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Morte e desenvolvimento humano - MJ Kovács, cap. 2

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Medo da Morte
KOVACS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. Cap. 2
- O medo é a resposta psicológica mais comum diante da morte, é universal, tem diversas facetas e é composto por várias dimensões
- Ansiedade x Medo: a ansiedade é associada a um sentimento difuso, sem uma causa aparentemente definida. Já o medo é geralmente ligado a uma causa mais específica ® medo da morte evoca ansiedade
- Concepções de morte de acordo com Kastenbaum: o medo da morte do outro (medo do abandono, envolvendo a consciência da ausência e da separação) e o medo da própria morte (a consciência da própria finitude, a fantasia de como será o fim e quando ocorrerá) envolvendo o medo de morrer, ou do que vem após a morte ou medo da extinção
- O que é mais temido na morte depende da época de vida de cada um e das circunstâncias (situação externa, guerras, violência, medos, fobias...)
- Variáveis segundo as quais se deve estudar o medo da morte: tempo, espaço (ameaça externa ou interna), probabilidade, gênese (onde começou o medo), manifestação (sintomas relacionados ao medo de morrer), patologia (manifestação exacerbada do medo da morte), diferenças individuais e função
- Alguns medos associados ao medo da morte de acordo com Murphy: medo da solidão, da separação de quem se ama, o medo do desconhecido, de perder o controle, o medo do julgamento pelos atos terrenos, o medo do que possa ocorrer aos dependentes, o medo da interrupção dos planos e fracasso em realizar os objetivos mais importantes da pessoa
- Para Feifel (1959) os fatores que mais influenciam, no sentido de conter o medo da morte, são: a maturidade psicológica do indivíduo, a sua capacidade de enfrentamento, a orientação e o 'envolvimento religiosos que possa ter e a sua própria idade
- Alguns instrumentos avaliam aspectos mais conscientes relacionados ao medo da morte, como os questionários e as provas de autorrelato, mas são mais suscetíveis a distorções
- Kovács criou a Escala Multidimensional para Medir o Medo da Morte (EMMM) e o definiu como uma reação emocional envolvendo sentimentos subjetivos de desagrado, e a preocupação, contemplação ou antecipação de quaisquer das várias facetas relacionadas com a morte, supondo-se que estes sentimentos possam ser conscientes
- A EMMM foi dividida em 8 escalas: o medo de morrer, medo dos mortos, de ser destruído, da perda de pessoas significativas, medo do desconhecido, da morte consciente, do corpo após a morte e da morte prematura 
- Os religiosos e os ateus convictos têm menos medo da morte que os medianamente envolvidos
- Kastenbaum (1983) realizou uma pesquisa para verificar se havia diferenças significativas entre pessoas normais, neuróticos e psicóticos em relação ao medo da morte, ele não encontrou nada significativo, mas os pacientes com problemas mentais tendiam a negar mais veementemente a morte, temendo, sobretudo, a morte violenta
- Hoelter: o contato direto com a morte tem influência sobre o medo consciente, o medo do processo de morrer e o medo da morte prematura
- Conte, Weiner e Plutchik: as variáveis relevantes desse medo são a experiência de vida e as características da personalidade
- Feifel e Nagy: fizeram uma pesquisa que além dos dados estatísticos envolveu imagens, o que permitiu uma visão mais subjetiva
- Kovács: não há correlação entre o medo da morte e a escolha profissional
- Ernest Becker: o medo da morte é universal e é na infância que se inicia a manifestação dele de acordo com as experiencias daquela criança
- O medo da morte é algo que a sociedade cria e utiliza contra a pessoa para mantê-la submissa
- Segundo Wahl o medo da morte está muitas vezes relacionado ao medo da castração
- O processo de socialização para todas as crianças têm aspectos dolorosos e frustradores, por isso elas têm, em alguns momentos, desejos de morte contra as pessoas que são responsáveis pela sua educação, o que gera um sentimento de culpa e medo de que tais desejos possam se realizar, por isso nesse período pesadelos, fobias, terrores noturnos e o medo da retaliação são frequentes
- À medida que a criança compreende que a morte é irreversível, passa a temer ainda mais os seus impulsos destrutivos
- Incitar a raiva e a frustração, causa um sério abalo na onipotência infantil
- A criança bem-amada e cuidada se vê forte e poderosa, com um sentimento de invulnerabilidade e apoio, que colaboram para o estabelecimento da individualidade. O medo da morte, portanto, depende da natureza e das vicissitudes próprias do processo de crescimento
- O medo da morte tem um lado vital é a expressão do instinto de autoconservação, uma forma de proteção à vida e uma possibilidade de superar os instintos destrutivos
- O que é a “mentira vital” de acordo com Becker? É quando agimos como se fôssemos imortais, acreditamos que nossas ações são perenes, pois este é o nosso desejo supremo. A repressão e a negação são as grandes dádivas que nos protegem contra esse medo, apesar de serem transitórias
- O homem está bipartido: ao mesmo tempo que sabe de sua originalidade e poder de criação, reconhece sua finitude de forma racional e consciente
- O caráter é uma forma de proteção contra esse terror, uma aparência externa forte que esconde uma fragilidade interior (Becker)
- Lowen: quando o indivíduo está mais cheio de vida, fica mais consciente da morte e do desejo de morrer. Toda tensão crônica no corpo decorre de um medo da vida, um medo de se soltar, um medo de ser 
- Quando o sujeito vai recuperando a sua vitalidade no processo psicoterápico, abre o caminho para o estado de dor que havia suprimido
“A tragédia do homem tem origem na percepção de sua finitude, no pavor diante da morte e da enormidade da vida, por isso ele cria uma couraça e, arrebentá-la, pode expor o indivíduo à loucura”
- O medo da vida e da morte podem estar presentes também em várias doenças, como por exemplo na neurose ® no seu processo de evitamento da morte, faz com que o indivíduo acabe se matando simbolicamente, diminuindo a sua ação, isolando-se das pessoas, vivendo como se estivesse morto
- Becker o masoquismo, como um sofrimento permeado de certo prazer, pode ser considerado um meio de afastar a angústia de vida e de morte

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