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Fis���o��� Rep����ti�� �� Fême� Controle endócrino As fêmeas domésticas podem ser divididas de acordo com a frequência de ciclos ao longo do ano, assim como a existência (ou não) de uma estação reprodutiva específica Bovinas e Bubalinas - poliéstricas Caprinas e ovinas - poliéstricas Suínas - poliéstricas Carnívoras - mono/diéstricas Equinas - poliéstricas As fêmeas bovinas, bubalinas, suínas e caninas são classificadas como MONO/POLIÉSTRICAS ANUAIS , pois ciclam continuamente durante o ano todo Já as fêmeas caprinas, ovinas, equinas e felinas possuem estação reprodutiva específica, sendo então classificadas como POLIÉSTRICAS SAZONAIS OU ESTACIONAIS A determinação da estação reprodutiva nas fêmeas sazonais se dá por influência do fotoperíodo (período de luz num intervalo de 24 horas, ou um dia) e, consequentemente, pela produção de Melatonina pela glândula Pineal OBS: a síntese de Melatonina não é exclusiva da glândula Pineal, ocorrendo em outros tecidos como na retina, nas células do sistema imune e no trato gastrintestinal, mas a concentração plasmática reflete a Melatonina sintetizada na Pineal, enquanto a produção extra Pineal tem uma ação autócrina e/ou parácrina; a síntese de Melatonina depende necessariamente da ativação do Sistema Nervoso Simpático com a consequente liberação de Noradrenalina na glândula OBS: nos mamíferos, a percepção do fotoperíodo é feita pelos Núcleo Supraquiasmáticos (NSQ), localizados no Hipotálamo, recebendo sinais ambientais de fotorrecepção pela retina Na cabra e na ovelha, o aumento na produção de Melatonina durante o outono e inverno (estações com menor fotoperíodo e, portanto, com maior período de “escuro”) estimula a secreção de GnRH pelo Hipotálamo, num sistema de feedback positivo Portanto, são classificadas como POLIÉSTRICAS SAZONAIS DE DIAS CURTOS Em contrapartida, na égua, altas concentrações de Melatonina inibem a liberação de GnRH pelo hipotálamo, num sistema de feedback negativo Nesse caso, a fêmea equina é classificada como POLIÉSTRICA SAZONAL DE DIAS LONGOS Assim como nos machos, a função reprodutiva é controlada pelo eixo HIPOTÁLAMO - HIPÓFISE - GÔNADAS Hipotálamo O Hipotálamo, localizado na região do terceiro ventrículo, faz a secreção pulsátil de GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas), um hormônio protéico que, via sistema porta-hipofisário, chega até receptores presentes na Adeno hipófise, ou Hipófise Anterior OBS: o sistema porta-hipofisário é uma rede complexa de capilares que levam o GnRH diretamente do Hipotálamo até a Hipófise, sem passar pela circulação sistêmica, o que é importante, uma vez que o volume de GnRH secretado é baixo e, caso passasse pela circulação sistêmica, não chegaria à Hipófise na concentração necessária Hipófise Ao se ligar aos receptores na Adeno hipófise, o GnRH estimula a liberação das gonadotrofinas/gonadotropinas (hormônios que tem tropismo pelas gônadas) que, ao chegarem aos ovários, irão estimular a produção oocitária e hormonal As gonadotrofinas são o FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e o LH (Hormônio Luteinizante) Ciclo estral Os ciclos reprodutivos da fêmea são chamados de ciclos estrais e sua duração varia de acordo com a espécie animal, assim como a duração de suas fases Basicamente, o ciclo estral pode ser dividido em quatro fases: PROESTRO - ESTRO - METAESTRO - DIESTRO OBS: nem todas as espécies apresentam todas as fases do ciclo estral Cadela A cadela é MONO/DIÉSTRICA NÃO ESTACIONAL Atingem a puberdade até o primeiro ano de vida - de 6 a 12 meses de idade A puberdade é alcançada quando a cadela atinge seu “peso adulto” - portanto, raças de grande porte chegam à puberdade mais tardiamente do que raças de pequeno porte OBS: além do porte, fatores genéticos e ambientais (como nutrição, por exemplo) também influenciam a chegada da puberdade FASES DO CICLO ESTRAL DA CADELA PROESTRO - 7 a 9 dias ESTRO - 7 a 9 dias DIESTRO - 60 a 75 dias ANESTRO - 125 dias Portanto, o intervalo entre cios gira em torno de 6 a 7 meses OBS: o diestro das cadelas é sempre longo, independente se há gestação ou não PROESTRO Nessa fase se inicia o recrutamento e crescimento folicular, com aumento da produção de Estrógeno (E2) O E2 é responsável por diversas alterações físicas, fisiológicas e comportamentais características do cio que são observadas CARACTERÍSTICAS a fêmea atrai o macho, mas ainda não aceita a monta vulva aparenta edemaciada e com aumento de tamanho descarga vulvar sanguinolenta OBS: a descarga de aspecto sanguinolento é devido ao aumento do E2 que aumenta a irrigação sanguínea em todo o trato reprodutivo, levando ao rompimento de alguns capilares O pico de Estrógeno é alcançado 24 a 48 horas antes do fim do proestro, começando então a decair suas concentrações ESTRO A partir da queda de E2 no fim do proestro e, consequente, aumento da Progesterona (P4), a fêmea, durante o estro, passa a aceitar a monta do macho OBS: diferentemente das outras espécies domésticas, o “cio” na cadela é marcado pela alta concentração de Progesterona CARACTERÍSTICAS fêmea aceita a monta redução ou ausência de descarga vulvar O pico de LH ocorre de 24 a 36 horas após o pico de E2 (que aconteceu durante o proestro), e a ovulação ocorre de 36 a 50 horas depois do pico de LH OBS: o dia 1 do estro é marcado pelo pico de LH OBS: a cadela ovula oócitos primários, ou seja, que ainda não estão maduros; no processo de maturação, o oócito vai passar pela segunda fase da divisão meiótica, se tornando um oócito secundário - esse processo leva em torno de 2 a 5 dias DIESTRO Período luteínico marcado pela alta concentração de P4 (independente de gestação) ANESTRO Antes considerado um período de "repouso reprodutivo” Durante o anestro ainda há atividade hormonal, que se encontram em suas concentrações basais, mas os ovários não são responsivos às gonadotrofinas nesse período OBS; caso a cadela tenha parido, esse período é conhecido como anestro lactacional, enquanto está ocorrendo a involução uterina pós-parto e a fêmea está alimentando seus filhotes Vaginoscopia Utilizando um espéculo vaginal e a partir da observação da mucosa vaginal é possível fazer o acompanhamento do ciclo estral PROESTRO - mucosa edemaciada com aspecto rosado ESTRO - mucosa pálida e crenulação (aspecto pregueado da mucosa) DIESTRO - mucosa “lisa” com pequenas áreas rosadas Citologia vaginal É o melhor método para acompanhar a transição do PROESTRO para o ESTRO e determinar o melhor momento para a monta ou inseminação É um método simples, de fácil realização e baixo custo para ser realizado 1. A coleta é feita com uso de escova citológica ou swab estéril 2. Material é transferido para uma lâmina 3. Corado com panótico 4. Avaliado por microscopia óptica OBS: a escova ou swab são inseridos no sentido crâniodorsal, em direção ao “teto” do canal vaginal, de acordo com a anatomia No PROESTRO, com aumento do E2 há a proliferação celular A proliferação faz com que as primeiras camadas celulares se afastem da irrigação, degenerando-se As células encontradas na citologia no ESTRO são as células superficiais degeneradas, com citoplasma irregular As células PARABASAIS são aquelas em contato íntimo com a irrigação (células “vivas”) - são células pequenas com núcleo grande, pouco citoplasma e bordas regulares As células INTERMEDIÁRIAS possuem núcleo grande, mas citoplasma com bordas irregulares As células SUPERFICIAIS podem conter núcleo (pequeno - picnótico) ou serem anucleadas e são altamente queratinizadas As células do METAESTRO são células que fagocitaram neutrófilos OBS: Todos os tipos celulares podem ser encontrados em todas as fases do ciclo NO PROESTRO células PARABASAIS células INTERMEDIÁRIAS algumas células SUPERFICIAIS NUCLEADAS hemácias e neutrófilos OBS: os neutrófilos e as hemácias estão presentes devido à ruptura dos capilares com o aumento do E2 NO ESTRO células SUPERFICIAIS NUCLEADAS células SUPERFICIAIS ANUCLEADAS ESPERMATOZOIDES As células anucleadas queratinizadas possuem aspecto de“sucrilhos” NO DIESTRO células PARABASAIS células INTERMEDIÁRIAS células do METAESTRO neutrófilos Células do METAESTRO e neutrófilos são abundantes nessa fase devido à reação do sistema imune à presença do sêmen como corpo estranho no lúmen uterino Dosagem de Progesterona É a maneira mais exata de estabelecer as fases do ciclo estral e ocorrência da ovulação A primeira coleta geralmente é feita após o fim do sangramento (FIM DO PROESTRO), para identificar se já ocorreu o pico de LH A segunda coleta é realizada de 48 a 72 horas após a identificação do pico de LH, para identificar a ocorrência ou não da ovulação GATA A gata é classificada como uma fêmea POLIÉSTRICA SAZONAL DE DIAS LONGOS de ovulação induzida Assim como nas cadelas, a idade à puberdade depende de fatores genéticos (como raça e porte) e ambientais (como alimentação e sanidade) OBS: de maneira geral, raças de pêlo curto chegam à puberdade mais cedo do que raças de pêlo longo FASES DO CICLO ESTRAL DA GATA PROESTRO - 1 a 2 dias ESTRO - 6 a 10 dias INTER-ESTRO - 8 dias METAESTRO - 1 a 2 dias DIESTRO - 35 a 37 ou 60 dias ANESTRO - 30 a 90 dias PROESTRO É uma fase curta e dificilmente detectada Nessa fase se inicia a atividade folicular com aumento na secreção de Estrógeno O aumento nas concentrações de E2 levam à alterações comportamentais como CARACTERÍSTICAS a gata atrai o macho, mas ainda não aceita monta vocalização comportamento “carente” esbarrar a cabeça contra objetos, perna das pessoas ESTRO Nessa fase a alta concentração de Estrógeno faz com que a gata passe a aceitar a monta do macho CARACTERÍSTICAS andar “agachada” com rabo lateralizado rolar constantemente aumento da vocalização aceita a monta repetidamente A cópula na raça felina é caracterizada pela vocalização da fêmea no momento da penetração (espículas penianas lesionam a mucosa vaginal) e comportamento pós-coito característico da fêmea de rolar no chão A ovulação em gatas é induzida por um reflexo neuroendócrino atribuído à estimulação mecânica dos receptores sensoriais na mucosa vaginal durante o coito pelas espículas penianas do gato Mas a ovulação depende da amplitude da “onda” de LH liberada OBS: não necessariamente a ovulação vai ocorrer após a 1° monta A liberação de LH se inicia 15 minutos após a primeira cópula e atinge seu pico 24 horas após essa primeira cópula OBS: nesse intervalo, a gata aceita o macho repetidamente como forma de aumentar a amplitude de liberação do LH Por fim, a ovulação ocorre de 24 a 54 horas depois do pico de LH (ou seja, de 48 a 78 horas depois da primeira cópula) OBS: no caso de animais de apartamento em que o tutor se incomoda com o comportamento da fêmea, este pode ser treinado por um Médico Veterinário a induzir a ovulação na gata com o uso de cotonetes INTER-ESTRO Caso a fêmea não ovule, ela entra na fase de inter-estro É um período de inatividade reprodutiva com pequena queda nas concentrações de Estrógeno e, por isso, todos os comportamentos característicos das fases de Proestro e Estro desaparecem ou diminuem Entretanto, esse é apenas um período de “descanso” até que a gata volte ao Proestro e, consequentemente, ao Estro, “repetindo” o ciclo Essa repetição de cios pode durar toda a estação reprodutiva, só parando com o anestro sazonal METAESTRO Período curto caracterizado pelo início da formação do Corpo Lúteo (CL) e consequente, início da secreção de Progesterona DIESTRO Diferentemente da cadela, a duração do Diestro depende da existência de gestação ou não O Diestro dura de 35 a 37 dias naquelas fêmeas que copularam, ovularam, mas que não ficaram gestantes, enquanto dura 60 dias naquelas fêmeas que se tornaram gestantes Esse período é marcado pela predominância de P4 Nas fêmeas não gestantes a Luteólise (assim como nas cadelas) se dá de forma passiva (diferentemente das éguas, por exemplo, que têm uma luteólise ativa por ação da PGF2α, um agente luteolítico), por falta de estímulo de agentes luteotróficos (na gata gestante esses fatores são a Prolactina e a Relaxina) OBS: acredita-se que o CL nessas espécies é “programado” para a lise ANESTRO Período de quiescência reprodutiva Pode ser tanto um anestro lactacional quanto sazonal O modelo A representa a gata de apartamento que repete cio O modelo B representa a fêmea que durante o estro acasalou, ovulou e se tornou gestante O modelo C representa a fêmea que durante o estro acasalou, ovulou, mas não se tornou gestante VACA Nas fêmeas bovinas ocorrem sucessivas ondas de crescimento folicular por ciclo estral (de 2 a 3 ondas) OBS: como o número de ondas foliculares é variável, os intervalos entre ovulações consecutivas também são variáveis (mais ondas, maior intervalo) Nesses casos de 3 ou mais ondas foliculares (podendo chegar até 5), o tamanho do folículo dominante ao ovular vai ser menor As fêmeas bovinas são consideradas POLIÉSTRICAS ANUAIS OU NÃO-ESTACIONAIS MONO OVULAR OBS: gestações gemelares não são incomuns em vacas, mas são de baixa ocorrência O ciclo estral tem duração média de 21 dias, dividido em quatro fases: PROESTRO, ESTRO, METAESTRO E DIESTRO Pode ser dividido em FASE LUTEAL e FASE FOLICULAR A fase folicular se estende desde a regressão do CL até a ovulação do folículo dominante (PROESTRO e ESTRO) A fase luteal se estende da ovulação até a regressão do CL - nas fêmeas bovinas, compreende 80% do ciclo estral (METAESTRO e DIESTRO) PROESTRO - 3 a 4 dias ESTRO - 12 horas METAESTRO - 3 a 4 dias DIESTRO - 14 dias PROESTRO CARACTERÍSTICAS Redução dos níveis plasmáticos de Progesterona (do ciclo anterior) Aumento dos níveis de Estrógeno Crescimento das ondas foliculares ESTRO O folículo dominante em desenvolvimento aumenta a produção e secreção de Estrógeno, alterando o comportamento da fêmea, que passa a demonstrar sinais de cio SINAIS DE CIO Aceita a monta Ninfomania A fêmea anda mais Vocalização O pico de E2 induz a ocorrência do pico de LH, responsável por induzir a ovulação METAESTRO É caracterizado principalmente pela ocorrência da ovulação e queda na concentração de Estrógeno e aumento na concentração de Progesterona, com o objetivo de manter uma possível gestação Há a formação do Corpo Lúteo inicial, também chamado de Corpo Hemorrágico (CH) DIESTRO Período em que o CL passa a ser funcional com secreção ativa de Progesterona Ao final do Diestro ocorre a lise e regressão do Corpo Lúteo (CL passa a ser responsivo à Prostaglandina F2alfa a partir do 5° ou 6° dia pós-ovulação) OBS: ao final da regressão do CL há a formação de uma “cicatriz” no parênquima ovariano, chamado de Corpo Albicans (CA) A dinâmica folicular de uma onda de crescimento pode ser dividida em fases: FASE DE RECRUTAMENTO: é a fase inicial de uma onda folicular com recrutamento e crescimento inicial de 5 a 10 folículos em cada ovário, que têm seu crescimento estimulado pelo FSH (Hormônio Folículo Estimulante) FASE DE SELEÇÃO OU DIVERGÊNCIA: um dos folículos torna-se dominante, continuando seu crescimento em detrimento dos folículos subordinados Nesse ponto há a mudança da dependência endócrina do FD de FSH para LH OBS: a presença precoce e em maior quantidade de receptores para LH é um dos fatores que determina qual folículo se torna o FD FASE DE DOMINÂNCIA: o FD passa a aumentar continuamente a secreção de Estrógeno, juntamente com a secreção de Inibina, um hormônio que vai inibir o crescimento dos folículos subordinados, que entram em atresia (regridem) FASE DE OVULAÇÃO OU REGRESSÃO: a secreção de E2 pelo FD atinge seu pico, induzindo um pico de LH e a ovulação, ou o FD regride sem que haja a ovulação Durante a ovulação, o oócito é liberado juntamente com o líquido ou fluido folicular, criando uma cavidade para a formação do CL As células da teca interna e granulosa invadem a cavidade folicular, se multiplicando (hiperplasia) e aumentando de tamanho (hipertrofia), com formação de novos vasos sanguíneos e linfáticos Essa grande invasão de vasos sanguíneos e aumento do fluxo de sangue para dentro da cavidadeé que dá o nome de Corpo Hemorrágico ao CL jovem ainda não funcional As células da teca tornam-se as células luteínicas PEQUENAS, enquanto as células da granulosa tornam-se as células luteínicas GRANDES Esse processo é chamado de LUTEINIZAÇÃO e é responsável por alterar a esteroidogênese de Estrógeno para Progesterona
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