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Lídia Negrão – MED 5 Infecções do trato urinário OBJETIVOS: 1. Caracterizar as ITU • Definição • Classificação • Fatores de risco • Etiologia • Quadro clínico • Diagnóstico • Tratamento 2. Caracterizar a Hiperplasia Prostática Benigna • Definição • Classificação • Fatores de risco • Etiologia • Quadro clínico • Diagnóstico • Tratamento ITU As ITU são infecções bacterianas que podem começar num quadro assintomático evoluir a choque séptico. As mulheres têm mais chance de ser acometidas que os homens por conta do refluxo ureteral. Na maioria das infecções, as bactérias entram na bexiga pela uretra e ascendem ao parênquima renal. Além dessa via, a via hematogênica é responsalvel pelas itu aonde o paciente apresenta obstrução intra ou extra renal ao fluxo urinário. à AS ITUS SÃO CLASSIFICADAS EM NÃO COMPLICADAS E COMPLICADAS. As itu não complicadas em sua maioria são causadas por E. Coli e Staphylococcus saprophyticus e 5% dos casos são causados por bacilos gram-negativos Klebsiella, Proteus, Enterobacter, Pseudomonase serratia e cocos gram-positivos, Enterococci, Staphylococcus aureus e estreptococos do grupoB. As itu complicadas tem alguns critérios para serem definidas como: Febre maior que 38C, sintomas de disúria e urgência por mais de 7 dias, vaginites, corrimentos, dor abdominal, náuseas e vômitos, DM, HAS, gravidez, tratamento para itu em menos de duas semanas e itu recorrente. SINAIS E SINTOMAS COMUNS: • Polaciúria • Urge incontinência (contração espontânea da bexiga em relação ao trigono) • Disúria (inflamação da uretra) • Dor em flanco (resultado do estiramento e irritação da capsula renal) • Irritação trigono vesical e dor na defecação já acontece pela compressão da próstata inflamada. E por fim os sintomas sistêmicos, febre, mialgia, calafrios, náuseas, vomito à Sugere infecção bacteriana é sanguínea. à Qualquer fato que interfere no fluxo urinário (litíase, tumor..) resulta na estase urinaria aumentando a proliferação de bactérias e distensão vesical – lesão renal Paciente com BACTERIURIA ASSINTOMÁTICA tem um numero acima de 10 elevado a 5 UFC, mas não apresenta sintomas. Tratamento dela é apenas em populações especificas de pacientes. Paciente com CISTITE (infecção sintomática da bexiga) tem um numero significativo de bactérias na urina. Está Lídia Negrão – MED 5 associada a disúria, cólicas abdominais inferiores, polaciúria e urge incontinência. OBS: Cistite não tem febre, se apresentar febre existe uma infecção invasiva do tecido (infecção do parênquima renal/pielonefrite) A cistite complicada acontece em pacientes institucionalizados, gravidas, DM, paralíticos ou pacientes transplantados, pacientes com cateter vesical de demora também pode tornar uma ITU complicada. Suspeita de cistite – urocultura negativa levanta suspeitas de uretrite (clamídia e gonorreia). Uretrite – urina negativa para leucócitos e urocultura negativa levanta suspeita de vaginite. Na PIELONEFRITE, infecção do parênquima renal, as bactérias ascendem ao parênquima renal pela bexiga. (As mesmas características da cistite distinguem uma pielonefrite complicada e não complicada.) Febril + de 72h fazendo uso de antibióticoà Indicado investigação para abcesso do parênquima. A PROSTATITE pode acontecer de forma aguda ou crônica (sintomas semelhantes ao da cistite) + dor pélvica, dor ao evacuar e sintomas sistêmicos podendo levar a sepse. à Ela se diferencia da pielonefrite pela anamnese e pela próstata dolorida ao toque retal. (o aspecto da bactéria é semelhante) • Abcesso prostático e prostatite crônica. FATORES DE RISCO ITU As bactérias entram na uretra por meio de relação sexual ou inserção de cateteres urinários. As mulheres correm mais risco por conta da vagina estar perto das bactérias fecais. • Espermicidas e diafragmas aumentam o risco por alterar a flora vaginal; • Os homens contêm propriedades antibacterianas no fluido prostático • O esvaziamento completo da bexiga é uma defesa primaria contra infecções • As mulheres que costumam ter itu tem mais bactérias E.coli. • As bactérias geralmente são sensíveis a antibiótico (menos hospitalar) • Proteus Mirabilis à uréase à ph alcalino resulta cálculos de estruvita facilitando a replicação bacteriana. DIAGNÓSTICO DE ITU Basicamente anamnese + exames de laboratório simples. Em homens, disúria, hematúria, polaciúria é diagnostico de ITU. O diagnóstico de prostatite aguda sintomas de itu e SEM dor ao toque retal. A dor no toque retal é diagnostico diferencial entre cistite e prostatite. A palpação no abdome inferior pode reproduzir sintomas de cistite, ajudando a diferenciar cistite e uretrite. No exame de urina em uma itu não complicada a presença de leucocitúria e bacteriuria faz o diagnostico. Em um paciente com febre ou critérios para itu complicada se solicita a urocultura + antibiograma. • Urocultura acima de 10 elevado a 2 UFC é altamente sensível e específica • Uma quantitativa acima de 10 elevado a 5 UFC é diagnostico de ITU • Sinais e sintomas + leucocitária e contagem de colônias bacterianas igual ou maior que 10 elevado a 5. Lídia Negrão – MED 5 • O paciente que apresenta essa contagem assintomático deve ser tratado da mesma maneira. à Na mulher, presença de hematúria sugere itu. Em mulheres não gravidas, uma leucocitária e urocultura com bactérias iguais ou maior que 10 elevado a 5, indica itu. Em gravidas bacteriuria assintomática igual ou inferior a 10 elevado 5 é itu. Diagnostico de prostatite crônica: • Pedir para o paciente urinar, descartando o jato inicial, e coletando o jato médio da urina. Logo em seguida pedir ao paciente que pare a micção. • Realizar uma massagem prostática no paciente para realizar uma coleta de secreção prostática. • Após isso, pedir ao paciente que esvazie o resto da bexiga em um recipiente separado. à O teste é positivo se a coleta do jato médio der igual ou inferior a 10 elevado a 3 e a coleta de secreção prostática der mais de 12 leucócitos por campo de grande aumento. (indicado antibioticoterapia) Diagnostico de Uretrite: Se dá com a suspeita + amostra da uretra à Chlamydia trachomatis à teste de reação em cadeia de ligase realizado com a urina ou corrimento uretral. à A N.gonorrhoeae vai ser diagnosticada pela cultura (esfregaço uretral). A amostra vai ser semeada em temp. ambiente logo em seguida. TRATAMENTO Cistite não complicada: ciprofloxacina 3 dias Cistite ou pielonefrite complicada: a mesma medicação com curso de 7 a 14 dias Gatifloxacina cobertura ampla (bac. Gram- positivos) 1x ao dia (não pode ser usada em DM) Nitrofurantoína para itu recorrente, pode ser usado em gravidas por não apresentar teratogenicidade, pode ser usada para cistite não complicada. (não pode ser usado em pacientes renais crônicos e pacientes com cistite complicada.) Para prostatite aguda tem os mesmos princípios do tratamento da pielonefrite, paciente é hospitalizado e é usado antibióticos de amplo aspectro, ate o causador ser identificado (a terapia pode durar de 4 a 6 semanas Na prostatite crônica é um desafio terapêutico por conta da rota que os antibióticos terão que fazer por conta da barreira entre o estroma prostático e a microcirculação. É usado a quinolonas e o sulfametoxazol-trimetropim. (atingem a próstata e tem uma biodisponibilidade) duração de 6 a 12 semanas. Para uretrite é iniciado empiricamente, Ceftriaxona dose única intramuscular para gonorreia e doxicilina 2x/dia ou azitromicina para clamídia. Penicilinas e sulfonamidas podem ser usadas na gestação Pacientes diabéticos tem mais resistência a antibióticos e também maior predisposição a fungos. No paciente transplantado, a pielonefrite pode causar lesão renal aguda, o paciente tem só um rim, os inibidores da calcineurina que diminuem o fluxode sangue arterial aferente e inflamação intersticial por infecção diminui o fluxo de sangue renal. à tratamento de cistite 7 dias e pielonefrite 4 semanas. INFECÇÕES RENAIS COMPLICADAS à Pielonefrite enfisematosa, ocorre mais em pacientes DM é uma infecção necrosante produtora de gás que envolve o parênquima renal e o tecido perirenal. Sintomas sistêmicos são comuns, pacientes manifestam hiperglicemia, Lídia Negrão – MED 5 leucocitose, aumento de ureia e creatinina e leucocitária. O diagnostico é feito por uma radiografia do abdome, revelando ar no parênquima renal ou tecido próximo. Tratamento: nefrectomia e antibióticos intravenosos à A terapia vai ser indicada com base na lesão. à Pielonefrite xantogranulomatosa, rara, forma massas no rim, é necessário a nefrectomia pela necrose ocorrida. Frequentemente unilateral, mas pode ser bi, Anemia, manifestações sistêmicas, perda de peso acentuada, anorexia e exame físico com presença de uma massa lateral palpável. HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA Mais frequente em idosos, diminuição da qualidade de vida, descontrole endócrino multifatorial. Na remodelação prostática, ocorre uma interferência no equilíbrio entre fatores de crescimento celular e o apoptose, provocando aumento prostático. Ocorrendo uma alteração no metabolismo intracelular da célula basal que se torna hipertrófica, acompanhando a formação de cálculos e de corpórea amilacea. TGF-beta e Bcl-2 (reguladoras de apoptose prostática) se encontram aumentadas na HPB. Di-hidrotestosterona (metabolito ativo da testosterona) esta diretamente ligada com a proliferação de células prostáticas (DHT), o DHT é intimamente associado com o HPB. HPB é um conjunto de anormalidades metabólicas, relacionadas a um defeito na recaptação da glicose e secundaria a hiperinsulinemia à A inflamação crônica é relacionada na patogênese da HPB. O processo inflamatório crônico induz o crescimento fibromuscular prostático. Remodelação tecidual do processo inflamatório à hipóxia à proliferação celular da próstata. • Ambientes com menior taxa de o2 ocorre neovascularização e aumento dos fatores de crescimentos endoteliais (FGF-7, FGF-beta, FGF-2 e IL-2) • Risco genético aos pacientes menores de 60 anos. Inicia com proliferação do estroma fibroso e epitélio glandular periuretral e na zona de transição. Estroma-epitelio normal: 2;1 Estroma epitélio hiperplásico; 4;1 • O aumento volumétrico da próstata diminui o calibre e aumento da resistência uretral, causando dificuldade de esvaziamento vesical. (mecânico) • Atividade alfa-adrenérgica aumentada nessa região por conta da capsulo no estroma e no colo vesical de altos níveis desses receptores, causando elevação da resistência uretral. (dinâmico) • Acontece hiperatividade em resposta ao esforço continuo para esvaziar ou hipoatividade que resulta em falência muscular (vesical) SINAIS E SINTOMAS Sintomas de armazenamentos ou irritativos: urgência, frequencisa e nicturia Sintomas de esvaziamento ou obstrutivos: redução do calibre e do jato urinário, intervalo entre as micçoes inferior a 2h, esforço ou demora, jato intermitente e dificuldade de esvaziamento. Hesitação, Gotejamento terminal, esforço abdominal – jato urinário fraco e intermitência (mais comuns em HPB). Lídia Negrão – MED 5 Retenção urinaria crônica – final da obstrução crônica causada pela HPB. Obstruçāo por patologias uretrais/colo vesical ou origem neurogênica. DIAGNOSTICO Anamnese + questionário (leve, moderado, severo e retenção urinaria) + exame de urina tipo 1 (descarta infecção e hematúria) + PSA + toque retal. TRATAMENTO Pacientes com sintomas leves devem ser apenas acompanhados anualmente. Pacientes com sintomas moderados a severos são conduzidos com medicações e os pacientes com sintomas severos acima de 19 evoluem geralmente para tratamento cirúrgico. à Alfabloqueadores: atua bloqueando os receptores alfa-1 adrenérgicos no musculo liso, presente no estroma prostático, uretra e colo vesical. (diminui a resistência ao fluxo urinário) Doxazosina, alfuzosina. à Inibidores da 5-AR: inibe a enzima tipo 2 (finasterida) e a durasterida inibe os dois subtipos da 5AR. Reduz o volume prostático porque inibe o dht (conversão de testosterona). Pode causar disfunção sexual, diminuição da libido, ginecomastia. à tratamento cirúrgico: indicações: • Retenção urinaria persistente, infecção urinaria de repetição, ureteroidronefrose, insuficiência renal pós renal, falha do tratamento medicamentoso. Dentre as cirurgias podem ser consideradas de acordo com a historia do paciente: • Incisão transuretral da próstata (ITUP) vai do trigono vesical a próstata, seccionando o colo vesical. (pacientes jovens, próstata inferior a 30g) • Ressecção transuretral da próstata (RTUP) para próstatas inferiores a 60g, melhora os sintomas, fluxo urinário, ruim por conta de vários efeitos colaterais e complicações. • Prostatectomia aberta – incisão abdominal infraumbilical, para próstatas acima de 80g, melhores resultados a longo prazo e melhora no fluxo urinário e menor taxa de reintervenção. COMPLICAÇŌES à Retenção urinária (ingestão de medicamentos, infartos na próstata), litíase vesical (obstrução prostática), infecção urinária (colonização prostática), insuficiência renal (complicações cirurgias, sonda vesical a longo prazo), e hematúria (tumores, litíase).
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