pode	
ser	utilizado.	
Esse	 tratamento	 é	 indicado	 em	 todos	 os	
casos	 de	 fase	 aguda	 e	 de	 reativação	 da	
doença.	 Na	 fase	 crônica,	 a	 indicação	 do	
tratamento	vai	depender	da	forma	clínica.	
O	 seu	 tratamento	 tem	 como	 objetivos	
curar	 a	 infecção,	 prevenir	 lesões	
orgânicas	 ou	 sua	 evolução	 e	 diminuir	 a	
possibilidade	de	transmissão.	
	
	
	
	
 
 
 
 
Os	 métodos	 indiretos	 não	 são	 os	
mais	indicados	para	o	diagnóstico	de	
fase	 aguda.	 Eles	 podem	 ser	 feitos	
quando	 os	 exames	 parasitológicos	
forem	negativos	e	a	suspeita	clínica	
persistir	
Os	 métodos	 parasitológicos	
indiretos	 (hemocultura	 e	
xenodiagnóstico)	podem	ser	usados	
em	situações	específicas,	tais	como	
em	 caso	 de	 resultados	 sorológicos	
inconclusivos	 ou	 para	 verificação	
de	 efeito	 terapêutico	 de	 fármacos	
tripanocidas.

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